Things we lost in the ice escrita por FAR


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora :(



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–Bucky... –eu tentei acorda-lo, mas ele mal respirava. Toquei o rosto dele e logo os cabelos, era como se o mundo sumisse por alguns segundos, eu achava que nunca mais tocaria em seu rosto novamente e lá estava ele, só não era da forma que eu esperava.

Tentei acorda-lo novamente, mas não havia sinal dele acordar. Foi então que um dos homens que estavam ali se virou para mim e logo viu que eu não deveria estar ali.

Minha primeira reação foi correr, mas para onde eu correria? Eu nem se quer sabia aonde estava, mas corri assim mesmo, deixando que meus passos me guiassem. De tanto correr logo senti que bolhas se formavam em seus pés, correr sem sapatos talvez não fora uma ideia tão boa.

Corri o mais rápido possível para qualquer lugar que pudesse ser uma sáida, mas parei de correr ao ver que todas as luzes dos corredores se apagaram me deixando em uma completa escuridão. Ao ficar parada, não ouvi som algum, não havia movimento algum. Então como em um estouro, luzes vermelhas começaram a piscar e um alarme cortando soava sobre meus ouvidos.

Coloquei as mãos sobre os ouvidos tentando abafar o som, foi em vão. Mas de um algum jeito, por cima do alarme pude ouvir pessoas andando com pressa, então voltei à minha corrida. Mesmo sem saber por onde andava, precisava de um lugar na qual eu pudesse me esconder, mesmo sabendo que se não me encontrassem, revistariam o lugar por inteiro.

O piscar da luzes não atrapalhava minha visão, pelo contrário, pareceu até mesmo mais fácil de ver onde cada corredor começava e terminava. Me encontrei no meio de dois corredores, ao entrar pelo corredor da direita, pude ver homens com armas à minha frente, vindo em minha direção, então corri para o esquerdo.

Ao entrar no corredor seguinte, pude ver que haviam algumas portas. Eu não teria tempo de tentar cada uma delas até que uma abrisse, então tentei a sorte. Obviamente, a primeira sala na qual tentei abrir, estava trancada, assim como a segunda, a terceira... até que uma delas abriu.

O que eu vi não fora a mais agradável das visões. A sala era parecida com uma sala de interrogação, um vidro separando um outro cômodo, que parecia ser uma sala de cirurgia. Na maca havia uma mulher com o braço e a perna direita presos, e o resto do corpo quase que jogado para o lado direito. Seria ignorância dizer que ela estava viva, havia sangue por todo o corpo e o pano que cobria ela.

Duas enormes luzes iluminavam o corpo imóvel dela, pelo o que dava para se notar, o corpo ainda esperava para ser retirado da li. Pobre mulher... olhei para uma tela ao lado dela, que parecia mostrar dados de o quer que estavam fazendo com ela e no canto superior esquerdo da tela, havia um símbolo. Era todo vermelho, com uma caveira e logo abaixo algo que pareciam tentáculos, e por mais estranho que fosse tal símbolo, agora eu sabia com certeza aonde eu estava.

Ouvi passos ainda mais rápidos, e antes de me virar para a porta, vi uma pequena mesa com um objeto em cima dela, ele tinha uma forma estranha, como um retângulo que fora torto e deformado ainda mais, era difícil de descreve-lo.

O objeto me chamou a atenção, mas não foi apenas pela forma, era como se eu estivesse hipnotizada, andei para perto da mesa, era como se me chamasse e eu precisasse toca-lo...

Fui distraída quando a porta abriu com toda a força e soldados entraram na sala, mas eles não fizeram nada. Apenas apontaram suas armas para mim, vi que um dos soldados virou a cabeça em direção de minha mão, então olhei para ela, estava tão perto de tocar o objeto. E ao voltar à olha-lo, senti que eu deveria tê-lo em minhas mãos. Um homem de terno e óculos redondos, alto, entrou na sala, mas não afastei minha mão.

Ele parou na frente dos soldados e apenas riu ao ver aonde minha mão estava.

–Objeto curioso, não? -ele disse com um sotaque americano- É quase difícil resistir à vontade de tocá-lo, nem perderei meu tempo dizendo o que aconteceu com aqueles que o tocaram...

Por um impulso na qual não tive controle, peguei o objeto na mão e gritei com a força que algo atingiu minha cabeça, mas não fora como uma pancada. Fora como se ao tocar o que quer que fosse aquilo, coisas se passaram da minha mão vindo até meu cérebro e toda a informação arrobasse as portas e entrassem fazendo estrago.

–Eu avisei. -ele disse levantando o queixo. Mas logo a dor parou e foi substituída por confusão, eram tantas palavras, tantos fatos, tantas... vozes. Levantei minha cabeça e vi que o homem tentava não parecer impressionado, olhei para o objeto e vi que ele brilhava em linhas com pequenos círculos entre elas, linhas nas quais antes não podiam ser vistas antes.

Ao olhar para meus braços vi pequenas linhas finas brilhavam adentro dele, era impossível parar de olhar para meus braços ou para o objeto. Quando finalmente consegui parar e voltar meu olhar para o homem, fora como se a voz de uma criança falasse em minha cabeça.

–Ele é mau. Ele fara coisas ruins com você, como fez com ela. –a voz disse, fazendo meu olhar se voltar para a mulher coberta por sangue. O homem na minha frente deu um riso leve e o pensamento mais sombrio veio a minha mente, eu sabia como mata-lo. Sem armas, sem luta, eu sabia como poderia mata-lo ali mesmo, sem levar tiros, sem ser pega, sendo rápida o suficiente para fugir e nunca mais voltar.

O pensamento me assustou, nunca em minha vida eu havia pensado em uma forma de matar alguém.

–Ora, ora, parece que outro escolhido veio até nós. -ele disse dando um passo em minha frente, o plano em minha cabeça pareceu ainda mais fácil, me deixando com pânico ainda maior, eu seria capaz de matar um homem? Mas isso não era importante, precisava saber o que estavam fazendo com Bucky.

–O que vão fazer com ele? -o homem se surpreender ao ver que eu havia falado.

–Ele...? -perguntou ele confuso.

–O Sargento naquela sala. -ele ainda pareceu confuso. -Ele é americano, era um soldado e está aqui, sem um braço, vivo, por quê?

–Nossos planos não são algo que gostamos de compartilhar. - Não confie nele, disse a voz doce de uma mulher em minha cabeça, as vozes eram tão reais que pareciam viver dentro de minha cabeça.

–Por quê ele está aqui? -eu insisti. "Se ele tocar o Obelisco, ele morre", disse outra voz em minha cabeça, dessa vez de um homem. Ameacei encontrar o objeto no homem e ele recuou. -Me diga!

Ele levantou os braços como redenção e devagar, deu passos para trás. Mas as únicas palavras que saíram de sua boca foram em russo, coisa que não consegui entender.

–Девять, Расстрелять.

Então uma bala atingiu meu estomago, fazendo com que eu soltasse o Obelisco e caindo no chão. Em questão de segundos, senti meus olhos ficarem pesados demais para continuarem abertos, então a escuridão foi a última coisa na qual lembro ter visto.


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