The Swan Sisters Saga escrita por miaNKZW


Capítulo 12
Capítulo 11 - Perdas e Ganhos




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Depois do choque, Angel e Bella finalmente têm a chance de esclarecer o passado.

Bella

 

De volta a grande sala, pude notar que já estava tarde. Eu havia me perdido no tempo e me dei conta de como ele passara rápido naquele dia. O sol já havia se posto e claras luzes artificiais tomavam seu lugar. Deixando tudo ainda mais aconchegante.

Sentada no maior dos dois sofás brancos avistei Isabella. Edward estava ao seu lado abraçando-a e parecia tentar conforta-la também. Ela parecia tão frágil! Parecia que como eu, minha irmã ainda não havia se recuperado do choque. E também como eu, ela parecia ter acabado de recobrar a consciência. Rosalie estava pegando um copo igual ao que ela havia me dado, das mãos trêmulas de Isabella. Rosalie então, se posicionou em frente de Emmet que lhe abraçou a cintura com bastante intimidade. E de novo estranhei o comportamento entre aqueles supostos irmãos.

Esme me levou até o outro sofá e sentou ao meu lado, segurando minhas mãos. Alice já estava aninhada no colo de Jasper nas escadas. Então Carlisle se acomodou no mesmo sofá de Isabella, se posicionando entre nós.

_ Bem, deixe-me ver... por onde devo começar – ele disse, minha irmã olhou para seu rosto, pasma como se não acreditasse no que acabara de ouvir. Carlisle ignorou essa reação e continuou – Sim, acho que podemos começar apresentando-as apropriadamente, não é meninas? Bem, Bella, esta é sua irmã Angel! E vocês são gêmeas!

Um silêncio aterrorizante se seguiu. Eu decidi começar:

_ Olá! Eu sou Angelique Marie Fischer – eu disse tentando ser formal, me arrependi - mas você pode me chamar de Angel.

_ Marie? – ela perguntou – eu também me chamo Marie! Isabella Marie Swan é o meu nome – ela terminou sorrindo.

_ Isabella? Rss... Seu nome é lindo! – eu disse tentando amenizar a tensão.

_ Só “Bella” – ela me corrigiu.

Eu sorri e entendi. Bella não gostava tanto de seu nome. Assim como eu e também preferia ser chamada somente pelo apelido. Era mais curto e soava melhor. Humm, tantas semelhanças!

_ Você sabe por que nós dividimos o segundo nome?

_ Não.

_ Bem, nossas avós, já falecidas, se chamavam Maria e Mary. E como Charlie e Renée nunca concordaram em muita coisa, decidiram nos batizar em homenagem a elas. Só com uma “pequena” variação – ela continuou agora um pouco mais animada – e seu nome tem origem francesa como os antepassados de Renée e o meu é italiano por causa de Charlie.

Era incrível como aquelas poucas palavras já começavam a montar uma cena em minha cabeça. De repente eu pude visualizar uma família completa. Com avós, avôs, um pai, uma mãe, uma irmã e primos! Eu teria primos? Mesmo antes que eu pudesse terminar o quadro que pintava em minha mente, Carlisle se levantou e atravessou a sala:

_ Ótimo! Então, agora podemos continuar. Sei que ambas estão curiosas sobre os eventos que se seguiram ao... – ele parecia procurar por uma palavra mais amena.

_ Meu rapto... – eu completei e percebi a surpresa no rosto de Bella. Eu ignorei e fiz um sinal para que Carlisle continuasse. A curiosidade realmente estava me matando.

_ Sim, obrigado Angel, eu usaria “desaparecimento”. Mas enfim... o que quero dizer é que preciso esclarecer algumas coisas por aqui antes que possamos continuar com esse assunto.

A sala estava num silencio mórbido. Todos muito atentos no que Carlisle dizia. Ele então continuou:

_ Bem, Bella... você precisa saber que Angel fora levada por um homem chamado Nathan Fischer que criou e cuidou de sua irmã até dois dias atrás – Carlisle dizia cada palavra com bastante calma olhando para o rosto de Bella – Nathan e eu nos conhecemos há muito tempo atrás e como pagamento de uma antiga... divida eu prometi cuidar de Angel como se ela fosse minha própria filha. É por isso que ela está aqui conosco hoje e ficará aqui enquanto esse for ser seu desejo – ele me lançou um olhar carinhoso.

_ Como...? – Bella balbuciou alguma coisa, mas Carlisle a deteve.

_ Nós vamos chegar a esse ponto num instante, querida. Mas antes, você precisa saber que esse homem, Nathan, era... muito especial – ele completou enfatizando a palavra “especial” o que causou um claro desconforto no resto de sua família. Eu pude ouvir um som de repulsa vindo de Rosalie e até Esme começava a ficar tensa, aumentado levemente a pressão de seus dedos sobre a pele de minhas mãos.

Aquela reação me ofendeu. Eu não podia imaginar o que Nathan teria feito para causar uma reação tão forte nos Cullens. Mas Carlisle continuava a historia.

_ Bella? Nathan era, ou melhor, é especial porque é diferente. Da mesma forma que nós somos... você me entende?

Vi meu rosto refletido no de Bella. A reposta era clara: nós estávamos perdidas.

_ Bem, Bella, o pai adotivo de Angel é um lobisomem. E sim. Angel, eu sei sobre a natureza sobrenatural de seu pai porque eu também possuo uma natureza semelhante. Angel, nós somos vampiros.

_ Vampiros?   

_ Lobisomens?

Bella e eu perguntamos ao mesmo tempo. Nossos olhares se encontraram e de novo juntas:

_ Como assim?

Emmet soltou uma risada alta e isso pareceu diminuir os ânimos da sala por alguns instantes. Edward concluiu tentando explicar melhor para Bella:

_ Bella, amor. Sua irmã fora criado por um lobisomem. Ele um dia fora apaixonado por sua mãe, Renée. E talvez por causa disso tenha levado Angel – Edward agora olhava para mim carinhosamente – Angel, eu sou um vampiro. Assim como Carlisle, Esme e todos os outros aqui presentes com exceção de sua irmã – ele voltou o olhar agora reprovador para Bella.

_ Obrigado, Edward, meu filho.

_ Então, então... vocês não são uma família de verdade? Vocês são um b... bando?

_ Não! Angel, minha querida! É claro que nós somos uma família – Esme disse ao passar suas mãos pelo meu rosto – uma família que escolheu permanecer como uma família. Essa é uma longa historia minha querida. E talvez um outro dia eu possa lhe contar. Se você ainda quiser saber mais sobre nós.

_ Mas é claro que eu gostaria de saber mais sobre vocês, Esme! Por que não gostaria? Acho isso fascinante – eu disse com naturalidade.

_ Então quer dizer que você não está com medo? Você não sente medo de nós, menina? – Jasper perplexo disse ao se aproximar averiguando a autenticidade de minha calma.

_ Medo? Não! Bem, acredito que se vocês quisessem me matar já o teriam feito há muito tempo atrás, não é? Além do mais, eu cresci e fui educada por um lobisomem, lembra? E se Bella, que não é uma vampira convive com vocês é porque não existe perigo algum.

_ Sempre existem perigos, Angel – Jasper murmurou baixinho retornando para o canto.

_ I N C R Í V EL!!!! – Emmet disse enquanto tentava abafar a gargalhada eminente. Mas eu não pude entender qual era o motivo da graça.

_ Angel, você e sua irmã são mais parecidas do que seria esperado – Edward interrompeu Emmet – a mesma falta de noção do perigo que as cerca.

Bella revirou os olhos e disse com satisfação:

_ Não se dê ao trabalho de se incomodar com Edward, Angel. Ele tem tempo de sobra e seu hobby favorito é se preocupar com essas coisas!

Eu ri. Bella riu. E então todos riram. E me dei conta de que muitas perguntas ainda estavam sem resposta:

_ Onde você conheceu meu pai, Carlisle?

_ Bem, Angel, eu... eu conheci Nathan no momento de sua criação!

_ Criação? – eu repeti suas palavras, pois não podia acreditar no que Carlisle estava prestes a dizer. Bella também estava perplexa e olhava fixamente esperando a resposta.

_ Sim. Eu... Angel eu sou o responsável por Nathan ter se transformado no que é hoje - Carlisle abaixou a cabeça e resignação passou por seus olhos quando voltou a me encarar.

Bella nem piscava.

_ Como assim? Carlisle, eu não consigo entender!

_ Minha cara Angel, eu estava lá quando seu pai agonizava durante sua primeira transformação. Naquela época eu vivia com uma outra família e... digamos assim, nós caçávamos criaturas como seu pai. Mas não fomos capazes de salvá-lo a tempo. Uma dessas criaturas havia atacado Nathan e eu tive a chance de acabar com sua dor. Mas não fui capaz de fazê-lo. E assim permiti que ele se transformasse no que é. Eu realmente achava que estaria ajudando, mas hoje sei que errei em meu julgamento e por isso peço perdão a você e a Bella. Assim como pedirei o perdão de seus pais. Um dia.

Eu me senti comovida com o remorso que Carlisle sentia ao relembrar daqueles fatos e não pude acreditar que Nathan havia usado isso para barganhar minha segurança. Eu me senti envergonhada pelo meu pai:

_ Carlisle, por favor, não se sinta culpado. Você não fez nada de mais! Aliás, se não fosse por você eu jamais teria conhecido Nathan. Então, eu é que tenho que te agradecer.

_ Angel – Alice me chamou – Nathan nunca tinha lhe falado sobre nós? Quer dizer, ele nunca lhe contou sobre nossa existência?

_ Oh, Alice. Nathan sempre esteve preocupado demais com os outros lobisomens para me contar historias de vampiros! Ou talvez, ele nem soubesse que vocês são reais.

_ Ah, Angel! Nathan claramente sabia de nossa existência. Nós todos. Vampiros e lobisomens, sempre soubemos da existência alheia.

_ Por que você diz isso, Alice?

_ Bem, vampiros e lobisomens são inimigos naturais, querida!

_ Oh! Mas como Carlisle e Nathan... – eu tentei montar o quebra cabeças em minha mente – como eles não se mataram? Vocês não brigaram, não é mesmo, Carlisle?

_ Não, não, meu bem, nós não brigamos. Apenas conversamos e chegamos a um acordo. Inclusive, eu já ia me esquecendo de dizer, Nathan deixou seus diários para você, Angel! Mas permitiu que eu os lesse antes. Para me familiarizar melhor. Emmet, você poderia trazer o baú até aqui, por favor?

Emmet se levantou e como borrão já estava ao meu lado posicionando um enorme baú antigo sob meus pés. Eu o abri.

_ Humph! – foi unânime, todos os vampiros se afastaram como se estivessem evitando alguma coisa.

_ Oh, por Deus! Que cheiro horrível! – Rosalie foi a única a verbalizar.

_ Ahnn... – Bella expirou e olhou para mim – eles têm essa aversão ao suposto mau cheiro dos lobisomens.

_ Cheiro?

_ Eu também não sinto nada! – ela me disse levantando os ombros.

Nesse instante, vi Alice cochichar no ouvido de Esme algo inaudível. Esme então levantou e se dirigiu até o telefone que começou a tocar assim que ela pôs suas mãos sob ele:

_ Boa noite, Charlie! – silêncio total no recinto – Ah, elas ainda não chegaram! Desculpe-me Charlie, Bella pediu que eu ligasse para te avisar que ela, Alice e Rosalie foram até Seattle para a prova dos vestidos. Mas eu acabei me esquecendo, me desculpe mesmo. Sim, acho que elas vão demorar um pouco. Alice comentou algo sobre uma nova loja de sapatos que inaugurara recentemente. Portanto, acredito que elas chegarão bem tarde. E acho que seria prudente se Bella pudesse dormir aqui essa noite. Não se preocupe Charlie! Edward e os meninos não voltaram da viagem de caça ainda e eu manterei meus dois olhos sob Bella a todo instante. Certo, tudo bem então. Boa noite para você também Charlie – Esme desligou o telefone e deu uma piscadinha para Bella e sorriu.

Charlie! Era o meu pai no telefone! Eu estava tão perto de meu verdadeiro pai. Mas não podia sequer ouvir sua voz. Por que ele nunca procurou por mim? Ele não me quis? Foi quando notei um ar sério cruzando os olhos de Bella. Ela se lembrava de alguma coisa:

_ Carlisle? – Bella chamou – você sabe me dizer por que Charlie e Renée me disseram que Angel havia morrido?

Voltei minha atenção para Carlisle. E de repente eu me encontrava sentada ao lado de Bella no sofá. Foi estranho. Senti um desconforto repentino e pensei em me levantar, mas não queria causar a impressão de que rejeitava minha própria irmã. Era somente estranho.

_ Oh, minhas queridas... – Carlisle se aproximara para responder e passou uma de suas mãos em meus cabelos e a outra pelos de Bella – esse é a parte mais triste de toda essa história. Eu não sei bem o que aconteceu.

Carlisle suspirou como se precisasse encontrar as palavras certas para o que estava prestes a nos revelar:

_ Renée teve o parto antecipado devido a um acidente. Uma cesariana foi necessária para que vocês nascessem. Durante o parto você, Angel, teve uma parada respiratória. O cordão umbilical estava enrolado em seu pescoço. Você teve que ser entubada e ficou em observação. Renée teve algumas complicações durante o parto também. Ela perdeu muito sangue e todas as atenções do hospital estavam voltadas para ela naquela noite. Acredito que foi durante esse tumulto que Nathan a levou.

_ Mas... mas por que eles nunca procuraram por mim, Carlisle?

_ Oh, Angel! Eles acreditavam que você não tinha resistido! Seus pais e Bella sempre acreditaram que você havia morrido naquela noite.

_ Mas... Por quê?

_ Essa era a minha duvida também, querida. Então fui ao hospital e fiz algumas investigações nos antigos arquivos e bem... aparentemente, o doutor Theodore Leaf, um velho colega lobisomem de Nathan, alterou os registros do seu nascimento. Vejam bem, meninas, eu não sei o que realmente se sucedeu depois disso e o que se segue são conclusões que eu mesmo tirei. Enfim, na mesma noite em que vocês nasceram também nasceu uma outra menina no Hospital Municipal de Forks. Ela era bem prematura e filha de uma mulher chamada Vivian Santos, o nome do pai não constava no registro. Mas o que constava era que a Sra. Santos era uma imigrante ilegal em nosso país. E o motivo de seu falecimento foi a pré-eclampsia não tratada. Uma condição que só pode ser curada com o parto e que causa muitas mortes. Tanto de mães como também de bebês, em todo o mundo. E nesse caso não foi diferente, a Sra. Santos e seu bebê, ambos faleceram na mesma noite em que vocês nasceram. O que me leva a acreditar que doutor Theodore colocou o bebê natimorto em seu lugar Angel. Portanto, para sua família, você não havia sobrevivido e não havia nada para procurar, meu bem.

_ Então quer dizer que Nathan roubou Angel e causou o fim de nossa família? – Bella havia se levantado e andava nervosa em círculos pela sala.

O tom de acusação nas palavras de Bella me deixou indignada:

_ Como você ousa? Quem você pensa que é para julgá-lo assim? Você nem o conhece!

_ Não! Eu realmente não o conheço e por isso sou muito grata. E você também deveria ser! Porque se algum dia desses, esse desgraçado cruzar o meu caminho, eu juro... arrrrr, eu juro... – nesse momento Edward se aproximou de nós, mas Bella o deteve com as mãos.

_ Você não tem o direito de falar assim dele! Você não sabe o quanto ele me amava e tudo que teve que fazer por mim!

Todos os Cullens permaneciam estáticos na sala. Como estátuas de pedra a nos observar. Somente Edward se aproximou ignorando a exigência de Bella. Ele pôs suas mãos sobre seus ombros, mas ela se livrou rapidamente:

_ Não, Edward! Ela precisa saber! Angel você precisa saber o que o seu amado “pai” – Bella enfatizou com repulsa – fez com a sua verdadeira família. A nossa família, Angel!

Eu me afastava. Eu não queria ouvir, pois sabia que no fundo era tudo verdade. Mas Bella não me permitiu permanecer na segurança de minha ignorância.

_ Quando você se foi. Quando Nathan te levou, deixou Renée e Charlie desolados. Eles sempre se culparam pela sua morte, Angel. E foi essa culpa que acabou com o casamento deles e destruiu nossa família! Não que eles não tenham conseguido seguir em frente. Pelo menos Renée encontrou o Phill e agora está bem ao seu lado. Mas Charlie? Charlie viveu aqui em Forks sozinho durante todos esses anos! Atormentado pela culpa e pelo abandono quando Renée partiu me levando consigo... Angel! O seu “pai” quase acabou com a vida do “nosso” verdadeiro pai! E você ainda acha que eu não tenho o direito de julgá-lo?

Eu me sentia perdida. Uma mistura de emoções invadia meu coração. Eu não podia discordar de Bella. O que ela dissera não passava da verdade. Mas eu não conseguia odiar Nathan. Por mais que eu soubesse o quanto ele havia machucado minha família, ele ainda era o meu pai! Minhas forças me abandonaram e tudo que consegui fazer foi me sentar no sofá e começar a chorar descontroladamente.

_ Oh! Angel! – senti as mãos trêmulas de Bella puxando as minhas para si – Oh! Desculpe-me Angel! Eu não queria te machucar. Por favor, me perdoe. Eu não... – ela gaguejava – eu não sabia... não queria... Por favor!!!

Foi quando senti lagrimas quentes caírem sobre minhas mãos. Essas não eram minhas. Levantei meus olhos e encontrei os de Bella. Desesperados e tão inundados quantos os meus. Ela também chorava ruidosamente. Eu instintivamente levantei e a abracei com todas as minhas forças.

Naquele momento, naquela sala, rodeado por criaturas místicas, uma ligação se formou entre nós. E então, eu soube, eu havia encontrado a peça que faltava em mim. Eu havia encontrado minha irmã e nós ficaríamos juntas para sempre.


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