Duas Cores escrita por Biax


Capítulo 6
Estrelas, Lua e Duas Cores


Notas iniciais do capítulo

Usar o nome da história no último capítulo, criatividade, NOTA: 0
Sobre esse capítulo: :333



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Ficamos o dia todo andando de patins, e ainda compramos sorvete de vez em quando. No final do passeio, voltamos para a rua perto da minha casa.

— Lys... eu vou para casa, tomar um banho.

— Você vai voltar? — Ele me encarou, curiosamente.

— Sim, se você quiser...

Ele sorriu. — Quer que eu te acompanhe?

Querer eu quero, mas...

— Bom, vamos. Mostre-me onde você mora. — Demos alguns passos para o sul, e logo paramos em frente ao meu portão.

— É aqui.

Não sei o que faço, se o convido para entrar, ou me despeço...

Sentei-me no degrau, e tirei os patins enquanto raciocinava. — Bem, eu vou entrar. Logo eu volto, tudo bem?

— Tudo bem, até já — disse, indo para a rua.

O olhei indo embora até virar a esquina e entrei, deixei os patins na sala e fui tomar banho, com mais calma daquela vez. Depois que terminei de me trocar, vi que haviam algumas mensagens de minha mãe no celular, e não demorei em responder.

Já estava escuro quando saí. Cheguei na casa deles e entrei, vendo que não tinha ninguém na sala e nem na cozinha, mas ouvi vozes vindo do quintal. Fui até o corredor, e a porta do fundo estava aberta, e segui para lá. Era um quintal grande, quadrado, com um pequeno jardim no fundo. A parte onde eu estava era uma lavanderia coberta.

Lysandre estava em frente a uma churrasqueira. Rosa e Leigh estavam sentados numa mesa redonda, não muito perto, na parte descoberta do quintal.

Me aproximei de Lysandre e ele me olhou. — Você gosta de peixe?

— Sim, bastante.

— Eu também gosto. Está com fome?

— Sim. Só percebi quando estava tomando banho.

Ele riu. — Eu também. Fiquei distraído o dia todo.

Olhei os peixes na grelha, sentindo meu rosto esquentar.

— Pode segurar, por favor? — Ofereceu-me um prato. O segurei, enquanto colocava os peixes nele. Levei o prato até a mesa, e logo começamos a comer.

Ele cozinhava muito bem.

Depois que terminamos, arrumamos as coisas e voltamos ao quintal. Sentamos no chão, que estava morno. Lysandre deitou do meu lado.

— O céu está lindo — comentou.

Olhei para cima. Muitas estrelas estavam visíveis, e a lua estava cheia, incrivelmente branca e brilhante.

O imitei, deitando também, enquanto ele me contava alguns nomes de estrelas. Seus olhos brilhavam com a luz da lua, dando ênfase no que dizia, parecendo realmente gostar do assunto. Em um momento em que eu o admirava, Lysandre virou o rosto para mim. Ficamos nos olhando por um tempo e meu rosto ficou quente, mas eu não desviei o olhar. Ele sorriu, virando o corpo, e ficando de lado, apoiado no braço esquerdo, ficando um pouco mais alto do que eu.

— Será que você me permitiria fazer uma coisa?

Meu coração acelerou, ainda mais. As borboletas no estômago logo iriam furá-lo e sair voando. Fiquei sem voz. Virei um pouco o rosto, ficando alinhado com o dele.

— Isso é um sim? — Riu, divertido e leve.

Eu estava morrendo de vergonha. Acabei baixando o olhar, e coloquei a mão no meu pescoço, rindo, já sabendo, de alguma forma, o que me esperava. Lysandre segurou meu rosto e o levantou, se aproximando, até que encostou seus lábios nos meus, fechando os olhos.

Senti-me derretendo, novamente e cedo demais, ele se afastou. Coloquei a mão em seu rosto, e o puxei para mim, o beijando.

— Podemos ficar assim para sempre? — perguntou Lysandre, baixo, com a boca encostada na minha.

Eu suspirei. — Sem dúvida alguma. — Ele voltou a me beijar, e ficamos assim, por um bom tempo.

Escutei Rosa rindo baixo. — Finalmente.

Não pude deixar de rir e dar uma espiada em Rosalya, que parecia totalmente feliz com a nossa aproximação.

— Acho que ela já estava torcendo por isso — sussurrou ele.

— Acho que sim.

Coloquei a mão em seu rosto, fazendo o contorno com a ponta dos dedos. Seus olhos nunca deixariam de me encantar. Ele voltou a deitar, e me colocou em seu peito.

Um pouco depois, Leigh e Rosa entraram. Estava ficando frio, e eu estava começando a ficar sonolenta.

— Vamos entrar? — Lysandre perguntou.

— Vamos… —  Ele se ergueu, e me ajudou a levantar, e entramos, segurando a minha mão. No corredor, virou para mim, andando para trás.

— O que quer fazer agora?

— Não sei. O que tem para fazer? — Acabei bocejando.

— Parece que agora, poucas coisas. Está cansada?

Sorri. — Um pouco.

— Quer se deitar?

Gelei. Deitar? Na sua cama? Eu... Mas ainda...

— O que foi? — Não consegui dizer nada e deixei minhas bochechas vermelhas falarem por mim. — Pode me dizer. O que está pensando?

Coloquei a mão no rosto. — Hm... Deitar... na sua cama...? — O olhei.

Suas sobrancelhas se juntaram. — Por que está preocupada? Não farei nada que te incomode, ou mesmo sem sua permissão.

Senti não só meu rosto, como meu corpo esquentando. Acho que estou roxa.

Ele deu um pequeno sorriso compreensível. — Nunca iria encostar em você sem que quisesse. E nunca irei... Tudo bem? — Colocou a mão em meu queixo, e me fez levantar a cabeça. — Não se preocupe com isso.

Sorri, sem graça, e afirmei com um aceno de cabeça.

— Ainda quer subir?

— Sim.

Lysandre segurou minha mão, e me levou até seu quarto.

Acendeu a luz e se aproximou da cama. — A camiseta que você usou ainda está aqui. Quer usá-la de novo?

— Quero.

— Então vou para o corredor. Pode se trocar.

Assim que ele saiu, fechando a porta, me troquei rapidamente e dobrei as minhas roupas. Depois, avisei que tinha terminado e ele entrou, começando a puxar as cobertas e lençóis da cama enquanto eu deixava as minhas roupas em cima de sua escrivaninha.

— Pronto.

— Você tem um lado preferido da cama?

— Não, pode escolher.

Sentei no colchão e engatinhei até o lado direito e deitei. E sim, era igual eu imaginava que era. Macia demais! Agarrei o travesseiro fofinho, e Lysandre riu.

— Como já se deitou, pedirei que feche os olhos, pois vou me trocar. — Virei a cara para o travesseiro e o escutei andar até o guarda roupa.

A curiosidade começou a ferver dentro de mim. Levantei a cabeça, e olhei para ele, tirando sua blusa. Me surpreendi com o que vi.

Ele tem uma... tatuagem? São... asas? Várias asas diferentes, uma dentro da outra.

Assim que começou a tirar o shorts... Me virei novamente, envergonhada. Um tempo depois, a luz foi apagada e, como a janela estava aberta, a luz da lua iluminava um pouco o quarto. Escutei a porta sendo fechada, e logo, ele se deitou ao meu lado.

— Por que você está com cara de quem aprontou? — Opa... Virei o rosto de volta para o travesseiro. — Você olhou, não é?

Não consegui mentir e apenas balancei a cabeça, concordando. Dei uma olhada para ele, vendo seu sorriso divertido.

— Você não está bravo?

— Por que estaria?

— Eu vi sua tatuagem.

— Ela não é um segredo. — Deu de ombros.

— Você nunca falou que tinha uma.

— Eu esqueço que tenho.

Meus olhos ficaram pesados, e bocejei. Lysandre pegou a coberta e nos cobriu. Puxou seu travesseiro para perto do meu, deitou e colocou o braço em cima de mim, me abraçando.

— Então, vamos dormir.

Dei-lhe um último beijo, me aconcheguei em seu peito, e o abracei.

Ele beijou minha testa. — Boa noite.

— Boa noite, Lys.

Peguei no sono rapidamente, e me surpreendi em como era confortável dormir abraçada com alguém.

Com alguém chamado Lysandre.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a quem acompanhou a fic até o final! Fiquei muito feliz em ver que tem tanta gente que gosta de AD xD E que gostou da fic, claro! Obrigada, seus lindo/as :3