Céu & Mar escrita por Luh Castellan


Capítulo 9
Dark Horse


Notas iniciais do capítulo

Oii meus leitores queridos! Os agradecimentos de hoje vão para Raltz, Anna e Kizimachi.
Peço desculpas pelo capítulo ter ficado meio curto :/ Infelizmente, foi o que a minha criatividade (ou a falta dela) me permitiu fazer :/ Prometo que os próximos serão maiores.
Boa leitura :3



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Percy

"Tudo que é bom dura pouco". Quem inventou esta frase estava absolutamente correto. Estávamos na melhor parte dos amassos quando Nico entrou no quarto, interrompendo-nos. Ele congelou, segurando a porta entreaberta e nos encarou boquiaberto.

– Hã... Atrapalhei alguma coisa? - Murmurou envergonhado.

Thalia desvencilhou-se rapidamente dos meus braços e, num pulo, estava de pé ao lado do sofá. Ela passava as mãos pelos cabelos bagunçados e pela roupa amassada, freneticamente, numa vã tentativa de apagar os vestígios do que acontecera.

Levantei-me relutante e encarei Nico, tentando não demonstrar a minha vontade de esganá-lo.

– Ah, não, imagina! - O sarcasmo ficou evidente no meu tom de voz.

Ele lançou um olhar de desculpas para mim.

Thalia estava da cor de um tomate. Antes que eu me desse conta, ela cruzou o quarto rapidamente e passou pela porta entreaberta que Nico segurava, sem ao menos se despedir. Eu não a detive, pois sabia que não adiantaria de nada.

Suspirei. Ela fugiu de mim. De novo.

– Olha cara, foi mal, eu não sabia... - Nico sentou-se e começou a se defender, mas eu o cortei.

– Sem problemas - Falei, com sinceridade, pois sabia que não foi culpa dele.

Me joguei no sofá e cobri os olhos com a almofada, soltando um gemido de frustração. Ela ainda tinha o cheiro de Thalia. Um perfume amadeirado com um leve toque adocicado. De certa forma, combinava com ela. No fundo, debaixo daquelas roupas punk e daquela marra, Thalia era uma garota doce e sensível. Mas ela escondia esse lado o mais profundo possível.

– Você e Thalia, hein? - O tom de culpa sumiu da voz de Nico, dando lugar a um sorriso malicioso.

Tirei a almofada da rosto e sorri discretamente, revivendo o que acontecera momentos antes.

Thalia

— Avicii - Wake Me Up —

Na semana seguinte ao vexame no chalé 6, estávamos num grande campo aberto próximo às plantações de morangos. O céu estava incrivelmente azul, sem uma única nuvem e o sol de verão nos castigava. Pequenas gotículas de suor acumulavam-se na minha testa. A atividade do dia era equitação.

Eu simplesmente não nasci para aquilo. O alazão em que eu estava montada era incontrolável. Ele relinchava e se sacudia, enquanto eu tentava em vão controlar as rédeas.

Já Percy Jackson parecia ter uma incrível habilidade com os animais. Seu grande cavalo de pelagem negra obedecia fielmente aos comandos, saltando sobre os obstáculos com muita facilidade.

Ele aproximou-se trotando, com um grande sorriso no rosto.

– Hey! Quer uma ajuda? - Indagou em tom debochado.

– Não, obrigada - Respondi secamente.

Meu cavalo me contradisse, galopando em círculos descontroladamente. Puxei as rédeas até ele se acalmar. Respirei fundo. Quíron já me explicara inúmeras vezes, mas o animal parecia nutrir um ódio mortal por mim.

– Já que está tudo sobre controle - Percy ironizou. - Que tal uma corrida?

– Ótimo - Tentei me mostrar confiante.

– Até a colina - Apontou para a elevação de terra com o grande pinheiro que ficava na entrada do acampamento.

– Okay - Concordei. Eu precisava provar para esse idiota que ele não podia debochar de mim. - Prepare-se para comer poeira em 3... 2... 1.

Sabe-se lá como, consegui fazer meu cavalo se mexer. Puxei as rédeas na direção da colina e dei um leve toque com as esporas, o que foi suficiente para fazer o animal disparar loucamente. Todos os campistas pararam para assistir. Os protestos de Quirón pedindo que voltássemos ficaram para trás.

Percy estava emparelhado comigo, inclinado sobre o cavalo numa pose de jóquei profissional. Já eu, estava atracada ao cavalo de forma desajeitada, tentando não cair e seguir em linha reta. O vento fresco ricocheteava no meu rosto com violência, bagunçando meus cabelos e fazendo eu me agarrar a sela e as rédeas com todas as minhas forças. A adrenalina inundou meu sangue.

A colina ficava cada vez maior enquanto nos aproximávamos. Percy parecia ter se unido ao cavalo, formando um único ser. Aos poucos, foi me ultrapassando e tomando a liderança. Ah, não. De jeito nenhum esse idiota vai ganhar de mim.

Peguei um instrumento fino, feito de couro, que estava atado à minha cintura e dei um toque nas costas do meu alazão. Péssima ideia. O animal juntou forças sabe-se lá de onde e disparou como um torpedo. Me segurei de todas as formas possíveis para não cair enquanto ele ultrapassava Percy e galopava em alta velocidade em direção ao pinheiro.

E quem disse que eu sabia pará-lo? Tentei desesperadamente puxar as rédeas, mas isso só contribuía para o animal avançar cada vez mais rápido. Meu coração batia loucamente, no mesmo ritmo em que eu subia e descia nas costas do cavalo. A árvore surgiu na minha frente e eu conclui que seria o meu fim.

No último instante, o alazão freou de forma brusca, arremessando-me em direção ao pinheiro. Me choquei contra os galhos, arranhando os braços e o rosto. Em seguida, aterrissei numa pilha de folhas secas, tentando rolar para aliviar a queda.

Cada centímetro do meu corpo doía. Meus pulmões queimavam pelo esforço de respirar e minha pele ardia nos vários lugares dos cortes.

Ouvi passos se aproximando, mas não me atrevi a virar o rosto para olhar. Percy entrou em meu campo de visão, com uma expressão preocupada no rosto.

– Tudo bem com você? - Perguntou, enquanto seus olhos verdes percorriam meu corpo, analisando os danos.

– Acho que não quebrei nada - Me fiz de durona, tentando me sentar.

Meus braços protestaram com o ato, mas Percy me ajudou.

– Cuidado - Advertiu. - Foi uma queda e tanto, hein, maluquinha? - Deu aquele sorriso de lado que eu adorava, fazendo-me sorrir também.

Ele me ajudou a ficar de pé, porém uma dor lancinante percorreu meu tornozelo e eu fiz uma careta de dor.

– Acho que eu torci - Mordi o lábio, indicando o meu pé.

– Não contavam com a minha astúcia! - Ele brincou, imitando Chapolin Colorado.

Percy me içou com seus braços surpreendentemente fortes e eu me agarrei em volta do seu pescoço, lançando um olhar de agradecimento.

Ele me carregou até seu cavalo preto e me sentou sobre a sela, subindo logo em seguida. Passei os braços ao redor da sua cintura, sentindo seus músculos do abdômen sob a camiseta.

– Blackjack dá uma carona pra gente - Falou, dando umas tapinhas carinhosas no pescoço do animal.

Ele nos guiou em direção à Casa Grande. Depois que chegamos, ele desceu e estendeu os braços para mim.

– Parece que você ganhou a corrida, Cara de Pinheiro - Provocou, enquanto me auxiliava na descida do animal.

– Ei! - Reclamei do apelido, dando uma tapa no seu braço. - Claro que ganhei, nasci pra ser jóquei - Afirmei, convencida.

Ele riu.

Nos deparamos com Quíron e o Sr. D. na sacada da casa, ambos com uma aparência bem zangada.

Apesar do cansaço, dos machucados e da bronca iminente, eu me sentia inteiramente feliz.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Ficou muito ruim? Comentem, please :3
Até semana que vem o/