For The First Time escrita por Jessie Austen
Quando cheguei em casa, no horário do almoço, tive o azar de encontrar minha mãe e Mycroft, meu irmão conversando na sala.
– Meu Deus! O que houve com seu rosto?! Sua camisa! – minha mãe disse vindo em minha direção enquanto meu irmão parecia segurar a gargalhada mesmo estando muito sério.
– Caí da bicicleta enquanto voltava. A rua estava molhada e não vi um buraco. – menti.
– Filho...- ela respondeu me abraçando com cuidado.
– Parece que alguém vai precisar colocar as rodinhas traseiras na bicicleta do pequeno William de novo...- Mycroft riu.
– Pelo menos eu fico bem em uma. Não sou como você que fica parecendo um elefante se equilibrando em uma corda. – respondi e aquele pensamento me fez rir e consequentemente meu corpo todo doer.
– Parem com isso vocês dois! Até nessas horas! Mycroft, largue esses livros e vá fazer um chá pro seu irmão! Meu amor, vou preparar a banheira ok? Vi que já fez curativos...
– Sim, mãe. Tinha uma farmácia perto...não foi nada demais. Eu juro.
– Hm. Ok. Como foi seu dia na escola? Cadê seu livro?
“Merda. Ficou na sala onde quase me mataram lá na escola. Esqueci completamente!” pensei.
– Meu dia foi a mesma coisa de sempre. Ah. Bom, meu livro está no meu quarto. – menti de novo, enquanto Mycroft resmungava fazendo meu chá na nossa pequena cozinha.
– Que estranho! Hoje de manhã, quando o vi saindo, jurava ter visto-o segurando o livro! Filho, aquele foi o seu presente de aniversário...- minha mãe observou. E droga, como ela era boa naquilo.
– Hm. Engano seu. Ele está em algum lugar no meu quarto. E é para lá que eu vou. Com licença. – respondi sem olhar em seus olhos.
– OK. Quando seu chá e a banheira estiverem prontos eu aviso!
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Como era bom sentir a água muito quente sobre minha pele. Isso quase anulava toda a dor que eu sentia.
Observei meu braço, minha mão e dedos enrugados. Droga, eu ficaria com alguns roxos e teria que ter muito cuidado em relação a isso.
Enquanto encarava os azulejos encardidos me lembrei de John. E isso era curioso.
Depois de limpar e fazer os curativos ele me ajudou a sair da escola sem que ninguém visse e ainda me ofereceu carona, o que obviamente neguei.
Por algum motivo tudo que havia ocorrido agora dançava entre meus pensamentos e eu me perguntei se o veria de novo.
“Lógico. Ele é voluntário da enfermaria. Eventualmente vocês se encontrarão.”
Por muito tempo me perguntei se nos falaríamos novamente e de repente pensar na escola no dia seguinte não me pareceu uma ideia tão ruim.
Foi quando finalmente resolvi sair da banheira, pois a água estava começando a ficar fria.
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