Things we lost in the ice escrita por FAR


Capítulo 42
Capítulo 22




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Eu já estava na frente da lanchonete quando, pelo vidro, conseguiu avistar Steve e Bucky sentados em uma mesa de frente um com o outro, sorri e entrei no lugar.

–Está atrasada. -disse Steve assim que sentei.

–Qual é Steve, não é sempre fácil arrumar o cabelo. -eu disse lembrando da dificuldade que fora nessa manhã, havia dias em que eu conseguia fazer meu cabelo em minutos, outros dias levavam horas.

Ambos riram do que eu falei e voltaram a falar sobre a exposição que viria para a Nova Iorque na próxima semana.

Depois de fazer meu pedido, olhei para a entrada e pude ver que havia um garotinho vendendo jornais, ele não parecia passar dos 12 anos. É normal ouvir o título das notícias vindo da boca dos vendedores, é o que faz com que sejam notados e que vendam seus jornais, mas esse garotinho estava extremamente quieto.

Pude ver que um homem se aproximou dele, lhe entregou o dinheiro, mas ao pegar o jornal, ele ficou parado enquanto encarava uma machete. Ele olhou para o garoto e seu olhar passou de um olhar sério, para um olhar perdido. Então ele se virou e foi embora caminhando lentamente.

–O que acha, Emma? -ouvi Bucky me perguntando, chamando minha atenção.

–O que? -perguntei olhando de relance para ele, mas logo voltando ao garotinho

–Vamos na exposição?

–Ah, claro. -concordei mesmo sem ter muita certeza sobre o que estava concordando, tirei de minha bolsa algumas moedas e me levantei -Eu já volto.

Ao levantar, pude ver que ambos me olharam estranho mas logo voltaram a conversar.

Andei até o garotinho, que ao receber o dinheiro, me entregou desanimadamente.

–Com essa animação não vai vender todos esses jornais. -eu disse sorrindo para ele, mas sua expressão não pareceu mudar.

–Com respeito Madame, não tenho certeza se quero vender essas notícias. -ele falou com um tom triste. Franzi as sobrancelhas e abri o jornal para ver do que se tratava.

"OS ESTADOS UNIDOS NA GUERRA.
Após o ataque ao japonês ao Pearl Harbor, na ilha de O'ahu (Havaí), o presidente Roosevelt informou que, infelizmente, os Estados Unidos da América está oficialmente dentro da guerra contra a Alemanha Nazista.''

Tudo ao meu redor parou, eu já não estava mais lendo, mas ainda encarava o jornal. Estamos na Guerra... Isso significava que eles irão.

Cedo ou tarde Bucky, talvez até Steve irão me deixar.

–Emma? -notei que Bucky estava parado na minha frente com um olhar preocupado. -Tudo bem?

Sem falar, apenas o entreguei o jornal. Ele leu e balançou a cabeça suspirando, provavelmente pensando em algo como o que eu havia pensado. Ele chegou mais perto e colocando o meu cabelo um pouco mais para o lado, ele beijou minha testa e disse:

–Ficaremos bem. Guerras não duram para sempre.

Meus olhos se abriram e a primeira visão foi a da televisão em branco, eu havia dormido durante o filme. Isso explica o por que de sonhar esse dia.

–Guerras não duram para sempre. -a voz de Bucky ecoou minha cabeça como em uma memória. Se ele ao menos soubesse que ainda estaria lutando depois de tanto tempo.

Steve havia saído do hospital três dias depois de ter acordado, o rosto continuava inchado mas todo o resto estava em ordem, sua saúde estava quase que 100%, mas se acordo com ele, não há tempo para se curar totalmente.

Em uma das noites seguintes em que ele voltou, estávamos sentados perto da mesa enquanto Sam já estava dormindo.

Olhei para seu rosto e vi que seus inchaços faziam parecer que estávamos de volta aos anos 40, se não fosse pelo seu novo físico, eu poderia dizer que ele acabara de sair de uma luta com alguém o dobro de seu tamanho e que Bucky havia lhe ajudado à sair dessa, quando na verdade foi ele quem o deixou assim.

Você pode ajudá-lo com isso,disse uma voz feminina em minha cabeça. Fazendo-me lembrar de que Steve ainda não sabia sobre elas.

–Steve? -eu disse fazendo o olhar dele sair de seu caderno em que desenhava. -Eu preciso de contar uma coisa.

–O que? -ele perguntou sem parecer preocupado.

–Você se lembra, quando eu voltei da Hydra e... Meus braços... Eles... -me perdi ao tentar explicar sem que soasse estranho.

–E eles começaram a brilhar? -ele disse sorrindo de lado, sabendo que soava ridículo ao falar.

–É. -ri- Sobre isso, eu descobri o que foi que eles fizeram comigo. E essa é a parte em que eu tenho medo que você não acredite.

Ele não respondeu, apenas esperou que eu continuasse.

–Encontrei pessoas que entendem isso, entendem o que aconteceu. -a expressão do rosto dele logo se formou em preocupação, provavelmente pensando que poderia ser alguém com intenções ruins - Há esse lugar secreto onde pessoas com habilidades vão para aprender sobre seus dons.

Ele pareceu ainda mais alarmado.

–Não é da Hydra, se for isso o que você está pensando. -depois da expressão dele diminuir, continuei - O que a Hydra fez comigo não foi um experimento ou algo do tipo, eles tentaram me matar, mas meu corpo não deixou.

–O que?

–Quando eles fizeram isso, acordaram meus dons e impediram que eu morresse.

–Então quando seus braços brilharam...

–Eram os meus poderes. -ele me olhou como se nada fizesse sentido. -Eu sei que é loucura, mas...

–Não. -ele me interrompeu - Não é loucura, depois de Nova Iorque muitas coisas não parecem loucura.

–O que faremos sobre isso? -ele disse depois de uma pausa. -Você sabe como controlar isso?

–Sei. Bem, estavam me ensinando mas... -ele me interrompeu novamente.

–Quem estava?

–Outras pessoas como eu, eles tem dons diferentes, mas são uma grande ajuda, fazem você se sentir menos...bizarra. -eu disse, mas logo voltei ao assunto. - Quando você estava no hospital, eles me levaram até lá e estavam me ensinando, mas...eles descobriram que tenho ligação com a Shield e a Hydra. Eles acham que é perigoso eu ficar entre eles, então eu não posso mais voltar. Estou sozinha nessa.

–Você não está sozinha nessa. -ele disse com confiança, confirmando o que eu havia pensado quando Jaying disse tais palavras. Meus olhar caiu novamente nas feridas do rosto de Steve. -Posso... Posso tentar uma coisa?

Ele balançou com a cabeça afirmando, mas com uma expressão desconfiada. Levantando minha mão, fiz com que ela brilhasse o que fez Steve abrir a boca em surpresa, mesmo ele já tendo visto isso antes.

Colocando devagar minha mão em seu rosto, pequenos fios de luz pareceram entrar na pele do rosto de Steve e assim como meus pensamentos mandaram, os fios de luz passaram pelos machucados de seu rosto, curando cada um deles.

Sorri ao ver que havia conseguido, não fora tão difícil quanto imaginei que poderia ser, talvez fosse diferente com feridas maiores. Steve pôs a mão em seu rosto e ficou surpreso ao sentir que não havia mais feridas.

–Foi a primeira vez que você fez isso? -perguntou ele, recebendo em resposta uma afirmação com a cabeça -O que mais você pode fazer?

–Até onde sei, posso mover coisas. Algumas coisas são mais difíceis que outras, mas sempre consigo. E... vozes na minha cabeça que, me ajudam na maioria das vezes.

É para isso que estamos aqui, disse a voz masculina.

–Bom, isso é bem mais útil do que poder se transformar em um cara verde com raiva. -ri entendendo o que ele dizia.

Estávamos eu, Steve e Sam de frente com a lápide do homem que acabara de chegar ao nosso encontro.

–Pois é, você já passou por esse tipo de coisa. -disse Nick olhando a lápide com seu nome.

–Você se acostuma. -respondeu Steve.

–Estamos estudando os arquivos da Hydra, parece que vários piratas não afundaram com o navio. Eu vou para a Europa hoje, queria saber se você quer vir.

–Eu tenho que fazer uma coisa primeiro. -ele respondeu.

–E você, Wilson? -ele disse se virando para Sam, que pareceu lisonjeado com o pedido- Alguém com as suas habilidades seria útil.

–Eu sou mais soldado do que um espião. -respondeu ele, negando o pedido.

Novamente estou ao lado de um capitão e um soldado, bom saber que eles tem uma enfermeira por perto, pensei.

–Então tá legal. -Fury disse, antes de receber um aperto de mão de Sam, na vez de Steve, ele falou: -Se alguém perguntar por mim, diz que pode me encontrar bem aqui.

Steve concordou com a cabeça.

–Madame. -Nick disse fazendo o mesmo gesto que costumavam fazer na época em que vivi. Ao fazer isso, ele começou a andar em direção à onde se encontrava a saída, mas antes disso, Natasha apareceu.

–Sinta-se honrado. Foi o mais perto que ele chegou de dizer obrigado. -ela disse, Steve se aproximou dela enquanto Sam e eu ficamos mais para trás, para que eles pudessem conversar.

Poucos minutos se passaram até que ela se foi, deixando nas mãos de Steve um arquivo. Sam e eu voltamos ao lado de Steve e pude ver uma foto no arquivo.

Bucky congelado enquanto dormia e logo abaixo uma das fotos dele usando seu uniforme do exército.

–Vocês vão atrás dele? -perguntou Sam.

–Não precisa vir com a gente. -falou Steve.

–Eu sei. -respondeu ele. -Quando começamos?


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