What If...? escrita por Miss Daydream


Capítulo 2
Capítulo 2 - Déjà Vu


Notas iniciais do capítulo

Ooooi gente! Eu gostaria de dedicar este capítulo a Pale Moon (vulgo Ju, minha nova mãe) e a Gloomy! Obrigada meninas, vocês não tem noção de como um comentário ajuda!
Nos vemos lá em baixo!



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Nota mental: Tudo pode ficar pior.

Encontrei vários biscoitos de cachorro do Dragon espalhados no meio de minhas roupas velhas, e estão estragados e fedendo. Minhas roupas estão cheirando a merda, e eu me odeio por isso. E odeio o Dragon também.

Maldito cachorro!

Separo as roupas sujas em uma sacola (muito maior do que eu imaginava) e jogo todo o resto dentro de uma mala. Vou aproveitar para deixar isso na lavanderia, quando estiver descendo para o pátio.

Como sempre, passaremos o final de semana em casa, e quando voltarmos vai estar tudo pronto. É engraçado ver todo mundo com malas e bolsas (Ambre carrega pelo menos umas sete), parece que vamos todos sair de viagem.

Bem, depois do fiasco da corrida de orientação duvido muito que isso aconteça novamente.

Nathaniel parece meio transtornado e carrega uma grande bolsa, que parece bastante pesada. Vejo Lizzie ir correndo na direção dele e lhe dar um livro. Nathaniel suspira e aponta para a bolsa que carrega, abrindo o zíper da mala e procurando alguma coisa lá dentro. Como é desajeitado, deixa cair ao menos uns cinco livros e eu percebo que a bolsa está recheada deles.

Lizzie o ajuda com os livros que caíram, e ele lhe da um outro, talvez a continuação daquele que ela devolveu.

Ele sorri e afaga a cabeça dela com carinho, quando ela agradece, e isso me traz lembranças...

“- Nós vamos nos atrasar de novo! – gritei com força para o garoto de cabelos loiros que tanto me trazia problemas

Ele observava a vitrine de uma livraria simplória na rua. Parecia encantado com aquele livro grosso de capa azul e título brilhante, como se nunca tivesse visto algo tão bonito na vida.

– Nate, o que é que está fazendo aí, ein? – eu disse irritado com a atitude dele, mas ele nem pareceu me ouvir – Nate! Acorde!

– É lindo, olhe só... – ele apontou para o livro na vitrine, e ficou na ponta dos pés, por ser um pouco pequeno demais

– É só um livro. – eu disse, tentando puxá-lo pela manga da blusa, mas acabei beliscando-o, pois não lembrei que ele havia a arrancado

– Ai! – ele me olhou com raiva e beliscou minha bochecha – Quem você pensa que é ein?

– Meus pais vão embora daqui a pouco – eu gritei com raiva, apertando a mochila – Se quiser passar o final de semana longe da Ambre, acho que é melhor se apressar não é?

Ele me olhou com uma expressão maldosa, o que sempre acontecia quando eu mencionava as outras crianças. Principalmente a Ambre.

– Não seria tão ruim – ele apoiou o indicador sobre o lábio inferior – Eu daria a aquela chata outra lição, e lá não haveria Castiel para consertar as coisas.

– Você sabe que estaria ferrado se não fosse eu né? – cruzei os braços – O que ela teria dito para seu pai, e o que ele teria feito?

Nathaniel estremeceu e eu quase voltei atrás com o que tinha dito. Voltou a olhar desejoso para a vitrine.

– Nate! – eu gritei puxando-o dessa vez pela mochila vermelha que ele carregava – Nate vamos!

– Ah, está bem, está bem! – ele finalmente se rendeu, me seguindo pelas ruas – Você é muito chato, Castiel.

– Tanto faz. – eu devolvi. Depois de um tempo, resolvi perguntar – Porque você não pede aquele livro para os seus pais? Eles te dariam, tenho certeza.

Ele soltou um muxoxo, como se não fosse grande coisa. Mas eu sabia que era.

– Estou de castigo outra vez. – ele colocou as mãos no bolso da bermuda – Na verdade, estou de castigo pela vida inteira. Eles nunca me dariam nada. Ambre ganhou um celular semana passada, e eu meias.

Eu suspeitava que o motivo de Nathaniel ter tanta raiva da Ambre era pelo modo como os pais os tratavam. A diferença feita entre os dois era gritante, mas todo mundo fingia não ver.

– Grande coisa, não queria aquele livro mesmo. – ele deu de ombros – Não conseguiria terminar, não gosto de ficar parado.

– Que besteira – revirei os olhos – É obvio que você quer aquele livro. Acho que, se você direcionasse toda essa sua energia que usa para azucrinar as pessoas lendo, seria o paraíso.

– Só não quer que eu fique te enchendo o saco né? – ele sorriu e passou a mão nos meus cabelos pretos – Até lendo eu encheria o seu saco.

– Não duvido – eu dei um singelo sorriso e Nate me olhou feliz.

Apesar de tudo, ele era uma boa pessoa. Ele percebia que eu não era muito de sorrir, então aproveitava todas as oportunidades para conseguir essa façanha de alguma forma.

– Vamos logo, você é devagar demais – eu disse e saí correndo na frente

– Castiel! – o ouvi gritando atrás de mim e então logo me alcançou, rindo”

– Castiel! – sinto um cutucão no meu braço e olho confuso, ainda perdido nos meus pensamentos – Terra chamando Castiel, alô?

– O que é Lizzie? – eu digo apoiando a mão na cabeça. Já fazia muito tempo que eu não tinha esse tipo de déjà vu...

– Perguntei se você não quer ir pra casa comigo – ela fala me olhando desconfiada – Aconteceu alguma coisa?

– Só que eu vou ter que dividir o quarto com a merda do representante de turma – eu suspiro irritado – Sem direito a protestar.

– Então era por isso que Nath estava de mal humor... – ela ri – Quem sabe vocês não viram amigos? Você deve algumas desculpas para ele, por causa de tudo o que aconteceu sobre Debrah...

– Não fale o nome dela aqui – eu começo a andar e ela me segue – Não peço desculpas a ninguém.

– Por isso ninguém gosta de você – ela solta um muxoxo

– O que?! Todo mundo gosta de mim!

– Só nos seus sonhos... – ela ri e me olha de canto – Falando sério agora... Acho que ele realmente merecia ouvir suas desculpas, ouvi dizer que antes de tudo aquilo vocês eram muito amigos.

– Quem foi que te disse isso, hã? – eu a olho com raiva – Esta escola está cheia de fofoqueiros...

– Então é verdade?

– Cale a boca.

– Você não negou!

– Estou me arrependendo de ter aceitado seu convite...

– Então Peggy não mentiu!

– Você é tão infantil...

– E estou certa! – ela cantarola e eu rio de leve – O que houve ein? O que te fez acreditar na Debrah sem nem questionar?

– Nathaniel mudou muito, ao longo dos anos – eu digo meio vagamente – E eu também. Nossa relação não era a das melhores na época. E bem, eu era meio cego pela Debrah...

– Meio?

– Não abusa, tábua – eu digo e ela me olha irritada – Enfim, quando eu vi os dois juntos fiquei louco e decidi ignorá-lo. Fim.

– Ele realmente merece umas boas desculpas – ela diz pensativa

– Tanto faz, não vai acontecer – eu retruco – Vou indo, o Dragon já deve estar sentindo minha falta. Tchau.

Nos despedimos e eu vou correndo até a casa dos meus tios, que fica na esquina da minha, para pegar o meu cachorro. Assim que chego, ele pula em mim, quase me derrubando no chão e começa a lamber meu rosto, e eu dou risada da situação. Ele é enorme, e muito forte também. É engraçado pensar nele como um cachorro babão.

– Ei, garoto! – eu digo rindo – Vamos para casa?

Prendo-o na guia e tranco o portão. Meus tios saíram e deixaram um bilhete em cima da mesa. Respondi no mesmo papel e avisei que estava em casa, e que tinha levado Dragon.

Quando chego em casa, ele sai correndo atrás de seu osso preferido. Sei que ele sente falta daqui, e de morar aqui todos os dias, mas desde que entrei no ensino médio, mudei-me para o dormitório da Sweet Amoris.

Ponho a comida de Dragon na tigelinha azul, e vou tomar um banho. Assim que acabo, decido dar uma limpa no meu quarto e pegar roupas novas e mais decentes, porque as minhas estão um estrago.

Abro a janela, para que o quarto possa tomar um pouco de ar, e prendo o cabelo atrás da cabeça. Cato todas as roupas jogadas pelo chão e separo-as para colocar na máquina de lavar, colocando todo o resto num cesto separado, para lembrar-me de pôr a nova leva de roupas amanhã de manhã.

Volto ao quarto e arrumo a cama, colocando minha mala por cima dela para colocar e tirar algumas coisas.

Pego algumas calças jeans e moletom, pois o clima está começando a esfriar. Pego também alguns casacos e minha touca vermelha. Algumas cuecas novas, porque as minhas estão num estado deplorável... Remexo entre meus quadrinhos e encontro o caderno. Acabei esquecendo-o aqui semana passada e quase pirei. Nunca mais posso deixar isso acontecer.

Dragon aparece na porta do quarto, me olhando satisfeito e vai na direção da janela, sentindo o vento.

– A casa está abafada, não? – eu comento com o cachorro, afagando-lhe a cabeça – Apesar de já estar um pouco frio. Acho que é porque fica fechada. Precisamos chamar alguém para limpar isso aqui não é, garoto?

Ele abana o rabo, como se pudesse me compreender e eu rio baixo.

Vou até a geladeira e pego alguns hambúrgueres, pois senti falta deles. Eu sempre sinto falta deles, hambúrguer é como um amor platônico.

Janto e cato algumas coisas que estão espalhadas pela sala, arrumo o sofá e pego os sapatos espalhados pelo chão. Aproveito e embrulho alguns dentro de sacolas, como meu tênis, coturno e bota. Só pelo que senti do vento, sei que o inverno vai ser rigoroso.

Dragon dorme tranquilo em sua almofada perto da janela, e eu a fecho sem fazer barulho, trancando-a.

Tranco também a porta e lavo o pouquinho de louça que acumulei. Nem abro a porta do quarto de meus pais, indo direto para o meu. Fecho a janela ali também, e percebo que meu quarto está bem mais gelado. Coloco o pijama e fecho o armário, me jogando na cama, debaixo das cobertas.

– Boa noite... – sussurro, para ninguém em especial.


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Notas finais do capítulo

E então? E essa lembrança estranha do nosso Cassy? Vishe
Sobre as explicações que eu queria dar, são sobre o calendário escolar francês. Não sei se vocês notaram, mas no cap anterior quando o Castiel explica pro Lys onde estava, ele solta um "mas ainda é começo de setembro!" e bem, isso é bem estranho pra gente. Lá, as aulas começam em setembro para as escolas primárias e ensino médio, e eles tem aulas até a semana no Natal, em que eles tem duas semanas de férias para descansar e também estudar para as provas de janeiro, então é como um recesso. Na Páscoa os estudantes tem mais duas semanas de férias (recesso de primavera) e tem a mesma finalidade do recesso de Natal: estudar.
O estudante entra de férias (acaba o ano) na metade de Junho. Bem confuso né? Aí você pensa, quantas férias ein? Vou me mudar pra França! Só que a carga horária é bem maior: das 9:00 às 12:00, tem horário de almoço e então voltam a ter aulas das 13:30 às 16:30. Não sei o que é pior -q
Além das provas, que são orais e escritas e 3x mais dificeis que as nossas!
Complicado, mas vai fazer sentido ao decorrer da história.
Deixem comentários, eles me fazem feliz e me fazem postar mais rápido também



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