Apenas sonhe ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 23
Capitulo 23


Notas iniciais do capítulo

oee mundo, sorry pela demora, agora entrei em semana de provas e minha vida esta meio dificultada :v
Mas não se preocupe que logo estarei ai firme e forte eheh



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“ —Não quero ver ninguém! Vai embora!– Foi o que Set praticamente gritou para Cris quando se trancou no próprio quarto, o loiro entendia o que ele estava sentindo, compreendia que era difícil, mas queria poder consolar o namorado pelo menos um pouco.

A mãe do ruivo, assim que viu o loiro teve outro surto.

— Por que ainda está aqui? – Ela questionou, irada. — Você é um veneno para meu filho, você o corrompeu. Some daqui!

E foi isso que Cris fez, foi à escola e da escola para casa, definitivamente deprimido. ”

Ainda secando as lágrimas, Cris abriu a porta de casa e entrou, suspirando aliviado por seus pais não estarem em casa.

— Cris! – O loiro sentiu duas mãozinhas envolverem suas pernas, ele olhou para baixo e reconheceu o pequeno Henrique, com os bracinhos esticados e um sorriso torto.

— Oi! – Ele puxou o irmão para o colo e o abraçou com toda força que tinha, Henrique mesmo com apenas seis anos sempre foi muito carinhoso e um ótimo porto seguro para o mais velho.

— Por que você tá chorando? – O menor perguntou, afagando o cabelo do irmão.

— Não é nada de mais, eu juro. – Cris garantiu, sorrindo o máximo que podia, o caçula não parecia convencido, mas se calou. — Cadê o Bernardo?

— Cris! Cris! Cris! Cris! – O loiro sorriu ao receber a resposta antecipadamente, Bernardo corria até ele com um largo sorriso no rosto, o irmão do meio, que era apegado a Cris desde sempre, o abraçou pela cintura, dando pulinhos de felicidade, mas seu animo diminuiu ao olhar nos olhos de Cris. — Tá chorando? Foi o Set?

— Ai vocês dois em! Eu já disse que to bem, agora se me derem licença eu vou tomar um banho. – Cris anunciou, tentando evitar o assunto de qualquer jeito, não queria que os irmãos se preocupassem, eram novos de mais para entender o peso das palavras e dos atos.

De longe, Bernardo encarava o irmão se distanciar e caminhar em direção ao banheiro, por mais que Cris dissesse que estava bem ele não acreditava, por isso o pequeno Collins pegou a mão do caçula e, de fininho, chegaram a porta do banheiro, de onde puderam ouvir Cris chorar.

Henrique resmungou alguma coisa que Bernardo não entendeu, e ameaçou chorar também, mas foi impedido com um peteleco na cabeça, afinal se Cris os descobrisse daria uma desculpa besta e não era isso que eles queriam.

— Cadê o celular dele?

— No sofá.

Bernardo sorriu, seu plano estava armado.

— Achou? – Henrique perguntou ansioso como sempre. — Eu ligo!

— Nem vem, a ideia foi minha.

O mais velho discou o numero de Set, e colocou no alto falante, para que Henrique pudesse ouvir também.

“Alô? Cris?” Os dois meninos vibraram ao ouvir a voz do ruivo.

“Set?” Henrique se antecipou e recebeu um empurrão do irmão. — Ai!

— Eu disse que eu ia falar.

“Henrique? Bernardo? O que estão fazendo? Aconteceu alguma coisa?”

“Sim” Os dois responderam em uníssono. “Cris tá triste” Henrique explicou.

“Ta chorando.” Bernardo lançou um olhar assassino ao menor, que apenas mostrou a língua. “Vocês brigaram?”

“Oh...”

“Ele ta triste, Set! Mas não quer contar pra gente.” O caçula resmungou, sentindo as lagrimas aparecerem. “Se o Cris chorar eu choro também.”

— Henrique fica quieto. Menino chato!

“Ei, não briguem, eu... Cris ta em casa?”

“Sim” Novamente responderam em uníssono.

“Ótimo, me aguardem ai!”

Cris secava os fios molhados do cabelo, acabou ficando tempo de mais embaixo d’agua, ficou até parar de chorar. O loiro não queria parecer tão fraco, mesmo com seu relacionamento com Set assumido, ele não perdeu o costume de tentar agradar a família, tendo uma boa aparência e um bom comportamento. Sinceramente, por que ainda se importava com isso?

Ouviu alguém bater na porta e se virou imediatamente, Henrique e Bernardo sempre entravam em seu quarto sem se anunciar.

— Entra! - Pediu, e sentiu sem coração gelar quando viu o ruivo entrar, cabisbaixo. — Set? Está melhor? – Forçou um sorriso, tentando esquecer os gritos que o mesmo dera mais cedo para afasta-lo, era apenas um momento, dizia a si mesmo.

Set se aproximou lentamente, sem olhar nos olhos do namorado. — Eu fui um idiota! - Admitiu, por fim, passando a mão pelo rosto de Cris. — Eu fui imaturo e mimado, e acredite meu pai já me disse tudo isso. Mas o pior de tudo é que sinto que te magoei.

— Você não me magoou de onde tirou isso? Eu estou bem, entendo sua dor.

Set ergueu os olhos, abraçando-o logo em seguida, Cris sentiu o calor ser compartilhado por ambos, sentiu o ruivo se aconchegar em seus braços e ouviu quando ele sussurrou ao seu ouvido:

— Eu sei que não está. Desculpe por tudo, meu pai me disse sobre o que aquela cobra te falou. – Cris fechou os olhos, contendo de todo modo as lagrimas. — Você é minha cura Cris, nunca o meu veneno. E você segurou essas lágrimas esse tempo todo não é mesmo? – O loiro assentiu em silencio. — Tudo bem, pode chorar se quiser.

~ ~ # ~ ~

Cris guardava os formulários em uma caixa, finalmente havia terminado de preencher, mas nem isso parecia anima-lo, a cara de poucos amigos parecia afastar a tudo e todos.

— Queria me ver? – A voz do pai ecoou o surpreendendo e irritando profundamente, ele encarou o homem com uma expressão de poucos amigos. — Aconteceu alguma coisa?

— Pergunte a sua esposa. – Cris disparou quase que de modo automático, fechando a caixa. — Pergunte a ela o que aconteceu.

— Ei filho, não fale assim, vamos me diz. - O homem se aproximou de Cris, tocando-lhe o ombro. — Sabe o seu problema? Guardar as palavras que realmente quer dizer e despeja-las depois em algum momento de raiva.

— Não me diga. – O loiro ironizou.

—Sem ironia, somos iguais esqueceu? – A pergunta fez o humor de Cris piorar, parecia que Deus e o mundo gostavam de enfatizar essa semelhança. — Sei que está magoado. Fala logo.

— Desde quando resolveu virar o pai do ano?

O homem encarou Cris com um sorriso contido, o que incomodou o loiro.

— Desde quando percebi que sinto falta de você e pode me odiar o quanto quiser, mas não muda o fato de que, independente do que fiz ou disse, eu te amo e tenho orgulho do homem que se tornou.

Um silêncio se instalou entre ambos. Cris não sabia como responder, justamente porque não sabia o que pensar, tentava não pensar no quanto desejou ouvir isso, mas era inevitável, era seu pai afinal.

— Eu sonho em ter uma família desde pequeno. – Cris admitiu, suspirando, de que adiantava ficar com uma birra eterna? Ele já não era mais um adolescente revoltado com a vida. — Quando fiquei com um garoto a primeira vez, com treze anos, achei que jamais poderia ter uma, e vocês não ajudaram em nada. Mas então eu cresci e vi que família era mais do que eu jamais pude imaginar, eu conheci Set e descobri o amor, amor de verdade pai.

— Eu sei, e eu me arrependo de não ter falado com ele até hoje.

Cris tentou lembrar se o pai realmente não havia conversado com Set, o homem, na época, evitou todo modo de ter contato com o ruivo, o máximo que já fez foi um breve contato visual.

— Então Lucas apareceu. – Cris jamais pensou que poderia conversar tão abertamente assim com o pai. — Ele é um anjo, ele estava mal no dia que apareceu na nossa casa e, céus como me revoltei.

— Imagino.

— O pai dele, Harry, vive bêbado e Lucas fica praticamente largado, então fizemos um acordo com o pai dele de adotarmos Lucas e ele ir para alguma clínica. Porque ele não consegue cuidar do menino.

— Isso é incrível filho.

Cris conseguiu sorrir, era estranho o pai o apoiar assim.

— Mas a mamãe fez Alex denunciar Harry e agora estragou tudo, nós pretendíamos ir com calma, até Lucas se acostumar com a ideia. Só que Set me disse que eles estão proibindo Harry de chegar perto do filho, isso só dificulta tudo.

O loiro encarou o pai, que parecia pensar, estava tão imerso em seus pensamentos que nem ao menos reparou na pequena figura que começou a abrir a porta.

—Realmente é complicado. Sua mãe só piorou tudo, ela jamais aceitaria isso.

— Sim pai. –Cris serrou os punhos. — Eu to puto de raiva agora porque Harry não pode mais ver o Lucas e eu não posso mudar isso!

— O que? - A voz de Lucas soou como um disparo as cegas na cabeça do loiro. — Papai não pode mais me vê? Mas ele prometeu que me buscaria hoje, ele prometeu!

— Lucas, não é culpa dele. – Cris se abaixou, encarando os olhinhos marejados do menino. — Mas el-

—Eu sabia era tudo uma mentira!

Lucas começou a chorar de vez, o que fez o coração de Cris se despedaçar, o menino soluçava e começava a dar passos para trás.

— Lucas espera! Aonde vai?

Em vão, o menino começou a correr, com seus pequenos passinhos e aos tropeços, se direcionava para fora da escola, sendo seguido pelo loiro.

— Lucas!

O menino passou pelo portão da escola sem ser visto e correu para a rua.


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