A Nova Uchiha escrita por Mrs Fox


Capítulo 9
Nine


Notas iniciais do capítulo

Faaaaaaala galera! Tudo bem?
Particularmente estou muito decepcionada com os argumentos desses protestos que mais parecem mini assassinatos de eventos históricos ( quem estudou da Era Vagas até o governo de FHC, e sabe o que é direita e esquerda entende a minha tristeza)

ENFIM! O capitúlo de hoje tá bem intenso... Espero que gostem!

Desculpa pelos erros e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/599464/chapter/9

Eu, definitivamente, odiava subterrâneos. Eram sempre quentes demais, escuro demais e as vezes me perdia. Não importava o quão meu nii-san dissese que eram bases mais seguras, menor a chance de ser encontrada e blá blá blá, preferia muito mais um lugar que eu pudesse me divertir com os meus ratinhos. Nossa, como eu sentia falta deles, da minha base que depois de muito insistir meu nii-san permitiu construir o andar da superfície, ele não entendia a minha necessidade, mas era por que não sabia apreciar aquela bela visão: quando os medicamentos perdiam um pouco do efeitos e eles ficavam olhando para as janelas no alto da parede, vendo a luz do sol e sentindo a brisa entrar. Era absolutamente divertido ver o desespero no olhar, aquela vontade louca de fazer o corpo se mexer e não senti nada se mover. Era muito prazeroso.

Cheguei na porta da sala do nii-san e antes mesmo de bater ouvir ele me mandando entrar, ele estava de costas fazendo alguma experiência com o chakra e um dos intensificadores que eu tinha mandado. Particularmente, achava ele muito bonito, com aqueles cabelos castanhos curtos e olhos violeta emoldurados pelo seu óculos. Coloquei uma cadeira ao seu lado subindo para ficar em pé, odiava ser baixinha, reclamava todo dia, e por mais que ele dissesse que eu era muito nova e ainda tinha chance de crescer continuava sendo baixinha.

– O que você quer Issa?

– Só dá um aviso nii-san! Tem ninjas de Konoha nos vigiando. Já verifiquei o chakra deles, nada de especial.

– Viu só Issa, se você tivesse tomado esses cuidados antes, sua base não teria sido destruída.

– Não enche Sakamoto! - odiava quando me chamava de descuidada.

– Sakamoto? Se irritou somente com isso? - sua voz era tão calma, que não conseguia ficar irritada.

– Não tinha como prever que a discípula da Goidame iria nos atacar. - falei virando a cara.

– Você devia ter trazido a Haruno, ela seria bem útil pra mim.

– Já falei que não gosto dela. - e não gostava, não gostava nem um pouco.

– Você é ciumenta Issa, e graças a esse ciúme você deve ter matado a menina. Você me deixou triste Issa.

– Gomenasai nii-san, odeio te deixar triste.

– Tudo bem.

– Nii-san o que você vai fazer com os ninjas de Konoha?

– Vamos esperar eles invadir, vá preparar seus brinquedos.

– Hai nii-san! Você é o melhor!

~#~

– Por que você não quer ir teme? - falou Naruto da porta.

– Porque você sempre acaba com a minha paz de espírito dobe.

– Se eu fosse você eu aceitaria ir logo Sasuke, antes que o Naruto te arraste. - levante o braço que cobria os meus olhos.

– Até você Kakashi?

– Só estou tentando te ajudar. - bufei.

– Vamos teme! Pelo velhos tempos!

– Você não devia estar com a sua esposa? - rolei na cama ficando de costas para os dois.

– Hinata-chan disse que ia passar a noite na casa do pai dela, assunto dos Hyugas.

– Enquanto vocês dois discutem eu vou espera com a Sakura lá em baixo. - me virei pra porta a tempo de ver Kakashi se afastando.

– Deixe de ser chato Sasuke! Nós quatro reunidos no Ichiraku, vai ser legal.

– Nossas definições de legal são diferentes. - fechei novamente os olhos para logo em seguida sentir Naruto a agarrar o meu pé e me derrubar com tudo da cama.

– Droga Naruto! Você não cresce? - perguntei me levantando do chão.

– Se você colocar a sua bunda alí de novo. - apontou para a cama. - Eu vou fazer de novo teme!

Bufei, não ia ter como escapar dele. Calcei as sandálias enquanto Naruto me olhava com ar triunfante, peguei um casaco e fomos em direção a entrada do prédio. Sakura conversava calmamente com Kakashi, quando nos viu se aproximando começou a nos olhar ternamente com um sorriso no rosto.

– Boa noite Sasuke-kun.

– Boa.

– Tive que arrastar esse teme pra fora da cama pra ele aceitar vim com a gente. - disse com aquele sorriso idiota no rosto..

– Cala a boca dobe.

– Você devia ter visto a cara dele no chão Sakura-chan. - e caiu na risada.

– Pare de falar de mim seu baka. - falei agarrando a frente da sua blusa.

– Baka é você. - falou fazendo a mesma coisa com a minha. - Baka!

– Meninos, se acalmem. Essa é uma noite para comermos e nos divertimos. - interferiu Kakashi colocando a mão nos nossos ombros.

– Não adianta Kakashi-sensei, esses dois sempre vão brigar um com o outro por besteira. - falou Sakura dando um pequeno risinho.

– Antigamente você culpava Naruto por isso. - soltei sem pensar direito.

– Antigamente, como você mesmo disse. Vamos indo. - ela saiu andando com Naruto enquanto eu e Kakashi fomos atrás.

Estreitei os olhos ao ouvir isso. Sempre tinha achado que a proteção que Sakura oferecia a mim em relação as provocações de Naruto era um efeito do amor que ela dizia nutrir por mim, eram fatos que de alguma forma eram ligados, como se enquanto ela me amasse eu teria a razão. Mas a minha ausência parecia ter mudado isso, estava mais justa, menos pegajosa e dependente. Diferente de antes ela não tinha se sentado do meu lado de propósito, ou ignorava alguém para dedicar atenção total para mim, conversava naturalmente, ria e brincava junto com Naruto mesmo que fosse de mim. Se por uma lado eu gostava daquela independência, do seu amadurecimento, por outro estranhamente senti falta da sua antiga devoção, como se houve somente eu no mundo. Foi ai que me veio um pensamento: ela não tinha ido procurar por mim, nós tinhamos se visto à dois dias, porém ela não parecia se importar com isso. Então talvez ela tivesse cansado, eu que achava que assim que voltasse seria questionado pelo “Até a próxima vez” não ouvi nada relacionado, e de certo modo isso era bom, o que eu poderia responder? “Foi um impulso.”

– Fala aí Sasuke, pra que esse cabelo tão grande? - perguntou Naruto que já estava terminando a segunda tigela de rámen.

– Esconder o Rinnegan.

– E pra quê?

– Naruto, não é bom sai por ai mostrando o poder que ele tem. - explicou Kakashi.

– Bom, eu achava que tinha deixado o cabelo crescer pra fazer umas trancinhas Sasuke. - e caiu na risada junto com Kakashi e Sakura.

– O que seu dobe?! Quando você vai crescer? Fica falando essas besteiras! - dei um cascudo forte na cabeça dele, eu sempre tentava manter o controle, mas aquilo era demais.

– Ora Sasuke-kun, uma presilha não faz mal.

Disse Sakura rindo enquanto direcionava uma coisa rosa pro meu cabelo, segurei seu pulso na hora e olhei pro seu rosto, ela parecia uma menina brincalhona fazendo a piada do ano, apesar da força que eu usava para parar o seu braço, ela continuou a se mover sem problemas até colocar aquela coisa.

– Sasuke-kun, eu tenho mais força que você, Naruto e Kakashi-sensei juntos. - disse vendo minha cara emburrada ao tirar aquilo na minha cabeça, fiquei calado enquanto eles riam de mim.

– Ora Sasuke, não vai ficar bravo com isso, vai? - perguntou Kakashi.

– Não enche. - fiquei quieto enquanto voltaram a conversar

– Ei, Sakura-chan, por que você não vem treinar amanhã comigo e com o Sasuke?

– Não posso Naruto, tenho plantão a tarde no hospital.

– Podemos treinar de manhã, né Sasuke? - dei de ombros. - Por favor Sakura-chan?!

– Tudo bem, no antigo campo de treinamento?

– Hai, dattebayo!

– Tudo certo então! - disse se levantado. - Vou para casa, até amanhã!

– Vou te acompanhar.

Falei me levantando também. Preferi ignorar o olhar desconfiado de Kakashi, ou o ar provocativo de Naruto.

– Não precisa Sasuke-kun… - falou com um sorriso enquanto comecei a andar.

– Vamos logo Sakura. - falei me virando.

– Hai! Boa noite! - acenou e sai correndo para me acompanhar.

Fomos andando calmamente em silêncio, Sakura por algum motivo estava sorridente ao meu lado, quando nos aproximamos da rua de de sua casa ela finalmente começou a falar.

– Sasuke-kun ficou bravo com a brincadeira?

– Não dá pra esperar outra coisa do Naruto.

– Isso me lembrou a pegadinha que ele fez com Kakashi-sensei no dia que nos conhecemos. Aquilo foi divertido... Que foi? - ela deve ter percebido o olhar questionador que usava.

– Se eu bem me lembro você brigou com Naruto por isso, parecia não ter gostado.

– Ah Sasuke-kun, quando uma menina se apaixona ela sempre tenta agradar, eu fazia aquilo achando ia te impressionar.

– Parece que você mudou de ideia. - comentei e ela riu baixinho.

– Não dá pra ficar a vida inteira numa tentativa frustada de chamar atenção de alguém. - ela parou na minha frente.

Olhei bem para Sakura, talvez tão bem quanto nunca tinha feito antes. Porque pela primeira vez ela não sentia necessidade que eu fizesse isso, pela primeira vez ela não estava correndo atrás de mim, pela primeira vez ela não tentava me fazer sentir nada , pela primeira vez ela parecia dizer “eu não te amo mais”.

– Acho melhor eu ir embora. - me virei e sai andando.

– Sasuke-kun? - olhei pra trás e vi que ela estava confusa.

– Até amanha Sakura. - e continuei meu caminho.

Ouvir aquilo foi bem estranho, estranho e perturbador, e o fato de provocar essas sensações em mim me deixou ainda mais confuso. Já tinha pensado que Sakura poderia eventualmente me esquecer um dia, mas ouvir algo assim dela tornou a possibilidade real, e quando percebi, eu não queria que isso acontecesse. Era assustador demais, imaginar, nem que por um momento, que eu verdadeiramente queria ela me amasse.

~#~

Acordei animada com o treinamento. Tomei um banho rápido e vesti minha roupa ninja,substituindo o short pela calça, por conta do frio comi uma coisa leve e sai. Fui andando devagar pela vila, tentando achar uma conclusão para o que tinha me deixado um bom tempo acordada de noite: por que Sasuke olhou pra mim daquele jeito? Foi tão repentino quanto profundo, ele não tinha noção quanto era capaz de mexer comigo, somente com aquele par de olhos pretos, era como se estivesse me vendo pela primeira vez. Em pensar que eu quase fui beijá-lo, e teria feito se ele não tivesse se afastado.

Balancei a cabeça e apressei o passo, quando cheguei no campo de treinamento não vi ninguém, mas sabia que ele já estava lá em algum lugar. Andei devagar até o centro do local, tentando acha-lo, mas ele sempre foi bom demais em se esconder.

– Sasuke-kun? Eu sei que você já está aqui.

Quando olhei para trás ele estava em pé a uns metros de mim, sério como sempre.

– Naruto ainda não chegou. - me informou.

– Normal, desde que Hinata engravidou ele sempre se atrasa. - falei deixando a mochila que eu tinha trazido em um canto. - Você vai querer esperar por…

– Sakura. - quando olhei ele já estava ali, bem na minha frente, me olhando de um jeito estranho.

– O que foi? - ele me olhou e depois virou a cabeça de lado, como se estivesse se decidindo sobre alguma. - Algum problema Sasuke-kun?

– Sakura, - começou ainda olhando pra longe. - se pudesse escolher, você… você escolheria nunca ter se apaixonado por mim?

Congelei ao ouvir aquilo. Que tipo de pergunta era aquela? O que estava acontecendo pra ele, Uchiha Sasuke, me perguntar uma coisa dessas tão repentinamente? Pra ele me perguntar sobre amor? Fiquei chocada, abri a boca, mas não saia nada, não conseguia pensar em nada. Aquilo não podia ser verdade.

– O-o que você disse Sasuke-kun? - minha voz não era mais alta que um sussurro.

– O que você ouviu Sakura. - respondeu com rispidez.

– Como assim você tá perguntando um coisa dessas…

– Só me responda Sakura, se você pudesse escolher, teria me amado? - perguntou segurando meu braço.

– Que diabos de pergunta é essa? - falei soltando meu braço.

– Eu preciso saber Sakura, só me responda! - falou dando um passo em minha direção, sua voz era como se estivesse sendo sufocado, seus olhos, suplicantes.

– Por que isso agora?

– Tsc. Por que eu não consigo entender!

– Entender o que Sasu…

– Entender como um dia você pode ter me amado Sakura! - ele gritou desesperado, tão desesperado que me assustou.

– Você tá querendo dizer que eu não nunca devia ter me apaixonado por você Sasuke?! - gritei de volta. - Depois de tudo que eu passei?!

– Exatamente Sakura, depois de tudo que você passou! Depois de todo desprezo, de ter te abandonado desmaiada num banco naquela noite, depois de sumir pro anos, depois de fazer você junto com Naruto sofrer enquanto tentavam me salvar de mim mesmo, depois de… Céus Sakura! Depois de tentar te matar duas vezes, DUAS VEZES! - sua voz que tinha começado baixa estava alta novamente, sua intensidade me atingia como laminas, era como se agulhas estivessem sendo colocas nos pontos nervosos do meu corpo.

– Então é isso. Você acha que eu não tenho motivos pra amar você? - perguntei fechando a mão tentando controlar a raiva.

– Você não tem Sakura. - falou com firmeza.

O que eu fiz a seguir não achei que faria nem em um milhão de anos, pelo menos não nessas condições de raiva e mágoa, não depois de tudo ter acabado. Concentrei um quantidade pequena de chakra na mão sem perceber, e antes que eu pudesse pensar sobre o que estava fazendo, dei um murro na cara de Uchiha Sasuke, fazendo-o voar até atingir uma árvore que se partiu com o impacto. Antes que ele pudesse piscar eu estava na sua frente com a gola de sua blusa no meio das minhas mãos. Sasuke, já tinha provocado muitas sensações em mim, mas aquela era a primeira vez que eu estava furiosa com ele.

– Como você ousa Uchiha Sasuke?! Como hein? Sabe, eu posso aceitar muitas coisas de você! Posso aceitar seu rancor, sua rispidez, sua arrogância, seu ódio e seu mal humor. Posso superar o fato de você agir como um babaca, se achar superior, ter me ignorado tantas vezes, ser grosso comigo e com os outros. - senti lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto. - Posso te perdoar por enlouquecer com seu ódio, por fugir da vila me deixando naquele banco, por ter se juntado com Orochimaru, por ter entrado na Akatsuki, até por ter tentado matar a mim e ao Naruto quando estava cego raiva. - comecei a soluçar, e mordi os lábios, as lágrimas agora pareciam uma cachoeira que saia dos meus olhos.

– Eu posso aceitar qualquer coisa vindo de você, mas o que eu não posso nunca, nunca! é que você trate o amor que eu senti, sinto e sentirei como se fosse nada! Isso eu não permito, de ninguém! Nem de você! - larguei sua blusa fazendo com que ele caísse contra o resto da árvore, com uma cara mais pasma do que eu imaginei que ele poderia ter. - Confesso que nem sempre tive motivos justos pra gostar de você Sasuke, que na época da Academia eu só era mais uma menininha boba apaixonada pelo garoto mais bonito da escola, mas isso mudou com o tempo. Depois do Time 7 pude ver coisas em você que não percebi no tempo que estudamos juntos, que por mais arrogante e mal humorado que você fosse, ainda sim era dedicado e preocupado com o bem estar de nós três, e por mais que você não quisesse admitir, gostava de estar com a gente. E depois do exame chunin eu sofri tanto por você, eu tive tanto medo, por que alí foi a primeira vez que eu entendi o que você sentia, e doeu tanto, ver você se consumido por tanto ódio e não ser capaz de fazer nada. Eu nunca me senti tão inútil! Agora Sasuke, se você acha que eu não tenho motivos pra amar você, me desculpe, não é como se sempre existissem motivos pro amor, e mesmo você não gostando eu vou continuar me apaixonando por você, e de novo e de novo e de novo, até o meu último suspiro.

Me virei e comecei a correr, uma mão apertando firmemente a boca enquanto a outra agarrava desesperadamente minha blusa, corri tão rápido quanto os meus pulmões pesados permitiam, que o as árvores viraram um borrão, só não sabia eu se era por conta da minha velocidade os das minhas lágrimas.



~#~

Algum lugar o meu cérebro me dizia que eu devia estar sentindo dor, muita dor, por conta da bancada da queda e do provável nariz quebrado, porém eu não conseguia sentir, era como se meu cérebro estivesse ocupado demais com o estado de choque para se importar com as mensagens enviadas pelas minhas terminações nervosas. Não só o cérebro, meu corpo como um todo estava congelado, meus músculos estavam tão inúteis que nem se eu tentasse conseguiria move-los. Mas ali estava bom, mesmo jogado no chão sendo sustentado somente por um resto de árvore estava realmente muito bom, mesmo que a neve estivesse me deixando com muito frio estava excelente.

O que não estava nada bom era a minha cabeça. Aquilo estava uma bagunça, uma desordem total, e preferia nem sequer me dá ao trabalho de entender. Primeiro de tudo: Sakura tinha me dado um soco, Sakura tinha me dado um soco! Sempre fui tão tranquilo por Sakura nunca me enfrentar que nem me preocupava em estar de guarda baixa quando estava com ela, mas eu já devia ter mudado essa postura, ela não era mais uma menina, e sim uma mulher, uma mulher extremamente forte, em todos sentidos.

Mas o problema estava sendo em digerir tudo aquilo que tinha escutado, de todas coisas que um dia fiz, para ela a pior foi duvidar do seu amor. Não importava as palavras duras, todas decepções que eu havia causado ou ter tentado matá-la, buscar uma explicação para o que sentia era uma coisa que ela desprezava. Provavelmente se eu fosse mais sensível estaria me condenando por ter sido tão idiota, mas não era a primeira e nem seria a última vez que eu faria uma coisas dessas, já estava habituado com essa sensação.

Eu nunca imaginei que veria Sakura tão furiosa comigo, o seu olhar era de puro ressentimento e ódio, o par verde brilhante sempre tão gentil estava arregalado e dava a impressão de ter se tornado mais escuro. As palavras que ela gritava pareciam estarem arranhadas assim que passava por sua boca interrompendo os soluços, sua testa estava franzida e seus dentes cerrados, a cada palavra dita ela derramava mais e mais lágrimas pela sua bochecha rosada pelo frio. E droga, aonde tinha ido para o costumeiro “kun”?

E então ela ainda me amava. Depois de tudo ela ainda me amava, e isso era a única coisa que o meu cérebro conseguia processar, “ ...o amor que eu senti, sinto e sentirei…”. Particularmente eu não conseguia entender o porquê desse amor ainda existir, nem de como ela tinha tanta certeza que ainda existiria, porém com a certeza que ela disse, eu sabia que era verdade. Tudo que aconteceu, estando juntos ou separados tinha feito ela crescer, e talvez fosse isso que tivesse lhe dado tanta segurança sobre o que sentia. Não pude evitar senti aquecido, apesar da situação, percebi que achava bom saber que depois de tudo que alguém, que ela, ainda era capaz de me amar.

Não sei quanto tempo fiquei ali sentado olhando o vazio, estava tão concentrado nos meus pensamentos que podia ser minutos ou horas. Naruto chegou berrando meu nome, mas não me movi ou chamei sua atenção, até que ele me viu e correu em minha direção.

– Sasuke, o que aconteceu? Quando eu tava chegando eu vi a Sakura-chan chorando… Isso é sangue? Por que a Sakura-chan não te cu… Teme, o que você fez? - perguntou cruzando os braços.

– Falei.

– Falou o que? - virei o rosto me negando a responder. - Tudo bem, vamos pra minha casa, Hinata-chan deve conseguir dá um jeito no seu nariz.

Ele ajudou a me levantar, e dessa vez nem reclamei. Fui devagar até a mochila de Sakura e a joguei por cima do ombro, sentindo uma pontada na coluna que preferi ignorar. Com passos lentos segui Naruto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vocês não tem ideia de como eu lavei a minha alma escrevendo a cena do soco! Sério mesmo! Eu sempre achei interessante a relação conturbada dos dois, e sempre achei admirável o fato da Sakura perdoar as cagadas do Sasuke, porém sempre achei que ele merecia levar um soco dela por conta da fase que foi um FDP, e por tudo que fez ela passar, só pra ele ver a raiva e decepção que causou nela. Uma forma de mostrar que o amor dela forte, mas as suas convicções também são.

Até próxima semana! Bjões!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Nova Uchiha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.