Colorful escrita por Isabelle


Capítulo 30
Capitulo 29 - Noah


Notas iniciais do capítulo

Adeus, adeus
Adeus, meu amor
Eu não posso esconder, não posso esconder
Não posso esconder, o que veio
Tenho que ir, tenho que ir
Tenho que ir e deixá-lo sozinho
Mas sempre saiba, sempre saiba
Sempre saiba que eu te amo tanto
Eu te amo tanto...
— Avril Lavigne



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As mãos dela tremiam ao segurar as minhas, e ela estava focada em olhar para frente. Todos os nervos do seu corpo estavam impulsionados naquela visão, ela estava com medo, não sabia o que a esperava, e mesmo que doesse em mim, eu sabia que teria que deixar ela ir. Sabia que estava chegando a hora de me despedir. Antes, naquele mesmo dia, ao ver ela se despedindo de Cely e Will, meu coração já havia se quebrado em diversos pedaços. Eu não sabia como reagir.

Ela tinha arrumado toda a bagagem, e eu tinha a ajudado, mas sendo sincero, a maior parte fora Cely, a coisa que eu mais fazia era pegar algum objeto dela e esconder pela casa, e a fazer ficar brava. Contudo, ela entendia. Entendia o quanto eu queria que ela ficasse. O quanto queria que ela permanecesse ali comigo, e construísse aquele futuro que eu tinha planejado um tanto precocemente.

Então, naquele dia de manhã, quando ela tinha pego todas suas coisas, de ambas as casas, ela saira. Atravessara a porta do meu apartamento, e encontrara Will, Celeste, e Amanda. Parados, a encarando. Ela tinha uma mala verde na mão, e seus olhos se encheram de lágrimas, lágrimas que não demoraram muito para escorrer.

― Você tem que ir mesmo? ― Will perguntou, e ela sorriu, o abraçando.

Meus olhos se encheram de lágrimas também, mas eu não permiti que elas deslizassem. Eu choraria muito quando a visse subindo no avião. Não podia desperdiçar toda aquela água agora. Ficaria desidratado.

― Eu tenho. ― Ela olhou para Will, e ele limpou uma de suas lágrimas.

Ela pegou Mandy no colo, e beijou a menina no rosto, delicadamente, transmitindo confiança.

― A tia Sally vai viajar, mas em breve ela volta, tá bom? ― Ela disse, e eu quis acreditar no que ela me dissera, mas as palavras ainda ecoavam na minha cabeça. As palavras que ela ousou dizer para mim em cima daquele prédio.

Ela deixou Mandy no colo de Will, e se virou para Cely. Naquele momento fora impossível segurar as lágrimas, mas eu fui o mais forte possível.

Cely não estava chorando de um jeito bonitinho, ela estava soluçando. Seus olhos ao encontrarem os olhos de Sally, a provocaram a mesma reação. Não consegui ficar fitando as duas. Sentiria que meu coração iria se quebrar em mil pedaços, eu sabia que ele iria. Sabia. As duas se abraçaram, e trocaram algumas palavras que eu tive questão de anular, mas o que eu consegui captar fora algo que também me emocionara.

― Jura que vai me ligar todos os dias? E me falar tudo que está acontecendo na Europa? ― Cely disse, ainda abraçada com ela.

― Juro, juro do fundo do meu coração.

― Eu te amo, Sally, e vou sentir muita falta de você. Obrigada por ser minha melhor amiga. ― Cely disse, parecendo uma criança perdendo o seu bem mais precioso.

Sally se distanciou de Cely, e olhou bem nos olhos dela. Eu não havia tido mais notícias das outras amigas de Sally, mas não acreditava que eram tão próximas, como Sally e Cely haviam se tornado. Não sabia se ela já havia tido uma melhor amiga, mas sabia que aquilo tinha feito algo dentro de Sally desabar, porque agora ela estava chorando mais do que antes.

― Não precisa dizer nada, eu sei que se sente da mesma forma. ― Cely poupou-a e a abraçou de novo.

Sally se separou de Cely, e suspirou bem fundo, antes de pegar minha mão, sua mala, e se virar para ir embora. Ela foi até o carro chorando, mas assim que entrou nele parou. Ela sabia que precisava parar com aquilo, e eu sabia que precisava ajuda-la a ser forte.

― Então, para o aeroporto? ― Eu disse, colocando o cinto.

― Você se importaria de me levar até Belo Horizonte?

― Belo Horizonte? ― Eu perguntei, não acreditando. ― São seis horas de viagem.

― Meu vôo é a noite, e eu quero passar mais tempo com você. ― Ela disse, e aquilo me matou.

Passei a mão no cabelo e suspirei bem fundo. Eu não estava acreditando que estava realmente a deixando ir embora. Eu precisava ser tão forte para aquilo. Estava sendo insuportavelmente forte para não gritar com ela ali mesmo.

― Claro que posso. ― Eu disse, e sorri.

― E eu quero passar em uma cidade antes. ― Ela disse, e eu olhei para ela.

Seus olhos estavam brilhantes com esperanças, por isso, simplesmente me calei, e segui em frente. Sabendo que em poucas horas, nós dois não estaríamos mais juntos.

✿ ✿ ✿

Ela passou as mãos pelos braços antes de descer do carro, e adentrar aquele prédio. Não era bem o prédio qualquer, estava mais para um edifício chique. Havia um saguão gigante, com uma área de lazer, para os hospedes aproveitarem enquanto faziam check-in. Vários bancos com estofamentos de primeira e um piano no canto esquerdo da sala. Meus olhos circulavam aquela sala, e não sabiam aonde repousar, se seria no enorme candelabro que reluzia aquela hora da tarde, ou o balcão de madeira toda bem desenhada.

― Sally? ― Ela não me respondeu, mas apenas seguiu para o balcão, com várias moças sorridentes, com a mesma roupa. ― O que estamos fazendo, aqui?

Uma das moças, a que Sally foi especificamente, tinha cabelos castanhos claros, quase dourados, com olhos cor de mel para combinar, seus lábios estavam delineados pela fina camada do batom rosa, e ela tinha menos blush do que todas as outras.

― Posso ajudar? ― Ela disse, e sorriu, olhando de relance

― Quero entrar no quarto do Nathaniel Medeiros. ― Ela entregou um cartão para a moça, e a mulher assentiu sorridente.

Sally estava com uma feição de quem não estava acreditando, mas ao seguir a mulher algo dentro dela a deixava mais nervosa. Algo que a fizera segurar minha mão muito forte, com descrença, e com muito medo. Ambos entramos no elevador, seguindo a mulher, e eu conseguia ouvir aquela respiração pesada.

― Deixei uma coisa aqui há anos, preciso buscar. ― Ela dissera, e eu não entendi se fora para mim, ou para a mulher.

O elevador parou em um andar muito alto, algo que fez meu estômago esfriar, com medo daquela altura toda, e a porta se abriu, revelando várias portas brancas com diversos números. A moça nos levou até a última porta, e abriu a porta do apartamento, sorrindo para Sally e para mim, e depois indo embora.

Eu entrei no apartamento vendo a magnitude daquele quarto. Havia um sofá, com uma mesinha enfrente, com uma espécie de videogame que fazia sucesso, anos atrás, a TV era bem grande, mas não um modelo novo, ela era maior, bem maior. Não conseguia ver a cozinha, ela era separada por uma parede, e não por somente um balcão, como a minha era. Haviam outras portas que eu acreditava ser quarto, mas ainda estava absorvendo tudo aquilo antes.

Sally ainda estava parada na porta, como se ao colocar os pés ali, o chão simplesmente fosse desabar, e ela cair em um poço escuro. Eu sorri a observando, ela parecia aquela menina de meses atrás, contudo, eu sabia que ela não era mais aquela pessoa insegura.

― Vem. ― Eu peguei sua mão, e a trouxe para dentro.

Ela fitou cada canto do apartamento, umas quinhentas vezes, seus olhos pareciam estar vidrados em um lugar que já havia sido tão familiar para ela, mas, ao mesmo tempo, doloroso. Ela soltou um sorriso fraco, ao fim de tudo, e olhou meus olhos. Ela pegou e se aproximou de mim, deixando sua cabeça descansar em meu peito.

― Sinto falta dele. ― Ela murmurou.

― Eu sei. ― Eu disse, contra sua cabeça.

― Pode me deixar sozinha por um instante? ― Ela perguntou, e eu assenti. Sabia que ela merecia aquilo.

Sai do apartamento, mas resolvi ficar pelas redondezas para caso acontecesse alguma coisa. Fiquei encostado ao lado de uma planta verde com alguns frutos que eu acreditava ser de mentira, mas preferi não ficar mexendo. Com certeza aquele vaso de planta custava mais do que um salário meu.

― Ei, Nate... ― Eu escutei a voz de Sally. Sabia que era melhor deixá-la sozinha, mas queria escutar aquilo. ― Eu estou indo embora, tipo por um tempo, mas, não pense que eu vou esquecer você, ou meus pais, nem a Ellen. Estou fazendo isso por mim, eu preciso desse tempo pra mim, entende? ― Eu conseguia ouvir o choro em sua voz. ― Eu amo muito vocês. Sempre vou. Noah acha que eu estou fazendo isso porque eu não amo ele, mas eu amo, muito ainda. Sei que já, tecnicamente, conversei com você sobre isso, mas amo demais ele, e eu sei que com o tempo ele vai entender que eu precisava disso. Eu vou sentir muita falta de tudo, mais do que eu pensava, e sei que eu vou fazer muita falta... ― Ela tossiu, demonstrando que estava tentando parar de chorar.

Eu me aproximei mais para poder ouvir melhor.

― Só vim aqui para me despedir de nós. Estou recomeçando com tudo Nate, espero que compreenda, e nunca se esqueça que eu amo você do fundo do meu coração. ― Ela disse, e depois tudo ficou em silencio. A não ser pelo seu sapato que ainda estalava sobre o chão. ― Então, é isso, vou começar uma vida nova, me deseje sorte de onde quer que você esteja. ― Ela terminou e veio saindo, por isso preferi me afastar.

Ela saiu do apartamento sem nenhum choro, somente com um casaco na mão que tinha um N nas costas.

― Bem, isso foi rápido. ― Eu disse, porque realmente fora. Eu estava esperando muito mais.

― Precisamos chegar logo no aeroporto.

― Concordo. ― Eu disse sentindo aquele aperto no coração, estava tentando persuadir meu psicológico que daqui algumas horas, era o fim.

Fiquei dirigindo por algumas horas, e o céu já estava em seu degrade, pronto a escurecer. Estávamos a alguns quilômetros de chegarmos em Belo Horizonte, e eu sentia cada vez mais meu coração se agoniando. Havíamos feito algumas paradas na viagem. A primeira fora para visitar o quarto de Nate, a segunda para almoçarmos, e as restantes fora a minúscula bexiga de Sally fazendo algum efeito, me fazendo parar em todos os postos que haviam na estrada, porque a cada cinco minutos ela queria fazer xixi. A nossa última parada fora do além, tínhamos parado a cerca de meia hora em algum posto, e Sally ao ver o outro, me fez parar. Sem motivo, só me fez parar.

― Sally, eu parei faz menos de uma hora. ― Eu disse, tentando persuadi-la.

― Eu tenho coisas de garota para fazer, então, no próximo posto, você vai parar.

― Sally, já são quase sete horas, eu sei que faltam quinze quilômetros para chegar em Belo Horizonte, mas você tem que fazer várias coisas antes de pegar o voo das nove e cinquenta e cinco. ― Eu disse.

― Noah, se não parar esse carro, eu vou começar a gritar para as pessoas da estrada, e elas vão achar que você está me sequestrando.

― Você é insuportável sabia? ― Eu disse, tirando os olhos um segundo da estrada para olhar para ela. ― E você não faria isso.

Ela me lançou um olhar de “me teste, para você ver”, e eu preferi não testar aquela mulher ao meu lado, então no outro posto eu parei mais uma vez. Ela entrou no posto, e voltou para o carro segurando um pacotinho marrom, tipo aqueles que vem pão dentro, só que menor. Ela sentou-se e ficou olhando para frente em silencio.

― Podemos ir. ― Ela disse.

― E o que temos dentro desse coiso? ― Eu disse, voltando o carro para a pista.

― Coisas. ― Ela disse, e me lançou um sorriso.

― E eu, por algum acaso, assim, posso saber o que são essas coisas? ― Perguntei, tentando ter fé que ela me responderia.

― Não ainda. ― Ela continuava sorrindo. ― Você pode entrar com o carro nessa estradinha de terra?

― Você vai me matar, não vai? ― Eu disse, zoando, e esperando que fosse zoeira. ― Eu sempre soube, sabia que era um teste da sua faculdade de macumba, eu vou ter que ser sacrificado?

― Idiota. ― Ela disse, e riu. ― Meu Deus, você ainda lembra disso…

― Foi um dos nossos primeiros encontros.

― Não era um encontro. ― Ela afirmou, convicta, e eu ri. ― Parece que é verdade, quando você está perto do fim, você começa a se lembrar do começo. ― Eu disse, entrando na estradinha de terra que ela tinha me dito.

Eu andei com o carro em silencio até que ela disse para parar perto de uma árvore. Estava bem escuro ali, e eu não tinha ideia do que ela queria fazer. Talvez ela me matasse de vez. Não tinha bem como saber.

― Não tem nada perto do fim. ― Ela disse, e ela me olhou. ― Noah, posso ir para outro planeta que ainda vou te amar da mesma forma. Veja só o Nate, ele está morto, e eu o amo com a mesma intensidade.

― Claro, trazer o ex morto sempre melhora a situação. ― Tentei fazer graça.

― Noah… ― Ela colocou a mão na minha nuca e começou a acariciar. ― Olha pra mim, eu te amo. Eu sempre vou te amar. Mas eu preciso fazer isso. Não por sua causa, ou por causa do Nate, ou da minha família. Por minha causa. Pensei que estava fazendo isso porque ficar com você me lembrava muito o Nate, mas isso nunca foi uma coisa ruim, nunca. E você nem me lembra ao Nate, é mil vezes mais teimoso que ele. ― Eu sorri nesta parte. ― Preciso descobrir quem sou eu, e o que eu vou fazer com a minha vida, agora que eu posso respirar com meus próprios pulmões.

― Você vai voltar, algum dia? ― Eu perguntei, ainda inseguro.

― Pode ter certeza, e se por algum acaso, algum dia eu voltar, foi por você, e por mais nada. ― Ela disse, e me beijou.

Eu descobri o porque ela parou no posto a última vez minutos depois. Fizemos bem ali no carro, mesmo sabendo que horas depois ela voaria para longe. Pela última vez juntos, fizemos amor pela última vez antes dela partir. E foi melhor do que todas as vezes. Talvez porque era em um carro. Talvez porque eu já sentia como se estivesse matando a saudade dela. Talvez porque parecia proibido. Ou talvez porque finalmente tínhamos certeza sobre nosso amor.

Levei ela para o aeroporto, e ao entrarmos nele, eu senti aquela linha de calma dentro de mim, se arrebentar. Mesmo que eu soubesse de todo aquele amor, não conseguia pensar na ideia de não vê-la todo dia. De não poder beijá-la, de não poder levá-la para passear. Nunca tínhamos tido um relacionamento de verdade. Mas sinceramente, aquilo fora muito mais real, do que muitos casais no mundo.

― Eu vou ver o negocio da passagem, passaporte, e você vai levando minhas malas pro check-in, tudo bem? ― Ela disse, e me deu um selinho, antes de se virar e ir até o balcão de embarque.

Levei as coisas dela para serem examinadas, e a observei vindo até mim depois de alguns minutos. Terminamos aquelas tarefas em mais ou menos quarenta minutos, e só eram quase nove horas, então, resolvemos ir até a lanchonete, mesmo sabendo o quão Sally odiava comida de lugares assim. Ficamos conversando um tempo, sobre nós dois, sobre quando ela voltasse, sobre Cely e Will. Ficamos conversando basicamente sobre nada, e tudo ao menos tempo. Mas o tempo parecia voar, e em pouco tempo de conversa, já tínhamos chegado a meia hora antes dela embarcar, indo para o raio-X, passarmos suas coisas na bagagem de mão.

― Melhor procurarmos portão de embarque. ― Ela disse, e eu afirmei em silencio.

― Já sabe o horário da sua conexão? ― Eu perguntei, tentando quebrar o gelo, quando chegamos a fila que estava um tanto grande.

― Sim, a recepcionista me falou. ― Ela disse, olhando para o chão, e tremendo ao segurar sua passagem.

― Está nervosa? ― Eu perguntei.

― Um pouco. ― Ela sorriu, e não olhou para mim. ― Você?

― Estou. ― Afirmei, e ela assentiu com a cabeça.

― Ultima chamada para o voo 777 com destino ao Rio de Janeiro. ― Eles afirmaram.

― Vai dar conta de trocar de avião bonitinho? ― Eu disse, vendo que era a hora.

― Vou sim, e vou me cuidar certinho. ― Ela disse, e sorriu. ― Eu te amo. ― Ela disse, enfim. Os olhos brilhando as lágrimas, o coração palpitando, deixando, pela última vez, todo aquele amor que ela tinha por mim, se refletir. ― Pra sempre.

― Eu também te amo.

Ficamos em silencio por uns dois segundos, antes que aquela bomba que estava dentro de mim o dia todo explodisse.

― Não vai. ― Eu disse, e peguei na mão dela. ― Por favor, não vá, eu estou tão apaixonado por você.

― Noah… ― Ela se afastou um pouco da fila de pessoas, que estavam nos encarando, e segurou as minhas mãos. ― Na primeira vez que eu te vi, você me salvou de fazer a maior burrada da minha vida, e bem naquele dia, eu sabia que você ia ser o maior problema de todos, e mesmo assim eu entrei naquele carro. Você cuidou de mim, como se eu fosse sua família, e você nem ao menos me conhecia. Levou uma estranha com você para resolver um crime… Tivemos tanta história juntos. ― Ela respirou. ― Não importa que eu esteja do outro lado do mundo, eu amo você, sempre amei, sempre vou amar.

― Não Sally, não...

― Olha, quem sabe quando eu voltar podemos tomar um café juntos.. ― Ela tentou sorrir, mais tinha um buraco no meu coração que ela não poderia consertar, a não ser que ela ficasse.

― Não é isso, eu sei disso, eu só… ― Eu fitei os olhos dela. Aqueles lindos olhos verdes pelos quis tinha me apaixonado. ― Não me deixa não… Eu sempre fui o cara mais inseguro do mundo, e eu nunca admiti isso. Eu sempre transei com muitas mulheres porque eu nunca pensei que iria me apaixonar algum dia. Ou pensei. Mas todo mundo se machucava ao fazer isso, me prova que eu estou errado. Que não vou me machucar ao estar fazendo isso. Ao estar amando você. Eu não posso te perder, Sally. Eu nunca me apaixonei assim por nenhuma garota, talvez seja a maior besteira da minha vida estar falando isso, é só que, eu te amo demais. Saber que eu não vou poder estar com você, que eu não vou poder te beijar, que não vamos poder ficar juntos me mata, você não pode me deixar aqui. Não pode. Somos destinados a ficar juntos, você é o amor da minha vida, eu não sei o que eu vou fazer sem você.

Os olhos dela pareciam assustados, e ela os abaixou não podendo me fitar.

― Moça, o voo já vai decolar, a senhora vai ou não? ― A moça do portão perguntou.

― Não aceito isso. ― Eu disse. ― Você não imagina a falta que eu vou sentir de você, por favor, não me deixa.. Por favor.. ― Foram minhas palavras finais.

― Noah… ― Ela soltou a minha mão. ― Eu tenho que fazer isso, tudo bem? ― Ela respirou fundo.

― Sally…

― Você vai ficar bem.. Muito bem..― Ela entregou a passagem para a mulher que estava na porta, e saiu andando, entrando, me deixando ali parado, intacto, com todos aqueles sentimentos que ela não quis carregar.

Não conseguia me mexer, eu não tinha acreditado que ela tinha entrado. Não conseguia acreditar naquilo eu sentia como se estivesse morrendo. Não sei como explicar, mais doeu mais do que quando eu fora baleado. E mesmo assim ela se foi. Se foi como uma brisa do verão. Que vem e te aquece, te faz sentir esperança de novo. Ela se foi como uma tempestade, que vem, e bagunça muitas coisas, desconfigura muitas coisas, e logo após toda a destruição, você precisa recomeçar. Ela foi a minha tempestade, minha brisa de verão, e também o amor da minha vida. Ela não foi passageira, mentiria dizer que ela foi. Sally sempre permanecera em minha mente. Mas o estrago que ela fez em mim, sempre será maior.


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Notas finais do capítulo

Não me odeiem, o epilogo virá...



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