Sofia P.O.V

Naquela noite, voltei para o meu quarto no palacio flutuante pulando de alegria.

Acho que deixei todos com a impressão de que eu havia enlouquecido.

Mas nao me importei com isso.

Resumindo o que havia acontecido para me deixar tão feliz: Sven e Omnicka haviam se casado!

Eu e Oona haviamos sido escolhidas como damas de honra e festejamos no palacio da rainha Emmaline.

A festa havia durado ate o por do sol.

Sven e Omnicka estavam lindos!

Boa parte do povo sereiano de Merroway esteve presente na festa. Inclusive a família do Sven, que estavam empolgados mas felizes de verem Sven casado.

A mae dele nao parava de comentar a respeito dos netinhos. -aposto que serao todos iguais ao pai!-disse toda eufórica.

Tentei nao me importar muto com isso e me voltei para a festa.

Oona e eu ficamos conversando por um bom tempo, ate o anoitecer.

Depois voltei para o palacio flutuante, jantei com minha familia e fui dormir.

No dia seguinte tive que me despedir de meus amigos de Merroway.

Afinal tinhamos que voltar para Encantia.

Os empregados já haviam deixado tudo arrumado para voltarmls ao palácio.

Pude ver que Omnicka ficou muito triste em me ver ir embora.

Mas para não deixa-la triste, meu pai disse a ela que voltariamos na primavera.

Depois da despedida, o navio seguiu seu curso de volta a Encantia e assim que chegamos, fomos bem recebidos por nossos amigos.

Em poucas semanas voltei com as aulas e treinamentos na Academia de princesas.

Mas depois de uns dois meses, quando o inverno estava para acabar, passei a não consegui dormir muito bem a noite.

Comecei a ter um pesadelo assustador que consistia de algo estranho acontecendo com o Sven.

Na maioria das vezes era difícil voltar a dormir depois de ter aquele pesadelo.

Afinal aquilo tudo parecia que estava acontecendo de verdade.

Seus gemidos de dor me deixavam desesperada e então vi algo negro como piche o apertando bem na cintura.

O que poderia ser aquilo?

Eu tinha que ajuda-lo!

Ele era meu amigo!

Tento arrancar a coisa de sua cintura,mas parecia que ela era mais forte do que eu, não se soltava por mais que eu a forçasse a sair.

SVEN! SVEN! - eu gritava enquanto via a coisa abrir um par de olhos.

Bem vermelhos e penetrantes.

E o apertou com mais forca sua cintura.

Sven emite um grito que me deixou cada vez mais preocupada.

Senti meu coração apertar de desespero assim que a coisa se apertou completamente em sua cintura e ele não conseguia se soltar dela usando suas barbatanas dorsais.

E então ela abriu um sorriso cheio de dentes pontiagudos e assustadores.

SVEN! NAAAAO!

A criatura emitiu um chiado e assim que me aproximei para tentar arranca-la, pude sentir o contato de seus dentes em minha pele.

Gritei ao mesmo tempo que Sven foi apertado com mais força pela coisa.

SOCORRO! OONA!EMMALINE! CORA! NOS AJUDE!-eu gritava cada vez mais desesperada antes de ver Sven desmaiar no chão.

A areia se espalhou enquanto eu sentia alguém sacudir meus ombros.

Sofia! Acorde Sofia!-dizia uma voz enquanto continuava a me sacudir.

Abri os olhos e pude ver meus irmãos e Henry Amber ao lado de minha cama com caras de preocupação.

Você esta bem, Sofia?-pergunta Amber

Sim eu estou bem! So tive um pesadelo!-respondi enquanto me sentei e passei a mão em meu cabelo, que por sinal, estava todo bagunçado.

O que houve?-pergunta minha mãe enquanto se aproximava aonde eu, Henry e Amber estávamos.

Sofia teve pesadelos.-Explicou Henry para minha mãe.

Amber pegou a escova de cabelo de minha penteadeira e começou a desembaraçar os nós que haviam se formado em meu cabelo.

Eu vi o Sven sendo sufocado por uma coisa que parecia ser uma criatura do mal e ele nao conseguia se libertar dela, eu tentei ajudar, mas parecia que ela era mais forte do que eu. Meu Deus! Eu preciso ver o Sven!-explico a minha mãe completamente desesperada.

Fique calma, filha. Foi so um pesadelo. Ele com certeza deve estar bem. Nao fique preocupada desse jeito.

As vezes nossos sonhos sao só uma representação de nosso subconsciente.- -Explica Henry - Nossa cabeca durante o dia fica a raciocinar e entao quando dormimos, todos esses pensamentos se misturam e se tornam um emaranhado.

Vai ver que esee sonho sao coisas que voce tem medo que acontecerá com seu amigo, encare isso como se fosse uma limpeza mental!

Sim Sofia! Tente pensar positivo. Seu amigo vai ficar bem. Nenhuma criatura do mal viria e tentaria mata-lo inesperadamente como você viu em seu sonho.-disse Amber enquanto terminava de ajeitar meu cabelo.

Vai ficar tudo bem, Sofia! Amanha é um novo dia-disse minha mae que acariciou minhas maos que continuavam tensas.

Depois de algumas semanas nao conseguindo mais dormir direito por conta do pesadelo, adquiri um costume de ficar lendo durante a madrugada para nao ficar com medo.

Parecia que os livros eram os unicos que poderiam me consolar como se fossem meus amigos.

Em uma semana li quase todos os livros do palacio, mas acabei fazendo com que os empregados e o mordomo comecassem a se preocupar um pouco mais comigo depois que um deles havia me visto acordada de madrugada brincando com minhas bonecas.

O inverno passou rapido , e fiz o maximo que podia para me manter firme na academia de princesas.

Estava sempre fazendo os treinamentos e assistindo as aulas, mas a noite era inevitavel.

O pesadelo vinha e depois eu ficava acordada tentando me distrair.

Achei que nao aconteceria nada de ruim, mas vi que estava errada, por que com a chegada da primavera, meus pais acabaram sabendo de meu paradeiro quando um dos empregados relatou que me via acordada lendo ou brinacando no meio da madrugada.

Pra piorar meus olhos estavam com um par de olheiras bem profundas naquela manhã, coisa que assustou meus irmaos e meus amigos animais tambem.

Sofia! Meu Deus! O que esta acontecendo com voce? -minha mae perguntou ao mesmo tempo em que olhou para mim e se deparou com minhas olheiras.

Meu pai e meus irmãos ficam a me olhar com expressões de preocupação.

Não tive escolha e expliquei a eles sobre o pesadelo que me assombrava a noite.

E também acrescentei que estava com muita saudade dos meus amigos de Merroway.

Amber me abraçou tentando me consolar.

Henry tambem fez o mesmo.

Então meu pai fez algo que eu nunca pensei que ele faria por mim.

–Vamos cancelar todos os nossos compromissos e ir ate Merroway hoje mesmo!-sugeriu meu pai a minha mãe

.-Tem certeza, papai? Mas como é que fica a situação dos festivais de primavera?-pergunto completamente preocupada com a reação da sociedade de Encantia.

Com certeza ficariam todos decepcionados.

–Não se preocupe tanto assim, Sofia. O mais importante que quero e te ver feliz e te ajudar a matar a saudade de seus amigos. Afinal os preparativos pros festivais só começarão preparados na outra semana.

Dei um abraco apertado em meu pai e naquela noite subimos para o palácio flutuante e navegamos até Merroway.

No meio do caminho comecei a sentir sono, mas como tinha medo de voltar aquele pesadelo, continuei de todas as maneiras, evitando cair no sono.

Então minha mãe deitou minha cabeça em meu ombro e não conseguindo mais aguentar,fechei os olhos e adormeci ali mesmo.

Logo me afastei de tudo e me vi flutuando em um lugar cheio de nuvens repletas de estrelinhas coloridas.

Um pouco mais adiante vi uma silhueta de pé em uma colina, olhando o horizonte.

Assim que ela olhou para mim, reconheci quem era.