3 Livros e um pouco de você escrita por Kori Hime


Capítulo 1
3 Livros e um pouco de você Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

É um texto que escrevi sem muitas expectativas. Depois de ler o manga hoje, estava aqui só querendo fazer algo que tivesse Zoro e Robin.Passa depois da saga Enies Lobby. Mas eu não me aprofundo na história do anime, é só para vocês se situarem no momento.



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A noite estava tranquila, Nami garantiu que não enfrentariam nenhum problema nas próximas horas, por isso decidiu ir dormir em seu quarto. Luffy já estava em sua rede, abraçado num pedaço de carne que Sanji havia preparado especialmente para ele comer após o jantar. Usopp trabalhava em sua oficina, junto com Franky, estavam compenetrados em um novo projeto secreto. O que deixou Chopper completamente curioso.

A calmaria da noite era perfeito para Robin sentar sob a luz das estrelas. Ela não se importava em deitar no gramado do convés para admirar o céu estrelado. Repassava em sua mente os nomes das constelações e estrelas. Era um jogo de memória que nunca perdia.

A arqueóloga alongou o corpo na grama, e viu a luz da sala de observação ascender. Deduziu que somente uma pessoa estaria lá, e, provavelmente, fazendo exercícios.

Com um sorriso pequeno, Robin encaminhou-se para a sala de observação. Subiu as escadas com cuidado, pois estava descalço. Gostava de tirar os sapatos para caminhar na grama. Sentia falta desse contato com a natureza, quando estava em alto-mar.

Chegando no topo da escada, Robin abriu a portinha e entrou. Ela surpreendeu Zoro, sentado num jogo de almofadas, com um livro na mão.

— Oh! Olá. — Disse, passando as pernas pela porta e se levantando. — Pensei que poderia querer um pouco de companhia, ou ajuda nos exercícios. — Robin caminhou tranquilamente até Zoro, que empoleirou-se em cima das almofadas. — Mas vejo que não será preciso ajuda. O que lê?

O espadachim fez uma careta, enrugando a testa, obviamente não queria ser interrompido.

— Nada demais.

— Não é aquele livro que eu lhe dei? — Ela perguntou, sentando-se ao lado de Zoro. — A Arte da Guerra.

Zoro mexeu os ombros, visivelmente incomodado por ter sido pego no flagra com um livro na mão.

— É, é esse. — ele olhou sério para Robin. — Vai me deixar ler?

— É claro. — a morena respondeu, permanecendo no mesmo lugar. — Pode ler em voz alta?

— O que?

— Eu gosto muito desse livro, poderia ler em voz alta?

Zoro pensou um pouco, depois abriu o livro na página em que estava lendo, então começou a falar em voz alta: — Não procure vencer teus inimigos à custa de combates de vitória. Esse é um caso em que o "bom" é melhor do que o "excelente". É preferível subjugar o inimigo sem travar combate.

Zoro interrompeu a narrativa. Robin notou uma veia saltando de sua testa, e sorriu.

— As vezes é possível vencer uma Guerra, sem derramar sangue. — ela comentou.

— Não é o nosso caso. — ele revidou. — Jamais teríamos salvo você sem desembainhar minha espada. — Zoro fitou os olhos atentos de Robin.

— Tem razão. — Ela pareceu ter se convencido. Zoro continuou a leitura, até um outro trecho lhe chamar a atenção, fazendo-o repetir a frase duas vezes.

— Conhecer os meios que asseguram a vitória não significa obtê-la.

Notando a confusão no rosto do nakama, Robin recitou um outro trecho que sabia de memória.

— Deve-se temer ou esperar, e avançar ou recuar. Lutar ou se entrincheirar, tanto em respeito a própria tropa, quanto ao do inimigo. Acreditando-se superiores, não hesitavam em tomar a iniciativa. Acreditando-se inferiores, ficavam na defensiva e batiam em retirada. — Robin apoiou a mão no livro fechado. — Entende-se que você ter um número alto ao seu lado, o poder não te trará a vitória. Mas, sim, está mostrando-se ao seu inimigo, e isso encaixa no que foi dito sobre ser bom e excelente.

Zoro assentiu com a cabeça, voltando a abrir o livro.

— Estabeleço planos para a vitória segundo essas táticas, mas o vulgo tem dificuldades de compreendê-las. — Zoro fechou o livro por definitivo, alisando a ponta do dedo indicador direito na cabeça.

— Quando está em uma luta, você faz planos?

— Hmm. — ele não demorou muito para pensar na resposta. — Eu tenho um objetivo, sigo nessa direção e tento não morrer.

— Entendo. — Robin recolheu as pernas, estava ficando mais frio.

— O que é? — Zoro foleava o livro e lia alguns trechos aleatoriamente, uma mão apareceu bem do meio de uma página, onde falava sobre disciplina e atenção. Ele se interessou pela leitura.

— Acho que vai gostar de um outro livro que tenho.

— Mais um?

Robin ficou de pé.

— Vamos, eu te mostro.

Embora o espadachim aparentasse desanimo em ter de acompanhá-la, ele se levantou e desceram as escadas. O silêncio que Robin tanto apreciava reinava no navio, ela encontrou os sapatos deixados na grama e calçou nos pés. Chegaram na biblioteca e Robin procurou pelo livro no meio de tantos outros. Assim que o encontrou, estendeu na direção de Zoro.

— Estratégia. — Zoro leu o título do livro, arqueando levemente a sobrancelha. Robin buscava outro livro na prateleira, depois, dirigiu-se até o sofá confortável e sentou, puxando uma coberta sobre suas pernas.

Zoro olhou para os lados, não encontrando outra solução, senão fazer o mesmo. Ele sentou-se ao lado de Robin, pois ali ficava uma lâmpada a óleo acessa, onde poderia ler sem prejudicar a visão.

Zoro leu o primeiro capítulo em silêncio, tentou todas as posições possíveis para continuar a leitura, quando seus olhos começaram a se fechar com o peso do sono. Ele adormeceu com o livro em cima de seu rosto.

Robin criou duas mãos extras para acomodar Zoro na mesma coberta. Ela continuou a leitura, saboreando o silêncio agradável e a companhia. Era bom estar de volta. Era bom fazer parte de um bando. Melhor ainda era ter com quem compartilhar aqueles momentos simples, com um coração batendo forte em seu peito.


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Notas finais do capítulo

Beijos.