P.O.V Emma

Assim que avistei Regina me observando da varanda, vi que alguém estava se aproximando, não podia ser, aquela vaca tinha voltado, remei o mais rápido que pude para chegar na areia, larguei minha prancha e meu remo ali mesmo e corri até minha casa, minha vó que também estava na varanda percebeu o que estava acontecendo e correu até o local.

–REGINAAAA.- gritei quando vi que ela havia caído, meu chão desabou mas eu tinha que a socorrer. Ignorei totalmente a pessoa desagradável ao meu lado e me ajoelhei no chão tentando despertar minha morena. – Regina, abra os olhos.

–Emma, não mexa ela, eu acabei de ligar para o hospital, uma ambulância já esta a caminho. – Minha vó apareceu, na tentativa falha de me acalmar.

–O QUE VOCE FEZ SUA LOUCA? – me levantei e fui para cima de Lily. – ELA NÃO PODIA SE ESTRESSAR. SAI DAQUI AGORA. – estava a empurrando para longe, ela não me respondia o que só aumentava minha raiva.

–Emma... – Elena me chamou e eu me virei para ela, água escorria pela perna de Regina, não, não, não, não pode ser.

–VOCE ME PAGA SUA VADIA, SE ACONTECER ALGO COM MINHA MULHER OS MEUS FILHOS EU VOU ATRAS DE VOCE NEM QUE SEJA NO INFERNO. – estava praticamente em cima dela. Nisso um aglomerado de pessoas já estavam em volta, quando parti pra cima de Lly senti alguém me segurar. – ME LARGA. – tentei me soltar, mas era mais forte que eu, me virei para olhar e vi que era August com Ariel do lado gritando para que eu parasse.

–Emma, deixe ela, vai cuidar da sua mulher. – me virou para onde Regina estava e já havia alguns médicos a colocando na maca.

–Eu vou junto. - falei tentando me recompor, e nem percebi que estava apenas de biquíni.

–Vista isso. – minha avó apareceu com um vestido e com um par de sapatilhas, apenas o coloquei por cima do biquíni e segui até a ambulância. Onde Regina já estava sendo examinada, me sentei e segurei a mão dela.

–Vai dar tudo certo. – falei e beijei sua mão, a enfermeira tentava acorda-la, já que pelo o que eles falaram foi um desmaio, provavelmente causado pelo susto ou estresse, já que da ultima vez que encontrou Lily sua reação não foi uma das melhores. – Vamos Regina, acorde. – sussurrava para ela.

–Você sabe que ela vai entrar em trabalho de parto não é? – a enfermeira me perguntou e eu apenas assenti. – Muito bem, cuidaremos para que nada aconteça com ela ou com o bebe.

–São gêmeos. – falei quase que num sussurro, estava nervosa demais, meu coração parecia que iria sair pela minha boca a qualquer momento.

–Tudo bem, fique calma, assim que ela acordar vai precisar de você.- assenti e me segurei ainda mais na mão de Regina. Senti que seus dedos moveram e ergui meu rosto para se encontrar com o dela, ela estava acordando.

–Emma. – sua voz se quer conseguia sair direito. Arregalou os olhos ao perceber onde estava.

–Hey, calma. – a enfermeira a segurou antes que conseguisse levantar. – Estamos chegando ao hospital, sua bolsa estourou os bebes vão nascer, preciso que fique calma para tudo ocorrer bem. – Regina pareceu demorar a entender, mas assentiu e voltou a segurar a minha mão.

–Vai dar tudo certo. – falei mais uma vez e ela me olhou assustada, apenas assentiu em resposta e em pouco tempo chegamos ao hospital. Uma equipe de médicos já estava a espera para levar a sala de cirurgia.

–Teremos que fazer uma cesariana, não temos tempo para esperar contrações. – um dos médicos alertou, enquanto a levavam, eu apenas ia atrás sem entender quase nada que eles falavam.

–Senhorita, só parentes podem entrar junto. – o médico me barrou assim que entraram na sala.

–Eu sou a esposa dela. – ergui um pouco meu tom de voz e ele me olhou como se pedisse mil desculpas.

–Oh claro, me desculpe, tome, vista essas roupas e pode entrar. – me deu um saco com roupas hospitalares, as vesti o mais rápido possível e fui ao encontro da minha morena, que já estava sendo anestesiada.

–Emma. – sussurrou assim que me viu. Seus olhos estavam marejados e ela tentava falar algo mas não conseguia.

–Shh, fica quietinha, vai dar tudo certo. – afaguei seus cabelos e deixei um beijo em sua testa.

–Regina, vamos começar. – o médico a olhou e ela assentiu. – Preciso que mantenha a calma. – coração de Regina estava acelerado, e pelo o que eu havia ouvido isso seria um tanto quanto perigoso.

–Olha pra mim amor. – falei a fazendo encarar meus olhos. – Eu estou aqui com você, tudo vai ficar bem. – ela assentiu e um sorriso se formou em sua boca. Seus olhos estavam quase fechando. – Morena, mantenha seus olhos abertos, foca aqui em mim. – vi que lagrimas escorriam de seus olhos.

Ouvimos um choro agudo, ergui meus olhos e me deparei com um lindo bebe, muito pequeno, chorando, lagrimas escorreram, era Henry, a enfermeira trouxe para que pudéssemos vê-lo, ele era pequeno, parecia que iria quebrar a qualquer momento, logo foi levado para longe.

Assim mais um choro agudo preencheu a sala, era Liv, muito pequena também, toda ensanguentada, o mesmo foi feito com ela, trouxeram pra que pudéssemos vê-la e logo foi levada para longe.

–Eu amo vocês. – Regina sussurrou e esboçou um sorriso, fechando seus olhos. Seus batimentos cardíacos aumentaram rapidamente, e os médicos se desesperaram, eu já não entendia mais nada, meu coração estava acelerado, eu tremia, e já estava aos prantos, me controlando para não gritar.

–Salvem ela. – falei num sussurro entre as minhas lagrimas.

–Emma venha, você tem que sair daqui. – a mesma enfermeira da ambulância veio me puxar.

–Não, não, eu tenho que ficar com ela. – tentei me soltar, mas logo outro enfermeiro me puxou.

–Emma, por favor. – a enfermeira tentava me acalmar, quando saímos da sala.

–Ela não pode morrer. – falei com a cabeça entre as mãos.

–Ela não vai, tenha fé Emma. – ela sentou ao meu lado e passava as mãos pelas minhas costas. Meu choro aumentava cada vez mais, meu peito estava apertado, eu não conseguia raciocinar direito.

–As crianças. – falei quando arranjei forças para formular qualquer palavra que fosse.

–Eles estão na incubadora, esta tudo certo com eles. Eles apenas terão que ficar alguns dias em observação, mas nada grave. – ela falava num tom calmo.

–Ela vai ficar bem não vai? – perguntei, me virando para poder encarar a enfermeira.

–Vai sim Emma. Não é a primeira vez que isso acontece, preciso que acredite que ela vai ficar bem. – ela me encarava no fundo dos meus olhos. – E que daqui uns dias vocês quatro estarão felizes em casa. Mas mantenha a calma, por ela e por seus filhos. – o tom doce da voz dela estava conseguindo me acalmar.

–Ok. – falei e meu choro pareceu cessar.

–Vá tomar uma água e lavar seu rosto, eu vou te manter informada. – se levantou e ofereceu a mão para me levantar.

–Hey, qual seu nome? – percebi que até agora não sabia o nome da mulher que estava me ajudando.

–Mulan. – respondeu no seu tom calmo.

–Obrigada Mulan. – sorri em resposta e ela se virou entrando na sala de cirurgia onde minha morena ainda estava, levei minha mão ao peito e fui tentar me acalmar, afinal tudo ficaria bem não é? Ela é forte e vai conseguir passar por essa.