Despertar escrita por Melaine_, Cassia Cardoso


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas!
Desculpe a demora para postar. Vamos postar sempre de duas a três vezes por semana.
Espero que gostem do capítulo!



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Estava chovendo muito nos terrenos de Hogwarts, criando poças que afogavam plantinhas e insetos. Conforme os minutos se passavam, Freya via que a quantidade de raios aumentava. Ela não estava sozinha e sua compania não lhe agradava, mas ela parecia preocupada com outra coisa, algo que nem ela mesma conseguia ver.Então um raio caiu praticamente na sua frente seguido por um clarão no céu e só o que a garota conseguia ouvir eram gritos.

Assustada, Freya acordou e se levantou rapidamente para ver como estava o tempo, tão rapidamente que sentiu tontura. Era um dia nublado, mas sem sinais de tempestade como em seus sonhos.

Mesmo confusa ela foi tomar um banho para fazer companhia a Krum e Kayo no café da manhã, e quem sabe com muita sorte, ver Desiré e lhe falar sobre seu sonho. Caminhando pelo jardim foi pensando sobre a ultima noite e percebeu que o enjôo e a dor de cabeça não haviam passado e sim piorado. Ela estava se sentindo pior que no dia anterior.

Chegando ao salão principal achou Krum, Kayo e Desiré na mesa da Sonserina. Conforme foi chegando perto, viu que sua escolha seria se sentar ao lado de Draco, pois todos os outros lugares ao lado dos amigos estavam ocupados.

–Oiii! Você ainda me parece mal. – Observou Desiré.

–E estou. – disse Freya fazendo Draco a olhar.

–Estou começando a concordar com seu irmão. Você precisa ir à enfermaria. - disse Krum.

–Ai que exagero! Deve ser só a mudança de ares. – explicou Freya se sentando.

Krum fez menção de falar, mas foi cortado por Kayo.

–Não adianta falar, você sabe como ela é.

Freya fez uma careta para o irmão e perguntou:

–A gente vai ter aula hoje?

–Não.

–Ufa. – Freya se sentiu aliviada porque não estava lá com um bom humor para aulas. – E você Desiré?

–Não, não terei nada hoje. O que faremos?

Freya ia responder, mas com a chegada das corujas para o correio o barulho aumentou e ela achou melhor esperar. Então uma coruja foi se aproximando mais e mais do grupo e Kayo falou:

–É a coruja da mamãe!

A coruja trazia um pacote grande para Freya, a pobre ave deveria ter sofrido ao longo do caminho com todo aquele peso. Ao parar embaixo deles, a coruja soltou o embrulho e num reflexo Krum o pegou, evitando que o pacote caísse no meio da mesa.

–Céus! – disse Desiré.

Freya abriu o pacote e fechou a cara.

–Que foi? – perguntou Kayo meio curioso.

Draco a olhou curioso esperando pela resposta.

–Ela não vai parar nunca, não é?!

Desiré abriu totalmente o embrulho e tirou de lá um livro grosso que parecia ser muito antigo. Na capa estava escrito “As verdades sobre a magia antiga”. Ela pode ver, folheando as primeiras páginas, que se tratava da história que Freya havia contado sobre os supostos poderes que a sua geração guardava.

–Ela acha que os poderes vão surgir quando? Quando eu estiver com 50 anos? – Freya parecia revoltada.

–Aqui tem uma figura do seu colar, oh... – mostrou Desiré. – e diz que a probabilidade de aparecer com quem tiver a posse do colar é maior.

Draco interessado olhou o colar e a foto não entendendo muito bem do assunto, mas reparou que a garota parecia incomodada com tudo aquilo. Ele queria falar, mas não parecia ser uma boa hora. Pansy que estava sentada quase de frente para ele percebeu sua preocupação e falou:

–Ah Draco, porque você está sentado perto dessa garota?

–Não tinha outro lugar para sentar. – disse Draco fazendo Pansy sair da mesa contente.

–Sabe, eu boto fé em você, amiga. Isso vai aparecer em algum dia.

–Eu queria ir à biblioteca. Quero pegar um livro de poções e ver se tem alguma que me ajude a me sentir melhor. – disse Freya.

–Boa idéia, aí você me ajuda. – Disse Desiré terminando de comer.

–E vocês por um acaso sabem aonde fica a biblioteca? – caçoou Kayo.

–Não. – Responderam as duas juntas.

–Você vai mesmo se enfiar numa biblioteca? – Perguntou Krum desanimado. – Pensei que você poderia treinar quadribol comigo.

–Eu até queria. Faz tempo que não jogo. Mas se você quiser que sua batedora continue viva é melhor esperar eu ficar melhor. – disse Freya aos risos.

–A Biblioteca fica no quarto andar. – Disse Draco se levantando sem olhar para eles.

–Então, vocês vão? – perguntou Desiré para os garotos.

–Não, obrigado. – respondeu Kayo que pelo jeito ia jogar com o amigo.

As meninas saíram do salão principal e, confiando no que Draco dissera, foram ao quarto andar e não demoraram a encontrar a biblioteca. Elas se admiraram ao ver tanto livros, dava a impressão de que qualquer coisa que você desejasse procurar lá você encontraria. Desiré viu a menina que Draco chamou de Granger e andou até ela com Freya a seguindo.

–Com licença, me desculpe... Mas você sabe onde eu posso achar livros de poção.

A menina se levantou e pediu que a seguissem. Ela parecia bem feliz por parecer útil.

–Aqui. Está organizado por ano. Em que ano vocês estão?

–No quarto. – as duas responderam juntas.

–Ótimo! Mesmo ano que eu. – disse a menina. – Fica aqui, nessa prateleira. A propósito sou Hermione Granger.

–Sou Desiré Thierry.

–Freya Ivanitch.

–Que legal! Nunca conversei com nenhuma aluna das escolas convidadas. Vocês estão gostando daqui?

–Sim, o castelo é maravilhoso.

–E a comida nem se fala. – riu Desiré.

–Que bom. – disse Hermione. – Vocês estão procurando que poção?

As garotas a acharam um tanto quanto intrometida.

–Eu não sei o nome, lá em Durmstrang nós não aprendemos esse tipo de poção, é uma poção para fortalecer sabe?! Acho que vou ficar doente.

–É claro! É a Poção Wiggenweld, ela tem o poder que restaurar as forças de quem está doente ou apenas se sente cansado. Acho que essa seria ideal. - Disse Hermione animadamente.

–E é fácil de preparar? – perguntou Freya.

Hermione as levou de volta à mesa onde estava estudando e escreveu os quatro ingredientes em um pedaço de pergaminho.

–São esses os ingredientes. – disse entregando a Freya. – Eu não sei se eu tenho todos nas minhas coisas, mas eu posso ver e te falar depois.

–Ah, obrigada. Eu vejo hoje nas minhas coisas e te procuro amanhã.

–Vem cá, aqui tem livros sobre tudo? Até livros trouxas?

–Tem alguns livros sim, porque aqui nós temos a matéria “Estudo dos Trouxas”.

–Ah, que interessante!

–Bom meninas, eu tenho que ir me encontrar com um amigo. A gente se vê depois.

Hermione juntou seus livros e saiu da biblioteca. Enquanto Desiré dava uma olhada na parte dos livros trouxas, Freya reparou que o garoto que a amiga tanto admirava acabara de entrar na biblioteca e estava olhando para Desiré como se não soubesse como chamar sua atenção.

–Hey, eu vou ali na enfermaria e já volto. Vou ver se tem a poção pronta. – Freya arranjou uma desculpa para deixar Desiré sozinha com o garoto.

–Ah, tá bom. Eu vou ficar olhando aqui. – Desiré nem havia notado o garoto, e assim que Freya saiu ela ainda pode ver o garoto se aproximando de Desiré.

– Ah, olá!

Desiré se assustou com o chamado uma vez que parecia ser a única aluna na biblioteca em um dia de descanso.

– Oi – Disse a garota levemente corada.

– Me desculpe por ontem, eu não queria te chatear. – O garoto parecia realmente preocupado com Desiré.

– Ah aquilo não foi nada, nem foi sua culpa, não precisa se desculpar.

– Eu faço questão, a propósito não nos apresentamos certo? Meu nome é Juan Munhoz e o seu?

– Desiré Thierry.

Depois de apresentados com um leve aperto de mãos, sobrou no ar um silêncio desconfortável, nenhum dos dois parecia saber o que fazer após esta apresentação. O garoto que parecia mais desinibido que Desiré, aproximou-se e começou a olhar os livros próximos a garota.

– Você está procurando algo em especial?

– Nada especial, eu só queria ver se existia alguma coisa aqui que me fizesse lembrar de casa, sabe como é... O mundo bruxo às vezes pode ser bem difícil, eu gosto da falta de praticidade enfrentada como trouxa.

– Eu sei como é, fui criado por meu pai trouxa em Londres.

– Nossa eu pensei que você fosse de algum lugar latino.

– Sim minha mãe era espanhola, por isso os nomes e esses traços latinos.

– Ás vezes eu sinto saudades de casa.

– É, aqui... Esse livro é muito bom, talvez te traga boas lembranças.

O garoto pegou um exemplar da prateleira e entregou para a menina, era um livro bem simples com uma capa que mesclava vários tons de verde e azul que fez a garota recordar dos incríveis tons que podiam ser observados no céu ao entardecer de um dia de primavera…

– Certo, vou levar esse aqui então!

– Ei, o que você vai fazer hoje? - Perguntou Juan antes que o assunto acabasse.

– Eu não tinha pensado em nada ainda, tem alguma sugestão?

– A minha casa comunal está pensando em organizar uma pequena reunião depois do almoço, vamos todos assistir a uns bons filmes trouxas, você gostaria de ir?

– Eu não sei se eu poderia entrar na sua sala comunal, já que sou aluna de outra escola…

– É, eu irei me informar sobre isso com meu monitor chefe. Te encontro no almoço então com a resposta.

– Está certo! Até mais tarde então.

O garoto se despediu de Desiré com um pequeno beijo na bochecha, gesto que fez a garota ficar novamente corada, e saiu da biblioteca apressado em busca de seu monitor chefe.

Após alguns minutos de devaneio, Desiré voltou a si e percebeu que estava com a mão sobre a bochecha que fora beijada em um gesto que lembrava garotas de 12 anos que sonham acordadas sobre seus príncipes encantados.

A garota caminhou pelo corredor se perguntando onde ficariam as escadas, pois era tudo tão grande que ela estava completamente perdida, quando virou a direita no corredor ela viu um vulto e não pode evitar soltar um grito.

– Oh, me desculpe. – Desiré tinha dado de cara com um dos fantasmas do castelo.

O fantasma era de uma garota, ela parecia realmente ofendida com o grito de Desiré.

– Murta não saia do seu banheiro, eu sabia, esses estudantes não tem respeito! Só falta me jogar um caderno, sabe essa não seria a primeira vez. - Choramingou.

– Eu realmente sinto muito, não quis ofendê-la.

– Sente muito, cuidado com o segundo andar garota, os corredores de Hogwarts podem não ser tão seguros como aparentam. – Após a ameaça, Murta que geme desapareceu sem deixar rastros.

– Eu nunca vou me acostumar com isso – Desiré finalmente havia achado as escadas e foi em direção aos jardins para saber noticias de Freya.

Freya realmente quis ir à enfermaria, mas ficou com medo de a deixarem de observação ou coisa do gênero e preferiu ir descansar em seu navio. Ao sair para o jardim viu Draco e seus comparsas se aproximarem.

–Se eu soubesse que você iria virar amiguinha da sangue ruim, eu deixaria você procurar a biblioteca sozinha. – disse Draco provocando risos dos seus amigos.

Sem querer discutir Freya continuou andando e ignorando Draco completamente.

–Vem Draco, vamos entrar?! – perguntou Pansy clamando por atenção, mas ele a ignorou e foi atrás de Freya.

–Você não me está escutando? – perguntou Draco irritado.

–Estou, mas não há nada a responder. - respondeu Freya sem nem olhar.

–Então agora você só responde as pessoas da sua laia?

Draco a segurou pelo braço virando-a e se assustou. Freya estava completamente pálida, como se estivesse muito doente.

–Cuidado, Draco... Você vai sujar o seu sangue. – disse Freya tirando as mãos de Draco dos seus braços e continuando sua caminhada, mas Draco atravessou seu caminho e disse:

–O que você tem?

–O que eu tenho? – Freya parou enraivecida. – Estou cansada, quero dormir... se você me der licença…

–Não, não dou!Tem alguma coisa errada contigo, e eu quero saber!

–Quer é? Tem tantas coisas que eu quero saber também. Como por exemplo porque você se se preocupa comigo quando seus amigos estão longe?

–Isso não tem nada a ver.

–Então porque está falando com uma mestiça agora?

–Aquilo... eu sinto....

–Nem vem... Eu não vou aceitar suas desculpas o ano todo. – Quanto mais Freya ficava nervosa mais ela se sentia pior. Ela achou que fosse desmaiar então continuou andando para ver se chegava rápido em seu navio porque antes desmaiar em sua cama do que no jardim.

–Então está bem, não aceite minhas desculpas. Isso é que dá tentar ser educado com pessoas que não possuem puro sangue.

–Como é que é?! Quem você pensa... – Freya não conseguiu terminar sua frase e desmaiou.

Draco desesperado tentou segurar Freya e começou a sacudi-la, mas ela não acordava.

–Eu falei que tinha algo errado. Acorda, Freya... – disse preocupado. Sem saber mais o que fazer, pegou Freya no colo e a levou para a enfermaria, ganhando vários olhares desconfiados pelo caminho.

Freya estava desmaiada, mas era como se a raiva a tivesse levado novamente para o sonho. Ela agora podia ver mais claramente... Estava sentada em uma arquibancada e mais uma vez não estava sozinha, mas não conseguia ver a pessoa que estava perto dela. Com a escuridão que a tempestade trazia as únicas luzes que Freya podia ver eram os raios e a estranha luz que o seu colar emitia. Alguns raios caiam muito longe, outros tão perto que achou que poderiam cair em alguém que estivesse se aventurando num banho de chuva nos jardins. Então um raio caiu muito próximo dela e algo prendeu sua atenção no céu, mas ela não conseguia ver o que era quando um clarão apareceu cortando sua visão e começaram os gritos.

Dentro da enfermaria Draco colocou Freya sobre uma cama e chamou a enfermeira.

–Oh, o que aconteceu?- perguntou ela.

–Acho que ela desmaiou. Ela não tem se sentido bem por esses dias.

–Ora Ora... Eu sabia que isso ia acontecer. – Dumbledore entrou na sala como se soubesse que isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde.

–Como assim? O que ela tem? – Draco parecia realmente preocupado, mas não se sabia se era com a menina ou apenas porque ele poderia ter causado isso.

–Não se preocupe, Draco. – disse Dumbledore com toda aquela calma.

–Ela está desacordada ainda e vai precisar ficar até acordar. Vamos descobrir o que ela tem menino. – A enfermeira colocou sua mão no ombro de Draco e saiu da sala.

–Draco, receio que agora seja a hora do almoço.

–Não, eu vou ficar... – Draco começou, mas foi interrompido pelo diretor.

– Vá, coma, e mais tarde você poderá vê-la.

Então Draco, com muito custo, saiu da enfermaria vendo Dumbledore caminhando até a cama onde estava Freya.

–Bem que eu desconfiei. Creio que agora devo falar com seus pais. – Disse o diretor colocando sua mão sobre a testa da garota, como se verificasse sua temperatura. E então se retirou deixando que a enfermeira fizesse o seu trabalho.

Desiré procurou Freya a manhã inteira, mas ninguém parecia saber onde ela estava. Na hora do almoço ela viu Draco sentado na mesa da Sonserina e foi perguntar ao garoto se ele sabia algo sobre sua amiga.

–Hey, você por acaso viu a Freya?

Draco olhou para Desiré e ela pode ver sua expressão completamente arrasada, o garoto parecia extremamente preocupado com algo, se ela não o tivesse visto mais cedo juraria que ele envelheceu alguns anos em poucas horas, esse fato assustou Desiré.

– Eu estava falando com ela, eu não queria chateá-la, mas é tudo novo pra mim e eu não estou acostumado a gostar tanto de alguém.

– O que aconteceu, Draco?

– Eu tenho essa estúpida mania de falar sangue-ruim e ela não estava bem e eu não queria…

O garoto não conseguia terminar a frase, sua voz foi sumindo e Desiré pode notar que seus olhos estavam lacrimejados.

– Você está me assustando, onde ela está?

– Enfermaria. – Foi a única coisa que o garoto foi capaz de dizer.

Sem pensar em mais nada, Desiré saiu em disparada do salão principal e foi até a enfermaria saber o que tinha acontecido com sua amiga. Chegando lá ela encontrou Kayo e Krum sentados ao lado da cama onde Freya estava. Eles conversavam e Freya ficou feliz ao ver que Desiré agora estava lá com ela.

– Oh eu fiquei tão assustada, o que aconteceu? - Disse Desiré se sentando ao lado da cama.

– Nada, eu não estava me sentindo bem e fui trazida para cá. - Disse Freya calmamente

–Mas Draco disse…

Freya lançou um olhar cortante para a garota, estava claro que ela havia omitido parte da história sobre como tinha vindo parar na enfermaria.

– Certo, quanto tempo você vai ter que ficar aqui? - Perguntou Desiré.

– Não sei ao certo, mas Dumbledore disse que quer me deixar em observação por alguns dias…

– Espero que te liberem antes da primeira prova, eu quero você lá torcendo por mim. - Disse Krum.

– É claro que estarei lá! - Respondeu Freya animada.


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Notas finais do capítulo

Algum palpite para o sonho de Freya??



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