-Tudo bem, estamos a caminho.-Hank desligou o telefone e voltou para onde os amigos jantavam conversando e rindo. Eram eles Nick, Juliette e Bud. Rosalee e Monroe estavam comemorando o final da lua de mel na praia. Voltariam na madrugada de hoje.- Nick, temos um chamado.- ele pode perceber a careta que o outro fez.

-Que novidade.- Nick se pôs de pé, deu um selinho em Juliette e tchau para Bud, que acenou de volta.- Vamos logo, então.- ele passou por Hank e seguiu para o carro.

Hank riu.

Nick dirigiu por mais ou menos 3 horas, até que chegaram ao endereço indicado. Era um galpão velho e que parecia desocupado, ao redor da entrada pelo menos meia dúzia de carros da polícia estacionados e mais uma infinidade de policiais parados ao redor e investigando o crime. Já tiveram qualquer tipo de caso, mas os galpões são sempre os piores. Mal sabiam que não estavam errados.

O sargento Wu veio logo recebê-los, com um sorrisinho sarcástico.

-Quem não precisa de homicídios em massa a essa hora da noite?- ironizou como se estivesse pensativo.

-Eu não.- Hank declarou.

-Venham, vou mostrar a vocês.

Eles seguiram o sargento, que os guiou da entrada do galpão adentro, onde um corpo de homem em torno dos 30 anos jazia. Roupas comuns, não parecia ser a típica pessoa a ser morta em um galpão no meio do nada.

-Bolton Martins, mecânico com sua própria oficina. O asssistente da legista acha que ele morreu a algumas horas, quer dizer que o assasino já deve estar bem longe daqui. A questão é: como ele morreu. É estranho, porque tudo o que temos são essas insisões no pescoço,- Wu virou a cabeça da vítima com as luvas para deixar a mostra o que queria que os detetives vissem. Eram dois furos, pareciam ter o mesmo tamanho e mesma profundidade de perfuração.- O sangue todo desse cara foi drenado por aqui, o que quer dizer que ele morreu pela perda de sangue no corpo. Será que estamos lidando com uma agulha de duas pontas?- perguntou, parecendo confuso.

Hank e Nick se entreolharam, claramente pensando a mesma coisa.

-Talvez.- Nick respondeu, para não levantar teorias sobre suas suspeitas que só um Grimm poderia ter, ou quem sabe, um que sabe.- Nós vamos dar mais uma olhada por aqui, pode deixar com a gente e leve o corpo.

-Certo.- o sargento se afastou, assim como os detetives Griffin e Burkhardt.

Ambos caminharam mais para dentro do lugar, checando o chão e as paredes. Estava tudo limpo...até que avistaram algo. Era uma sombra, projetada no chão. Irregular demais para que o dono estivesse de pé. Eles foram se aproximando...era uma garota. E ela estava inconsciente. Havia sangue nas roupas dela, mas claramente não lhe pertencia. OS cabelos castanhos claros longos estavam espalhados ao redor de sua cabeça, como se ela fosse uma deusa ferida. Suas pálpebras estavam fechadas, mas puderam saber que pela respiração dela que não estava morta. Ela estava viva. Bem viva.

-O que faremos?- Nick perguntou, passando as mãos pelo cabelo. Meu Deus ela era linda!

-Vamos entregá-la aos outros.- Hank deu de ombros.

-E se ela for wesen?- Nick encarou o amigo, preocupado pela situação difícil. E como sempre, ele teve que tomar a decisão.- Vamos levá-la conosco. Caso alguém pergunte ela nunca esteve aqui.

Hank assentiu. Nick entregou sua arma a ele, depois suspendeu o corpo da garota em seus braços, carregando-a até o carro, que por sorte estava estacionado longe dos outros. Ele abriu a porta de trás e a deitou no banco, de uma maneira que ficasse confortável. Fechou a porta e entrou no lugar do motorista. Hank já estava ao seu lado.

-São 3 horas de viagem, vamos para a loja da Rosalee. Nessa hora eles já terão chegado.- disse Hank, Nick assentiu.

-Quem é ela?- foi a pergunta de Rosalee, que estava de pé observando a moça deitada em um pequeno sofá ao lado de Monroe, ambos pareceram surpresos quando os detetives bateram na porta da loja com uma garota desmaiada.

-Não sabemos.- Nick respondeu, ele estava sentado em uma cadeira de madeira no canto da sala.

-Ela é linda.- Monroe deixou escapar, depois recebeu um olhar fuzilante de Rosalee.- Quer dizer, para quem não é comprometido, porque eu sou, eu sou casado e....desculpe.- desistiu de tentar de desculpar.

Na sala esperando que a desconhecida acordasse, estavam Nick, Juliette, Monroe, Rosalee, Hank e Sean. Assim que chegaram, Nick achou melhor chamar Juliette e Sean, eles poderiam ser úteis, de alguma forma.

Ouviram um suspiro, depois os olhos da garota se abriram e ela se sentou cambaleante. Nick e Rosalee a ajudaram a se sentar, antes que caísse pela tontura.

-Ei! Vá com calma.- Nick largou o braço dela e parou para olhar em seus olhos. Eram da mesma cor que seus cabelos, belos como uma pérolas recém polidas.

Ela se encolheu, tentando se afastar dele e da outra.

-Quem são vocês?- seu olhos correram por todos ali, demorando um pouco mais no capitão da polícia, depois voltaram a Nick.

-Meu nome é Nick Burkhardt, esses são Hank, Rosalee, Monroe, Juliette e Sean. Como é o seu nome?

-Liah.

-Pois bem Liah,estamos aqui para ajudá-la, você estava desmaiada em um galpão ontem a noite.- ele explicou, tentando deixar sua voz suave.

-Ah, não! O galpão!- ela colocou a cabeça nas mãos.- Havia um corpo, não havia?- todos assentiram.

-Você o conhecia?- Hank perguntou.

-Não. Eu o matei.

-Você o quê?- Nick tentou processar a declaração súbita.

-Não pensem que eu o matei porque quis! Ele me sequestrou e quando tive a chance a usei ok? Não sou nenhuma assasina.- deixou bem claro.- Foi legítima defesa.

-Tudo bem...- Hank parecia ainda um pouco desconfiado.

Liah encarou mais uma vez a todos e dessa vez arregalou os olhos.

-Vocês são uma Fuchsbau, um BlutBad, um filho de Hexenbiest e um Grimm. Não deveriam ter me trazido aqui. São o grupo mais estranho que já vi.- ela riu, a única voz no silêncio que se seguiu.

-Você sabe o que nós somos? Você é uma Wesen?- Monroe perguntou.

-Sei o que vocês são e não, não sou wesen. Digamos que eu tenha...um problema.

-Que tipo de problema?- Nick perguntou, confuso.

-Esse tipo de problema.- Sean parecia irritado com o sarcasmo inútil da garota. Ele pegou uma faca que estava em cima da mesa e cortou seu pulso superficialmente, fazendo com que um pouco de sangue escapasse pelo corte.

Liah pareceu farejar o ar, depois caninos desceram de sua gengiva e quando perceberam ela já estava a uma distância milimétrica de Sean. Ela capturou o pulso dele com uma das mãos, ela o aproximou da boca e lambeu o fio de sangue que escapava. O capitão Renard tentou não notar o formigamento que estava sentindo em sua pele, enquanto os lábios dela colidiam com sua pele quente. Aquilo era extremamente sexy.

-Ela é uma....-Monroe gaguejou.

-Uma vampira.- completou Sean.