O rio de flores brancas (A viagem de chihiro) escrita por Spring001


Capítulo 21
Capítulo 21 - Labirinto - Hiroyuki


Notas iniciais do capítulo

GENTE, Malz! Eu esqueci de marcar para postar T.T Desculpa please ♥ Só queria avisar, esse primeiro paragrafo é o mesmo do outro capítulo, é que achei que ia ficar dramático, :'D Além disso é como se Ankoku falasse isso para todos um de cada vez ok?



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Era uma vez, há muito tempo, um mundo mágico onde tudo era tão belo e radiante, que este mundo era considerado perfeito, seguro e inatingível. Foi um grande engano pensar assim, eu existo para que o mundo seja imperfeito, assim como eu, para que a escuridão prevaleça em suas entranhas e o mau em sua veias, assim como prevaleceu nas minhas. Como fazer com que o mundo seja obscuro? Entregando-lhe o terror, os quatro cavaleiros do apocalipse, trazem o que eu vejo tão belamente neste mundo. Guerra. Peste. Fome. Morte. E cada qual com sua função traz a alma de todos cada vez mais desespero, necessidade, voracidade e o mais importante o Medo. Tão controlador e tão energizante à mim e cada um com seu medo e sua incapacidade de combatê-lo me faz cada vez mais poderoso. Vocês nunca terão o que querem! Eu sou o mundo! O poder! Um Deus! O DEUS! Eu sou Ankoku!

Hiroyuki

— É um sonho – Ele falou ainda com os olhos fechados – Eu não estou aqui de verdade...Não estou aqui de verdade.

Não importava o quanto aquelas frases se repetissem em sua cabeça, o feiticeiro sabia que ao abrir os olhos, o terror começaria. Passara por isso algumas vezes e depois de tanto ver seus medos cara a cara, não queria voltar a confrontá-los. Hiroyuki respirou fundo e sentiu um cheiro forte de fumaça, provavelmente causada pela queima de papel, e sabia que tinha começado. Seus olhos se abriram e a imensa escuridão estava bem diante dele, não havia chão, teto, paredes ou fim, apenas a negridão infinita que tomava conta daquele espaço. Olhou para todos os lados, procurando a origem do cheiro de queimada, e avistou uma pequena forma iluminada bem longe de si.

Seguiu na direção daquela luz, sabendo que não seria bom. Quanto mais se aproximava, maior o fogo parecia ficar, e realmente ficava. O fogo começou a se espalhar pela escuridão e rodear o feiticeiro fazendo-o ficar completamente sem saída.  Ele correu para a direção contrária, esquecendo-se completamente do que havia dito a pouco. Quando enfrenta-se os maiores medos, a coragem que normalmente é dada de sobra se é deixada de lado para conseguirmos fugir e assim ele começou a fazer.

Surgiu em sua frente uma cidade, reconhecida imediatamente, a cidade infinita com seus milhares de caminho, o lugar onde vivia e sempre vivera agora o atrapalhava. Os edifícios grandes e os panos que cobriam os restaurantes, não só lhe impediam de ser mais rápido como também pegavam fogo e faziam com que o lugar ficasse cada vez mais quente e apavorante, cada vez adentro mais na cidade o fogo se aproximava e quando chegava à menos de dois passos dele o fogo parou, e Hiro ouviu um grito. Imediatamente seu rosto procurou a direção da qual a voz vinha, em meio à todas as chamas uma pequena figura se contorcia.

— Socorro! – A figura gritou de repente – Me ajude!

Era um pedido impossível. O fogo não deixava que Hiroyuki passasse. Ele começava a tentar apagar o fogo com a magia, mas não era capaz de mexer-se, as mãos estavam paralisadas caídas ao lado de seu corpo, pareciam ter perdido toda capacidade de se mover, mesmo observando e desejando com toda a sua mente que o fogo se apagasse e salvasse aquele ser, nada lhe acontecia, até que tudo de repente se apagou e a escuridão voltou a reinar.

— Por que não me salvou? – Ele ouviu alguém dizer, sabendo que era a mesma voz da mesma menina que estava em meio as chamas.

Ele tentou responder, mas nenhum som saiu da sua garganta, e esta tentativa fez com que um corte surgisse em sua mão, como um castigo à tentar se explicar.

— Não me salvou – Aquilo novamente falou, com um tom de voz frio e macabro – Ela também não será salva.

— Hiro – Um arrepio imediatamente percorreu a sua espinha, e devagar ele virou a cabeça para a pessoa que o tinha chamado – Hiro, por que?

Harumi estava parada bem próxima a ele, em cima de uma cadeira e com uma corda no pescoço, pronta para se enforcar. Ele tentou com todas as forças gritar, se mexer, fazer qualquer coisa que impedisse, mas não conseguia. Estava incapacitado de fazer qualquer coisa que impedisse seu maior medo de acontecer, então sem tempo de salvá-la, ela chutou a cadeira embaixo dela e finalmente sua voz saiu, em um grito.

— NÃO! – Sua garganta permitiu que tudo fosse ainda mais alto do que ele imaginava que sairia.

Ela não se mexeu, se contorceu, nada que informasse o enforcamento, mas ela estava presa a corda, imóvel e morta. Quando foi capaz de se mexer, correu para ela e soltou-lhe da forca. O corpo dela caiu em seus braços como uma pena, encaixando-se perfeitamente nestes e se mantendo encolhido, como se estivesse amedrontada, mas Eça não respirava.

— Harumi – Em sua voz era eminente o choro que percorria seu rosto, delicadamente ele acariciava o rosto de sua noiva e encostava sua testa na dela, pensando a todos os segundos se poderia lhe devolver a vida – Por favor acorde...

“Entregou-se ao medo feiticeiro! E sofrerá as consequências disso! Sua alma agora é minha!!!”

Harumi desapareceu, e ele se lembrou do que falara. Era apenas um pesadelo, ele deveria ter lutado, mas não lutou.

 


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