–Eu estou exausta. – me joguei no sofá, o sol já estava nascendo quando voltamos do nosso casamento, estávamos ensopadas, os últimos “sobreviventes” da festa foram todos para o mar, e claro fui levada com eles, eu não podia beber, então eu era a única sóbria no final da festa, até Dona Elena havia bebido e entrou na brincadeira com todos os jovens.

–Minha cabeça vai explodir a qualquer momento. – Emma sentou na poltrona com uma das mãos na cabeça.

–Você já bebeu muito mais que hoje, pare de frescura. – joguei uma almofada nela.

–Regina para. – reclamou e eu tive que rir de sua situação. – Ria mais baixo. Parece que você tem microfone na garganta. – tampei minha boca para abafar o som da risada.

–Vamos la que eu vou te dar um banho, e me dar um banho também, lembre-se que amanha de tarde nós partimos para nossa Lua de Mel. – levantei do sofá e ofereci minha ajuda para ela se levantar. Ela estava cambaleando então a ajudei chegar ao nosso banheiro. – Preciso da sua ajuda também Emma, estou carregando dois bebes aqui dentro e não posso fazer tudo por você sua bêbada. – bati levemente em sua cabeça.

–Para de me bater. – reclamou e caiu na cama. – Regina, tire minha roupa. – loira atrevida.

–Emma por favor, faça isso você mesma. – tirei minha roupa, fiquei apenas de calcinha, quando me virei para ela, a mesma tinha adormecido. – Acorde. – a chacoalhei. – EMMA VOCE TEM QUE TOMAR BANHO. – gritei, pois era o único jeito de fazê-la acordar.

–Ai que chata. – resmungou baixo e enrolado, abriu seus olhos lentamente e eu a puxei para que sentasse. Abri o zíper de sua roupa. – Você esta tão linda amor. – falou enquanto eu a ajudava a tirar a própria roupa. - Sua barriga não aparece ainda. – jura Emma? Estava rindo com as baboseiras que ela falava. A arrastei até o chuveiro, deixei na água gelada e a empurrei pra baixo, recebi um grito de reprovação que por pouco não me deixa surda. – EU VOU CONGELAR. – revirei os olhos, e a segurei em baixo do chuveiro.

–Fica quieta amor, e não me empurre. – falei e a deixei mais um tempo debaixo da água gelada, depois aumentei a temperatura e a ajudei se levar, assim como ela me ajudou, conforme podia. – Viu, bem melhor assim. – falei quando terminamos de vestir nossos pijamas.

–Podemos dormir agora? – me olhou bocejando. Assenti sorrindo, e ela se jogou na cama. – Venha aqui. – deitei ao seu lado e ela me abraçou por trás. – Eu amo vocês. – pousou a mão na minha barriga e deixou um beijo em meu pescoço. Sorri com sua atitude e fiquei meio boba, quando pensei em responder senti sua respiração pesada, sinal que havia dormido.

–Nós amamos você também. – falei baixinho e me aconcheguei em seus braços, não demorei em cair no sono também.

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–Sim vovó, pegamos tudo que é preciso. – Dona Elena veio se despedir de nós antes de sairmos em viagem, pegaríamos nosso voo na cidade vizinha, então teríamos que sair daqui mais cedo.

–Cuide desses bebes. Sem sexo selvagem. – ri com o comentário de Elena. Emma não aguentou e sorriu, sem deixar de revirar os olhos para a avó. – Se cuidem pelo amor de Deus, Emma me ligue sempre que puder, você também Regina, está carregando meus netos, aproveitem Roma por mim, e faça uma boa viagem, quando chegarem lá, já sabem. – nos olhou esperando que entendêssemos.

–Sim nós ligaremos. – falei e abri um largo sorriso, entreguei Lana para ela, decidimos deixar Lana com Dona Elena para podermos aproveitar mais a viagem.

–Tchau vovó. – Emma abraçou Elena, e logo depois fui me despedir dela também. – Mande abraços para todos, e dez dias passa rápido. Cuide bem da Lana. – passaríamos dez dias fora, escolhemos Roma por ser um local totalmente diferente daqui e nenhuma de nós conhecíamos a cidade. Entramos no carro, Emma iria dirigindo, acenamos para Dona Elena assim que foi dada a partida no carro.

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Não demorou para que nosso voo fosse chamado, e logo embarcamos rumo a Roma.

–Prefere qual lado? – Emma me pediu assim que guardou nossas bolsas no compartimento.

–Pode ficar na janela. – falei e ela sorriu em resposta. – Na primeira vez que viajei de avião também quis ficar na janela. – falei e ela se sentou, logo me sentei ao seu lado. – Está com medo? – pedi entrelaçando nossas mãos.

–Um pouquinho. – torceu o nariz.

–É tranquilo. – falei e trocamos um selinho, recebemos um olhar nada agradável da aeromoça, foi ai que resolvi beijar Emma, que foi pega de surpresa mas retribuiu o beijo. Olhei novamente para a aeromoça e a mesma veio em nossa direção.

–Temos criança aqui. – falou extremamente arrogante e com um sorriso sarcástico.

–Sim, inclusive tem duas na minha barriga. – respondi no mesmo tom e ela me olhou espantada. – Algum problema comigo e com a minha esposa demonstrando carinho uma pela outra? – Emma apertou em minha mão como se pedisse para que eu parasse com as provocações. A jovem não respondeu, mas não se moveu. – E quanto a aquele casal hetero que esta quase transando ali do outro lado. – apontei na direção de dois jovens que quase se engoliam e a mão da moça estava massageando o membro do rapaz por cima de sua calça, e o avião não havia nem decolado ainda. Ela olhou na direção dos dois e voltou o olhar para nós.

–Com licença e desculpe incomodar. – sorriu falsamente e eu fiz o mesmo para ela.

–Que ridícula. – olhei incrédula para Emma. – Eu poderia jogar ela por esse avião agora mesmo.

–A atitude dela foi muito rude mesmo. – Emma concordou e me deu seu melhor sorriso. – Mas o que ela pensa não me interessa. Então não faz diferença. – beijou minha mão eu estava entrelaçada com a sua até agora.

–Oi. – ouvimos uma voz fininha e nos viramos para ver de onde vinha, era de um garotinho que deduzi ter uns quatro nos aninhos.

–Oi. – respondemos juntas, ele estava nas poltronas ao lado. Junto com uma moça morena, que deduzi ser mãe dele.

–Você tem duas criançinhas na sua barriga tia? – me pediu com um sorriso curioso, a mulher em seu lado sorria.

–Tenho sim. – falei e sorri para ele. Fomos interrompidos pelo piloto que estava avisando que o avião iria decolar, colocamos nossos cintos e logo o avião decolou, Emma prendeu sua respiração e apertou em minha mão.

–Eles bagunçam? – o mesmo garotinho perguntou assim que o avião já estava no ar.

–Eles são bem pequeninos, não fazem bagunça ainda. – respondi sem tirar o sorriso do rosto. – E você, bagunça?

–Um pouco né mãe? – a mãe dele assentiu em resposta.

–A atitude da aeromoça com vocês foi muito rude, incrível como existe esse tipo de gente ainda. – a mulher se pronunciou. – Qual o nome de vocês? – pediu simpática.

–Regina. – me apresentei.

–Emma. – minha esposa se apresentou também. – E o de vocês?

–Eu sou o Roland. – o menininho falou e sorriu, era notável as duas covinhas em suas bochechas. – E a minha mamãe se chama Marian. – falou e estendeu a mãozinha para nós. Achei uma graça sua atitude.

–Olá Roland. – o cumprimentei, e Emma também.

–Como que duas criançinhas cabem dentro da sua barriga tia? – pediu curioso mais uma vez.

–Aos pouquinhos elas vão crescendo e a minha barriga vai aumentar para que elas tenham espaço aqui dentro. – passei minha mão sobre a minha barriga, olhei para Emma que só sorria.

–Ah eu acho que entendi. – olhou confuso. – E o papai delas?

–Na verdade elas não têm um papai, só duas mamães. – falei e ele abriu um sorriso maravilhoso.

–Nossa que legal ter duas mamães. – colocou a mão em sua boquinha, admirado com a situação. – Se já é legal ter uma mamãe, imagine que legal ter duas. – sorriu para a Marian. – Eu quero ter duas mamães também. – falou e nós três rimos da situação, chamando a atenção de outros passageiros. A viagem seguiu tranquila, sem turbulências. Quando não estava dormindo Roland conversava comigo, já que Emma dormia de um lado e a mãe do menino dormia do outro, volta e meia eu tirava um cochilo também. A viagem foi um tanto quanto longa, mas o tempo passou rápido e logo chegamos ao nosso destino.