"Oh, ain't it nice tonight we've got each other

And I am right beside you

More than just a partner or a lover

I'm your friend"

Duas semanas.

Thalia estava saindo com Nico há duas semanas.

A opinião de Annabeth sobre isso? Bom, ela achava incrivel.

Estava verdadeiramente feliz pela amiga, quer dizer, Thalia estava finalmente saindo com alguém de quem gostava e isso a estava fazendo muito bem, portanto para Annabeth estava tudo ótimo.

Bem, digamos que "Tudo ótimo" também era uma expressão exagerada porque, ao mesmo tempo a garota parava para pensar que se, Thalia e Nico finalmente começassem a namorar, algo que realmente não demoraria, ela ficaria sozinha, afinal, praticamente todos os amigos de Annabeth namoravam, e o pior de tudo: entre si.

Piper e Jason foram os primeiros, seguidos por Leo e Calipso, e agora Thalia e Nico seriam inseridos nesta lista tambem.

Casais eram legais. Mas eram casais. E precisavam de momentos de casais, sem amigos para interromper, Annabeth compreendia perfeitamente.

Ela sabia que não deveria sequer pensar naquilo mas não podia evitar de comemorar internamente por pelo menos Percy não ter uma namorada .

Seria deprimente demais.

Ainda assim, ela temia que um dia ele chegasse apresentando uma garota pela qual estivesse perdidamente apaixonado.

E isso sim seria o fim do mundo.

Sem nem perceber direito Annabeth fez uma leve careta com aqueles pensamentos, de repente, montar uma maquete na cozinha pensando na vida amorosa dos outros deixou de ser legal.

– Qual dessas é mais bonita? - Perguntou Thalia a mostrando duas blusas meia estação; uma preta e outra cinza.

– Eu gosto das duas mas prefiro a cinza.

– Tem certeza?

– Sim. Faz contraste com seu cabelo preto. - Explicou Annabeth a analisando.

Thalia fez uma cara pensativa e balançou a cabeça confirmando.

– Tem razão, vou coloca-la. - E voltou para o quarto.

Annabeth suspirou. Thalia para variar ia sair com Nico, e ela ia passar a noite de sexta-feira terminando uma maquete.

Um plano super empolgante.

(...)

– Nico está lá embaixo, vou descer - Avisou Thalia para Annabeth.

– Tudo bem. Se divirtam.

A amiga porem não respondeu, olhou bem para a loira e por fim perguntou:

– Você vai mesmo ficar aqui sozinha?

– Não, estou esperando você sair para ir em uma balada - Ironizou Annabeth - Que ideia Thalia. É claro que eu vou ficar aqui.

– Mas não é justo.

– Thalia, tudo bem, de verdade. Pode ir.

– Liga pro Percy.

Annabeth revirou os olhos. Aquilo era sempre o que Thalia falava, não importava o que fosse, ela podia estar desde cólica ou dor de cabeça a qualquer outra coisa que a amiga sempre diria "Liga pro Percy". Como se o Percy fosse a solução de todos ou problemas de Annabeth ou como se ele fosse obrigado a aguentá-los.

– É sexta a noite, eu não vou perturba-lo. - Explicou a loira.

– Aposto que ele viria te fazer companhia.

– E dai?

– E dai que tem alguns dias que vocês não se vêem. Você pode unir o útil ao agradável.

Aquilo era verdade, Annabeth não via o rapaz a algum tempo, embora se falassem todos os dias por celular. Percy fazia questão de ligar para ela no final da tarde só para perguntar se estava tudo bem e como fora seu dia.

– Eu não sei, mas de qualquer forma não se preocupe.

–Ok. Tchau - Foi a última coisa que Thalia dissera antes de sair do apartamento.

(...)

Percy estava na casa dos pais.

Tinha ido visitar sua mãe, Sally, para ser mais preciso, levando em consideração que trabalhava no mesmo local que seu pai, então o via quase todos os dias.

– Ah querido! Você sumiu por estes dias... - Sally reclamou com o filho.

– Não foram tantos dias, mãe. Além do mais, eu te ligo sempre.

– Não é a mesma coisa, você sabe disso, Percy.

E ele sabia, inconscientemente, quando ela falou aquilo Percy se lembrou de que havia alguns dias que também não via Annabeth, só se falavam por celular, então ocorreu a Percy que ele não tinha ligado ou mandado mensagem para ela naquele dia ainda.

– Eu fiz cookies - Anunciou sua mãe sorrindo, e ele também não pôde evitar tal ato; adorava os cookies azuis da mãe desde criança. - E onde está Nico? Não o vejo também a algum tempo - Observou Sally.

– Digamos que Nico vem tendo encontros frequentes com uma garota.

– Ele está namorando? Está vendo Percy? Você é o único que não tem uma namorada. Como você espera que um dia eu tenha netos?

– Eles não estão namorando oficialmente, mas creio que não vá demorar - Respondeu o moreno ignorando a chantagem emocional que a mãe acabara de fazer. " Eu quero netos" ou "Percy, querido, você não vai formar uma família nunca?" - Eram sempre coisas em que Sally insistia e Percy sabia que não era por mal. A verdade era que ela se preocupava com ele e suas "não relações amorosas".

– Isso é bom. Nico é muito sozinho.

– Eu concordo - Dito isso, Percy sentiu uma vibração no bolso da calça jeans - seu celular. Ele pôde sentir o sorriso que começara a se formar no rosto por ver certo nome no identificador de chamadas: Annabeth.

– Oi - Falou ele ao atender.

– Oi, Percy - A voz de Annabeth se fez presente, um pouco hesitante, o que foi suficiente para alarma-lo.

– Aconteceu alguma coisa, Annabeth? Está tudo bem?

Ele pôde escutar um riso baixo na outra linha:

– Não, está tudo bem sim, não aconteceu nada é só que... você sabe, Thalia saiu com Nico e eu...

– Quer que eu vá ficar com você esta noite? - Se ofereceu Percy.

– Eu... então, seria ótimo. Se você puder e quiser, é claro.

– Srta. Chase, eu sempre quero e posso tudo por você.

– Então eu vou te esperar. Tchau.

– Já estou a caminho.

A ligação se encerrara e Percy vira uma expressão confusa no rosto da mãe.

– Algum problema, querido? - Perguntou ela

– Não. Era só a Annabeth.

– Annabeth?

– Minha amiga. Depois lhe conto.

– Certo.

– Então, mãe, eu tenho que ir.

– Mas já?

– Acho que não mencionei mas, essa garota com quem Nico está saindo, a Thalia, é melhor amiga de Annabeth e elas dividem apartamento, só que , como eu disse , os dois saíram hoje e Annabeth está lá sozinha, vou ver-la. - Explicou Percy rapidamente enquanto colocava o casaco.

– E quando eu vou conhecer essa Annabeth? - Continuou Sally

– Talvez algum dia?

– Que tal no domingo? - Sally sorriu

– Ahn, eu não sei.

– Convide-a para almoçar conosco! Tenho certeza que seu pai também vai adorar, Percy.

– Mãe...

– Filho, isso não custa nada. Eu não lhe dei educação?

– Está bem, mas não confirmo nada -Respondeu ele abraçando a mãe. - Tchau.

– Boa noite, querido.

E quando Percy estava prestes a abrir a porta da sala, Poseidon, seu pai, apareceu por ela segurando uma boa quantidade de sacolas:

– Filhão! - Exclamou ele - Espere, está de saída?

– Sim, pai. Eu volto depois.

– Mas eu achei que ia ficar para jantar conosco.

– Pois é, mas surgiu um compromisso de ultima hora, tenho que ir.

– Ele vai ficar com uma Annabeth - Sally se intrometeu

– Mãe!

– Ah, entendi tudo. Não sei quem é Annabeth, mas a noite vai ser boa, não é filhão? - Poseidon dirigiu um sorrisinho malicioso ao filho.

Percy franziu a testa e passou a mão pelo cabelo, ansioso para mudar de assunto.

– Bem, estou indo. Boa noite para os dois - Ele se despediu fechando a porta e sentindo o frio da noite de Londres encontrar seu rosto.

(...)

Annabeth no fim das contas seguira o conselho que Thalia dava para qualquer coisa, o famoso "Liga pro Percy".

Ela quase esperava que ele dissesse " Desculpe Annabeth, eu não posso ir.", seria mais fácil, mas ele sempre fazia tudo o que ela queria e a garota se sentia mal por isso, já que a mesma não podia oferecer nem metade do que Percy a proporcionava.

Ela sabia que , a partir do momento que conheceu Percy e ele insistiu numa amizade, sua vida não seria mais a mesma, porque a cada vez que se viam, a cada vez que lia uma mensagem dele ou recebia suas ligações sentia que já dependia cada vez mais de sua presença constante e que, a cada vez que se despediam tinha vontade de abraça-lo para adiar a distância.

Ela necessitava dele. E se odiava por isso.

Percy tomara um espaço que Annabeth sequer lembrara que ainda tinha dentro de si. Um espaço com o qual ela nunca se importara em preencher, mas que ele havia se proposto a fazer parte.

O interfone tocara pedindo autorização para a entrada de Percy e ela logo confirmara.

Minutos depois duas batidas na porta foram ouvidas por Annabeth e ela soube que era ele.

Era idiota, mas Annabeth não conseguia se acostumar com a beleza de Percy, quando abriu a porta e o viu ali, parado com os fios negros bagunçados como de costume, os olhos verdes com um brilho divertido e um sorriso contido que insistia em brincar nos lábios rosados e bem contornados, ela não pôde conter um suspiro.

"Por quê ele tem que ser tão irritantemente lindo?" - Uma parte de seu cérebro se perguntou.

Então Percy, a sua frente, olhou para os lados, como se para confirmar que não havia mais ninguém no corredor e falou:

– Então, foi daqui que uma moça bonita ligou precisando de um amigo para lhe fazer companhia?

E com isso Annabeth soube que aquela não seria mais uma noite tão chata.

(...)

– Você tem que me lembrar de agradecer a Thalia por ter gostado do Nico, porque agora, quando você fica sozinha, você liga para mim - Disse Percy enquanto ajudava, ou tentava ajudar, Annabeth a terminar uma maquete.

– Engraçado você, hein.

– Obrigado, eu faço o possível.

– Então, você estava em casa quando eu te liguei?

– Bem, de certa forma sim, mas era minha antiga casa.

– Como assim?

– Estava na casa dos meus pais.

– Ah. Desculpe.

– Está tudo bem. Eu só estava visitando minha mãe.

– Piorou! Ela deve ter odiado que eu tenha te feito sair de lá.

– Não, na verdade, ela até quer te conhecer.

– Sério?

– Arram. Queria que você fosse almoçar conosco no domingo.

– E você me fala isso agora, Percy?

– Você não precisa ir.

– Mas, e se por acaso eu quiser conhecer sua família?

– Então, deixe-me entender: você quer mesmo ir. É isso?

– Eu adoraria.

– Annabeth, você realmente não deveria ter dito isso. Agora eu vou ter que te levar para conhece-los no domingo. - Percy sorriu - E você não vai gostar disso, Srta. Chase.