Olhos de Cobra escrita por Laura Salmon


Capítulo 39
Capítulo 38 - Cobra +18


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo foge da faixa etária proposta pela fanfic que é de +16. Mas como esse tipo de narração não é recorrente no corpo textual já desenvolvido achei justo deixar a classificação como está e avisar no próprio capítulo que ele contém cenas inadequadas (ou não) para menores. Se você tiver dificuldade com esse tipo de leitura pule para a nota final do capítulo onde estarei resumindo de forma concisa tudo que foi dito aqui sem a apresentação das cenas +18. Um abraço!



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Estava sentado no balcão, olhando para uma camiseta da Khan e pensando sobre meu último campeonato. Não havia perdido somente uma luta, mas manchado o meu nome. E apesar de estar bem com o fato do mestre Gael ter me acolhido de volta, eu sabia que aquilo ali não ia durar por muito tempo. Não com ele me limitando e com Duca sempre por perto sentindo-se superior.

Havia acabado de desligar o telefone. Falara com minha tia e ela parecia bem. Sem mais ameaças. O pesadelo havia acabado. Mas era como se os meus objetivos também. Antes eu tinha um propósito. Naquele momento eu só conseguia me enxergar estagnado ali. Não parecia uma perspectiva tão boa quando ouvi as batidas no vidro e reconheci o cabelo dourado de Karina brilhando com as luzes da noite.

Foi como se ela pudesse, com um único olhar, me dizer que parar de correr não era tão ruim. Que eu poderia me encontrar se respirasse mais devagar. Saltei do balcão e fui abrir a porta do QG para ela.

― Não estava te esperando. ― O cheiro do sabonete dela invadiu meus sentidos. A pontinha de seus cabelos ainda pareciam molhadas. Cheirinho cítrico. ― Já está bem tarde.

―Quer que eu vá embora? ― Ela parecia apreensiva. ― Olha só, Cobra. Eu só vim pedir desculpas pelo que fiz com a Jade mais cedo.

― Ah. ― Deixei um sorriso escapar enquanto fechava a porta. ― É isso? Ela surtou. Digamos que tenham merecido.

― Por que exatamente ela surtou?

― Porque eu disse a ela que estava apaixonado por você.

Percebi quando ela tentou disfarçar o turbilhão de sentimentos dentro de si. Para não deixá-la ainda mais desconcertada, peguei meu antigo equipamento de treino e fui em direção ao quarto. Ia enterrá-los no fundo de uma caixa. Khan era passado.

Assim que voltei para a parte da frente do QG, Karina estava tentando se distrair com qualquer coisa. Ela parecia pensar. Uma chuva repentina começou a cair, espantando todos da praça e da rua. O cheiro fresco da água batendo na calçada misturava-se ao cheiro de limão e folhas frescas que vinha de Karina.

― Você vai me ensinar como fez aquilo? ― Voltei ao nosso assunto comum e menos constrangedor: golpes de luta. ― Pareceu perigoso. Você calculou o peso e a força da Jade? Aposto que não conseguiria fazer aquilo comigo.

― Aposto como consigo. ― Karina se virou para mim com um sorriso desafiador. ― Tenho treinado com coisas muito mais pesadas que você.

― Mas são coisas inanimadas.

― Então vamos fazer o teste.

Dei uma olhada pelo QG. Havia um bom espaço atrás de um armário. Às vezes, quando o movimento estava fraco, Tawik e eu ficávamos treinando ali. Quase sempre ele perdia feio. Estiquei o braço, indicando o caminho para ela.

― A luz queimou. ― Lamentei. Apaguei as luzes da frente e ascendi a do meu quarto. ― Não fica tão ruim assim.

― Assim está bom. Não vai precisar de tanta luz quando cair de cara no chão.

Um sorriso torto escapou dos meus lábios. Karina retirou os chinelos e dobrou os joelhos em um pequeno aquecimento, um de cada vez, os pés batendo com força no chão enquanto se alongava. Puxou os próprios braços e punhos e se virou de costas.

― Vai Cobra. Tente me segurar.

Apertei os lábios. Era só uma luta. Balancei a cabeça tentando me concentrar. Era o primeiro embate físico que eu teria depois de recuperar os ossos das minhas costelas. Tentei não imaginar o corpo lânguido de Karina em minha frente e agarrei a cintura dela com força. Ela jogou os braços para trás exatamente como havia feito com Jade, tentando agarrar uma parte do meu corpo que a desse força para me jogar para frente, por cima de sua cabeça. Ela rosnou quando um de seus braços enrolou-se ao meu pescoço e o outro firmou meu ombro. O corpo de Karina saiu do chão em um impulso fantástico. Suas pernas ganharam altura. E ela fizera tudo aquilo usando a minha força e não a dela. E quando ela arfou, ganhando velocidade e empurrando as pernas para baixo novamente, senti a gravidade me trair e fui atirado para cima.

Como eu era mais forte e mais pesado que Jade, o corpo de Karina escorregou pela lateral. Sua cabeça passou rente ao meu abdômen antes que eu caísse exatamente como ela dissera. De cara no chão. Para completar ainda tive um vislumbre de seu corpo sendo erguido com outro impulso e ela parou ofegante avaliando os estragos que havia feito.

Tudo aquilo em menos de quatro segundos.

― Au. ― Gemi, puxando o braço debaixo do meu corpo. ― Acho que a Jade teve muita sorte de não quebrar nada.

― Estou ficando boa. ― Karina estufou o peito sentindo-se orgulhosa.

Mas ela estava distraída demais. Ainda de bruços, escorreguei a perna violentamente contra a dela, dando-lhe uma rasteira. Eu sabia que ela não iria cair, apenas saltaria para ganhar novo equilíbrio em tão me virei, prendi Karina entre as minhas pernas e a derrubei no chão com um baque surdo. Avancei para os seus braços e os prendi acima de sua cabeça, um de cada lado. Ofegante ela soltou um palavrão.

― Nunca cante vitória antes de ter certeza de ter nocauteado o seu oponente.

― Merda. ― Ela rosnou tentando se soltar em vão. Deixei uma risada vitoriosa escapar. ― Ainda não avancei no treinamento na parte de ser surpreendida por um cara mau.

― Devia avançar.

Ela estava tão perto que eu queria avançar para ela. Seus lábios pareciam tão beijáveis naquele momento. Entreabertos me dizendo que eu não podia perder aquele beijo. As pontas de seus dedos lutando debaixo das minhas. Seus olhos encarando os meus com receio e desejo.

Não considerei se estaria pressionando Karina. Apenas a beijei. De uma forma clichê. Cheios de adrenalinas depois de um combate. Ela respondeu da melhor forma. A boca dela se moveu contra a minha por alguns segundos até roçar os dentes pelo canto dos meus lábios e por parte do meu queixo.

― Chega de lutar, Cobra. ― Ela sussurrou. Minhas mãos afrouxaram seus braços. Esperei que fosse mais algum jogo, que ela fosse me chutar e conseguir me prender em algum movimento. Mas Karina escorregou seus braços até o meu pescoço, prendendo os próprios dedos entre meus cabelos. ― Nossa briga agora é outra.

Não desviei os olhos dos dela enquanto ela me dizia sutilmente que queria ser minha. Apenas segundos depois, meu olhos vagaram por seu corpo. Uma parte de mim estava impaciente para lhe tocar. Eu sentia tremores irrefreáveis tomarem conta dos meus músculos. Karina tremia levemente sob meu corpo. Mas outra parte de mim, uma parte mais consciente, me dizia que eu tinha que ir devagar. Deixá-la feliz a cada passo, cada segundo.

Escorreguei uma de minhas mãos por suas costas, abaixando meu corpo lentamente contra o dela. Senti a maciez agradável de seus seios contra o meu peito assim que a beijei novamente. A perna dela estava entre as minhas. Karina dobrou o joelho devagar, subindo o bastante para causar uma pressão que me fez desejá-la ainda mais. Ela sentiu que algo realmente perigoso estava acontecendo e deixou escapar um gemido rouco quando beijei seu pescoço.

Minha mão desceu de suas costas e encontrou um brecha em sua camiseta, arrastando-a para cima a medida que eu subia os dedos por cada poro eriçado do tronco de Karina. Minha palma em sua pele causou sensação semelhante a uma explosão. Queria aproveitar cada segundo daquele toque enquanto beijava sua clavícula, sentindo ela se enrijecer e relaxar seguidas vezes, mas um instinto maior me moveu.

Encontrei a borda rendada de seu sutiã. Posteriormente os dedos tocaram o lugar em que a renda dava lugar a um material sedoso, alcançando meu objetivo. O desenho do seio de Karina. Fiz um movimento circular com o polegar enquanto ela mordia meus lábios e arranhava a minha nuca. O quadril de Karina deixou o chão por alguns segundos, friccionando o peso da minha ereção.

Estava ouvindo batidas fortes nos meus ouvidos. Era o meu coração. Ela arrastou a minha camiseta com desespero. Ergui os braços para ajudá-la naquela tarefa e me livrar do tecido. Fizemos a mesma coisa com a camiseta dela.

Karina era tão bonita que eu não conseguia pensar em mais nada que não fosse sua beleza cálida pairando sob mim. Abaixei a cabeça e beijei sua barriga, logo acima do umbigo. Ela arfou, mordendo os lábios inferiores. Mais um beijo naquele lugar e ela inspirou profundamente tentando manter o controle.

Meus pulmões queimavam a cada respiração.

Meus dedos alcançaram o cós de sua calça. Apesar de curtas, minhas unhas deixaram um rastro enquanto eu empurrava sua roupa para baixo. Das coxas até suas panturrilhas e Karina parecia que não ia aguentar. Seus nós dos dedos estavam brancos com a força que ela fazia para conter a explosão de prazer e aquilo só a deixava mais bonita ainda.

Meu corpo deslizou por sobre o dela novamente até que meus lábios conseguiram agarrar os seus. Suas mãos explodiram em arranhões pelas minhas costas. Meus dedos deslizaram novamente por baixo de Karina, alcançando o fecho do seu sutiã. Minha boca pressionava os ossos de sua clavícula. E tomou meu rosto para si fazendo pequenas sucções por toda a extensão do seu maxilar.

― Por favor. ― Ela ronronou no meu ouvido. Os dentes ferindo o lóbulo da minha orelha com gana.

Nos livramos se seu sutiã. O contato de nossas peles nuas nos encheu ainda mais de calor, se ainda era possível. A mão antes em suas costas alcançou a parte lateral de sua calcinha. O joelho dela se dobrou novamente, a perna firmando a lateral do meu corpo.

― Eu amo você, Cobra. ― A respiração quente dela em meus lábios me enchia de sensações únicas. Fui arrastando a calcinha de Karina para baixo e ela implorou para que eu não recuasse. ― Amo você.

― Amo você, Ka.

Naquele misto de prazer selvagem, descobrimento e gemidos roucos, nos livramos das peças de roupa que faltavam e nos entregamos um ao outro. Eu tinha plena consciência do valor que aquele momento tinha para ambos. De como Karina deveria ser tratada e limitei meus instintos animais até ela relaxar.

Mas a noite trouxe agradáveis surpresas que deixariam hematomas por nossos corpos na manhã seguinte. Marcas do puro prazer que estávamos compartilhando.


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Notas finais do capítulo

Provavelmente eu não possa postar nos próximos dias. Vou fazer o máximo para estar aqui no sábado! Obrigada pelos comentários anteriores e por favor não deixem de fazerem suas observações, elogios e/ou críticas a respeito desse capítulo. Foi extremamente difícil escrevê-lo!

Resumo +16: Cobra fica em dúvida sobre sua vida. Saída da Khan, volta para a academia do Gael onde ele se sente limitado e frustrado por receber ordens do Duca e falta de objetivos. Ele esquece disso completamente quando Karina aparece no QG naquela noite para pedir desculpas por ter derrubado Jade de forma tão violenta. Cobra parece não ligar, diz a Karina que Jade só agiu daquela maneira porque ele disse a ela que estava apaixonado. Por Karina, obviamente. Para não desconcertá-la Cobra desconversa e pede para ela mostrar como ela derrubou a Jade. Karina logo se anima em ganhar de Cobra mais uma vez. Ela consegue lançá-lo para frete e jogá-lo no chão, mas se distrai e leva uma rasteira. Ambos lutam rapidamente, mas se entregam a outro tipo de combate. Após beijá-la, o desejo latente de Cobra percorre pelo corpo de Karina e ela dá a deixa que ele precisa para finalmente terem sua primeira vez. Entre descobertas, ansiedade e prazer Cobra e Karina tem sua primeira noite de amor.