Zodíaco escrita por Milka


Capítulo 24
Ringue


Notas iniciais do capítulo

haha nunca faço isso mas escrevi esse capitulo ao som de Gold do imagine dragons



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Belmar é uma vila de pescadores localizada no sudeste. A serra dificulta o acesso à vila, assim todos os moradores retiravam o seu sustento exclusivamente do mar. Suas construções são famosas por serem totalmente brancas e o contraste com o mar azul a faz uma das cidades mais bonitas de Lorena.

Delilah nasceu em uma noite de tempestade. Seu pai estava no mar e sua mãe era cuidada por algumas mulheres da Vila. Ela nasceu saudável e fez a alegria de todos aqueles que ali viviam.

Johan Weaver e Abby não conseguiram ter mais filhos além dela e não havia muitas crianças da idade dela na Vila, assim ela fez amizade com as pessoas mais velhas da ilha e por esse motivo aprendeu a jogar desde cedo.

Sua mãe era uma doceira de mão cheia e tinha boas vendas, mas quando Delilah começou a aprender esse oficio, suas vendas caíram muito, pessoas apareciam doentes e com sintomas estranhos. Uma escassez de peixes na região fez Johan passar mais tempo nas viagens. Abby decidiu não ensinar mais Delilah a cozinhar, assim com muito tempo ocioso, Delilah apostava com os velhos da região e queria fazer disso uma profissão. Ela queria ser uma jogadora profissional.

Sua mãe foi ficou doente e piorava a cada dia. Ela morreu rapidamente poucos dias depois do inicio dos sintomas.

O médico que a examinou disse que ela havia sido envenenada. Delilah não entendia, quem seria capaz de envenenar a sua mãe? Por ser muito próxima a ela Delilah sofreu muito.

Johan não acreditou e acusou os moradores da vila.

— Vocês mataram a minha mulher.

Assim ele não confiava mais em ninguém e levou sua filha para o mar com ele.

Delilah gostava de nadar em alto mar, quando ele estava calmo ela mergulhava na imensidão azul, foi assim que ela percebeu o que podia fazer. Uma grande quantidade de peixes mortos apareciam no local que ela havia mergulhado. No inicio ela ignorava, mas com o tempo ela descobriu que o problema era ela.

Ela chegou à conclusão que era ela que tinha matado a mãe. E isso foi o fim do mundo para ela. Com medo de machucar o pai, assim que eles aportaram ela fugiu.

— Delilah?

Ela ouviu alguém a chamar, mas ela estava presa nas lembranças.

— Delilah ?

Quando ela voltou a si. Avalon estava a sacudindo.

— Oi? – Ela falou ainda confusa.

Haviam pessoas a sua volta. O corpo do rapaz não havia sido removido.

— Quem são vocês? – O outro rapaz perguntou visivelmente assustado.

A gata apareceu ninguém viu quando ela surgiu, ela ficou entre Avalon e o outro rapaz.

— Eles são meus amigos, você não está vendo?

A gata era respeitada. Todos voltaram a fazer o que tinham que fazer.

— Você! Tire esse corpo daqui. Acho que o seu chefe não vai gostar disso.

O rapaz se recusou a encostar no corpo.

— Eu vou me contaminar.

A gata o encarou.

— Você tem 20 % de chance de se contaminar nesse momento. Se você não retira-lo agora , a chance do seu chefe acabar com a sua vida é de 60 %. Qual a melhor alternativa?

Ele não discutiu, e fez o que tinha que fazer. Colocou o corpo nas costas e saiu se afastando da vista deles.

Delilah já havia recuperado a compostura. Ela não costumava se importar com estranhos ainda mais com aqueles que queriam ferir os seus amigos, mas aquilo ainda era um choque e trazia a sua mente memórias tristes.

— Se querem te matar, por que te respeitam tanto. – Avalon perguntou.

— Ele sabe que eu não erro. E eu não esqueci da nossa aposta. As pessoas morrem por aqui de formas piores.

Ao ouvir a palavra aposta Delilah . Voltou a si.

— Você não ficou assustada com isso?

— Isso? A chance de você matar alguém hoje era de 80 %. Por que eu ficaria com medo? Ou melhor, surpresa?

— Gata? Ou sei lá qual é o seu nome. Você por acaso usa magia? – Avalon perguntou sem rodeios.

— Magia? Magia é um conceito interessante. Talvez por causa da nossa história. Mas será que isso é magia realmente?

Ela respondia as perguntas com perguntas, o que os deixavam com mais curiosidade.

Enquanto isso as lutas continuavam.

Hyun se assustou quando um rapaz com um corpo nas costas esbarrou nele. O cheiro o incomodou.

— As coisas nunca mudam. Não mexa com ninguém e fique na sua eles disseram. Mas não dá para sair daqui sem uma confusão. – Benedict sorriu apesar disso.

— A preservação da vida não é o principal objetivo dos lorenianos não é?

— Preservação de que vida? Aquela pessoa provavelmente não prezou pela vida das pessoas que ele matou. Por que alguém prezaria pela vida dele?

Eles seguiram até um camarote. Da onde tinham uma visão privilegiada das lutas.

—Isso é o que você queria me mostrar? Tínhamos isso em Letin também. Mas lá o cheiro e o ambiente eram muito mais agradáveis.

Uma garota ruiva se aproximou deles.

— O que vai ser hoje docinho? – Ela se dirigiu a Benedict.

— Clarisse? Você ainda trabalha aqui? Então para mim o de sempre e para o garoto um apaga mágoas.

— Sim, as coisas não mudam docinho, mas não estamos aqui para falar de mim. Então um Sex on de beach e uma doze tripla de vodka e whisky.

Hyun olhou para Benedict.

— O que eu posso fazer, eu gosto de bebidas doce. — Benedict respondeu.

A garota trouxe os drinks rapidamente.

Hyun já havia bebido antes, mas nada tão forte. Depois do primeiro gole ele se sentiu melhor. Um calor invadiu o seu estômago e uma felicidade o fez esquecer dos problemas.

— Nada de apostas hoje?

— Não. Só estamos aqui para observar.

— A gata está aqui hoje. – A garota disse

— A gata? A lenda urbana?

— Sim, ela já teve a primeira luta e ganhou com sobra, mas parece que temos um candidato a altura dela. As apostas estão altas, acho que estão ultrapassando o prêmio principal.

Avalon olhava desconfiado para a garota com máscara de gato.

— Você pode nos dizer o seu nome de verdade?

— Meu nome? Você não vai querer saber. A garota por trás da máscara é só uma perdedora.

— Eu realmente gostaria de saber.

— Digamos que essa garota é uma pessoa tímida, que não gosta de falar o seu nome para pessoas que ela não conhece. E tudo o que você precisam saber sobre mim é o que eu mostro. A gata é a única face que eu mostro aqui.

— E como podemos conhecer essa outra garota? – Delilah perguntou se envolvendo na discussão.

— Essa garota? Ela não quer conhecer ninguém. Ela não confia em ninguém. Ela odiaria estar nesse lugar.

O gongo tocou. E o apresentador anunciou: Avalon iria lutar com a gata.

— Vamos lá? Prometo ser gentil. – Ela disse seguindo em direção ao ringue.

— Avalon, cuidado.

— Eu sei. Não se preocupe, eu já sei como convencê-la a falar direito com a gente. Esse papo dela me irrita. Eu não quero falar com a Gata, mas sim com a garota atrás desse disfarce.

Assim Avalon seguiu a gata para o ringue.

Benedict reconheceu garoto no ringue. Como ele veio parar aqui? Era o garoto que Miranda havia localizado.

— Hyun, fique de olho nesse garoto. Ele é um de vocês.

Um deles? Então essa luta já estava decidida.

— Minha moral diz que eu deveria impedir essa luta de continuar, mas como estamos em um lugar em que a moral não é muito levado conta. – Benedic deu de ombros

—Eu realmente estou curioso. – Ele afirmou depois.

A garota usava uma máscara de gato. Dali não dava para ver as expressões de seus olhos, mas Benedict sentiu que ela estava sorrindo. Avalon? Benedict se lembrou do nome dele. Ele era de Aquário, mas o rei não havia dito nada sobre a magia do rapaz.

— Avalon! Vai Avalon! – De repende Hyun se levantou e começou a torcer.

— Uau, apaga mágoas é o melhor remédio que eu conheço!

— Aposte nele. Ele vai ganhar! Ele é um de nós!!

— Hyun eu realmente não compactuo com apostas. Só viemos nos divertir.

— Mas apostar é diversão. Eu dou sorte! Por favor!

— Ok. Clarisse?

A ruiva apareceu do nada.

— Sim?

— Aposte 1000 gens no garoto.

— Aposta corajosa.

Ele pisou no ringue e sentiu uma coisa diferente. O clima havia mudado agora ele estava apreensivo. Ele olhou para a platéia e viu Delilah de longe. E acenou para ela. Ele tinha um plano. Ele não iria lutar com uma garota, isso ia contra os seus princípios, mas ele havia concordado, ele sentia que tinha que desmascará-la.

Ela tirou a capa. Ele não tinha reparado, mas o corpo dela era pequeno e pálido. Seus movimentos eram lentos. Ela era uma garota normal. Mas por que ela ganhava? Essa era a magia dela? Ele queria descobrir.

Ele esperou o ataque, mas não veio. Ela ganhava com os erros dos oponentes. Assim ele a atacou com cuidado. Mas ela desviou.

— Sabe qual é a chance de eu ganhar essa luta? 5 %!

— Chance?

— Sim, normalmente eu costumo lutar com uma chance de 30 %! Você é um recorde para mim. Será divertido ganhar desses 5 %.

Através da mascara não era possível vê-la sorrindo. Mas os seus olhos mostravam isso. Um tom de castanho que chegava a parecer vermelho.

Ele atacou novamente. Tentou pegá-la pelo braço, mas ela desviou.

— Quer ver alguma coisa interessante? Me acerte!

— Acertar? Eu aceito esse desafio.

Só que ele não iria fazer isso com as mãos. Ele tinha uma carta na manga. E naquele momento ele não estava se importando com o segredo.

O ar úmido daquele lugar dava a Avalon vantagem. As bebidas alcoólicas também eram fontes. Então ele atraiu todo aquele liquido até ele, e molhou a gata. Apenas um susto.

— Ah! – Ela pareceu finalmente surpresa.

— Minhas chances abaixaram para 0,05 %

Toda a plateia parou. O silêncio foi quebrado por um homem de aspecto cansado.

— Eu aposto todo o meu dinheiro no garoto.

E o falatório começou novamente. As pessoas estavam mudando as suas apostas.

— Isso é realmente chato. Eles realmente não acreditam que eu possa te vencer!

— Eu não quero vencer.

— Não quer? A sua amiga quer. Ela quer muito! Cerca de 100%.

— Eu vou fazê-la desistir. Eu não considero uma vitória, mas eu acho que os organizadores podem considerar.

— Sim, eles realmente consideram.

Avalon prendeu os seus pés com a água que havia empoçado no chão.

— Agora vamos ver quem é você.

A garota tentou se soltar. E Avalon viu medo nos seus olhos. O cinismo e a confiança haviam desaparecido.

— Você não vai dizer nada? – Ele perguntou.

— Eu não preciso implorar para que você não faça isso. De qualquer jeito vai acontecer. É um futuro que não dá para impedir, cerca de 100 %. Não dá para mudar uma coisa que é 100%.

Ele fez, ele tirou a máscara dela. Uma garota de longos cabelos castanhos e olhos um pouco avermelhados com traços delicados estava por trás da máscara. Nenhum rosto que ele conhecia.

Seus olhares se encontraram. E o medo sumiu. Seu olhar se perdeu. Ela olhou ao redor. Respirou fundo e lágrimas escorreram pelos seus olhos.

Avalon não percebeu quando a briga começou. As pessoas ao redor não olhavam mais para eles, todos começaram a brigar e o chão tremeu e cedeu em alguns pontos. Gritos, fogo e coisas que ele não assimilava mais. O lugar se mergulhou em um verdadeiro caos.


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Notas finais do capítulo

Ontem não deu para postar. Fiquei sem acesso ao pc.

Capítulo só segunda :(