Sentia as mãos pesadas em seu ombro, o forçando encosta-se contra a parede, era incrível como de repente tinha saído da inércia.

Os olhos rapidamente sondavam sua volta apenas para ter certeza que estavam sozinhos, nunca tinha sido tão impulsivo. O azulejo era claro assim como o piso e a pia, estava absurdamente bem cheiroso, tudo limpo demais. Reparou no próprio reflexo do espelho que adornava a pia a sua frente.

Tudo limpo demais para velar a imoralidade que fariam.

— Tsuki, você é tão quente... — a voz de Kuroo em seu ouvido fazia com que se arrepiasse. Ele não era quente, estava.

Através do espelho percebia o rosto afogueado, sem falar em seus olhos que possuíam um brilho que Kei só soube que existia quando acabou nessa mesma situação alguns dias atrás.

Ele era bom em ignorar as pessoas ou circunstância, na verdade, era ótimo. Entretanto Kuroo era a personificação do empenho, ou seria teimosia? Além de carregar aquela aura de dominação, no fim, Tsukishima se viu preso naquele balaio de gato.

Definitivamente gato.

Kuroo o encostou na pia do banheiro, as mãos de Tsukishima subiram de sua cintura até os ombros como se avisasse que o maior tinha total liberdade. Os olhos do moreno o devoravam e o sorriso vulgar fez com que o jogador da Karasuno se irritasse ao ponto de girar os corpos, invertendo as posições.

— Ei... — Kuroo murmurou uma falsa surpresa, a verdade era que adorava quando Kei tomava as rédeas, era um contraste interessante já que o mesmo sempre relutava em constrangimento.

Os cabelos negros estavam caídos e sem a forma chamativa que carregava habitualmente, os dois sabiam que não seriam interrompidos, era tarde demais. Os poucos jogadores que ainda estavam acordados, provavelmente faziam o mesmo que eles. Sem contar que esse banheiro era distante, ninguém se encorajaria até ali.

Ainda bem!

O loiro passou a mão devagar por sua nuca, unindo novamente os lábios, foi Tetsurou quem liberou esse seu lado, então nada mais justo em ser ele a sustentá-lo agora. Beijou então seu queixo, deixando a língua deslizar até o pescoço, ouvindo um gemido de aprovação.

Era estranho pensar que o som da sua voz naquela situação o excitava ainda mais, desceu os beijos por seu abdômen enquanto ajoelhava a sua frente. Ao olhar para cima, se deparou com Kuroo ansioso. Ambos queriam tanto a mesma coisa... E assim, Tsukishima começou a chupá-lo.

Sua língua passava por toda a extremidade de forma ordenada, era bom em aprender, visto que nunca antes dessa viagem, tinha feito algo assim. Sentiu o corpo dele curvando de leve e então, a mão tão eficiente segurar sua cabeça. Apesar de ser novo nisso e seguir apenas o instinto por não saber o que fazer, Kei gostava do incentivo dos dedos de Kuroo enquanto empurrava o próprio quadril, fazendo-o ir mais fundo.

Foram essas mesmas mãos que o afastaram e então puxaram para mais um beijo, o jogador da Nekoma já tinha dito — várias — vezes o quanto gostava de beijá-lo e como sua boca era viciante.

Claro que Tsukishima tentava não acreditar, já que ligava tal elogio com o desejo do outro por sexo. Mas quando estava dessa forma, sentindo a língua dele invadir toda sua boca e seus lábios mergulhando cada vez mais, acabava refém daqueles galanteios. Até porque, mesmo que não falasse, pensava exatamente o mesmo que o mais velho.

Sentiu sua mão deslizar entre as coxas e então fechar em seu membro, mordeu com força o próprio lábio, tentando dissimular o murmúrio.

— Shii Tsuki...

O olhar de Kuroo estava erguido para o mais alto, era felino e parecia pronto para devorar sua presa.

Tsukishima sabia quem era a presa. E conforme Tetsurou repetia o que ele tinha feito, descendo por seu abdômen até tê-lo em seus lábios, Kei fechava os olhos e torcia para que seus gemidos não estivessem descontrolados. Já que ao contrário de si mesmo, o mais velho parecia bem certo do que estava fazendo, e o explorava ainda mais.

Da forma que os lábios não se reprimiam apenas em seu pênis, deslizavam pela virilha, mais a fundo, para baixo, alcançando até mesmo seu traseiro ao ponto de sentir seu dedo brincando no local.

Aquilo o deixava gélido, rígido. Kuroo sabia, e não o forçava. Mas Tsukishima estava incerto sobre até quando conseguiria ignorar as sensações que aqueles dedos prometiam causar caso ele concedesse. Ainda em sua ameaça imoral, Tetsurou ergueu o corpo apenas para encará-lo antes de voltar a masturbá-lo.

Kei se retesou em surpresa por ter as duas mãos hábeis eu seu corpo, uma cingindo seu pênis de forma profissional, e a outra afagando de leve seu quadril e em determinados momentos, a caricia era mais apurada.

Forçou a sanidade ao sentir a excitação dele contra a sua quando a mão se fechou sobre ambas, passando a movimentar-se em unidade.

— Hnng... Kuroo!

Em resposta, Kuroo apenas pulsou o quadril da forma que sua coxa se encostasse a dele. Afundando a mão que alisava sua bunda para um carinho mais intenso, ao mesmo tempo em que a outra pulsava as duas excitações. Sem membro estava tão colado ao dele como era possível, o calor, a sensação tudo inebriava, deixando o clima ainda mais lascivo.

Claro que Tetsurou queria mais, muito, tudo. Mas não podia forçar Tsukishima, tinha total certeza que no momento certo, naquele acampamento ou depois, o teria. E essa vontade partiria de Kei.

Sentiu uma mordida em seu pescoço e então os lábios molhados dele estavam sobre o seu, era a intenção mutua, se calarem com o orgasmo que chegava ardente. Tsukishima desejava que aquilo durasse muito mais, entretanto os poucos segundos em fascínio, vibrando com aquele calor era satisfatório.

Os dois compreendiam que apesar da ousadia, era arriscado o que estavam fazendo, na verdade, não sabiam ao certo como começou, no fim de um treino, no vestiário, após o jantar. A realidade era que esse encontro de madrugada estava frequente naqueles dias. E não parecia terminar.

Nem mesmo quando aquela viagem chegasse ao fim. Afinal, Tsukishima era instigante e cauteloso, por outro lado Kuroo era sexy e impetuoso. Mas apesar de diferentes, ambos tinham mais em comum do que apenas desejo sexual...

Agora era questão de necessidade estar cada vez mais perto.