Apenas sonhe ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

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Set encarava a pilha de garrafas de cerveja ao lado do sofá, com custo, o rapaz conseguiu convencer o pai de Lucas a aceitar uma rápida conversa.

Sentou-se no sofá, tentando ignorar o cheiro da cerveja, como Lucas conseguia viver aqui?

A sala era bem pequena, um sofá perto da porta, um telefone fixo e uma televisão de tamanho médio, ambos em cima de uma mini estante vazia. Ao lado da estante havia uma porta entreaberta, sendo que a única coisa que a impedia de ser fechada era um ursinho de pelúcia cinza que estava agarrado entre a porta e parede.

— Não entendo pra quê criar tanto caso com isso. – O homem resmungou, sentando ao lado de Set e abrindo uma lata de cerveja. Set cerrou os punhos, mas se manteve calmo, não era a primeira vez que tinha que se manter neutro em uma situação complicada.

— Senhor. Imagino que saiba o tipo de problemas que pode acabar arrumando se continuar tratando seu filho assim.

— Problemas? – O homem riu, tomando um gole da bebida, de perto Set conseguiu notar que ele não deveria ter mais que uns trinta anos, mas aparência e as manias devassas acabavam com qualquer juventude. — Sabe rapaz... Esse peste já é um problema. Por causa dele minha mulher morreu, ela era doente e ainda assim quis se dedicar a aquela criança, dai ela morre e sobra pra mim, eu por acaso tenho cara de babá? – Ele ironizou, rindo de si mesmo, porém Set se mantinha em silêncio, tentando assimilar cada palavra que ouviu. — O que importa é que eu preciso de dinheiro para me sustentar, e se ele quiser viver sobre meu teto terá que trabalhar.

— Se não o quer, por que ele ainda vive aqui?

— Você não entende nada mesmo não é?– O homem riu novamente.

Set segurou o homem pela gola da blusa com força. — O que quer dizer com isso? – Questionou secamente, sentindo a paciência começar a se esvair.

—E quem liga? Ele nunca vai ser nada na vida, olha pra ele... É inútil, só sabe fazer o que mandam, na idade dele eu já sabia ser macho... Ah, desculpa, não se ofenda, eu sei que isso é coisa que você não é.

Set se levantou, ainda encarando o ‘pai’ de Lucas, uma única certeza pulsava em sua mente, precisava tirar o pequeno das mãos daquele homem.

— Eu só não arranco esse sorriso tosco da sua cara a porradas, por que eu sei que quer me irritar, e, acredite, eu já estou nesse jogo a tempo demais para me deixar levar pelas provocações idiotas de um bêbado igual a você.

O homem se levantou, jogando a lata em qualquer canto. — Muito bem veadinho. Mas se não se importa o meu filho tem o que fazer nessa casa, e se quiser reclamar fique a vontade, Lucas vai sempre ser meu.

— Espero que no mínimo ele vá a escola, senão saiba que é mais fácil ainda para mim tirar ele de você.

Set virou as costas para o homem e caminhou até a porta, abrindo-a com má vontade.

— Set! – Cris o chamou da rua, o loiro estava de mãos dadas com Lucas, que sorriu e correu até os braços do ruivo.

— Oi amorzinho. – Set sussurrou quando o pequeno se jogou em seu colo.

— Te amo Set. Não vou te esquecer. – O pequeno murmurou com lágrimas nos olhos.

— Ei. – O rapaz bagunçou o cabelo do menino e beijou-lhe a testa. — Vamos nos ver de novo.

Um sorriso se iluminou no rosto de Lucas. — Serio?

— Sim meu pequeno, agora você tem que ir lá. Mas olha, qualquer coisa você já sabe onde nos encontrar.

— Sei sim... Jura que não vai me esquecer?

— Ah querido. – Set abraçou Lucas com força, fazendo com que o menino sorrisse. — Nunca, nunca, nunca e nunca vou esquecer você. Por mim você ficava conosco para sempre.

— Por que não posso?

— Ah... É difícil...

Lucas virou a cabecinha e encarou Set com cara de piedade. — Pode tentar? Eu quero ficar com vocês.

— Claro amor, eu vou tentar. – O ruivo sorriu e colocou o menino no chão, logo começando a caminhar até Cris, que já estava com os olhos vermelhos de tanto chorar, o loiro o abraçou fortemente e, juntos, se despediram de Lucas com um aceno, vendo-o, em seguida, entrar em casa e fechar a porta atrás de si.

— Vamos mesmo deixar isso acabar assim? Lucas lá com aquele crápula?

Set sorriu ao ouvir a pergunta do noivo e o envolveu em seus braços novamente. — Não Cris. Você não queria uma criança?

— Sim. – Cris respondeu, encarando Set com desconfiança.

— Então eu já está decidido. Lucas vai ser essa criança, vou entrar com os recursos necessários e vamos tirar o nosso menino daquele homem.

— Espera, Set... Isso quer dizer que...

— Isso não vai acabar desse modo tão injusto.


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Notas finais do capítulo

:3 Como ficou?