Duas Cores escrita por Biax


Capítulo 4
Músicas, Vinho, Sofá e Sonolência


Notas iniciais do capítulo

Então, será que mais alguém acha que a Rosa tem cara de baladeira? Shauhsuahsua Sei la, pra mim, parece .-.
Aquele momento em que você está meio acordada, e meio dormindo, e faz as coisas sem pensar. Haha
Boa leitura õ/



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— Hmm... Quando?

Hoje! Por favor? É de uma amiga minha, mas eu não conheço os amigos dela. Não quero ficar sozinha.

— Por que você não leva seu namorado?

Ele não gosta de festas. Por favor, Anne!

— Tudo bem, tudo bem...

Yay! Obrigada!

— Espera, como você pretende ir? Que horas?

Vai ser às oito horas, e Leigh disse que me leva.

— Ok. Como vamos fazer?

A gente passa aí. Me dê seu endereço.

Passei o endereço e fui tomar banho. Quando saí, era seis e meia. Coloquei um vestido preto e um salto pequeno. E short, porque não quero correr o risco de encontrar outro Dake da vida. Terminei de me arrumar oito horas em ponto.

Arrumei a bagunça que tinha feito. Peguei uma bolsa pequena e coloquei meu documento e algum dinheiro.

Oito e quinze.

Fechei as janelas e tranquei as portas. Sentei no sofá e continuei o filme.

Oito e quarenta, escutei uma buzina, desliguei a tv e sai correndo. Fechei a porta e fui até o carro.

Rosa estava de pé, com a porta aberta. Vestia uma calça preta, uma blusa de cetim vermelha e salto, com seus cabelos enrolados. Ela entrou e eu fui para o banco de trás.

— Oi, Leigh. — O cumprimentei.

— Olá, Anne.

— Demorou tudo isso para se arrumar? — perguntei a Rosa..

— Sim, desculpe.

— Bem-vinda ao meu mundo. — Leigh riu.

— Ei. — Rosa deu um empurrão de leve no ombro dele.

— Você mora bem perto. — Leigh comentou. — Uma rua à frente de minha casa.

— É mesmo. — Rosa me olhou e deu uma piscadela.

Pouco tempo depois chegamos no lugar. Leigh disse que era para Rosa ligar quando fossemos embora. Entramos no salão. Era grande, escuro, com várias luzes coloridas piscando. Algumas mesas espalhadas, e música alta. Muito alta. Mais para frente, havia um pequeno palco e na frente dele, a pista de dança, onde já havia bastante gente.

Rosa deixou um presente em uma caixa perto da entrada.

Do lado esquerdo da pista, havia um bar. Rosa viu sua amiga lá, então fomos até ela. A cumprimentamos e Rosa me apresentou. Vários garçons passavam com bebidas e petiscos e eu não deixava nenhum passar reto.

Rosa olhava para o salão, parecendo ansiosa.

— O que foi? — perguntei, precisando gritar.

— Nada. Estou esperando a vontade de dançar vir.

Vontade? Hein?

— Vamos beber alguma coisa — sugeriu, me puxando pelo braço até o bar.

Ela falou algo com o barman, e ele começou a fazer umas misturas. Logo, entregou dois copos pequenos. Rosa os pegou e me deu um.

— Toma de uma vez — berrou, já virando o copo na boca e o colocando de volta no balcão. Eu hesitei. — Vai! Toma! — Me apressou.

Olhei pro copo, ele me olhou... Seja o que Deus quiser.

Virei de uma vez a bebida, e ela desceu queimando tudo.

Rosa começou a gargalhar. — Olha sua cara!

— Nunca mais me dê uma coisa dessas de novo — reclamei, fazendo careta.

Ela riu. — Achei que já tivesse bebido antes.

— Já, mas não assim.

— Tudo bem, vou te dar algo mais leve na próxima. — Uma outra música começou a tocar. — Ai Meu Deus, vamos! — Rosa gritou, pegando meu copo e colocando junto ao seu, e me puxando pra pista.

Reconheci a música. Dog Days Are Over.

Ela começou a se mexer no ritmo, e tentei imitá-la. Senti o calor da bebida fazendo efeito, começando a me animar. Me senti fora de órbita. Todos batiam palmas junto com a música.

A próxima foi OMG, e Rosa pegou outra bebida para nós, mais gostosa dessa vez. De vez em quando, empurrava uns petiscos para ela, e comia também.

Nunca tinha me divertido assim, e Rosa ajudou a me fazer rir.

Depois do que pareceu ser muito tempo, ela quis se sentar.

— Meus pés estão me matando! — Riu, divertida. — Estou ficando cansada, você não?

— Não, sinto que posso ficar aqui a noite toda… Mas agora acho que está batendo um cansaço.

Ela riu. — Você está com cara de bêbada.

— Não estou bêbada, estou alegre.

— Sei! Que horas serão agora?

Olhei o celular. — Duas horas.

— Nossa! Não parece. Vamos embora?

— Vamos.

Atravessamos o salão e fomos para a rua.

— É que não gosto de incomodar o Leigh, não sei se ele já está dormindo. Ele sempre insiste em me levar e buscar dos lugares quando não quer vir — disse, discando um número no celular. — ... Oi, Leigh, pode vir...? Sim, estamos cansadas... Tudo bem... Ok, beijos. — Desligou. — Logo ele chega. — Foi até a beirada da calçada e se sentou.

Fiz o mesmo.

— Está animada ainda? — Me olhou.

— Mais ou menos. Você nem se despediu de sua amiga.

— Ah, até eu achá-la iria demorar. Depois mando uma mensagem. — Cinco minutos depois, Leigh chegou.

— E aí — começou, dirigindo. — Foi legal?

— Sim, dançamos bastante. Foi divertido — explicou, contente. — Você estava dormindo? — perguntou carinhosamente, passando a mão em seu cabelo.

— Não, estava vendo um filme com o Lys.

Meu coração deu um salto. Lysandre... Ele nem me passou pela cabeça. Vou vê-lo?

Chegamos em sua casa. Leigh colocou o carro na garagem e Rosa me puxou para dentro da casa.

Entrando, vi uma mesa de jantar do lado esquerdo, a frente, a cozinha, dividida por meia parede, do lado direito da porta, a sala, que havia a tv na parede, e um sofá grande em formato de “L”, onde vi cabelos brancos. Ele virou o rosto e olhou para cima.

— Boa noite, senhoritas. — Sorriu.

— Boa noite, Lys! — Rosa falou, dando a volta e sentando-se no sofá, na parte da parede. — Vem, Anne — chamou, dando tapinhas no assento.

Dei a volta e me sentei no meio do sofá. Rosa estava quase na ponta a minha direita, e Lysandre na ponta a minha esquerda.

— Hm estão bebendo vinho? — Ela perguntou, pegando a taça em cima da mesinha de centro e dando um gole.

Não tinha notado, mas Lysandre estava segurando uma taça, apoiada na perna. — Vocês aceitam? — questionou levantando-se.

— Sim. — Rosa afirmou.

— Aceito também — respondi. Ele foi até a cozinha.

Lysandre estava com uma roupa diferente do normal. Camiseta branca, calça cinza escuro. Até que ele fica bem assim... também.

Rosa pigarreou. Olhei para o lado, e ela estava sorrindo. Senti meu rosto queimando.

Leigh entrou e sentou-se junto a ela. Olhou para sua mão, segurando a taça, quase vazia. Ela riu, fazendo cara de quem tinha aprontado.

Ele riu também. — Lys, traga a garrafa, por favor.

Lysandre voltou com a garrafa e duas taças. Serviu a Rosa e a mim, e deu a garrafa a seu irmão. Voltou ao seu lugar, um pouco mais perto de mim. Leigh deu play no filme e serviu-se de mais vinho.

Acho que sou a única tensa aqui...

O filme era de guerra, nem precisei olhar pois os tiros e explosões falavam por si só.

Abaixei um pouco e tirei os sapatos. Tentei sentar de outro jeito, mas o vestido levantava, apesar de ser um pouco largo. Segurei a barra do vestido com a mão, e tomei um gole do vinho.

— Você não gostaria de se trocar? — Lysandre murmurou.

Ele percebeu. — Eu não trouxe roupa — cochichei.

— Eu te empresto — falou, colocando a taça na mesa. — Leigh, pause o filme, vou pegar uma roupa para ela se trocar. — Ele levantou, e eu o segui.

Subimos as escadas, mais para frente, na mesma parede da tv. Viramos à esquerda em um corredor, onde haviam duas portas. Ele entrou na primeira, no meio do corredor.

Entrei. Ele foi direto ao guarda-roupa, em frente à porta, virado para a cama de casal, do outro lado do quarto. Na parede de frente a porta, uma janela e em baixo, uma escrivaninha. Na parede oposta, uma estante com vários livros. Na frente da cama, um banco almofadado, da mesma largura que ela.

Lysandre não percebeu minha rápida análise, já que estava procurando algo nas gavetas. Senti um perfume que parecia incenso. Um cheiro meio floral e herbal ao mesmo tempo.

— Aqui — disse, oferecendo-me uma camisa preta. — Vou procurar uma calça.

— Não precisa, estou de shorts.

— Não está com frio?

— Não...

— Então... Pode se trocar aqui, eu vou...descer.

— Obrigada, Lys.

Ele me olhou antes de sair. — Por nada. — Sorriu, e saiu.

Desdobrei a camisa e senti seu cheiro de amaciante, pensando que devia pegá-la para mim. Ele nem perceberia. Tirei o vestido e a coloquei. Como pensei, ficou grande. As mangas compridas, ficaram compridas demais porém, fiquei incrivelmente confortável. Dobrei o vestido e deixei em cima de sua cama. Apaguei a luz e desci.

— Não sabia que você tinha vestidos, Lys. — Rosa brincou, me olhando.

Lysandre riu e me olhou, ficando levemente corado, fazendo com que eu corasse também.

Voltei ao meu lugar e Leigh continuou o filme.

Agora podia me sentar melhor. Terminei o vinho, me sentindo meio boba, e deixei a taça na mesa. Depois de um tempo, vi Lysandre fez o mesmo. Meus olhos começaram a ficar pesados, e os fechei por uns instantes. Vi luzes, ouvi algumas músicas, e senti cheiro de vinho...

Quando abri os olhos, estava tudo escuro e silencioso. Havia uma pequena luz, vinda da fresta da cortina, que iluminava levemente a sala. Percebi que ainda estava sentada, e agora, coberta. Rosa e Leigh não estavam mais ali.

Me mexi, e senti algo em minha mão esquerda.

Olhei para o outro lado. Lysandre estava perto, com o rosto virado para mim. Estávamos dividindo a coberta e, por curiosidade, a levantei, vendo que ele estava segurando minha mão. Graças a isso, meu coração começou a bater rápido.

Sua respiração estava leve, com os lábios entreabertos.

— Lys...? — sussurrei, e não obtive resposta.

Como você fica... fofo dormindo...

Fiquei o observando. Parecia que abriria os olhos a qualquer minuto.

Ainda meio sonolenta, levantei um pouco a cabeça e cheguei perto, sem tirar os olhos dos dele. Encostei meus lábios em sua boca quente. Não houve nenhum sinal. E sem pensar, o beijei suavemente, fechando os olhos.

Me afastei, sentindo meu rosto quente. Sem acreditar que tinha feito aquilo.

Ri sozinha. Deixei minha cabeça afundar no encosto do sofá, encostando na dele. Segurei sua mão melhor, entrelaçando nossos dedos, e me deixei dormir novamente, tentando acalmar meu coração.


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Notas finais do capítulo

Desde que tive a ideia do aniversário, escrevi escutando essa música, Dog Days Are Over (Florence And The Machine). Achei que ela se encaixaria perfeitamente na história, no momento. Sério, não me pergunte por quê.
Da onde eu tirei que o Lys gosta de incenso? Não faço a mínima ideia shaushauhs Só achei um pouco a cara dele, sei la :v
Imaginem, ver esse Lyssedução dormindo do seu lado? Não iam tirar uma casquinha? hahahahaha Aiai :B