Apenas sonhe ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Heeey o cap não está tão grande, mas está ai..



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Lucas se sentia completamente aquecido, não era como em sua casa que usava um cobertor qualquer que havia pegado escondido do pai, esse era quentinho e confortável, e o carinho que Cris havia feito no menino ajudou a aquecer lhe o coração, que até então estava entristecido.

Ele olhava o redor com curiosidade, tentando captar cada detalhe do que via, o guarda-roupa era branco e tinha um monte de portas, na verdade se ele soubesse contar direito poderia dizer com precisão, mas matemática nunca foi o seu forte. Uma cadeira estava parada em um canto, por que? O menino nem desconfiava, mas achou engraçado.

Quando os mais velhos retornaram, o pequeno não pôde deixar de notar como pareciam felizes juntos, sem perceber havia se afeiçoado aos dois, eles lhe deram carinho e até aquele remédio de gosto ruim, mas Lucas sabia que só queriam ajudar, ele havia gostado daquele quarto, daquela cama e do carinho que recebia, mas temia que assim que partisse nunca mais visse nenhum deles e nunca mais pudesse voltar.

— Olha Lucas trouxemos chocolate quente e torradas e é tudo seu. – Cris anunciou sorrindo e o menino se sentou, não contendo a ansiedade, estava realmente faminto. O loiro o ajudou a se sentar encostado na parede e lhe entregou o copo e as torradas. — Beba devagar porque está quente.

O menino começou a beber bem devagar, realmente estava quente, o gosto era bom e novo, ele sorriu ao sentir como aquilo o aquecia, já havia provado chocolate, mas foi há tanto tempo que nem se lembrava do quão bom era. As torradas também estavam deliciosas e certamente eram melhores do que um biscoito barato.

— Está gostoso? – Perguntou o ruivo, Lucas assentiu timidamente e sorriu, Cris e Set estavam sentados ao seu lado, o loiro estava com a cabeça encostada no ombro do maior e fitava o pequenino com carinho. —Uau! Isso foi um sorriso? Parece que alguém finalmente gostou das minhas torradas.

— Se isso foi uma indireta, saiba que ninguém vive só de torradas... – Cris resmungou mostrando a língua.

— Mas você sempre reclama delas.

— É porque isso é um vício para você, Set, quem tem vicio em torradas?

Ao invés de responder, o ruivo mordeu a orelha do loiro, que começou a rir sem parar, Lucas também riu o que chamou a atenção dos mais velhos, o menino se encabulou um pouco e entregou-lhes o copo e o prato vazio.

— Obrigado.

— De nada querido. – Set colocou os utensílios em cima da cadeira. — Ei Lucas, por que não foi pra casa? – O jovem perguntou ao menino, que o fitou com seus pequenos olhinhos castanhos.

— Eu fui, mas papai não me deixou entrar. – Respondeu inocentemente, para ele era normal dormir na rua, não era nada alarmante e nem muito menos um crime.

— Seu pai o que? – Cris parecia tentar conter a raiva, aos olhos de menino não havia motivo para tal coisa, mas ele preferiu deixar quieto.

— Não me deixou entrar. – Repetiu e viu o loiro lançar um olhar aflito a Set, que também parecia inconformado.

— E por que infernos ele não te deixou entrar? Por que? – Cris se levantou, ainda fitando o menino. — Ele é louco por acaso? Ele tem algum problema mental?

— Cris! – Set puxou o outro para perto de si e o sentou em seu colo. —Se acalme, deve ter um bom motivo.

O loiro enterrou a cabeça no ombro do ruivo e o abraçou, Lucas apenas o observou confuso, não entendia por que o simples fato de não poder entrar em casa deixou Cris tão nervoso.

— Não fica bravo. – Pediu docemente e os dois o encararam, aflitos.

— Por que ele não te deixou entrar? – Set perguntou impassível e Lucas pensou um pouco em como responderia.

— Eu... Não consegui dinheiro.

— Como assim dinheiro? Onde você conseguiria dinheiro?

Lucas deu de ombros. — Eu improviso, faço o que os outros mandam, ás vezes vou para onde tem muitos carros e ajudo uns meninos a lavarem os vidros ou coisa assim.

— E o dinheiro vai todo para seu pai? – Cris perguntou ainda nos braços de Set, Lucas concordou ainda confuso. — E se o dinheiro não é suficiente ele não te deixa entrar?

— É. Mas tudo bem, eu não ligo. – O menino respondeu, bocejando e com os olhos fechando sozinhos, o Loiro se levantou e o pegou no colo, o abraçando com toda força, o abraço dele foi acolhedor e aconchegante, também era quentinho, e isso fez o menino sorrir, estava gostando de ser tratado assim, mas imaginava que não duraria para sempre, mesmo que quisesse, por que era assim que a vida era: injusta, é assim que ouvia as pessoas falarem, enquanto esperavam o ónibus ou iam trabalhar quase todos diziam a mesma coisa: A vida é injusta.


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Notas finais do capítulo

E ai como ficou?



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