Faltava menos de uma semana para o baile de Outono e Justine não tinha um par. Mesmo que baile fosse a coisa menos importante no momento, Justine ainda era uma garota, e como toda garota normal, ela também queria ir ao baile. Mas principalmente, ela não queria ir com Chuck.

Era domingo. Uma das atividades para soma de pontuação era uma aula de dança com a Sra. McGonnagal. Todos estavam reunidos no salão principal, onde foram tiradas todas as mesas e cadeiras para a aula.

— Bom dia! – Sra. McGonnagal começou seu discurso. — Iremos manter nossa tradição com o baile de Outono. Agora, quero duplas. Rapazes, tirem seu par. – Ninguém se moveu. — Ora! Andem, se vocês querem ganhar pontos!

E aos poucos os meninos foram se levantando.

Justine rondou o salão com os olhos até eles alcançarem Thiago. Eles se olharam, e ele nem se moveu. Logo Justine olhou mais para o lado e viu Chuck vindo em sua direção.

Venha logo Thiago, não seja frutinha! Pensava ela, frustrada. Thiago saiu do seu lugar e foi em direção á Justine, ele estava quase correndo. Com alivio, Justine soltou um sorriso meia boca. Mas esse sorriso foi substituído por uma expressão de susto quando Chuck pegou em sua mão.

— Estava a minha espera, querida?

E Justine viu quando Thiago desviou com cara feia e chamou Coraline para dançar.

Eles rodopiavam pelo salão, Chuck dançava muito bem, aliás, melhor do que a maioria dos outros garotos da idade dele.

Justine procurava por Rose e Alvo, ela imaginava que eles estivessem sendo um par no momento. Mas se surpreendeu quando viu Rose Weasley dançando e sorrindo com Escórpio Malfoy.

Depois da cena constrangedoramente esquisita, Justine se esbarrou em Alvo, que estava dançando com uma garota, também do terceiro ano, chamada Lolay Finnigan.

A música acabou. McGonnagal bateu várias palminhas, em seguida ordenou que todos voltassem para suas casas.

— Minha mãe já providenciou minha roupa, como disse, verde. E sua roupa?

— Chuck. Olhe, eu não sei se... – Justine parou de falar quando viu Thiago se aproximando. Rapidamente, ela mudou sua expressão de entediada para feliz e incrivelmente sorridente. — Claro que sim, Chuck!

— Que bom, Ine! Nós apenas precisamos dar uns ajustes na parte da dança e...

— Tá, já chega. – Thiago já havia passado, Justine apenas se virou e saiu andando.

Na porta, ela se encontrou com Alvo e Rose. Ela queria entender o que havia acontecido no salão. O porquê de Rose estar dançando com Escórpio, mas ela preferiu esquecer aquilo. Era dia de correio. Ela e os colegas correram para sala comunal da Grifinória para verem as entregas e suas respectivas cartas.

Rose pegou seu pacote e desembrulhou entusiasmada. Era um vestido vinho de manga curta e com alguns babados na barra. Alvo abriu seu pacote, era um lindo terno preto de camurça e uma gravata borboleta.

O pacote de Justine estava lá, mas ela não estava preocupada em abri-lo, ela estava mais preocupada em achar as cartas de seus pais.

Sem sucesso, ela se sentou na poltrona.

— Nenhuma resposta? – Alvo perguntou.

— Não...

— Eu não teria tanta certeza... – Rose entregou duas cartas á Justine. — Estava no meio das minhas cartas.

— É a resposta deles! – Disse Justine enquanto abria uma das cartas. — Esta é da minha mãe... Justine, querida. Desculpe por esconder isso a tanto tempo de você, seu pai me disse que você também mandou uma carta para ele. Nós sentimos muito, querida. Mas infelizmente, não sabemos quem são seus pais verdadeiros... E sim. Nós já sabíamos que você seria uma bruxa, mas só descobrimos quando você já estava com 2 anos. Nós já te amávamos tanto que não queríamos nos desfazer de você. Rita também afirmou que você estaria melhor conosco. Desculpe filha... Nós não queríamos que você soubesse assim. Eu te amo querida. Carol, sua mãe.

— Não chegamos á lugar algum... – Disse Justine enquanto colocava a carta de volta no envelope. — Vamos ver a do meu pai...

— Espere... Rita! Sua mãe disse Rita! – Rose parecia ter descoberto algo. — Lembra do remetente dos recortes de Jornais, estava escrito R P. Talvez haja uma ligação!

— Ou talvez seja só uma coincidência. – Disse alvo.

— Concordo com o Alvo... Mas vamos ver a carta do meu pai... – Justine pegou o envelope e o abriu. — “Justine... Você está certa. Não devíamos ter escondido isso de você, mas foi estritamente necessário. Não somos seus pais, e eu suponho que você já saiba quem são eles... Eu soube que Petreck morreu, e sinto muito por você não tê-lo conhecido. Querida, procure por Rita Price, ela te dará a resposta de tudo. Olhe bem, sei que já é crescidinha, então entenderá porque te escondemos o seu passado. Tome cuidado. Beijos, seu pai. PS: Não conte para sua mãe que eu falei a verdade. Ela iria me matar.

— Rita Price...

— R P. Eu estava certa! – Disse Rose, satisfeita.

— Quem será? Com certeza é alguém da família de Madeline... Quero dizer, da sua família Justine. – Disse Alvo.

— Sim... Uma tia talvez.

— Não sei, mas você tem para quem perguntar...

— Sim... Bouchie? – Justine chamou pela elfo, que rapidamente apareceu. Desta vez com um vestido rosa e um laço na cabeça.

— Olá Justine... Quem são seus amigos?

— Estes são Alvo Potter e Rose Weasley...

— É uma honra conhecer um Potter e um Weasley.

— Não, que isso... O prazer é todo nosso. – Disse Alvo.

— Com certeza... Gostei das suas roupas... Você mesmo se veste? – Perguntou Rose.

— Minha senhora que me vestia, mas depois que ela foi condenada eu...

— Já chega... – Justine não queria lembrar que foi ela quem pôs a própria mãe na cadeia. — Bouchie, me diga, quem é Rita Price?

— Rita Price? Senhora Rita Price? Ela é mãe do Petreck.

— O que? Minha avó?

— Creio que sim...

— Como faço para encontrá-la?

— Vem vindo alguém... Bouchie deve ir...

— Não! Espere! – Mas Bouchie já havia sumido.

Justine pegou a carta e a guardou no momento em que a passagem se abriu, era Thiago.

— Por que vocês estão com essas caras de assustados? – Disse ele, se esparramando na poltrona.

— Lembra do tal de R P? – Disse Rose.

— O dos recortes de jornais?

— Sim... Na verdade é ela. Rita Price, a avó da Ine.

— Rita Price? – Thiago se levantou num pulo. — Eu já ouvi este nome antes... Acho que foi...

— Foi o papai! Nas férias, ele falou sobre ela com tio Ron, não cheguei a entender o que... Era meio difícil com a irmã de Cathrina berrando, mas ouvi eles falarem algo sobre ela e um orfanato.

— Eu irei falar com o Primeiro ministro... Hoje.

— Ele não está na escola... – Disse Thiago. — Está em Hogsmeade com alguns amigos.

— Nós temos que ir até lá...

— Mas não podemos. É contra as regras. – Disse Rose. — Se você não tem uma autorização, nem tente... A não ser que queira ser expulsa.

— Eu tenho uma idéia...

Todos se voltaram para Alvo.