Duas figuras estavam sentadas no chão de um quarto escuro, seus olhos vidrados na televisão e suas mãos apertando sem dó os botões dos controles que seguravam. Na televisão, imagens de um jogo de basquete eram mostradas.

— Nunca consigo ganhar, que chato! — A rosada exclamou, brava, quando a partida terminou. O placar indicava 110 x 68.

— Isso porque o único que pode me venc...

O moreno teve a fala interrompida por um tapa forte na nuca vindo da garota, que bufava.

— “O único que pode me vencer sou eu mesmo”. Que egocêntrico! Aliás, você só sabe falar isso? Nesses últimos tempos tem sido um saco ser sua anja da guarda, você só sabe dizer essa maldita frase. Não aguento mais!

Uma veia de irritação saltou na testa do garoto. Suas mãos se apertaram em punho.

— Satsuki, tem certeza que você veio do céu? Porque você está infernizando minha vida, sua diaba — reclamou. — Não acredito que te suporto todos esses anos.

Momoi estapeou o braço do moreno, levantando-se logo em seguida e rumando para a janela e abrindo suas asas rosadas, assim como seu cabelo.

— Oe! Aonde você vai?

— Vou pedir para meu superior ter piedade de mim, ninguém merece te aguentar, Ahomine!

Ela preparou-se para alçar voo, mas foi interrompida por dois braços morenos que a abraçavam por trás. Momoi podia sentir a respiração de Aomine no topo da sua cabeça.

— Eu nunca disse que queria ir para o céu, anja idiota — sussurrou ao pé do ouvido da rosada.

E Daiki realmente não se importava de estar no inferno se o inferno dele fosse Satsuki.