Apenas sonhe ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 14
Capitulo 14


Notas iniciais do capítulo

Hey espero que curtam



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— Isso é chato Set, vou repetir. – Cris choramingou, fechando a cara, depois de um ano e meio de convivência Set já estava acostumado com o jeito estabanado, tímido e um tanto dramático do loiro.

A cada segundo que passava o baixinho o deixava mais encantado, o sorriso tímido, o jeitinho manhoso de reclamar, a coragem para sair encarando qualquer adversário, embora o ruivo o empeça na maioria das vezes.

— Não exagera você também achou que iria repetir no primeiro e no segundo ano, você é muito dramático.

— Não sou e não vale jogar o primeiro ano na minha cara porque você nem me conhecia, o final do ano não conta, faltava uma semana para acabar as aulas. – Cris bateu com o livro na cabeça do ruivo, que apenas riu alto. Ambos estavam sentados no chão do jardim da casa de Set. Local que era propriedade completamente particular do ruivo e, para alegria de ambos, totalmente deserto de pessoas que poderiam interrompe-los — Essa matéria é difícil.

— Não é não, é você que é ruim em história. Isso de estudar já está ficando chato. Quero fazer outra coisa. – Set resmungou, puxando Cris para mais perto e deitando a cabeça do loiro em seu ombro. O ruivo amava fazer isso, amava tê-lo perto, mesmo que esse fosse o mais perto que conseguia chegar do seu baixinho.

— Deveria parar de me agarrar assim quando estou indefeso. – Cris reclamava sem mover um músculo para afastar o amigo.

— Eu sei que gosta disso, mocinha indefesa.

— Pare de me dar apelidinhos Set, não sou seu namorado. – Set o encarou e sorriu, soltando o menor e bagunçando o cabelo do mesmo.

— Mas bem que poderia ser. - Retrucou, não contendo mais a vontade, precisava que Cris entendesse que o ruivo se apaixonou desde o primeiro instante. — E quero te beijar.

— O q- Set cortou o menor com um selinho, que aos poucos se tornou um beijo real, tão real que ele mal conseguia acreditar, Cris se entregou ao momento, retribuindo o beijo com a mesma euforia. Os dois se afastaram, ofegantes, Cris se jogou nos braços de Set, rindo alto. O ruivo o envolveu e os dois permaneceram em silencio por um tempo, sentindo a brisa suave e o aroma das flores. — Ei Cris, quer ser meu namorado?

— Sim.

~ ~ ~ # ~ ~ ~

Set cortava alguns legumes enquanto Harry fazia uma macarronada que estava com um cheiro ótimo, o ruivo ficou surpreso com a disposição do moreno em ajudar, sem dúvidas ele era outra pessoa quando estava sóbrio.

— Então essa é a comida preferida do Lucas? – Set questionou sorrindo e Harry concordou em silencio.

— Embora faça tempo que ele comeu macarronada e salada, já que bem... Eu me tornei um pouco irresponsável quanto a ele. — Harry resmungou melancólico. — Um pouco para não dizer totalmente.

— Mas isso vai mudar. – Set retrucou, recebendo um sorriso amigável do moreno.

Voltou a sua tarefa, até seu celular tocar, era a segunda mensagem que chegava e ele ignorava. Pegou o celular, uma era de Cris e outra de Juan, o ruivo resolveu lidar com a situação mais fácil e decidiu ver a de Cris primeiro.

Estou radiante, Henrique vai passar a tarde com a gente, ele e Lucas se entenderam, você precisa ver que fofura que é :3 , está tudo bem por ai?

“Que ótimo amor, já estava com saudades dele, estamos bem aqui, esperamos vocês.

A resposta veio quase instantaneamente, Cris deveria mesmo estar animado.

Ok! Estamos na rua, Henrique está ajudando Lucas a amarrar o cadarço, não é fofo? Daqui a pouco chegamos ai, bjs.

Set riu da empolgação do noivo, mas não era de se esperar menos, afinal o loiro amava Henrique e amava Lucas, a junção dos dois deveria ser o paraíso.

— Eles já estão vindo por ai. Cris está trazendo Lucas e Henrique, um dos irmãos mais novos dele, não se assuste se ele chegar rindo ou gritando. – Set avisou com seriedade, porque isso realmente aconteceria, Harry apenas riu e se voltou ao que estava fazendo.

O ruivo foi checar a segunda mensagem, já esperando o pior.

Primo, feio, bobo, to de mal, não fala mais comigu... Me liga quando ver essa mensagem, senão ficarei de mal

Set suspirou, discando o numero do primo, só ele sabia o que era um Juan chateado, e não era nada bom.

Alô, Set é mesmo você? Por que demorou? Por que desmarcou a reunião? Eu to com saudades.” Juan questionou manhoso.

Quanta ansiedade. Pensei que não queria mais falar comigo ”

“E não vou querer mais se não me disser por que não veio”

“Motivo de força maior, Juan você sabe onde eu moro, a tarde estaremos livres é só vir aqui, mas já aviso que temos visitas.

Primo te amo, só não te beijo porque o telefone não é você

Nem pense nisso, Cris te mataria

Tá eu sei. Até a tarde, vou almoçar com seu pai e depois você jura contar por que me abandonou? Jura juradinho?

“Juro, agora tchau”

“Hoje me mandaram te seguir.” Juan disparou, contendo o riso de forma perceptível. “Eu perguntei o caminho para a sala do titio e o guarda me mandou seguir a Seta vermelha.

Juan morre, na boa” Set resmungou enquanto o primo ria feito um retardado, coisa que ele era, o problema era que o ruivo ouviu essa piada a vida inteira.

Set desligou o celular e voltou a fazer o que estava fazendo, o primo sempre o enlouquecia, mas no fim era até divertido.

~ ~ ~ # ~ ~ ~

— Vocês vivem aqui há muito tempo? - Harry perguntou ao se sentar ao lado de Set no sofá, o ruivo o encarou e sorriu.

— Mais ou menos, alguns dois ou três anos eu acho.

— Vocês parecem felizes. – O moreno analisava um pequeno ursinho de pelúcia que segurava, certamente de Lucas.

— Sim, Cris é teimoso, mas é o único que serve pra mim, se soubesse de meus “feitos” passados, pensaria duas vezes antes de me ver como uma pessoa... Responsável. – Set ironizou com falso desgosto, fazendo com que Harry risse da cara de piedade do ruivo.

Os dois continuaram conversando sobre coisas banais, o ruivo estava realmente achando a presença do moreno agradável, ele não falava muito, mais ouvia do que tudo, não falava muito de si, parecia ter certo medo e Set entendia que não seria muito legal insistir.

Pouco depois Cris abriu a porta rindo como nunca, Lucas estava usando um moletom do avesso e com os braços pra dentro da roupa, Henrique tentava ajuda-lo a se arrumar, mas o pequeno parecia ter desistido.

— Para de rir e ajuda. – Henrique repreendeu Cris, que fez um bico e pegou o irmão mais novo no colo. Lucas correu até Set e abraçou o ruivo, que o ajudou a tirar o moletom.

Logo o pequeno se arrastou até o pai e se sentou no colo dele, enquanto falava sem parar e abraçava o ursinho com carinho e empolgação.

Cris se sentou com Henrique no sofá da frente, o mais novo ria e tentava se soltar dos braços do irmão.

— Ei não vai falar comigo? – Set esticou os braços e Henrique correu para abraça-lo. — Senti saudades, campeão, está tudo bem?

Ele acenou positivamente e sorriu. — Ok! Henrique vá para o seu banho, tem roupas suas no meu quarto. – Cris lembrou, fazendo o loirinho ficar emburrado.

— Eu o levo. – Set propôs, se levantando e lançando um olhar significativo para Cris. — Vem Lucas seu pai também trouxe umas roupas, eu vou te levar para o banho também.

O ruivo beijou a bochecha do noivo, que sorriu e acenou. — Leva meu celular para carregar? – Cris pediu para o irmão mais novo, que acatou no mesmo instante, certamente com intensões de jogar os jogos do aparelho.

Logo o ruivo saiu puxando as crianças para as escadas, Lucas não se continha de felicidade por estar com todos e Henrique subia na frente pulando de dois em dois degraus. Set lançou um olhar para Harry e Cris, que se encaravam em silêncio, era difícil para o ruivo ter que deixar Cris lidar com tudo sozinho, mas o que podia fazer? O noivo era teimoso, e se Set estiver com ele, a teimosia apenas triplica.

— Set o celular está tocando. – Henrique avisou, parado em frente a porta do banheiro, o ruivo pegou o aparelho e despachou o loirinho para o banho, enquanto trazia Lucas para seu colo. Olhou no visor do celular era a mãe de Cris.

— Não vai atender? – Lucas perguntou quando entraram no quarto do casal, Set sentou o menino na cama e se deitou ao lado.

— Vou ter que atender, ou as coisas podem se complicar para Cris.

O menino colocou o dedinho na boca, ainda agarrado ao urso de pelúcia, Set suspirou e resolveu finalmente atender.

“Alô? Aqui é o Set.”

“Percebi. Onde está o meu filho?” Seca como sempre, pelo menos com Set era assim.

“Ocupado. Quer deixar algum recado?”

“O que pode ser mais importante do que falar comigo?”, Ela parecia indignada, o que só deixou o ruivo com mais vontade de rir, “Veja só, você faz tão mal ao meu pequeno que ele nem quer mais falar comigo”.

Set respirou fundo, já estava tão acostumado a isso que nem se incomodava mais.

“Olha ele está realmente ocupado, se não quer que eu dê o recado, ligue mais tarde.”

Já ia desligar quando ela pareceu mudar de ideia.

“Espera, diga a meu filho que Henrique tem dever de matemática para fazer e... Aproveitando o momento quero lembrar a você que se você e Cristian seguiram com essa ideia absurda e ridícula de casamento, farei com que meu Cris se afaste de você novamente, se lembra de como foi da primeira vez? Mas se insistirem nessa loucura sem noção eu os afasto de vez.”

Set quis rir, como se Cris ainda fosse aquele adolescente com medo de enfrentar os pais preconceituosos, loucura sem noção, só por ser dois homens querer se casar era só uma loucura? Francamente.

“Pode deixar que Henrique fará todos os deveres, e não se preocupe, Cris não tem mais dezessete anos, não vive mais na sua casa e você não o controla mais, se acha a ideia do nosso casamento louca, ótimo, estamos fora do ‘padrão’? Melhor ainda, afinal o seu casamento estava nos ‘padrões’ e veja só como estão hoje, mas se olham na cara um do outro”

“Olha bem Set Oliver, eu amo meu filho, mas isso não significa que eu tenha que aturar você”

“Digo o mesmo, seu filho é a pessoa mais doce que eu já conheci, mas é claro que isso não te importa, olha eu tenho mais o que fazer, fale com as paredes” Set largou o celular sem encerrar a ligação, e se levantou indo até a janela tentando respirar um ar, Lucas apenas o encarava sem entender nada e pegou o celular.

— Cadê o carregador? – O pequeno perguntou, fazendo Set se lembrar do pedido de Cris. — Olha ainda tá falando. – Lucas cutucou a tela do aparelho e acabou colocando no alto falante. — Oi eu sou o Lucas. - Anunciou animado, o ruivo apenas achava graça até que percebeu que de fato ainda estava na chamada anterior.

Que? O pirralho de rua? Faça-me um favor, aposto que sua mãe devia ser uma puta da vida. Sinto pena de você, até te adotaria se não fosse um imundo de rua.

— Eu não sou de rua eu tenho casa. – Lucas resmungou, fazendo bico, Set correu e retirou o celular da mão do menino, encerrando a chamada. — Ué.

— Chega de celulares por hoje. E sobre o que ela disse, saiba que ela não sabe de nada e que sua mãe era mais do que ela falou, ok.

— Ok, mas Set oque que é puta?

O ruivo se conteve para não rir, a tentativa de ofensa da sogra acabou falhando, afinal era de Lucas que estavam falando. O maior se sentou de novo, dessa vez rindo, e abraçou o pequenino. — Ai Lucas, me lembre de agradecer a Deus por sua inocência.

Lucas esperneou e emburrou a cara, incorporando um modo pirraça. — Mas o que raios é puta?

— Puta é um Pokémon. – Chutou a primeira coisa que lhe veio a cabeça e recebeu um olhar desconfiado do menino. — Agora vamos arrumar a roupa para o banho.

— Set mentir é feio.

— Finge que é isso e se sinta satisfeito Lucas. – Retrucou, apertando a bochecha do moreninho, que o imitou.

— Sou criança, mas não sou burro.

— Criança brinca de faz de conta.

— Adulto brinca de quê?

— Algum dia eu te conto.

— Me conta.

— Não.

— Sim.

— Não.

— Por que não?

— Porque ai eu teria que te explicar o que é puta.

— Vocês brincam de Pokémon?

— Faz de conta. – Set se levantou, puxando Lucas para seu colo, o menino ainda parecia inconformado. — Acho que Henrique já acabou. Vamos para o banho.

— Acho que você tá me enrolando Set.

— Eu? Imagina.

— Ai, como ser criança é um negócio complicado.


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Notas finais do capítulo

E ai, quem quer ser voluntário para explicar ao Luquito o que é puta? heheheh



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