Apenas sonhe ~ sendo reescrita~ escrita por Sol
Notas iniciais do capítulo
Heeey o cap não está tão grande, mas está ai..
Lucas se sentia completamente aquecido, não era como em sua casa que usava um cobertor qualquer que havia pegado escondido do pai, esse era quentinho e confortável, e o carinho que Cris havia feito no menino ajudou a aquecer lhe o coração, que até então estava entristecido.
Ele olhava o redor com curiosidade, tentando captar cada detalhe do que via, o guarda-roupa era branco e tinha um monte de portas, na verdade se ele soubesse contar direito poderia dizer com precisão, mas matemática nunca foi o seu forte. Uma cadeira estava parada em um canto, por que? O menino nem desconfiava, mas achou engraçado.
Quando os mais velhos retornaram, o pequeno não pôde deixar de notar como pareciam felizes juntos, sem perceber havia se afeiçoado aos dois, eles lhe deram carinho e até aquele remédio de gosto ruim, mas Lucas sabia que só queriam ajudar, ele havia gostado daquele quarto, daquela cama e do carinho que recebia, mas temia que assim que partisse nunca mais visse nenhum deles e nunca mais pudesse voltar.
— Olha Lucas trouxemos chocolate quente e torradas e é tudo seu. – Cris anunciou sorrindo e o menino se sentou, não contendo a ansiedade, estava realmente faminto. O loiro o ajudou a se sentar encostado na parede e lhe entregou o copo e as torradas. — Beba devagar porque está quente.
O menino começou a beber bem devagar, realmente estava quente, o gosto era bom e novo, ele sorriu ao sentir como aquilo o aquecia, já havia provado chocolate, mas foi há tanto tempo que nem se lembrava do quão bom era. As torradas também estavam deliciosas e certamente eram melhores do que um biscoito barato.
— Está gostoso? – Perguntou o ruivo, Lucas assentiu timidamente e sorriu, Cris e Set estavam sentados ao seu lado, o loiro estava com a cabeça encostada no ombro do maior e fitava o pequenino com carinho. —Uau! Isso foi um sorriso? Parece que alguém finalmente gostou das minhas torradas.
— Se isso foi uma indireta, saiba que ninguém vive só de torradas... – Cris resmungou mostrando a língua.
— Mas você sempre reclama delas.
— É porque isso é um vício para você, Set, quem tem vicio em torradas?
Ao invés de responder, o ruivo mordeu a orelha do loiro, que começou a rir sem parar, Lucas também riu o que chamou a atenção dos mais velhos, o menino se encabulou um pouco e entregou-lhes o copo e o prato vazio.
— Obrigado.
— De nada querido. – Set colocou os utensílios em cima da cadeira. — Ei Lucas, por que não foi pra casa? – O jovem perguntou ao menino, que o fitou com seus pequenos olhinhos castanhos.
— Eu fui, mas papai não me deixou entrar. – Respondeu inocentemente, para ele era normal dormir na rua, não era nada alarmante e nem muito menos um crime.
— Seu pai o que? – Cris parecia tentar conter a raiva, aos olhos de menino não havia motivo para tal coisa, mas ele preferiu deixar quieto.
— Não me deixou entrar. – Repetiu e viu o loiro lançar um olhar aflito a Set, que também parecia inconformado.
— E por que infernos ele não te deixou entrar? Por que? – Cris se levantou, ainda fitando o menino. — Ele é louco por acaso? Ele tem algum problema mental?
— Cris! – Set puxou o outro para perto de si e o sentou em seu colo. —Se acalme, deve ter um bom motivo.
O loiro enterrou a cabeça no ombro do ruivo e o abraçou, Lucas apenas o observou confuso, não entendia por que o simples fato de não poder entrar em casa deixou Cris tão nervoso.
— Não fica bravo. – Pediu docemente e os dois o encararam, aflitos.
— Por que ele não te deixou entrar? – Set perguntou impassível e Lucas pensou um pouco em como responderia.
— Eu... Não consegui dinheiro.
— Como assim dinheiro? Onde você conseguiria dinheiro?
Lucas deu de ombros. — Eu improviso, faço o que os outros mandam, ás vezes vou para onde tem muitos carros e ajudo uns meninos a lavarem os vidros ou coisa assim.
— E o dinheiro vai todo para seu pai? – Cris perguntou ainda nos braços de Set, Lucas concordou ainda confuso. — E se o dinheiro não é suficiente ele não te deixa entrar?
— É. Mas tudo bem, eu não ligo. – O menino respondeu, bocejando e com os olhos fechando sozinhos, o Loiro se levantou e o pegou no colo, o abraçando com toda força, o abraço dele foi acolhedor e aconchegante, também era quentinho, e isso fez o menino sorrir, estava gostando de ser tratado assim, mas imaginava que não duraria para sempre, mesmo que quisesse, por que era assim que a vida era: injusta, é assim que ouvia as pessoas falarem, enquanto esperavam o ónibus ou iam trabalhar quase todos diziam a mesma coisa: A vida é injusta.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E ai como ficou?