Apenas sonhe ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 28
Capitulo 28


Notas iniciais do capítulo

u.u O cap ia ser maior, mas a inspiração não vinhaaaa
Juro que o proximo não vai demorar tanto



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Era uma tarde fresca e o pequeno Lucas chutava algumas latinhas para dentro de um beco, as mãos molhadas e sujas de sabão seguravam um pano ainda mais úmido, ao lado de seus pés estava um balde com materiais que o ajudavam a limpar os vidros dos carros, na verdade o menino apenas ajudava o amigo, já que não sabia limpar muita coisa. O pequeno fitava ao redor, esperando o unico amigo voltar a aparecer. Estava em uma calçada movimentada, a sua frente carros passavam rapidamente.

Na calçada, em ambos os lados da rua, um grupo de pessoas havia se reunido, esperando o sinal fechar. Infelizmente elas não eram as unicas que esperavam, alguns meninos esvam sentados perto de Lucas, esperando a oportunidade para ganhar algum dinheiro, um menino moreninho e pequenino segurava uma caixa de chicletes, ele tinha mais ou menos a idade de Lucas.

O sinal se fechou e logo todos se levantaram.

—Vamos? – O moreninho indagou, lançando um olhar rapido a lucas, que negou no mesmo instante.

—Tenho que esperar o Joe, vou no proximo. – O pequeno respondeu, sorrindo e o outro assentiu, já correndo para a rua. Lucas os observava de longe, todos eram muito rapidos, corriam de carro em carro para tentar conseguir algo e faziam suas melhores carinhas tristes, o que não era dificil.

Não demorou muito e o pequenino avistou Joe correndo em sua direção, o garoto era bem mais velho, com treze anos, tinha cabelos e olhos castanhos e usava roupas largas de mais e desajustadas. Diferente de Lucas, Joe não tinha uma casa para voltar.

Ele trazia em suas mãos um pano seco e uma caixa de doce.

—Desculpa te fazer esperar. – Pediu ao se aproximar, já começando a secar as mãos do menor. — Você vende os doces e eu limpo os carros, já me ajudou muito. Depois dividimos o dinheiro como sempre ok?

—Tá! – O pequeno sorriu e pegou a caixa, se sentando no chão e esperando o sinal se fechar de novo, Joe se sentou ao seu lado suspirando.

—Algum dia você não vai precisar mais disso Lucas. – Ele disse em algo que pareceu um sussurro, mas o pequeno ouviu e tentou sorrir ao meximo.

—E algum dia você vai reencontrar sua familia Joe. E vamos poder brincar todos os dias.

Joe sorriu afagando os fios de Lucas, que abraçou o amigo, desejando que sinceramente que tudo mudasse...

~ ~ # ~ ~

Lucas, sentado no sofá, se divertia ao encarar Cris andar de um lado a outro da sala quase socando o telefone. Era ilario ao pequeno, porque de que adianta andar de lado a outro?

—Atende! Atende! Atende! - O loiro parecia realmente irritado, e faltava pouco para socar o celular na parede. —Por que o infeliz não me atende?

—Está sem rede Cris, desiste. – Outro rapaz loiro que poderia ser descrito como versão adolescente do Cris e que Lucas descoriu se chamar Bernardo, estava sentado no outro sofá, também encarando Cris.

—Ai essa mulher me estressa, eu quero é que tudo exploda! - O mais velho pisou forte no chão e,bufando de raiva, se jogou, o sofá ao lado do pequenino.

—A mamãe só vai vir aqui e falar algumas merdas, você sabe como é. – Bernardo retrucou, sorrindo de canto. —Depois o fogo dela passa e ela vai embora.

—Queria que ela explodisse também! – Cris parecia irredutível de seu ódio e Lucas começou a brincar com seus fios loiros, atraindo o olhar o maior, que conseguiu sorrir. —Lucas, seria bom se você e Bernardo fossem lá em cima fazer qualquer coisa quando a outra chegar, não acha?

O pequeno apenas encarou Cris. —Que outra?

—Outra pessoa. - Lucas fez um pequeno bico por não ter recebido uma resposta concreta, mas logo voltou a brincar com o cabelo de Cris que era liso e macio, o pequeno tentava bagunça-los o maximo possivel. O loiro apenas fechou os olhos sorrindo, tentando se acalmar. —Acho bom adiantar nossa vida não é mesmo? – Cris abriu um dos olhos e sorriu. —Acho que vou começar a fazer a janta e você vai tomar banho ok?

—Tá. – Lucas concordou meio desanimado, queria continuar ali bagunçando o cobelo de Cris para sempre. —Mas eu não cosigo abrir...

O mais velho riu, já se levantando. —Bernardo pode ligar o chuveiro pra ele? – Pediu ao outro que apenas observava tudo e sorriu, concordando. —Lucas não alcança nem a pia do banheiro.

—Ei... – Lucas resmungou, causado uma crise de risos no mais velho, por fim acabou rindo também, o menino tinha ciência de que era pequeno e se não podia mudar esse fato pelo menos podia rir dele.

~ ~ ~ # ~ ~ ~

Do topo da escada, Lucas espreitava a movimetação lá de baixo, Cris estava sentado no sofá, ao lado do homem mais alto e forte, também loiro, e que o menino lembrou que era o pai de Cris, Bernardo e Rick, e também diretor da escola.

Ambos os homes ouviam a falação de uma mulher um pouco baixa, com uns trinta anos por ai, ela tinha olhos castanhos e desde que havia chagado, tudo o que tinha feito era falar e falar e quanto mais falava mais seus olhos brilhavam, pelo menos foi o que Lucas constatou.

Não demorou muito para ela começar a berrar o filho do meio, que apareceu no topo da escada meio cabisbaixo.

—Estou aqui mãe. – Bernardo murmurou, descendo a escada, Lucas aproveitou a deixa e o seguiu.

—Menino irresponsável...

—Mãe deixa ele. – Cris já ia começar, mas o pai sinalizou para que se controlasse, o loiro bufou e cruzou os braços.

—Ninguém aqui vai calar minha boca ouviu!? Vou falar o que eu quiser e vão ter que me ouvir. – Ela assegurou e todos ficaram quietos. —Bernardo, como quer me provar que não é um vagabundo agindo assim? Sai por ai sem dizer aonde vai e quer se achar o adulto independente? Eu ainda pago suas contas, então exijo respeito.

Lucas a fitava de longe, e dava um passinho curto de cada vez, queria chegar a Cris sem ser visto, mas ao quase passar pela mulher despercebido, seu plano falhou, e ela o fuzilou com os olhos.

—Você é o menino com quem eu falei o telefone? – A mulher indagou e Lucas a encarou em duvidas, mas logo se lembrou da ligação e seu sorriso diminuiu um pouco. —Lembra de mim?

Ele pensou um pouco, encarando a mãe de Cris, e, com um pouco de raiva, disparou:

—Sim, você chamou minha mãe de puta.

Uma pequena tensão se criou no lugar, o pai de Cris imediatamente lançou um olhar de reprovação a mulher, Bernardo estava boquiaberto e Cris teve que levar a mão a boca para disfarçar o sorriso de deboche.

— E onde a puta está nesse momento? Deve estar em alguma esquina por ai não é mesmo? E te largou aqui com meu filho. Aposto que ela te abandonou para ficar com o primeiro homem que viu pela rua, qualquer um deve ser melhor que o bêbado do seu pai.

Nesse momento Cris se levantou com raiva e Lucas sentiu a vista embaçar um pouco e algumas lágrimas caírem, antes de alguém falar qualquer coisa, ele mesmo respondeu:

—Ela está morta!

E desatou a chorar, porque, por mais inocente e confuso que Lucas fosse, ele sabia o peso da palavra abandonado e sabia que se pudesse a mãe estaria com ele ali, naquele momento, o protegendo daquela mulher horrível, o pequeno imediatamente correu para os braços de Cris, que o acolheu em silencio.


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