Tempted escrita por Camille Rose


Capítulo 5
A resposta


Notas iniciais do capítulo

Fresquinho, pessoal!



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Quando cheguei ao térreo fui até a mesa onde tomei café da manhã ontem e, de fato, lá estavam o Sr. e a Sra. Grey, Mia e Elliot. Pareciam ter acabado de se sentar.

— Bom dia Srta. Steele! – falou Grace.

— Bom dia! – respondi de forma a cumprimentar a todos de uma vez.

Elliot puxou uma cadeira para mim ao seu lado e desejou bom dia ao meu ouvido. Eu corei e sorri. Eu estava profundamente envergonhada. Olhar para o rosto de Elliot me fazia lembrar seu irmão, por mais que não se parecessem, o que me fazia lembrar o sonho... Parecia que eu tinha cometido algum crime que só eu sabia. Mas ao mesmo tempo me sentia vítima. Mas... Vítima de quem? De Christian? Ele não havia feito nada! Eu devo ter ficado realmente impressionada pelo modo como o conheci... Deveria ser isso. Só isso. Ele era tão... Bonito. E misterioso. Intenso.

Ana!

— Ana! – Elliot ecoou minha repreensão interna. — Terra para Anastasia! – ele brincou, balançando a mão em frente ao meu rosto.

Pisquei várias vezes e tentei me concentrar. O que diziam?

— Desculpe, eu estava pensando...

— Percebe-se – ele riu. — Mas então, você decidiu?

— Decidi o que?

Os senhores Grey se entreolharam. Mia deu um gole pesado no seu suco de laranja. Todos me olhavam.

Elliot riu nervoso, e repetiu a pergunta.

— Estamos ansiosos para saber se você decidiu aceitar o convite de minha mãe e de Mia, para ficar conosco até nos casarmos.

Oh!

Como eu não pensei mais nisso?

— Ah, bom... Eu estava pensando... – menti. — Preciso ir até meu trabalho e conversar com meu chefe para ver a possibilidade de eu trabalhar à distância.

— Se conseguir, seria perfeito. Temos muito bem como arranjar um escritório para você aqui. – Elliot se apressou em dizer.

— Ah, não tenho dúvidas! Só que realmente vou precisar de mais um tempo até dar a resposta. Preciso ir trabalhar hoje.

— Sem problemas, eu levo você. – Elliot sorriu e beijou minha mão.

Terminado o café, Elliot e eu nos despedimos. Ele ia para a empresa e eu ia passar correndo em casa para colocar uma roupa mais formal e ir trabalhar. Não vi Christian o resto da manhã, exatamente como quando eu cheguei.

Sair da casa dos Grey me deu uma sensação de alívio instantâneo. Não é como se lá tivesse sido ruim, mas só ao sair pude perceber que estive tensa. Enquanto Elliot dirigia, eu ficava olhando pela a janela. Ele decidiu falar quando me viu tentando estalar o pescoço para um lado e para o outro.

— O que foi? – ele quis saber.

— Nada... Acho que estou nervosa.

— Por quê?

— Eu não sei... – tentei defini, mas não conseguia. Será o peso da responsabilidade de ter assumido um compromisso perante as pessoas mais importantes da vida de Elliot?

— Não gostou de lá?

— Lá onde?

— Lá de casa, Ana! – Elliot respondeu como se estivesse falando com alguém bêbado. — Você está bem?

Eu olhei para ele finalmente, seus olhos trocavam de direção entre a pista e eu. Tentei sorrir-lhe confortavelmente.

— Estou ótima. É só que... Pensei que fosse ser diferente. Que fosse ser menos... Intenso.

Elliot riu. Uma risada finalmente descontraída.

— Intenso? O que foi intenso? A nossa ousadia no sofá?

De repente a voz de Christian do sonho ressoou na minha cabeça: “Isso, sim, é ousado”. Olhei para Elliot com os olhos arregalados.

— Não! Não, de forma nenhuma! Não estou falando disso! – disse nervosamente. — É que sua família foi bastante acolhedora. Eles me querem lá. Querem me conhecer mais. Eu não estava pensando nisso, não estava preparada.

— Entendo...

— Acha mesmo uma boa ideia?

— Acho! – Elliot respondeu com obviedade na voz. Esperei. — Quando nos casarmos, vamos morar na minha casa, aqui no centro, e então talvez vamos passar um tempo sem ir lá. Seja pelo trabalho, pela lua de mel, qualquer coisa... E eu acho que eles devem conhecer um pouco a mais a mulher adorável com a qual vou me casar!

Sorri para ele. Não toquei mais no assunto. Sua linha de raciocínio me convencia. Contudo, algo dentro de mim ainda me alertava... Mas o que era?

— Pronto. Entregue. – ele disse estacionando.

— Obrigada.

— Espero sua resposta até a hora do almoço, pode ser? – havia ansiedade em sua voz.

— Espero que sim. – respondi. Não dependia só de mim. — Vou falar com meu chefe assim que tiver oportunidade.

— Ok. Mande um oi para sua colega.

— Mando sim.

Sorri para Elliot, que me deu um beijo comum na boca e desci do carro. Entrei em casa e encontrei Kate terminando de passar batom. Estava muito elegante com sua calça de tecido cinza e uma camisa branca com as mangas enroladas. Seus cabelos louros estavam presos num coque prático e intelectual.

Fiu-fiu... – assobiei ao entrar.

— Ana! Até que enfim! – ela falou guardando o batom.

— Bom dia! – desejei. Meu ânimo restaurado. — Estou atrasada! Preciso correr para o trabalho.

— Não antes de me contar como foi lá!

— Tudo bem.

Entrei e fui deixando a bolsa no sofá. Depois daria um jeito nela. Fui para o meu quarto contando sobre como eram os Grey e a casa deles, enquanto abria o guarda-roupa e tirava de lá um conjunto social: saia, camisa e blazer, e começava a me trocar. Não me importava Kate estar ou não no quarto.

— Então eles são muito, muito, muito ricos mesmo? – ela perguntou entusiasmada.

— São. Eu já sabia, mas constatar pelos bens deles foi um pouco... Esmagador.

— Você se acostuma! – Kate riu e eu rolei os olhos.

— E aconteceu alguma coisa? Fizeram algo interessante?

Lembrei-me do modo como conheci Christian.

— Não. Tudo muito normal. Não fazem nada além do que qualquer outra família faz. Exceto as interrupções de trabalho do senhor Grey e de Elliot.

Não sei por que, mas não queria falar de Christian.

— Mas tem uma coisa... – continuei, lembrando-me. Kate me esperou, curiosa. — Eles querem fazer nosso casamento lá, daqui a um mês.

Vi a boca de Kate se abrir e depois ela começar a bater palmas de animação.

— Ah, Ana! Que maravilha! Quer dizer que gostaram de você!

— Devem ter gostado muito por que eles me querem lá, morando com eles, até o casamento. – soltei.

Dessa vez Kate ficou paralisada por alguns instantes.

— UAU... Por essa eu não esperava... – não soube dizer como ela reagiu. Em choque?

— Eu também não. – admiti. — Elliot e os Grey dizem que é uma forma de a família me conhecer antes que me case e me mude com o filho deles.

Kate pareceu considerar.

— E você aceitou?

— Ainda não. – respondi. — Preciso ver como fica meu trabalho.

— Muito bem! Nem muito fácil, nem muito difícil.

Ri para ela e rolei os olhos.

— Viu? – ela disse num tom surpreendentemente satisfeito. — Eu sabia que eles iam acabar pedindo pra você entrar na família!

Achei graça. Verdade. Foi quase como Kate havia falado enquanto me ajudava a me arrumar ontem de manhã. Mas só quase.

Terminei de me arrumar e ela me deu carona no seu carro até a Editora onde eu trabalhava. Hoje estava realmente calmo. Recebi dois manuscritos para ler e terminei a avaliação de outros dois que já havia começado. Depois de uma reunião com os editores dos outros departamentos, aproveitei a oportunidade para falar com meu chefe, que saía da sala junto comigo.

— Vamos fazer outra reunião para decidir qual...

— Sr. Palmer! – chamei. Ele se virou e sorriu. Graças a deus, ele sempre pareceu gostar de mim. Terminou de falar com o assistente dele e se virou para mim. — Srta. Steele...

— Olá. Eu... Poderia falar com o senhor em particular? – pedi.

Ele pareceu pensar bastante.

— Cinco minutos, ok?

— Ok.

O segui até sua sala e esperei que o secretário saísse.

— Então. Como vai? O que você tem a me dizer? – ele quis saber sentando em sua cadeira gasta. Ela rangeu sob o peso do seu corpo roliço.

— É que... – não sabia por onde começar. — Bom... Eu vou me casar... – Sr. Palmer arregalou os olhos.

— Não me diga!

— É... E... Não conheço muito bem a família do noivo, mas surgiu a oportunidade de eu passar um tempo com eles até o dia do casamento, justamente para podemos nos entender melhor...

— Hum?

Palmer me ouvia com os dedos cruzados, os braços apoiados nos cotovelos sobre a mesa.

— Eu fui convidada para morar com eles por um mês. Só que eles moram um pouco longe daqui, e eu me atrasaria quase todo o dia. Por isso pensei se... Se por acaso, eu não poderia trabalhar à distância só até o casamento acontecer... Talvez eu nem fique com eles por um mês, só o necessário para que eles possam perceber que eu não sou uma má pessoa sabe... – expliquei nervosa. — Não quero que eles pensem que eu sou uma pessoa de mau caráter, que quero dar o golpe do baú no filho deles, nem nada do tipo.

Ri, nervosa, e decidi que era hora de calar a boca. Palmer me olhava sem expressão aparente nos seus olhos cansados.

— Bom, Srta. Steele... Fico feliz que a senhorita vá se casar... Mas... – ele hesitou. — Sabe que sempre temos trabalho por aqui. – assenti com veemência. — E que exijo muito comprometimento de todos que trabalham na CIP. — assenti de novo. Estava me sentindo na escola, na sala do diretor, sendo repreendida. — E a senhorita, devo admitir, sempre faz um bom trabalho, apesar de hoje ter chegado atrasada... Bom... A senhorita se comprometerá em realizar todas as suas atividades, em manter contado com a empresa, e cumprir seus prazos do mesmo modo como trabalha aqui?

Levantei o olhar para ele e, com mais segurança do que eu sentia na verdade, balancei a cabeça afirmativamente.

— Sim senhor.

— Acha que vai contar com todos os recursos necessários para o exercício do seu trabalho?

— Creio que sim.

— Certo. Vamos fazer um teste inicial nesta primeira semana. Entenda como um voto de confiança, depois da sua excelente representação da CIP em Paris. Mas se a senhorita não cumprir com seu trabalho devidamente, vou ter que repensar minha decisão.

— Obrigada, Sr. Palmer.

Eu estava me sentindo leve. Agradeci novamente e me direcionei para a saída, quando o Sr. Palmer me chamou de novo, perguntando:

— A final, quem é o felizardo? – quis saber com um olhar simpático.

— Elliot Grey.

As sobrancelhas de Palmer se ergueram, mas ele não disse mais nada. Ele conhecia a Grey Publicity.

Saí de sua sala me sentindo bem mais aliviada. Corri para a mesa, que era meu escritório, e mandei um email para Elliot.

Lá estava eu voltando para a casa dos Grey. Elliot sorria até para os semáforos vermelhos, tão alegre que estava. Era uma tarde de sol e ele cantarolava uma música otimista que tocava na rádio. Good Luck, eu acho. As janelas do carro estavam abertas e o vento morno entrava, soprando nossos cabelos. Era terça, mas parecia que estávamos saindo da cidade num fim de semana.

— O que foi? – Elliot perguntou. — Você não para de rir pra mim.

— É que você parece muito feliz hoje senhor Grey! – comentei.

— E eu estou. Estou com minha noiva, indo para casa!

Sorri.

— Sua casa... – repeti reflexiva.

— Algum problema?

— Não... Mas e você? O processo contra a sua empresa? – lembrei.

— Meus advogados já entraram em ação. Vamos ter uma audiência em breve. – seu tom indicava que ele talvez não quisesse ficar falando disso.

— E já sabem quem foi o responsável pelo plágio?

— Não. Mas já há um suspeito. – ele enfatizou o tom. — Mas não quero estragar o dia pensando nisso! – se fez rir.

— Tudo bem. Mas saiba que eu me preocupo.

Elliot segurou minha mão de forma reconfortante. Ele parecia um garoto radiante. Sua barba por fazer tinha um brilho castanho contra o sol.

Aproveitei o vento enquanto seguíamos pela estrada, lendo um manuscrito que Sr. Palmer havia me dado para analisar. Parecia uma boa história, mas não exatamente a do tipo que vende. Devorei página por página tão rápido que quando chegamos, faltavam poucos capítulos para terminar a leitura. Elliot me trouxe de volta para o presente.

Olhei à frente e mais uma vez perdi o fôlego com a visão da casa dos Grey. Tão linda... Tão grande... Desci do carro enquanto Elliot tirava a mala do bagageiro. Logo, um rapaz que vestia um uniforme azul se aproximou:

— Deixe-me ajudá-lo, senhor!

Elliot sorriu e agradeceu a ele. Depois, tomou minha mão e entramos na casa. Dessa vez não havia uma comitiva para nos receber. Fui revendo os Grey aos poucos. Primeiro foi Mia.

— Ana! Que bom ver você de novo! – ela sorriu e me abraçou.

— É bom ver você também. Como vai por aqui?

— Ótimo! Venha. Mamãe está na cozinha orientando o jantar.

E lá foi ela me levando pela mão e eu, levando Elliot atrás.

— Ana! Elliot! Que bom que chegaram! – Grace nos saudou. Usava um avental e parecia uma chefe andando de um lado para o outro pela cozinha entre duas mulheres completamente uniformizadas de branco, com touca, avental e tudo.

— Que cheiro bom! – Elliot disse bisbilhotando uma panela fumegante.

— Estão fazendo carneiro? – perguntei notando alguns ingredientes espalhados pelo balcão e uma carne cozinhando sobre o fogo.

— Perspicaz, senhorita Steele! – Riu Sra. Grey. — Entende de cozinha?

Sorri.

— Um pouco. Às vezes é como um hobby. Eu posso ajudar?

Surpresa, a Sra. Grey tirou de dentro de uma gaveta um daqueles chapéus de mestre cuca e o ofereceu a mim. Mia pegou da mão dela e colocou na minha cabeça.

— Bem-vinda à cozinha da Sra. Grey! – Ela riu.

— Vamos, Elliot, quer um também?

Minutos depois, cada um de nós estava usando avental, chapéu ou touca, e nos responsabilizávamos por alguma parte do jantar. Tânia e Elinor, as mulheres que cozinhavam com a Sra. Grey, eram responsáveis por dar continuidade no preparo do carneiro. Mia e a mãe ficaram com a sobremesa. Elliot e eu iríamos preparar macarrão ao molho. Eu fiz questão de cuidar do molho, porque conhecia um truque especial que aprendi com minha mãe que ficava estupendo.

Ok. Eu queria impressionar.

Cerca de meia hora depois, Grace e Mia já tinham colocado o creme de amoras com biscoitos para gelar e eu já estava montando a travessa de macarrão com molho. Isto depois de conseguir fazer Elliot se concentrar no trabalho. Ele passou a maior parte do tempo querendo provar tudo de todo mundo e brincando com os ingredientes.

— Hum! Está no ponto! – falei para mim mesma provando um pouco do molho que respingou na minha mão, depois que despejei maior parte sobre o macarrão.

— Está bom mesmo? – perguntou Elliot me olhando por baixo dos seus cílios. Tinha um brilho arteiro por trás daquele olhar.

— Está perfeito! Faço molhos muito bem! – felicitei-me.

— Olha lá! Vou provar!

Elliot pegou a panela da minha mão e passou um dedo pelas sobras de molho. Eu estava ansiosa para que ele concordasse comigo. Porém, quando ele estava prestes a colocar o dedo na boca, sua mão veio em minha direção e ele sujou meu rosto, da raiz do meu cabelo até a ponta do meu nariz.

— AH! – arfei incrédula.

Mia e Sra. Grey olharam para nós, surpresas.

— Elliot! – Grace o repreendeu.

Mia só fazia rir.

Enquanto Elliot ria de mim, passei cinco dedos pelas raspas do molho e, juntando uma boa quantidade, espalhei pelo cabelo dele. Elliot pareceu mais incrédulo que eu e só não revidou na hora porque Mia interferiu:

— Elliot, toma essa! – ela disse antes que qualquer um estivesse preparado, pegando a ducha da pia e esguichando água no peito de Elliot.

— PELO AMOR DE DEUS, PAREM! – pediu Sra. Grey.

Eu estava rindo, não poderia me controlar, até por que achava enraçado o modo como Sra. Grey tentava não rir.

Elliot foi revidar de Mia, usando farinha de trigo, mas Mia deu a volta pelo balcão da cozinha e se abaixou. O ingrediente flutuou no ar até descer e deixar uma camada de pó branco por cima de toda a bancada. Foi então que ele se voltou para mim, mas não tive tanta sorte quanto mia, e acabei suja de farinha.

Peguei uma porção de óleo que estava ao meu alcance e parti para cima de Elliot, foi quando escorregamos na poça de água que Mia fez. Eu tentei me segurar, mas não consegui e Elliot e eu derrapamos pelo chão.

Sra. Grey começou a rir de nós dois. Mia às gargalhadas. Enquanto estava no chão, caída ao lado de Elliot, vi Tânia e Elinor escondidas por trás da porta da cozinha, rindo também. Elliot estava fraco de tanto rir, então não se levantou de primeira. Ficamos os dois no chão molhado, nos recuperando da queda.

— Que diabos está acontecendo aqui? – perguntaram da porta.

Meus olhos viram primeiro um par de sapatos pretos bem-engraxados, depois um par te pernas em calça social também preta, passando para uma camisa branca até, enfim, ver o rosto dele: Christian.

Senti um formigar que subiu do meu ventre até as bochechas.

Ele estava com uma expressão perplexa. Não sabia se era só surpresa ou repreensão. Estava obviamente arrumado para o trabalho. Fiquei surpresa com sua beleza, como se nunca tivesse reparado nisso antes. Seus olhos passearam pelo ambiente até pararem em mim, sentada no chão, suja de trigo e molho de macarrão e molhada.

— Ana voltou! Estávamos fazendo o jantar! – Mia contou ainda rindo.

A fala dela pareceu desanuviar a expressão de Christian.

— Jantar é? Estou vendo... – Christian disse, mantendo seus olhos incrivelmente perturbadores em mim.

Elliot começou a se levantar e me ajudou também. Eu não sabia se conseguiria me colocar de pé com a vergonha que estava sentindo.

— É um prazer vê-la de novo, senhorita Steele... – disse Christian, soando muito pouco caloroso.

— Ah, oi. – falei debilmente.

Christian segurou o olhar por mim por mais um longo segundo até que sua expressão tornou a pesar. Olhou para Grace, e não se dirigiu a mais ninguém.

— Estou indo. Não sei quando posso voltar. Não esperem por mim.

— Ah, mas tão cedo! Não vai ficar para o jantar?

— Não. Não estou com o menor apetite.

E então saiu de vista. Grace foi atrás dele, tirando o chapéu de mestre cuca. Mia, que era a mais limpa dentre Elliot e Eu, sentou-se em um banco e começou a provar as raspas na panela do molho.

Era impressão minha ou parecia que alguma coisa havia incomodado Christian?

— Vem, Ana! Vamos nos limpar! – disse Elliot, como se nada tivesse acontecido. — Por hoje você escapou, maninha! – e fez um gesto “ameaçador” para Mia.

Elliot e eu seguimos até um luxuoso banheiro no andar térreo. O piso e a bancada eram feitos com algum tipo de mármore rosado. Havia detalhes em vidro e metal também. Era maior que o banheiro das suítes de cima.

— Tem certeza de que podemos entrar juntos aqui? – perguntei envergonhada. — Sabe... Sua família...

Ele deu de ombros depois te tirar a camisa molhada.

— Somos noivos. Logo, logo seremos casados. Já viajamos juntos, apesar de... Tanto faz! Vem cá!

Elliot me ofereceu a mão e me levou até a pia. Abriu a água e começou a lavar a camada de trigo e o molho do meu rosto com as mãos.

Eu fiquei estranhamente surpresa com a simplicidade com que Elliot falou aquilo. “Logo, logo seremos casados”. Era verdade. Nossa... Casados... Como o Sr. e a Sra. Grey? Como minha mãe foi com meu pai e o meu padrasto? Como seríamos casados?

Devo ter ficado petrificada enquanto pensava, porque Elliot agitou a mão bem em frente ao meu rosto, fazendo-me despertar.

— Hey! Está tudo bem?

— Claro! – menti.

— Parece preocupada.

— É que... Preciso fazer meu trabalho. – Eu disse mais segura, porque era verdade.

— Ah... Vamos ver onde você vai ficar!


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler. Críticas? Comentários?

~~~Tenho uma surpresa para o capítulo 6!~~~



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