Sob a Máfia escrita por Deih


Capítulo 3
2


Notas iniciais do capítulo

Quem voltou a me acompanhar, eu nao saberei se nao comentar para pelo menos dar um sinal para seguir com a fic!



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BELLA

Senti a pressão em minha cabeça aumentar, meus olhos tinham água demais enquanto encarava Edward a minha frente. Eu queria matá-lo, era tudo o que eu queria. Tentei controlar meu soluço antes que ele conseguisse sair, eu tive a prova do quanto tudo seria difícil.
–Você vai me tirar daqui! – Gritei me jogando contra ele.
–Ainda não, e não pense nisso nem tão cedo.-Fui empurrada de volta a cama caindo sentada.
–O que você quer? Eu te esqueci nessa merda de três anos, Cullen, quando você me devolveu! O que você quer, seu desgraçado?!
–Com você? Por enquanto nada. Me agradece depois.
Um filme passou por minha mente em questão de segundos. Meus pais e meus amigos, tiros, James no chão.
–Você atirou nele! -O encarei. -Você atirou no meu marido.
Sorriu.
–Não. -Fez careta. -E noivo, vocês não chegaram ao sim. Mas não fui eu, deve ter sido algum dos meus homens. Pode me agradecer depois por isso também.
–Me leva para casa, me deixe em qualquer lugar, apenas me tire daqui!
–Se tentar me bater de novo, eu irei revidar e você sabe o quanto odeio fazer isso. Você não vai voltar para casa. Irá ficar aqui até que as coisas se ajeitem. Seu querido noivo não se feriu tanto, erraram a cabeça dele.-Juntou as mãos debochado.-Seus pais estão bem e todos os seus amigos e blá blá blá. Já pode ficar tranquila.
–Onde estou? -Funguei.
–Em um quarto.
–Não, eu não sabia disso.
–Aquele armário dá pra Nárnia. -Zombou. -Agora mantenha a droga da boca fechada, ou melhor, coma um pouco. Se você desmaiar a ajuda vai demorar a chegar.
–Vai me dizer por que me sequestrou ou só sentiu minha falta mesmo?
–Fácil a resposta. Não terá nenhuma resposta porque eu não confio em você. Tenha uma boa noite.
–Eu odeio você, Cullen.
–Eu sei. -Saiu trancando a porta.
Eu queria gritar a maior parte do tempo, a comida esfriou e eu não queria comer. Eu queria saber como as coisas estavam e porque eu estava ali. Eu devia ter avisado a polícia quando recebi as rosas brancas. Eu devia ter desconfiado, mas jamais seria ele. Porque ele jurou nunca mais me ver novamente.
Ouvi vozes no primeiro andar, risadas, tiros. Som de carro ao longe. Até o som se reduzir e o sono me pegar de novo. Eu não sonhei. Havia um buraco dentro de mim e tudo o que pensava era o que havia me levado até ali. A porta se abriu e uma luz entrou, era o sol. Reconheci Peter e ele me devia um belo soco, esperei que se aproximasse para me pagar isso. Não sei de onde tirei forças, apenas o acertei com todas as minhas forças, meus dedos se estalaram em seu olho esquerdo. Aproveitei a porta aberta e corri pelo corredor ignorando todas as outras portas até a escada. O som foi ficando mais alto.
Peter me xingou a alguns metros, então saltei os degraus de dois em dois, antes que eu conseguisse passar, um pé foi posto na minha frente e cai de cara no chão. A risada ecoando pelo cômodo.
–Obrigado Rose. -Ouvi Peter dizer. -Essa desgraçada me cegou!
Encarei o sapato lustrado a minha frente e sabia a quem ele pertencia. Peter me levantou e encarei todos em volta da enorme mesa. A garota que me parou passou por mim, se sentando entre os homens presentes com um olhar de superioridade copiado de alguma série de TV. Eu não sabia o que isso me causava.
–Já está desobedecendo? -Edward me encarava. -Eu nem te prendi, por que fez isso?
–Cobrei uma dívida.
Peter apertou meu braço.
–E pelo jeito teremos outra se você não afrouxar essa porcaria de aperto.
–Três anos te fizeram muito bem.-Felix chiou na ponta da mesa.-Parece mais... forte.
–Aprendi com os melhores. -Zombei. -Agora você vai me dar uma explicação ou terá de me matar para que eu pare.
–Não me provoque, Bella.
–Isabella para você.
Sorriu.
–Você se acha bom, não é? Mas você não é, Cullen. Se não tivesse medo dos caras lá fora, mostraria a droga da sua cara para eles. Mas prefere usar seus capachos como saída.
Peter me soltou.
–Podemos voltar a nossa reunião? -Rose resmungou. -Da próxima vez eu posso colocar o café o da manhã, já que Peter não tem a capacidade para fazer isso.
–Da próxima vez vocês terão de buscar um corpo naquele quarto. -Falei sem tirar os olhos de Edward.
Edward segurou meu braço me puxando com ele para fora da sala, eu realmente queria uma visita daquela garota. Não estávamos na mesma casa de três anos atrás, essa parecia maior. Passamos por dois corredores até uma sala, grande como a que estávamos há alguns minutos, me soltou assim que passamos por ela.
–Eu vou te dar duas opções. -Me encarou. -Primeira, obedecer. Segunda, ver seu adorável noivinho passando pela mesma situação que você passou quando chegou aqui há três anos atrás.
–Seu... -Me segurou.
–Você pode escolher por ele.
–Você não vai tocar nele.
–Não vou se você fizer o que eu mando. Se bater em um dos meus homens não poderei fazer nada se algum deles revidar. Muito menos se um deles for Rose. Ela vai estourar sua cabeça no chão em segundos, então não banque a corajosa. Não subestime seu inimigo se você não sabe que armas ele pode usar contra você.
–Você sempre foi uma farsa, não é? -Eu não podia chorar.
Eu o matei!
–Não. Mas aprendemos a abrir mão das coisas ao longo do tempo.
–Por isso você é sozinho? Você se cansa e abre mão.
–Não. Eu os amo e me afasto. Estar comigo é suicídio. Você vai ficar aqui até te arrumarem um lugar melhor, eu estou tentando ser legal.
–Ameaçando o homem que eu amo?
–Usando as armas que tenho. -Se afastou. -Vou arrumar algumas roupas para você.
–Eu dispenso se for da sua...
–Mulher? Ela não vai querer te emprestar para todos os efeitos.
Mulher? Claro. Engoli o nó em minha garganta e o deixei sair. A vontade de gritar voltou três vezes mais forte. Eu queria ligar para casa, perguntar se estavam realmente bem. Queria saber sobre James. Estava tudo errado e sem respostas. Felix apareceu minutos depois, deixou a sacola sobre a mesa e me entregou meu café da manhã. Ele era o melhor dentre os piores dali.
–Isso vai passar.
–Sabe por que estou aqui?
–Edward não te contou?
Neguei.
–Sinto muito, Bravinha, não posso falar. Ele deve ter seus motivos.
–Muito grave?
–Para ele, talvez. Agora coma e troque essa roupa, eles vão sair e depois posso deixá-la circular pela casa. Só não me apronte de fugir, não vai ser tão ruim. – Piscou.
–Obrigada.
Após sua saída, comi como uma desesperada, logo em seguida tirei o que restou do meu vestido trocando por um blusão e um shorts masculinos. Me deitei no chão frio encarando o lustre, Ele não vai cair, pensei. Minha mente estava sendo um bom filtro até ontem, agora ela deixava tudo passar, até mesmo aquilo que levei tempos para esquecer.
Felix apareceu, ele sorriu ao me ver e passei embaixo de seu braço forte, agora fechado por tatuagens. Felix era alto e forte, me fazendo lembra um motoqueiro. Eu senti falta de alguém, mesmo tendo pouco contato eu sabia que ele esteve ali um dia.
–Onde está seu irmão? -Perguntei.
–Agora? No cemitério da cidade. -Falou me levando pelo mesmo caminho que Edward havia me guiado.
O encarei.
–Logo depois de libertá-la. -Sussurrou. -Tivemos problema na volta.
–Eu sinto muito.
–Tudo bem, ele está bem.... Eu acho.
A sala que esteve cheia agora estava vazia. Felix me deu liberdade para ir onde quisesse e é claro, qualquer lugar dentro do casarão. As portas estavam trancadas, em uma sala alguns dos homens jogavam cartas, a biblioteca era apenas um enfeite porque eu tinha certeza que ninguém ali lia alguma coisa. Não havia TV nem computador, nada que pudesse me dar uma notícia.
Havia um quarto trancado no segundo andar e eu deveria imaginar a quem ele pertencia, acabei voltando para onde passei a noite. Eu não me importava, minha única saída era esperar por respostas, se elas viessem.
******
Eles estavam no primeiro andar, ouvi as risadas graves. Eu não saí do quarto desde que havia voltado para ele, acho que cantei a mesma música umas mil vezes até se tornar cansativa. A porta se abriu, Peter me encarou.
–Já vamos servir o jantar.
–Obrigada, não estou com fome.
–Edward disse...
–Diga ao seu chefe que eu quero que ele morra engasgado.
–Be ...
–Adeus Peter.
Ele saiu deixando a porta bater, me virei para o outro lado e troquei de música mentalmente. Era mais lenta e levaria mais tempo para terminá-la. Ouvi a porta se abrir mais uma vez e o barulho da bandeja cair sobre a mesa. Era Edward, eu sabia pelo perfume e pela forma como agia.
–Seu jantar.
Continuei cantando.
–Eu não quero ter que obrigá-la.
–Peter te deu o recado? -Perguntei.
–Você está mais humorística, não é? Nossos níveis de humor, infelizmente, não estão batendo. Agora saia dessa cama e venha comer.
–Eu não quero e, sim, eu posso morrer de fome. Pelo menos assim, o meu corpo alguém terá de devolver.
O ouvi respirar fundo e soltar o ar.
–Não estou fazendo por mal.
–Te ver de novo já é um mal. Ouvir suas ameaças já é um mal, estar perto de você já é um mal. Não, você não está fazendo por mal.
–Infelizmente é desse jeito que tem que ser. Lá fora sua família corre perigo se você estiver por perto.
Me virei.
–Por quê?
–Porque você esteve comigo e coisas ruins acontecem com quem esteve comigo.
–Eu fui sequestrada.
Seu olhar eram duas pedras de gelo.
–Você sabe que coisas mudaram. Eles também.
Meu estômago se revirou com as lembranças.
–Por que não deixa que eles façam o trabalho deles?
–Virou suicida agora?
–Não é suicídio quando você não sabe.
–Agora você sabe, então você fica.
–Somos inimigos de alguma maneira, lembra?
Seus punhos estavam fechados e ele nem percebeu.
–Apenas coma.
–Você não pode fugir para sempre.
–Não estou fugindo. Eu te coloquei nessa, então eu vou tirar. Mesmo eu não confiando em você.
–Não, eu entrei nessa sozinha. Quando te investiguei e te acusei no jornal, eu fiz tudo sozinha. O que veio a seguir foi consequência. Cortamos todos os laços depois que sai daqui, então você não tem que me proteger, ou seja lá o que está tentando fazer. Agora, só volte aqui quando for me libertar.
–Quer mesmo ver sua família morta?
–Eles vão cuidar de mim, e vão cuidar da minha família. A única coisa que quero é estar longe de você nem que para isso eu precise enfrentar a morte.
–A morte não é uma coisa boa.
Senti meus olhos arderem.
–Eu sei, você mesmo já me colocou diante a ela. Acho que posso enfrentá-la mais uma vez.
–Desista.
–Nunca.

Edward

Era a maior loucura que eu estava fazendo nos últimos anos. Tinha noção do quanto a feri e de como isso tudo ficou. Estava mantendo a mulher que sabia tudo sobre a minha vida e que provavelmente tinha planos para me derrubar. Isabella Swan foi moldada para segui-los e isso não mudaria. Talvez nunca mudaria.
–Edward.-Felix entrou em minha sala.
–Algum problema?
–Como está?
O encarei.
–Qual é, Edward? Ela não deixa de ser a mulher por quem você se apaixonou.
–Ela se transformou em meu maior inimigo. Você acha que eu acredito que não estão em seu radar?
–E por que ainda a mantem aqui?
–Porque não temos outro lugar para deixa-la. Isabella Swan tem contatos que acaba comigo em um piscar de olhos.
–Mas esse não é o motivo dela estar aqui.
Respirei fundo.
–Aonde quer chegar, Felix?
–Você deveria me responder isso também. Ela está aqui porque Phill a ameaçou ou por medo dela se juntar a ele também?
–Ela está aqui porque tem que estar. Apenas isso.
–Então você confia nela?
–Eu não sei mais quem ela é. Ela esteve com eles, e eu fiz isso se tornar pior três anos atrás.
–Se acha que ela pode te entregar, deveria deixa-la ir e sair daqui.
–Eu não vou fugir, vamos tratar disso quando formos o assunto principal. O que não somos no momento.
–Se ela os avisar antes disso?
Aí eu seria um homem finalmente morto.
–Ela não vai.


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Notas finais do capítulo

Ate a proxima semana....



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