Schizophrenic escrita por Adam Lancaster


Capítulo 20
24 de março de 2015


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo e... Putz, tô começando a me assustar com o que minha mente tá criando, não hoje, não agora, mas para um futuro próximo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/598694/chapter/20

Não dormi a noite toda e consegui convencer minha mãe a ficar em casa, além de uma puta dor de cabeça e um sono infernal, eu não iria dar conta de lidar com os gêmeos.

Por volta das nove da manhã ouvi a porta do meu quarto ser aberta, mas fingir ainda está dormindo. Tinha certeza que era Isaac. Ele ligou meu notebook, e colocou uma música para tocar.

Somewhere over the rainbow...

–Desliga essa merda, Isaac. - protestei.

–Ai, essa doeu. - Kyle falou fingindo tristesa e desligando a música – Pra quê todo esse ódio, jovem? É uma música tão motivadora.

–E ao mesmo tempo tão desanimadora. Já tem taaaaaaantos arco-íris em minha vida, com essa enooooorme quantidade será muito fácil encontrar algum lugar além deles e a... felicidade.

–O que seu primo queria com você ontem?

–Tá me espionando?

–Não importa. Adam, ele só vai te machucar, você não pode acreditar nele. Porque não fala com seus pais?

–Porque eu falo com você, e graças a isso eu não tenho credibilidade, minha mente não é confiável, basta ele dizer que eu estou mentindo, ou que eu sonhei com isso e pronto, vão acreditar nele, até porque ele também salvou minha vida, lembra do incidente das facas?

–Estou dentro da sua mente, Adam, então claro que eu me lembro.

–Não vamos nos lembrar agora que você está na minha mente, ok? Onde Chris está?

–Seu namoradinho? Não faço ideia, perdido em algum lugar por aí, talvez.

–Você odeia meu primo, mas é igualzinho a ele.

–Sou mais bonito.

–Díscutivel. Até o ego é ígual.

–Já parou para pensar na possibilidade de ter me criado se baseando no Isaac?

–Não foi.

–Como pode ter tanta certeza?

–Porque você é uma materialização de parte da minha personalidade, a mais sombria, se me permite dizer.

–E quem seria a parte boa?

–Ninguém.

–É ele, não é?

–Era, mas agora, nada em mim é bom, não mais.

–Ainda bem que não represento seu lado dramático.

A primeira vez que vi Kyle foi aos dez anos de idade, me assustei quando um cara de vinte veio falar comigo assim do nada. A prícipio ele se apresentou como um dos funcionários, acho que era um jardineiro, depois de algum tempo, percebi que bem, ele não existia, aos onze fui diagnosticado com esquizofrenia e disturbio de personalidade. Kyle representa isso, esse disturbio, eu sei disso, ele sabe disso, mas nunca conversamos abertamente sobre o assunto, sei que ele me causa mal, mas... Não posso fugir de mim mesmo. Faz sete anos desde que o vi pela primeira vez, e ele não mudou nada.

Ficamos a manhã toda conversando, foi legal. Kyle me intrigava, ele era sim a representação do meu lado mal, se é que posso chama-lo assim, mas... me sentia tão bem ao lado dele, tão... Eu?! Crise existencial de maluco, ignore.

Quando desci para almoçar, Kyle se despediu de mim e foi embora, saiu pela porta do meu quarto e evaporou.

Durante a tarde, fiquei em meu quarto olhando novamente o álbum de fotos com Chris, tinha até uma de nós dois e Isaac na casa de praia, na época em que tudo era mais fácil. Passei mais algumas fotos, e encontrei uma de nós três na casa da árvore.

–Você fez isso! – um gritei enquanto via o sangue.

Fechei o álbum com força e olhos mareados. Merda! Eu eu gardá-lo, mas uma das empregadas entrou no meu quarto, a mesma filha da puta que me entregou para minha mãe quando viu meus remédios no lixo. Não podia guardar o álbum no fundo falso da escrivaninha, se ela visse, contaria para minha mãe, e eu ia me fuder quando ela achasse o diário. Se eu não desse valor, ela nem notaria, dexei-o em cima da cama e permiti que a empregada limpasse meu quarto.

***

“24 de março de 2015

Caro Christopher,

estou chorando, estou tremendo de raiva, e estou odiando metade das pessoas dessa casa. Eu saí do meu quarto e deixei o álbum em cima da cama, quando voltei ele não estava mais lá, ao falar com a empregada, ela me dizia que não fazia ideia do que eu estava falando. Quando fui falar com minha mãe ela olhou nos meus olhos e me disse que o albúm e aquelas fotos nunca existiram. Como fui tão burro? Como fui tão idiota de deixa-lo lá, em cima da minha cama? Querem me deixar louco, Christopher, querem me enlouquecer, mas não vou deixar, isso não vai acontecer. Eu... Eu tenho um plano. Depois conversamos,

até mais. Chris.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, é isso... Somewhere over the rainbow...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Schizophrenic" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.