As explosões foram ouvidas.

Donar ainda estava tentando atacar Fornax, que agora desviava com maestria.

Justice estava ficando sem opção, então fez o que podia. Tentou se conectar com qualquer animal nas redondezas. Uma pantera? Ela sentiu. Mas animais selvagens eram mais difíceis de controlar. Por isso ela somente pediu para que o animal de aproximasse.

A pantera chegou rapidamente e se pós entre ela e Dimitri.

— Esse é a sua magia ,Touros? Controlar os animais? Sinceramente eu esperava mais de você.

— Você acha que é só isso?

A pantera se aproximou de Justice. Justice afagou a orelha do animal.

— Você pode me fazer esse favor? Eu prometo que deixo você se fartar com a carne deles.

A pantera aceitou o acordo e se pos a andar próximo de Dimitri.

— Que maravilha, ganharei um casaco de peles.

Dimitri pegou a espada e se aproximou do pescoço.

— Pare. E ataque a Touros.

Foi o que ele disse, mas a pantera não o obedeceu.

— Você controla o som não é? Então digamos que isso não vai funcionar em alguém que não entenda a nossa língua.

— Mas você falou com ela.

— Não, eu me conectei. È bem diferente. Você é burro em não saber os limites da sua própria magia.

Raíssa olhava para aquilo impressionada. Justice é uma das pessoas que eles estão procurando. Por que ela não disse? Será que ela achava que ninguém iria acreditar nela?

— É melhor você prestar atenção no seu amigo. – Falou Fornax a Raíssa

Donar estava atacando com dificuldade. Ele não conseguia se aproximar da mulher. Ela ria e zombava da sua capacidade. Mas isso não o atingia. Ele tinha um objetivo e ele iria cumpri-lo, pois essa era a única coisa que ele fazia bem.

Donar sempre teve problemas de temperamento. Ele ficava com raiva com facilidade. Sua saída foi entrar para o exército e direcionar toda a sua raiva para algo bom. Quando foi expulso do rendimento, ele ficou sem chão. Ele não entendia o que tinha feito de errado. Seu superior havia traído Lorena e ele o matou, tentaram o parar, mas ele feriu gravemente seis soldados e arrancou a orelha de um general. Os líderes do exército fecharam os olhos para tudo. E apenas o expulsaram por violência exacerbada.

Ele achou que sua vida como soldado havia acabado. Mas John, um dos únicos que ficou ao seu lado. O indicou para trabalhar para Benedict. E foi a melhor coisa que poderia ter acontecido finalmente ele havia conseguido direcionar a sua raiva para algo.

Fornax era uma forte adversária. Mas Donar estava se cansando de tudo aquilo. Ele não conseguia encostar nela.

Raíssa tentava o ajudar com o poste. Ele se movia e atrapalhava os movimentos de Fornax. A mulher tocou no poste e ele derreteu com o seu toque. Donar tinha uma ideia. A única forma de pará-la seria arrancando suas mãos.

Ele nunca andava sem a espada. Ela era como um terceiro braço.

Donar se retirou do centro da batalha. Aproximou-se de Raíssa. E pediu para que encantasse sua espada.

— Acho que pode dar certo.

— O que os dois estão cochichando? - Fornax disse ao longe.

Ela estava o subestimando.

Donar pegou uma adaga que guardava e soltou a espada.

Ele se aproximou dela e tentou uma ofensiva a curta distância.

Ele chegou a sentir a sua respiração em um dos seus ataques. Ele tropeçou em um dos fios dos postes caiu para trás.

— Foi bom conhecer alguém com tanta sede de sangue. – A mulher disse se aproximando. Ela pisou em seu peito. E as suas roupas se incineraram. A dor era pior do que qualquer coisa que ele já sentiu. Era possível sentir o cheiro de sua própria carne queimando.

Ele ouviu Raíssa e Justice gritarem. Mas ele tinha que ficar assim. Ele tinha que aguentar essa dor.

Outro grito cortou o ambiente. Seu plano havia funcionado. A espada estava se movendo sozinha, e uma das mãos da mulher caiu no seu rosto. Ele se levantou e a pegou pelo pescoço. Ignorou a dor do seu peito e com a adaga perfurou a sua outra mão. O sangue tinha um cheiro que ele gostava e vê-la gritando o fez se acalmar.

Os pés dela começaram a afundar na lava que se formava. E ele terminou de estrangula-la.

Por algum motivo Justice e Dimitri pararam para olhar tudo aquilo. A pantera também ficou observando.

A sede de sangue naquela batalha chamou a atenção de todos.

Ao voltarem a si. Dimitri riu.

— Fornax. Você perdeu para um garoto dessa altura? Não era você que se gabava dessa magia bruta e sem graça.

— Vocês não tem compaixão pelos seus próprios companheiros? – Gritou Raíssa

— Companheiros? Apenas temos interesses em comum. A ordem Arcádia é isso. Um grupo de pessoas com interesses em comum.

Eles sentiram o tempo mudar. Uma corrente de vento estava se aproximando da ilha. O céu ficou cinza e os ventos ficaram fortes.

— Já estou ficando entediado. Podemos continuar isso mais tarde? Agora que não tenho mais a Fornax as coisas ficaram chatas.

Ele se virou de costas e começou a andar.

— Onde você pensa que vai?

—Eu? Vou para o palácio. Não sei se você sentiram, mas as coisas estão bem mais interessantes que aqui.

Alex estava chateado. Ele veio até a areia e estava meditando sentindo o sol, mas agora tudo estava nublado. Com a confusão ele acabou se perdendo e quando ele percebeu Benedict e os outros não estavam mais lá. Ele ouviu as explosões, mas ele não poderia parar a sua meditação por esses motivos. Meditar ao sol era uma coisa que ele sempre quis fazer. Quando ele se colocou na realidade ,viu o caos em que estava a cidade. As pessoas remanescentes ainda estavam correndo e gritando.

— O reino de Lorena está atacando!!

Os outros que não haviam sido soterrados estavam escondidos.

Ele se espreguiçou e foi ver o que realmente estava acontecendo. Se aquelas pessoas fossem devotas do Deus Sol, nada disso estaria acontecendo. Mas ele precisava encontrar os outros. Ele andou pelas ruínas do palácio reconstruindo algumas parte e guardando a destruição para si.

— Allen? – Dizia Benedict apavorado enquanto sacudia o corpo do amigo.

— Que sem graça ele realmente achou que conseguiria te salvar? Agora é só um peso literalmente morto. – Disse Hydra.

— Acabe logo com isso Hydra. Temos que achar o rei.

— Ah, Draco. Como você é chato.- A garota fez biquinho em direção ao rapaz que parecia ter mais de dois metros de altura.

Ela se posicionou de novo e o mesmo raio saiu de suas mãos.

Benedict estava transtornado demais para ao menos se mexer.

Allen se levantou e ficou na frente do outro ataque, que diferente do outro não o derrubou.

Todos olharam de queixo caído para ele.

— Como? – Hydra disse.

— Como? – Benedict também disse.

— Sinceramente, eu não sei. Eu fui derrubado, e acho que bati a cabeça. Mas essa luz que sai da mão dela não me afetou em nada.

Hydra olhou para tudo aquilo confusa, e uma fúria nasceu dentro dela. Quando ela pensou em atacar um rapaz loiro surgiu do nada.

— Lyra. Já acabou com aquelas garotas?—Perguntou Draco

— Err, na verdade. Algumas coisas aconteceram.

— Onde está a Fornax?

— Então sobre isso. Ela acabou subestimando o oponente e aquele baixinho acabou com ela. Foi divertido de se ver apesar de tudo.

— Baixinho? - Se perguntou Benedict.

— E você nem pensou em ajudá-la? – Perguntou Hydra que já havia esquecido de Allen.

— Não. Na verdade isso nem passou pela minha cabeça. – Disse ele abrindo um sorriso.

— Às vezes eu esqueço que alguns de vocês não têm sentimentos.

— Ah Hydra não sou eu que mato todos os homens e não deixo ninguém para contar história.

Os dois estavam se exaltando, parecia que eles não se davam bem.

— Parem vocês dois! – Draco ordenou. E os dois pararam.

— Raíssa, Justice e Donar estão bem? Isso me alivia.

Benedict se levantou.

— Allen, você está bem? Por algum motivo o poder dela não teve efeito. Acho que podemos impedi-los.

— Podem nos impedir? Hahaha. – Lyra não conseguia parar de rir.

— Letin já pertence a Arcádia. È só uma questão de tempo

Uma rajada de vento baixou a fumaça restante.

— Então vocês voltaram e ainda destruíram a minha cidade?

Era Hyun ele parecia bravo.

— Gêmeos? Isso está ficando cada vez melhor.

— Isso está ficando inconsistente. Corvus já deve ter encontrado o rei. Vamos embora. Logo ele chegará e não quero enfrentar a sua fúria. – Falou Draco

— Sim, e eu não quero estar aqui quando começar o extermínio.

Um tremor abalou a tudo.

— Ah ele não tem mesmo paciência. Eu disse que éramos capazes. – Reclamou Hydra

Justice viu todos os pássaros irem embora.

Ela se virou para a Pantera.

— Não há nada mais. Você pode se esconder se quiser. Ou levar o corpo dessa ai. Isso não importa.

O bicho saiu e desapareceu na mata.

— Esse tremor não foi natural.

Raíssa estava tentando ajudar Donar, a marca do pé de Fornax estava estampado em vermelho na sua pele pálida.

Ele não reclamava de dor mas os seus olhos mostravam.

Precisamos encontrá-los.

— Jus? – Raíssa parecia confusa

— Sim?

— Por que você não nos contou?

— Que eu também posso usar magia?

— Sim.

— Eu até ia contar, mas as coisas não saíram como eu planejava. Benedict não gosta muito do meu pai. E nem de mim. Então eu me recusei a contar qualquer coisa. Quando eu soube o que havia acontecido no castelo eu fiquei animada. Nossa existiam pessoas como eu. Eu preciso conhecê-los. Meu pai foi totalmente contra, mas eu sempre consigo convencê-lo. Ai no meu primeiro encontro com vocês eu sou recusada sem nem mesmo fazer nada.

— Jus...

— Sim, vocês tem que me prometer, não vão contar para ninguém, eu quero fazer isso ou eles devem descobrir sozinhos.

— Mas...

— Sem mas. Prometa-me.

Raíssa não estava convencida.

— Eu prometo – Ela disse por fim

— Você também Donar.

Ele não disse nada, mas assentiu.

— Agora vamos atrás dos outros. Temos que avisá-lo do que está acontecendo.

Donar estava andando com dificuldades. Ele estava apoiado em Raíssa que andava no seu ritmo.

Justice não sabia o que eles iriam encontrar, mas ela percebeu que o vulcão estava soltando fumaça. Ele não era mais inativo.

— Raíssa vá até o porto. E me espere lá. Vou chamar os outros. Precisamos sair daqui agora.

— O que está acontecendo?

— O vulcão.

Raíssa olhou para a enorme montanha

— Temos que tirar todos daqui. – Raíssa afirmou

— Sim eu sei. Mas primeiro eu tenho que encontra-los. Vá avisando as pessoas no caminho.

Raíssa a obedeceu.

Justice estava correndo contra o tempo.