Things we lost in the ice escrita por FAR


Capítulo 16
Capítulo 15




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Hoje é Natal.

Bem, véspera de natal e eu estava trabalhando. Cobrindo turnos na verdade, numa lanchonete em Nova Iorque. Era um bom lugar para se trabalhar, as pessoas eram gentis, o lugar era calmo e Peggy sempre aparecia.

Angie, uma das garçonetes do lugar na qual eu estava cobrindo o turno, também era amiga de Peggy. Ela não trabalharia hoje pois sua família iria na festa de natal que o condomínio de mulheres preparou. Mas era ficava arrumando desculpas para não deixar a lanchonete.

–Só preciso tirar os pratos daquela mesa. -disse ela quando estava quase chegando á porta da lanchonete e logo voltando para pegar os pratos. Eu me aproximei rapidamente e tirei os pratos da mão dela, segurando-os para que ela não tivesse o que pegar.

–Angie, sua família chegará em breve. Vá, vou cuidar do trabalho por aqui. -ela suspirou e eu olhei em volta, o lugar estava quase que vazio -Pensando bem, não vai ter trabalho nenhum.

Ela concordou com a cabeça e disse que tinha que guardar um papel dos pedidos que estava na cozinha e já começou a andar. Novamente eu a parei e fiz que com ela fosse logo para casa. Era véspera de natal, a família é mais importante que qualquer trabalho. Só queria que a minha estivesse aqui.

Já era noite, certa de umas 8 horas, quando Peggy entrou na lanchonete, o que foi um tanto estranho sendo que ela sempre aparece pela manhã e diferente de quase todos os dias, ela parecia exausta.

–Dia difícil, Agente Carter? -eu disse fingindo uma formalidade que nunca tinha com ela, servindo-lhe um café na qual ela não precisou pedir.

–Como sempre, organizar papéis e levar cafezinhos é sempre difícil. -disse ela com sarcasmo, no meio de um longo suspiro.

–Isso soa exatamente como meu emprego. - eu disse, o que a fez rir e logo pensar um pouco.

–Não entendo por que está trabalhando aqui, com tantos hospitais, não conseguiu nenhum emprego?

–Na verdade, eu tenho um contrato em espera. Em um hospital soviético, o salário é bom... moradia paga e comida do hospital de graça todos os dias. -eu disse lhe alcançando o pedido que faz toda a manhã. Ela pareceu interessada no que eu dizia.

–Isso parece ótimo! Por que ainda não aceitou? -ela perguntou. Eu tive pensar em minha responta, a proposta de emprego era perfeita, eu apenas estava a recusando quando não havia nada que me segurasse aqui, talvez esse fosse o problema.

–Não se estou pronta para voltar ao meu campo de batalha. -eu disse e ela pareceu compreender. Ela olhou em volta para a decoração de Natal que havíamos colocado na lanchonete e pareceu gostar do que viu.

Depois que mais alguns minutos, ela anunciou que iria para casa, ela parecia estar mesmo precisando de um longo banho quente e uma cama bem quente. Assim que ela saiu, resolvi que iria varrer a entrada da lanchonete e percebi que estava nevando.

Meu pai havia ido buscar um café para ele, então fiquei sozinha no quarto hospitalar junto de minha mãe, ela estava dormindo, por conta de inúmeros remédios.Eu estava quase dormindo na cadeira ao lado da cama dela, quando ouvi a porta abrindo, me enganei ao achar que era meu pai, era Bucky.

–Hey -ele disse baixinho ao ver que minha mãe estava dormindo,

–Oi. -eu disse sussurrando também, ele fez sinal com a cabeça para irmos para o lado de fora do quarto, para que falássemos sem sussurrar.

–Eu estava pensando... -ele disse, olhando para o chão - Você não quer vir jantar conosco hoje?

Dizendo isso ele olhou pra mim como se estivesse com medo da responta, ao ver em meu rosto a expressão de quem não sabia o que dizer, ele falou em palavras rápidas.

–Não é só minha família, Steve e os pais dele também vão, como fazemos todos os anos. -Era como uma tradição da família Barnes, depois que Steve e Bucky viraram amigos ainda quando pequenos, todos os anos eles se juntavam na véspera do Natal para comemorar, os pais deles também haviam se tornado amigos.

–Não é isso, é que... -eu olhei pelo pequeno vidro da porta e pude ver minha mãe, eu não poderia deixa-lá no Natal, muito menos quando ela está num estado ruim como esse, também não seria junto com meu pai. Ao ver que eu havia olhado para minha mãe, ele pareceu entender.


–Posso te trazer de volta pro hospital antes da meia noite, assim passaria o Natal com seus pais. -ele disse, logo meu pai apareceu ouvindo só o fim da frase do Bucky.

–Então, você vai? -perguntou meu pai para mim.

–O que? -eu perguntei confusa olhando para ele.

–Bucky me disse que iria convidar você para passar a véspera na casa dele. Você vai, não é? -eu olhei para ambos sem saber o que responder, Bucky obviamente havia falado sobre o assunto com meu pai antes de me convidar. Meu pai não parecia abalado com a ideia que eu passar a véspera de Natal longe de casa.

Ao notar que eu havia olhando novamente adentro do quarto de minha mãe, meu pai segurou minha mão e disse:

–Emma, querida, a sua vida não pode parar só por que alguém está ferido. -ele disse com carinho. -Vá, se divirta. Você tem o dia inteiro amanhã para passar o Natal com sua mãe.

–Mas e você? -eu perguntei.

–Ficarei bem, ficarei com sua mãe. -ele me abraçou e antes de praticamente me mandar ir ao jantar com as famílias de Bucky e Steve, ele disse: -Se divirta, minha querida.

O jantar foi adorável, após tomos terem comido, os mais velhos foram para a lareira e nós fomos para rua. Bucky juntou sua mão com a minha e andamos lado a lado, com Steve no lado esquerdo de Bucky. Em frente das casas era possível ver que as criança saiam para brincar, logo se conheciam e brincavam juntas.

Sorri ao lembrar que quando eu, Steve e Bucky eramos crianças, sempre nos encontrávamos durante a tarde para brincar na neve, até mesmo nos dias de escola. Enquanto caminhávamos, bolas de neve nos atingiram nas costas e ao olharmos para trás, vimos crianças rindo enquanto faziam outras bolas de neve para o ataque.

Ri da situação, me abaixei pegando um pouco de neve e formando uma pequena bola com ela.

–O que está fazendo? -perguntou Steve.

–Me divertindo. -eu disse antes de atirar a bola em uma das crianças. Logo elas entenderam a brincadeira e começaram a jogar outras bolas de neve, não apenas em mim, mas em Bucky e Steve também, que poucos segundos depois também jogavam bolas de neve nas crianças.

Estávamos todos rindo enquanto eramos atingidos e jogávamos neve um nos outros, até que a porta da frente da casa na qual as crianças brincavam se abriu e de lá apareceu uma mulher com idade o suficiente para ser mãe das crianças.

–Queridos, está na hora de jantarmos. -disse ela com uma voz cativante.

–Com licença, será que a Senhora poderia me dizer que horas são? -eu disse para ela.

–Quase meia-noite. -disse ela animada, enquanto as crianças entravam -Quase na hora de esperar pelo Papai Noel.

As crianças gritaram animadas e logo a porta se fechou. Estava na hora de eu voltar para o hospital.

Bucky me levou de volta até o hospital, na portaria havia várias luzes de natal piscando, isso deixava o clima mais animado. Antes de entrar no hospital, Bucky me parou e tirou um pequeno embrulho já amassado do bolso.

–Já ia me esquecer. -ele disse, me entregando o embrulho.

–Isso não é justo, eu não tenho nada pra você. -eu disse quanto pegava o presente dele.

–Você me dar um beijo. - foi exatamente o que eu fiz. Um longo de demorado beijo.

Ele apenas riu enquanto esperava que eu desembrulhasse, era um lindo colar dourado com um pingente de coração.

–Abra. -ele disse, encontrei um pequeno botãozinho que fazia com que o coração se abrisse, dentro dele havia duas fotos. Uma foto minha junto dos meus pais e outra minha com ele e Steve, de quando ainda eramos pequenos. -É pra você se lembrar que, mesmo em situações ruins, vamos estar com você até o fim.

Toquei o colar em meu pescoço me lembrando das palavras de Bucky. Um homem velho entrou na lanchonete tossindo, isso me lembrou a razão pela qual eu queria ser enfermeira, ajudar as pessoas. Peggy estava certa, não havia razão para não aceitar o emprego, tudo nele parecia perfeito.

Afinal, mesmo sendo longe, eu sabia que meus pais, Bucky e Steve iriam comigo.


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