Problemas escrita por Jolly Roger
Notas iniciais do capítulo
Aleluia to postando no dia certo!!!! Comemorem
– Eu estou bem, sério.
– Você esta com as duas pernas enfaixadas e com gelo no braço. - Diz Noah que depois de se divertir bastante na corrida e ficar em último lugar, decidiu se preocupar comigo.
Já saímos do Parkwood Karting faz alguns minutos. Annie, Adam e Samuel tiveram que voltar para cidade onde moravam, mas deixaram o número dos celulares para mantermos contato. Brad foi andar mais um pouco por Sheffield.
– A gente pode continuar, me fala o próximo lugar. Por favor.
– Nós iríamos jogar paintball, mas não da pra você jogar desse jeito. - Fala Noah apontando para meus curativos.
Tento inventar uma desculpa, mas como sempre Noah ganha as discussões. Vamos andando em silêncio até a Estação Rodoviária. Quando chegamos compramos uma passagem para Stonebridge e sentamos esperando o horário de saída. Sentada nos bancos desconfortáveis do local, minha mente volta a pensar no Ethan. Eu deixei ele sozinho naquela cama depois de ter fingido que não escutei sua proposta de transarmos. O ônibus chega após uma hora e sentamos no fundo como na primeira vez. Dessa vez quem senta na janela é Noah, ele passa o trajeto inteiro olhando a paisagem. Quando o ônibus finalmente chega Noah pela primeira vez olha pra mim.
– Desculpa. Por minha causa você vai levar uma bronca e por minha causa você se machucou.
– Noah, eu aceitei ir à Sheffield, eu quis is para o kart. Eu também sou culpada.
***
Estamos em frente a porta de casa já faz uns cinco minutos. Sinto o cheiro de três wolfbloods e sei que eles sabem que tem mais dois atrás da portas. Abro a porta devagar, a primeira coisa que vejo é Bryn com o pescoço esticado tentando espiar. Quando entramos em casa Maya e Ethan estão sentados no sofá de braços cruzados.
– Aqui não é a floresta onde você conhece como a palma de sua mão. É uma sociedade diferente, uma cidade diferente. - Diz Maya se levantando do sofá e apontando um dedo na cara do irmão.
– E Zoe você acabou de perder totalmente a razão de odiar a Maya por um erro meu, porque o seu foi muito pior. - Diz Ethan.
– Mas eu não te trai.
– Como eu te trai, se nem namorando estávamos?
Então era assim que ele pensava sobre como me enganou, não foi uma traição só porque não namorávamos. Já estava até esperando o sermão do Bryn.
– Da próxima vez me convidem, por favor. - Ele diz tão bravo quanto Ethan e Maya.
Noah e eu nos entreolhamos.
– Claro. - Responde Noah rindo.
Maya e Ethan lançam um olhar repreendendo Bryn.
– Como vocês conseguem ser tão irresponsáveis? - Pergunta Maya.
– Não somos irresponsáveis, só gostamos de aventura. - Responde Noah.
Nesse momento Ethan parece reparar pela primeira vez nos meus curativos.
– O que aconteceu com suas pernas? - Ele pergunta preocupado se esquecendo que estava bravo comigo, mas quando olha a mochila nas minhas costas ele endurece de novo.
– Bati um carro. - Falo somente isso para pensarem que percebi como minha atitude foi perigosa e pararem de me dar sermões.
– Então perceberam que o quê fizeram foi idiotice? Podiam ser sequestrados! - Diz Maya.
Enquanto Maya e Noah discutiam, Ethan estava conversando com alguém pelo telefone.
– Sim, eles voltaram... A Zoe está com alguns curativos na perna, mas tirando isso estão bem... Bateu o carro... Eu sei que ela não pode dirigir.
Pela preocupação que a pessoa do outro lado da linha esta, só pode ser Rhidian. Fico pensando se eles estavam em Sheffield ou em outra cidade aqui perto.
Sento-me cansada no sofá e Noah faz o mesmo quando olho para ele, vejo-o balançando a cabeça.
– O que foi? - Pergunto.
– Esperávamos ficar fora mais ou menos uma semana, mas foi apenas um dia. Somos péssimos fugitivos. - Ele responde.
– Quem sabe da próxima vez. - Digo sorrindo.
– Nem pensem. - Fala Maya enquanto atrás Bryn gesticula com os lábios para levar ele da próxima vez.
Os primeiros à chegar foram Maddy e Rhidian. Meu irmão ficou brigando com Noah meia hora por ter me convencido a fugir e de deixar eu dirigir um carro, mesmo já sabendo que foi só no kart. Maddy era a mais calma de todos.
– Você não deveria ter ido. Você sabe que se pedisse seu pai a levaria para onde quisesse.
– Foi tudo tão rápido...
– Zoe, você imagina o quanto Ethan ficou decepcionado e seu pai preocupado?
– Eu sempre faço o certo, quando eu erro uma vez...
– Eu entendo. Mas o seu erro te colocou muito em risco.
Respiro fundo. Eu sei que estou errada, mas não quero dar o braço a torcer. Achei que a essa altura já teria me acostumado com os sermões, estava errada. Nunca havia levado uma bronca do meu pai e desejo nunca mais levar.
– Sabe por que sou um pai tão liberal? Porque eu pensei que já era responsável e que sua mãe tinha te educado.
Aquilo foi como um golpe na cara. Meu pai não gritou uma vez comigo, e essa sua calma era o pior.
– Ela me educou, sim. - Respondo de braços cruzados.
– Ás vezes não parece. Três meses de castigo e se reclamar vai para quatro. Sem mesada, nada de ir as festas e se quiser ver seus amigos é aqui ou na escola.
Já estava no quarto, que nos próximos quatro meses seria meu refúgio. Deito na cama. Me lembro de quando tinha 11 anos e matei aula para ir no cinema, minha mãe me fez refletir sobre o que tinha feito e eu orgulhosa esperei ela desistir e me deixar sair do quarto, mas como isso não aconteceu decidi admitir que estava errada.
Sei que alguém esta parado em frente a porta do meu quarto, mas duvido que esteja pensando em vir conversar de boa comigo. A porta abre e Ethan aparece.
– Queria conversar a sós com você. - Ele diz inexpressivo.
– Tudo bem. Senta. - Digo apontando para minha cama.
Ele se senta ao meu lado. Seus olhos escuros olham diretamente para mim e seu corpo está tão próximo do meu...
– Estou feliz por estar bem, mas isso não compensa o fato de você ter...
Beijo Ethan, ele foi a pessoa que mais senti falta enquanto estive fora. Um beijo após o outro, mas ele se afasta.
– O que foi? - Pergunto confusa.
– Quero terminar com você.
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