Encantos da donzela escrita por Lostanny


Capítulo 4
3. Semana um – Favorito


Notas iniciais do capítulo

♥ Eu ia escrever ontem, mas forças maiores me impediram - leia-se tava dormindo k - Esse cap. é no universo normal. Mais ou menos.

♥ Espero que gostem!



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Sua voz era umas das coisas que mais gostava naquela mulher. Embora não fosse admitir isso. Um tom calmo e gentil que o confortaria depois de um dia longo. Mesmo que demorasse a vê-la o impacto daquele som não era menor, senão mais extenso. Não diria que esse era o único motivo que tinha se sentido atraído por Satsuki. Esse não seria um motivo suficiente para que aquele sentimento tivesse ido tão longe. Apesar de ter sido um bom “empurrãzinho”.

Conhecia Momoi há muito tempo. Desde que ele se lembrava como gente, Satsuki sempre esteve ao seu lado. Fosse para dar bronca quando as suas brincadeiras de moleque acabavam com ele machucado, ou estivesse com uma terrível vontade de chorar.

Momoi foi à única que manteve junto a si quando ele caiu.

Lamentava que não conseguisse dizer. Que quando abria os olhos e via aquelas íris preocupadas naquela cara irritada, aquela máscara que pretendia ao máximo esconder seu verdadeiro sentimento, Aomine sentia que poderia ficar tudo bem mesmo seu eu convictamente dizendo que “não“.

– Aomine-kun! Vamos! Hora do treino!

– Não enche Satsuki. Não tô nem aí. - Aomine fala em seu tom entediado fazendo um gesto com a mão para que fosse embora.

O momento favorito que Aomine poderia escolher entre os dois naqueles momentos de poucos progressos em sua vida era quando Momoi lhe dava algum sermão. Não ligava para as palavras ditas. Mesmo que ela ficasse nervosa, e Aomine ficasse nervoso por deixá-la nervosa. Fingiria que nada o atingia. Aquela era uma desculpa para que pudesse ouvir aquele som apreciável. De forma que não fosse compartilhado com Tetsu e nem com seus colegas de time.

Naquele momento Satsuki era apenas sua. Apesar de que ainda não fosse suficiente, e Aomine queria muito tocá-la. Disser-lhe o que sentia. Que sentia falta dos tempos em que os dois podiam apreciar o tempo juntos sem que a garota se sentisse incomodada com aquela aproximação. Quando lhe chamava de “Dai-chan” e não “Aomine-kun” por causa dos rumores que podiam circular pela escola.

Ele tinha crescido. Ela também e isso não deveria ser tão condenável assim de sua parte. Era apenas parte natural da vida.

Porém quanto mais tempo ficasse daquela forma inalterável Aomine sabia que um dia ela ia ser levada para longe. E não apenas mais aquela voz, mas também seus olhos, lábios, pele e sentimentos estariam direcionados a outra pessoa. Isso se não já estavam. Não queria saber.

“Apenas quem pode me vencer sou eu mesmo” Porém Aomine Daiki já tinha sido derrotado há muito tempo. Havia apenas pedaços que quebravam a cada dia mais, e que jogava toda a responsabilidade para a garota ao seu lado para colar seus pedaços.

Por que era apenas isso que ele era para Satsuki, não? Um fardo.

Não era justo para ela, nem saudável.

E Daiki não fazia nada para mudar. Para falar a verdade não poderia. Não tinha a confiança e iniciativa que tinha quando criança para conseguir fazer alguma coisa acontecer.

“Se ela pelo menos desistisse logo”. Esse pensamento se chocava com outro “Não quero ela longe de mim”.

Seu estômago se revirava e acabava falando coisas que se arrependia.

Imaginava quanto tempo ainda tinha até aquela voz não estar mais lá.

E veio mais cedo do que esperava.

Não importava o quanto o sol brilhasse e o céu continuava tão azul quanto “ontem”. As flores que deveriam estar sobre a mesa de Momoi não iriam consolá-lo. Nem mesmo a sua famosa frase que lhe dava a sensação de que era invencível.

Sua mão se estendeu para o céu como se de alguma forma pudesse puxá-lo para baixo, junto com todos aqueles que se foram. Quem sabe se a encontraria lá? Não. Sabia que seu corpo dormia tranquilamente em um quarto de hospital.

Não choraria. Essa era a parte da vida não é? Se ele tivesse que chorar por alguém deveria ser por todos aqueles que se foram. Ou que não mais acordariam. A palma da mão repousou em seus olhos. E ficou ali.

Nem mesmo o sinal do final de intervalo o havia feito sair de seu lugar.

Tentou sorrir e dizer que estava tudo bem.

Porém falhou miseravelmente.

Voz. Sorrisos simples por coisas pequenas. Cabelos bonitos, e curvas, e lábios. Uma personalidade calma e analítica.

Apenas se lembrando disso não lhe era possível escolher o que realmente lhe agradava mais quando tinha Momoi em seu campo de visão.

Recordou-se quando a tinha visitado no dia anterior. O rosto inexpressível, a pele fria como de um cadáver. Aomine tinha tocado de leve o rosto de sua amiga de infância. Tinha até se esquecido de que não estavam sozinhos.

– Hum... Aomine-kun...

Aomine tinha se sobressaltado com o susto. Recuou a mão no rosto da garota e observou o rosto preocupado de Tetsuya sobre si.

– Diga Tetsu. - Aomine falou com um suspiro.

– Momoi-san, ela... Queria se encontrar com você antes pra te dizer uma coisa...

– Não precisa continuar Tetsu... - Aomine falou o cortando.

Não queria saber.

Definitivamente.

Não devia importar agora, não? E ele sabia bem de...

– Ela te amava. - Kuroko falou muito sério para o outro.

... Nada disso.

O sorriso saiu torto. Quando tentou mexer seus lábios para dizer alguma coisa nenhum som saiu. Não poderia nem se consolar. Sabia que mesmo se conseguisse estaria mentindo e que nada ficaria bem então resolveu não tentar mais.

Talvez fosse melhor apenas dormir.


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Notas finais do capítulo

♥ De alguma forma outro capítulo tristinho... Vamos ver se eu consigo fazer mais alegres até o final? Ainda tem bastante capítulo para fazer n

♥ Já que foram dois pontos de vistas na Momoi e agora dois do Mines o próximo deve voltar para Momoi.

♥ Agradeço de coração a quem tá acompanhando xDDDD

♥ Até! :DDDD