Rosas e Espinhos escrita por Miiou


Capítulo 10
Capítulo 9 - Um passeio a Hogsmeade


Notas iniciais do capítulo

Gente, estou de volta! EBA
Aqui está um capítulo fresquinho para vocês, cheio de aventura e romance.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/59647/chapter/10

Capítulo 9 - Um passeio a Hogsmeade

 

 

 

 

        Era dia 30 de outubro, sábado, véspera de Halloween e por conseqüência do Baile.

 

        Lily havia me chamado para ir com ela para Hogsmeade, para comprar a fantasia que iria usar.

 

        Estava um dia claro, o Sol brilhava, amenizando o frio de congelar os ossos. A neve cintilava glorificando a perfeição invernal. Outubro não costuma nevar, mas parece que o inverno quis chegar mais cedo e eu não estava reclamando.

 

        As ruas de Hogsmeade estavam cheias de estudantes, o clima de conversa estava no ar. O movimento de certa forma me agradava.

 

        Vocês devem estar querendo saber como transcorreu minha conversa com meus primos, pois bem, irei fazer um relato breve.   

 

        Em geral, tudo pareceu bem pior do que eu imaginava.

 

        Hugo ficou uma fera, começou a gritar comigo a plenos pulmões no meio do Salão Comunal. Lily, no começo ficou um pouco pasma e depois, para o espanto de todos perguntou:

 

        - Mas você não gosta do James?

 

        O que me fez ficar mais do que um pimentão.

 

        Quinnity, como sempre, riu da situação, mas pareceu um pouco contrariado com o comentário de Lily, o que me perturbou um pouco. Alvo, para o espanto de todos, pareceu aprovar inteiramente a minha amizade com o sonserino. Talvez por que ele foi defendido por Scorpius, talvez pelo mesmo for um sonserino, não tenho idéia. 

 

        Caroline e Helga – minhas companheiras de quarto -, que logo depois de eu chegar ao quarto me jogaram na cama e me encheram de perguntas sem nexo. Pelo jeito, de algum modo elas descobriram minha amizade com o sonserino, minha conversa com McGonagall e o fato de James ir ao baile comigo. Nem perguntem como.

 

        Como podem ver, parece que todo mundo já sabe dos meus temores. O problema é que desde aquele dia eu não vejo Scorpius em lugar algum.  

 

        Nas refeições ele não aparecia na mesa, ele faltou às aulas com a minha turma. Passei esses últimos três dias rezando para cruzar com ele no corredor, mas eu sou muito azarada.

 

        Lily estava muito animada e eu tentava transparecer-me muito feliz também, falhando brutalmente. Na realidade, só aceitei o convite para saber se encontrava Scorpius em Hogsmeade.

 

        Minhas chances não foram muitas.

 

        Logo após entrar na pequena vila, Lily me arrastou para a loja de roupas que havia. Passei a tarde toda vendo as diversas fantasias que Lily vestia. De cinco em cinco minutos eu olhava para a porta da loja, para ver ser alguma pessoa loira de olhos cinza passava por lá. Quando deram quatro horas da tarde, Lily finalmente decidiu levar a fantasia de hipogrifo, o que seria uma bela surpresa para seu par, Nigel Mcmillan.

 

        Saímos da loja cheias de sacolas e fomos para os 3 Vassouras, um suposto pub que os bruxos costumam freqüentar – mas vocês leitores, devem saber a história de meus pais melhor do que eu, para saber o que é os 3 Vassouras.

 

        Sentamos em uma mesa perto do balcão, onde uma senhora conhecida como Madame Rosmerta trabalhava.

 

        Pedimos duas cervejas amanteigadas e começamos a conversar.

 

        - Então, diga a verdade. – falei.

 

        Lily pareceu se assustar.

 

        - Er, certo! A verdade. – falou.

 

        Girei os olhos.

 

        - Lily, sério. O que aconteceu para você não comemorar seu aniversário? – perguntei.

 

        Ela me analisou por muito tempo, como se vendo se valia a pena minha reação. Segurei o olhar até ela ceder, suspirando.

 

        - Eu não faria meu aniversário de qualquer maneira, você estava perdida Rose. – soltou um muxoxo – mas se quer saber tanto... Bem...

 

        Parou de falar.

 

        - Fale logo Lilian! – resmunguei.

 

        - Eu não podia Rose. Eu não posso! – seus olhos começaram a ficar vermelhos – Isso é errado... EU NÃO POSSO! – gritou e cobriu o rosto com as mãos, soltando um soluço – o que afirmava que ela estava chorando.

 

        Todos no pub se viraram de súbito para ver o que estava ocorrendo.

 

        - Lily... Shh, Lily, esta tudo bem. Você pode me contar o que esta acontecendo em outro lugar. – olhei para os lados, vários olhos nos espreitavam de esgueira – Podemos ir para um lugar mais reservado.

 

        Lily fungou alto e assentiu.

 

        Levantamos-nos e guiei Lily para a casa dos gritos, uma casa que antigamente era chamada de mal assombrada, hoje sei que não é bem assim. Lá nos sentamos em um banco próximo.

 

        Lily parecia perturbada, como se tivesse matado alguma pessoa. Fiquei assustada com a expressão dela, o que aconteceu enquanto eu estava fora?

 

        Finalmente, Lily levantou a cabeça para me encarar. Passou um minuto vacilante.

 

        - Então? – perguntei, dando iniciativa.

 

        - Eu... Rose, eu sou horrível. – falou.

 

        - O que houve Lily? – perguntei.

 

        - Primeiro de tudo – respirou fundo – prometa que não irá contar isso a ninguém, nunca!

 

        Hesitei um pouco, mas a curiosidade venceu a razão.

 

        - Claro, prometo.

 

        Ela suspirou como se tivesse notado que estava prendendo a respiração agora.

 

        - Rose... Foi tudo muito rápido. – falou trêmula – E-eu estava tão triste por você não estar aqui, pensei que tinha morrido ou coisa do tipo... – encarou o chão – Alvo também estava triste... – soltou uma risada fraca. A neve parecia muito interessante nesse momento – Eu o chamei para ficar comigo no salão. Ele ficava me consolando, falando palavras bonitas demais, insinuantes demais...

 

        Ela não precisou terminar... Aquele tom na voz dela...

 

        Compreendi então.

 

        - Não... – falei, abobada.

 

        - Sim. – falou ela.

 

        - Não acredito. – falei em um sussurro.

 

        - Nem eu... – seus olhos se encheram de lágrimas – Sou uma pessoa horrível... – suas lágrimas caíam.

 

        - Você não pode... – fui interrompida.

 

        - Rose. Eu beijei o Alvo. – falou.

 

        Eu quase ri de precipitação. Pensava que ela havia transado com ele. Foi um susto enorme.

 

        Mas... Como?

 

        - Como? – perguntei abobada, repetindo minha pergunta interna. – Quer dizer... Você gosta do Alvo? Desde quando?

 

        Ou a neve era muito bonita ou Lily tinha uma queda secreta por chuva congelada.

 

        - Eu... Eu não sei. – admitiu - Quando eu beijo o Nigel, eu me sinto bem, me sinto reconfortada. – seus olhos perderam o foco – Mas com o Alvo... Parecia que meu estômago estava mais pesado, eu fiquei tão quente e ao mesmo tempo... – ela corou – acho que eu fiquei de certa forma... Descontrolada. Acho que beijar ele foi... – seus olhos brilharam – a melhor experiência de minha vida toda.

 

        - Mas... Ele é seu irmão! – exclamei – Como você conseguiu fazer uma proeza dessas?

 

        Ela riu nervosa.

 

        - Esse negócio com o Alvo tem algum tempo... – olhou para o céu – para ser mais exata... Um ano.

 

        - Um ano?! – perguntei pasma.

 

        - É... Eu nunca pensei muito nisso... – seus olhos nunca pareceram tão brilhantes – Lembra daquela vez que Alvo e James viajaram para a Ásia?

 

        Assenti. Há um ano, meus primos fizeram uma viajem de um mês para a Ásia, junto do tio Harry. Eles disseram que era um encontro “só para homens”.

 

        - Pois bem... Alvo voltou mais cedo. E-eu, eu fiquei esses dias com ele. – mordeu o lábio inferior – só eu e ele. – ela parecia uma criancinha falando... Uma criancinha apaixonada.

 

        - E... – tentei incentivá-la.

 

        - E que eu acabei por começar a olhar meu irmão com outros olhos! Eu sou uma safada! – levantou os braços em sinal de drama.

 

        Suspirei.

 

        - Lily. Isso é realmente estranho... – olhei para ela – mas se você ama Alvo de uma maneira diferente da pura fraternidade... Bem, é bem questionável.

 

        - Rose, eu chifrei meu namorado com meu irmão... Sou uma desgraçada! – lágrimas banhavam o rosto inchado de Lily.

 

        Peguei seu ombro.

 

        - Não Lily. Admito que foi uma coisa feia o que você fez... – olhei em seus olhos – Mas se você esta apaixonada por Alvo, por mim tudo bem, pode correr atrás dele. – sorri.

 

        - Mas ele é meu irmão! – dessa vez ela exclamou – Como vou ficar com meu irmão, Rose? E ainda tem o Nigel! Como ele irá reagir a tudo isso?!

 

        Pensei um pouco.

 

        - Bem, o problema do Nigel, por ética e consciência, você deveria terminar com ele. Pelo menos isso. – sorri safada – Agora o Alvo... - botei as mãos atrás da nuca, como já vi James fazendo quando armava alguma coisa – deixo por sua conta, baby.

 

        Lily soltou uma gargalhada nervosa e depois me deu um abraço, daqueles de urso que só Lily sabia dar.

 

        - Rose, sabia que podia contar com você – a senti sorri contra o meu pescoço – Te amo muito, prima!

 

        - Também te amo. – olhei de esgueira para o relógio em meu pulso – Só mais uma dica. Se eu fosse você, me apressava. Amanhã é o baile e o Nigel pode desconfiar dos olhares ciumentos deste seu novo amante, se conheço bem Alvo.

 

        -Além disso... – continuei – se você é safada, eu sou cafajeste. Sou apaixonada pelo meu primo.

 

        Lily pareceu considerar a idéia, o que me fez sorrir.

 

        Deu um soco no meu ombro e se levantou.

 

        - Falou priminha, vamos? – perguntou fechando o assunto.

 

        - Vá à frente, já lhe acompanho. – sorri.

 

        Lily deu de ombros, como se tivesse mais o que fazer do que ver o que eu ia fazer.

 

        - Só não demore muito. – e se foi.

 

        Depois de Lily desaparecer, me levantei e segui o caminho de Hogsmeade. Alvo ia ter uma palavrinha comigo depois, ele que iria esperar.

 

        Fiquei passeando pela vila, olhando as coisas nas vitrines, o Sol estava se pondo quando vi um vulto loiro entrando nos 3 Vassouras.

 

        Esgueirei-me lá, ansiosa para ver se este vulto era quem eu pensava.

 

        E para meu azar, era.

 

        Vi Scorpius sentado em uma mesa, conversando com uma... Garota.

 

        Não só uma garota... Jaenelle Goyle. A garota do sexto ano que tinha me barrado no corredor.

 

        Eles pareciam entretidos, pois nem notaram minha presença quando passei por eles para sentar em uma mesa próxima, deixando as sacolas de Lily na cadeira ao lado.

 

        Scorpius parecia abatido, seu rosto era marcado pela desgraça. Se fosse outra ocasião, teria corrido e abraçado ele. Teria perguntado o que houve - diferente daquela vadia que estava sentada com ele.

 

        Ela parecia nem notar o estado do garoto, pois ria e dava pulinhos na cadeira, como se tivesse ganhado o dia.

 

        Será que ela tinha chamado Scorpius para o baile de Halloween?

 

        Eu já estava a ponto de pular da cadeira e ir lá, falar com Scorpius. Quando uma mão tocou meu ombro e fez todo o meu corpo tremer de susto.

 

        - Desculpe... Assustei-te? – perguntou meu querido Romeu.

 

        Tudo que eu estava pensando começou a se evaporar. Virei ao meu querido e sorridente primo.

 

        - Não... – sorri – o que faz aqui?

 

        - Estava me fazendo essa mesma pergunta em relação a você. – sorriu deslumbrante.

 

        - Eu... Eu estava apenas com vontade de beber uma cerveja amanteigada, Lily se perdeu de mim, então entrei aqui. – menti.

 

        - Ah, certo. – falou desconfiado – então... Posso me sentar com você? – perguntou.

 

        - Claro! – sorri.

 

        O som da cadeira, quando James a afastou para sentar, pareceu chamar a atenção de Scorpius, pois ele virou o rosto e nossos olhos se encontraram.

 

        Não tive certeza do que devia fazer.

 

        Nesse momento, me lembrei do fato de que James ainda nem suspeitava de eu ter um amigo sonserino que não era Alvo.  Optei por sorrir.

 

        Scorpius retribuiu o sorriso, o que chamou atenção da sonserina, que me encarou com um olhar mortal.

 

        Jaenelle, de uma escala de zero a dez em beleza, era onze. Ela era loira, tinha o corpo esbelto e parecia que todas as roupas que ela usava ficavam boas nela.

 

        Não que eu ligasse para com quem Scorpius andava... Só estava comentando.

 

        James também reparou na minha simpatia.

 

        - Scorpius Malfoy... – murmurou – Desde quando vocês trocam sorrisos? – fez uma cara bem sombria.

 

        - Hã, desde que eu fiquei presa em um buraco com ele por dois dias... – falei corando – A gente é, sabe... Amigos. – sorri amarelo.

 

        - Amigos... – murmurou – E foi assim tão rápido. Que eu saiba, vocês eram tipo, inimigos mortais. – falou sombrio.

 

        - Ah, James. Scorpius se mostrou uma boa pessoa apesar de tudo. – murmurei. Meu rosto vermelho até a raiz de meus cabelos – Ele é uma boa companhia.

 

        James olhou para Scorpius, olhou para mim e depois voltou para olhar para o loiro.

 

        - Certo. Tudo bem, eu aceito essa amizade. – falou por fim.

 

        Meu rosto se contraiu de indignação.

 

        - Como? Você aceita, é? – soltei um riso – Pedi sua opinião, papai?

 

        - Eu sei que você queria. – deu de ombros – mas... Pensando bem. Por que não vamos lá falar com ele? Ele não parece estar apreciando muito a companhia de Goyle, não? – sorriu maroto, aquele sorriso de que estava indo aprontar.

 

        Tentei buscar maldade nas palavras dele. Certo, era muito insinuante, mas se eu o recusasse podia pensar que eu tinha alguma coisa com o Malfoy, o que não era verdade. Certo?

 

        Dei de ombros.

 

        - Okay.

 

        Ele se levantou e estendeu a mão para eu segurar, o que foi muito estranho. Por coincidência, ou não, Scorpius virou o rosto para ver o que ocorria.

 

        Os olhos de James brilharam de maldade, nessa hora percebi que não devia ter aceitado a proposta.

 

        Ele pegou minha mão e me puxou pela cintura, me levando para falar com o outro casal. Como eu vi que fiz merda e não tinha como corrigir, tentei entrar no jogo de James.

 

        Quando chegamos à mesa, Scorpius arqueou as sobrancelhas para mim, apenas dei de ombros. Jaenelle não parecia estar gostando nada.

 

        - Oi, podemos fazer companhia para vocês? – perguntei.

 

        Jaenelle já ia falar alguma coisa bem ruim, quando Scorpius falou.

 

        - Seria ótimo, mas para falar a verdade, nós já estávamos saindo. – seus olhos estavam naquele seu espelho constante, frios e penetrantes.

 

        - Vamos – falou James – Fiquem mais um pouco, vamos conversar.

 

        Scorpius pareceu considerar o assunto. Por fim, deu de ombros.

 

        - Tudo bem com você, Goyle? – antes de ela responder algo, ele se virou para nós – Pois bem, sentem.

 

        Eu não sabia se ria ou chorava. Não sei quem estava se passando mais nesse momento.

 

        A mesa era redonda, então sentei entre James e Scorpius. Senti o hálito de Scorpius soprar discretamente em meu ouvido, quando ele sussurrou:

 

        - Quero falar com você mais tarde. – e voltou à sua mascara de desinteresse.

 

        Assenti discretamente. Depois me voltei para James.

 

        - James, você conhece o Scorpius. – sorri amarelo - Espero que agora vocês comecem a se dar melhor. – falei severa.

 

        James suspirou.

 

        - Hum. – murmurou – tudo por sua felicidade. – James é a pessoa mais dramática do mundo.

 

        Revirei os olhos. Depois me voltei para Scorpius e Jaenelle. Meus olhos cintilaram de antecipação. Minhas narinas estavam dilatadas de curiosidade para saber o que essa... Garota fazia com Scorpius.

 

        - Então... – falei.

 

        - Hã... – Scorpius falou – Vocês vão para o baile de Halloween? – seu rosto não mostrava nenhuma emoção.

 

        - Na verdade, sim. – James apertou minha mão – Vamos.

 

        A tensão estava enorme. Minhas mãos estavam suando. O peso dos dedos de James em cima de minha mão estava ficando cada vez mais insuportável.

 

        - Tenso. – murmurei. [N/A: Eu tinha que escrever isso gente. Rsrs!]

 

        - Como? – James perguntou.

 

        - Nada. – virei para a companhia do Malfoy – E vocês? Vão? – tentei parecer o mais casual o possível, o que não era verdade.

 

        - O que...? – Scorpius começou a perguntar – É claro que...

 

        - Sim. – falou Jaenelle.

 

        - Hã? – Scorpius perguntou aparentemente incrédulo – Nós... Vamos. É, vamos sim.

 

        - Sério? – a vadiazinha falou – Que bom! – bateu palmas.

 

        Scorpius suspirou.

 

        Com isso, James começou a conversar banalidades com o outro casal. Jaenelle parecia tão alegre que nem se importou com a nossa presença. Scorpius não parecia muito interessado no que James falava, mas respondia tudo e acho que por educação perguntava. Eles estavam debatendo opiniões sobre times de quadribol. Eu apenas prestava atenção nos dois.

 

        Scorpius parecia outra pessoa. Seu rosto com feições angelicais se fechava e sua voz não tinha nenhum sentimento.

 

        Acho que a única coisa produtiva que teve nessa conversa foi o fato de eu perceber que eu não conhecia Scorpius como achava que conhecia. Quer dizer, eu não entendia o modo que ele agia, eu não conhecia seus interesses, não o compreendia como achava que compreendia. Scorpius ainda era o garoto mal criado, o garoto frio. Eu pensava tantas coisas sobre ele, mas nunca parei para realmente concretizar minhas opiniões.

 

        Isso só me fez ter mais vontade de me aproximar dele.

 

        James parecia estar se divertindo com o assunto, ele ria, comentava e ouvia coisas com extremo interesse. Vez por outra, olhava para mim de relance e me piscava, ou lançava um sorriso lindo, que me fazia derreter por completa. Se Scorpius via, fingia não notar.

 

        Depois de um tempo, Scorpius alegou ter que ir embora. James não questionou, acho que essa mesma idéia estava se passando por sua cabeça.

 

        Saímos dos 3 Vassouras e fomos caminhando até as carruagens de volta para Hogwarts. Scorpius se aproximou de mim e sussurrou ao meu ouvido.

 

        - Olhe e aprenda. – eu podia sentir o sarcasmo cômico em sua voz.

 

        Scorpius, discretamente tirou a varinha do bolso, apontou para Jaenelle e pronunciou.

 

        - Densaugeo.

 

        De repente, os dentes da garota começaram a crescer sem parar e ela começou a gritar e chorar de vergonha. Apontou para mim e James e falou.

 

        - Foram vocês que me azararam, eu sei que foram! – Gritou.

 

        Ficamos com cara de idiotas. Eu bem que seria capaz de fazer isso, mas não fui eu.

 

        A garota saiu correndo e chorando. Scorpius parecia satisfeito, o que me deixou meio chateada, era assim que ele tratava quem ele gosta?

 

        Meu celular tocou, rapidamente o peguei na bolsa e atendi.

 

        - Diga Lily. – falei com a voz arrastada.

 

        - Rose Weasley, me diga que você está com a minha fantasia de Halloween ai com você! – Falou Lily.

 

        - Merlin! – lembrei que havia deixado a sacola com a fantasia dela na mesa do pub – Claro Lily! – menti – Estou sim.

 

        - Certo, já estava ficando preocupada. Quando você chegar me traga a sacola, okay? – falou.

 

        - Certo Lily. Tenho que desligar agora, beijo. – falei.

 

        - Certo.

 

        Ela desligou. Fiquei olhando a tela do celular por um tempo. Sabe, em Hogwarts não pega celular, pois os feitiços que envolvem a escola não permitem isso, mas este meu celular é alterado com magia, é como o espelho que meu tio tem de Sirius Black, mais ou menos isso. Foi a mamãe que criou esse utensílio.

 

        - Que sacola? – perguntou James.

 

        - O que é isso? – Scorpius apontou para o celular na minha mão, com cara lisa.

 

        - Um celular. – me virei para James – Vou ter que pegar a sacola antes que o pub feche. – falei.

 

        - Tudo bem, eu vou com você. – respondeu.

 

        Scorpius o impediu.

 

        - Melhor você ir atrás da Jaenelle. Ela é bem capaz de inventar alguma coisa para vocês serem expulsos. – falou, sua boca se crispou e se eu não soubesse que ele estava achando isso cômico, pensaria que ele estava realmente preocupado.

 

        - Certo, mas... – James pensou um pouco – Scorpius, você pode acompanhar a Rose até o pub? – falou a contragosto.

 

        James é assim, ele é simpático e confia nas pessoas. Até naqueles que ele não gosta... Ou pelo menos naqueles que eu gosto.

 

        - Sem problemas. – Scorpius deu de ombros.

 

        Aproximei-me de James e o puxei pela gola da camiseta.

 

        - Tem certeza, James? – sussurrei em seu ouvido – Você vai ficar de boa?

 

        - Confio em você. – ele respondeu.

 

        Eu não aguentei e tasquei-lhe um beijo na boca.

 

        Não sei o que me fez fazer isso. Talvez por me sentir muito grata por James confiar em mim, talvez por desejo reprimido. E a voz de James, sua respiração, me deixava tão loucamente apaixonada.

 

        A questão é que foi bom. Seus lábios eram macios e se pressionavam no meu de um jeito único. Não fechei meus olhos por um só momento, fiquei olhando a expressão de assombração no rosto de James.

 

        Foi só um selinho demorado. O meu primeiro beijo. Depois o soltei e ficamos nos encarando com cara de bobos.

 

        - Uau, Rosalinda! – falou e eu fiquei vermelha.

 

        - Certo. Agora é melhor você ir, se não a menina vai expulsar a gente. – falei.

 

        - É... – ele me deu outro selinho, dessa vez mais carinhoso. – Boa noite.

 

        - Boa noite. – sorri.

 

        Ele saiu e eu fiquei o vendo desaparecer junto com a carruagem. Ele estava sorrindo feito bobo, mas e daí? Eu também sorria feito uma idiota.

 

        Quando ele desapareceu, me lembrei de um fato que havia esquecido.

 

        Scorpius.

 

        Virei para trás e para minha surpresa, não havia ninguém.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

LEIAM ISSO AQUI.
OBS: Hogsmeade pode ser escrito de outra maneira, que é a maneira estrangeira de se escrever, Hogsmead. Apesar do nome de meus personagens serem uma mistura de nomes estrangeiros e nomes adaptados à nossa cultura (Tiago passou a ser James, mas o Alvo é nacionalizado, pois o verdadeiro nome no inglês é Albus), optei por colocar Hogsmeade (A maneira nacional).
OBS²: Queria fazer um cometário breve sobre os personagens da J.K. Rowling. Primeiro, a maioria são dela e os que vierem pela frente e não forem da autora, eu avisarei. Vocês podem não ter conhecimento, mas existem vários outros filhos do parentesco Weasley(Tem mais filhos do Gui e da Fleur, do George com a Angelina Jonhson e do Percy com a Audrey), de Luna Lovegood (Que se casou com Rolf Scamander e tem dois gêmeos), entre outros. O caso é que talvez, se houver necessidade, eu os venha a usar. Quinnity, naturalmente, é filho legítimo de Olívio Wood(informações tiradas do Ojesed e do site oficial da J.K. Rowling). Até agora, os únicos personagens que eu realmente inventei foi o Nigel McMillan(namorado da Lily) e a Jaenelle Goyle(o que é bem óbvio, mas pelo menos eu tomei o cuidado que as outras pessoas não tomam de não alterar a história, fazendo o Crabbe ressuscitar dos mortos[para quem não sabe Vicente Crabbe morre no Relíquias da Morte, capítulo 31]).


Gente, obrigado por esperarem o capítulo, espero de coração que tenham gostado.

Reviews?