And days that never came escrita por Lía


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oi! Nunca sei o que falar nas notas, mas repetindo o que eu já disse: espero que gostem e sem plágio. Deixem um comentário sobre o que acharam sobre a história. Enjoy! XOXO



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/595630/chapter/1

Os braços fortes envolviam o corpo magro de Lily, e aquilo quase sempre faziam com que ela se sentisse protegida e amada. Quase. Certamente aquele era um dos momentos os quais ela sentia-se desprotegida, temerosa, impotente. O rosto estampava a angústia, que não passou despercebida pelo homem que a segurava em seus braços.

O quarto, apesar de estar parcialmente escuro e dificultar um pouco a visão de ambos, ainda tinha um pouco de luz. Havia escurecido mais rápido do que tinham previsto, o tempo parecia voar como um passarinho que tinha recém saído do ninho quando os momentos calmos chegavam e passavam devagar quando as coisas estavam ruins. Lily odiava aquilo, queria ter mais momentos como aquele com as pessoas que gostava, mas a Guerra parecia cada vez mais inevitável, mais presente. Podia contar com os dedos de uma só mão quanto tempo passou sem pensar no que poderia acontecer com pessoas como ela se aquilo se firmasse e a guerra finalmente começasse.

Lily? — a voz rouca de James cortou o silêncio que se instalou, momentos antes, chamando atenção da mulher. — Por que essa carinha, Lírio? — Lily virou o rosto para o homem, com um sorriso nitidamente triste nos lábios, não que ela notasse tentando mudar a expressão angustiada para não preocupá-lo. Já bastavam as diversas coisas que aconteciam durante o dia-a-dia para James ter que se preocupar com a namorada triste. Como os sumiços sem explicação de colegas.

Está tudo bem, Jay. — Evans tentou dar um sorriso convincente, mas ao ver a careta que James aderiu quando o fez, suspirou optando por contar-lhe o que acontecia. Infelizmente, James tinha como saber quando ela estava mentindo. — Eu só estou preocupada com tudo. — Deitou a cabeça sobre o peito do homem, sentido o mesmo afagar seus longos cabelos ruivos e dar-lhe um beijou-os. Murmurando um “Feche os olhos" com a voz abafada, Lily prontificou a fazer o que James lhe pedia.

Deixou que o carinho fosse a única coisa que ocupasse seus pensamentos, aqueles momentos cada vez mais raros de paz. Podia escutar o coração do moreno, batendo ritmado em seu peito; aquele som fazia com que cada preocupação ou aflição fosse varrida por completo de sua mente, e a respiração calma de James só colaborava para que ela quase dormisse em seus braços. Bastariam apenas mais alguns instantes daquele mimo para que ela dormisse profundamente, mas a voz de James rompeu novamente o silêncio momentâneo. — Imagine nós dois no futuro, juntos aqui nesse mesmo lugar e me diga o que vê.

Hm…? — a ruiva abriu preguiçosamente os olhos verdes vívidos e fitou o rosto do outro com um quê de confusão.

Apenas faça. — O moreno abriu sorriu largo, foi o suficiente para a ruiva acatar o que lhe era pedido. — Consegue escutar os passos? — sussurrou em seu ouvido, e Lily sorriu achando graça.

“O que ele quer com isso?”, pensou risonha ao escutá-lo descrever um pouco mais o cenário. Era 1983, estavam entre junho ou julho, pois o sol brilhava forte no lado de fora da casa; e Lily pode jurar que sentiu a brisa gélida que o garoto descreveu, arrepiar-lhe a pele. Os passos leves, quase inaudíveis, chegavam cada vez mais perto. — O que acontece, Lírio? — ela sorriu ao imaginar a porta se abrir com certa dificuldade e duas figuras aparecerem entre ela.

Há um garotinho, ele está quase chorando, nos seus braços… Ele está com os bracinhos estendidos na minha direção, me chamando.

Como ele se parece, uh? — Lily suspirou tentando manter o pensamento. Por mais que a situação fosse boba e James insistisse que continuasse o que estava fazendo, Evans estava gostado daquilo. Tinha parado de pensar nos problemas, James tinha esse poder sobre ela, fazê-la esquecer as coisas que lhe afligiam e apenas manter aquilo que a fizesse feliz. O carinho em seus cabelos em momento nenhum cessou, de tempos em tempos sentia o homem abaixo de si depositar um beijo em sua cabeça ou apertá-la um pouco mais contra si próprio. — Ele se parece com você, com os cabelos rebeldes — ela suspirou audível e riu.

Por fim, James acrescentou à descrição:

Mas não os olhos, eles são tão verdes quanto os da mãe.

Ela se alinhou um pouco mais ao outro corpo, e inclinou a sua cabeça fazendo com que ela se encontrasse no pescoço do Potter. Inspirou o cheiro amadeirado que o mesmo emanava, aquele que ela tanto gostava, e sussurrou fracamente: — Obrigada, James. — Ele havia a feito esquecer, era tudo que ela precisava, um momento real de paz sem preocupações. — Qual seria o nome dele? — antes que pudesse controlar a pergunta fugiu, sentiu o homem rir e traçar um caminho preguiçosamente pelas próprias costas, arrepiando-a.

James, desde a escola, havia demonstrado ser capaz de mudar algumas de suas atitudes pela ruiva; e ela apreciava aquilo, o que ele se tornou, não que ela não gostasse dele antes, mas James era um tanto arrogante e egocêntrico.

A prova real de que eu tive relações sexuais com Lily Evans.*

Talvez as coisas não tivessem mudado tanto assim, ele ainda continuava com o mesmo senso de humor.

Lily desatou a rir:

Que nome horrível! — proferiu entre risadas, mas percebeu que somente ela ria. Encarou o homem, com uma expressão frustrada estampada no rosto, aquilo a fez revirar os olhos.

Eu achei um nome incrível.

Eu não vou nomear o meu filho assim, Potter. — A garota entrou na brincadeira, um sorriso zombeteiro tomou conta dos lábios de James. — Eu gosto de Harry — murmurou alegre, voltando a posição inicial.

Ainda acho que ‘a prova real de que eu tive relações sexuais com Lily Evans’ é bem melhor do que Harry. — Ouviu o garoto dizer com descaso e deu-lhe um leve tapa no braço, o qual James fingiu doer mais do que realmente deveria ter doído. — Que ele chegue logo, então. Quero ensinar Quadribol, aposto que será o melhor jogador de toda Hogwarts já viu.

Você não vai ensinar esse esporte bruto para o meu bebê, Charlus! — a voz dela se tornou repreensiva.

Mas, Lírio… — James proferiu.

Nem pense nisso, Potter. Ele pode se machucar. — Lily bufou, somente a ideia de ver aquele menininho tão pequeno e indefeso sofrer, lhe apertava o coração.

Okay, então vou ensiná-lo como azarar as gatinhas. — Lily previu que um sorriso cafajeste tomara conta do rosto do namorado. Bateu-lhe novamente em seu braço, repreendendo silenciosamente. — Estou vendo você ficar louca quando ele trouxer meninas para casa.

Eu estou ainda na época que ele é inocente e acha meninas nojentas. Vá mais devagar.

E agora foi James quem riu:

E isso seria exatamente até que idade, senhorita Evans? — o Potter fez graça.

Por mim? Até os trinta. Pelo Sirius? Até os cinco. — Lily acompanhou-o de bom grado.

Eu duvido que ele aguente tanto. — Ambos riram imaginando a reação do amigo.

Quando as risadas cessaram, o moreno tomou o queixo da garota e beijou seus lábios suavemente antes de falar:

Poderíamos colocar a vinda de Harry em prática? — fazendo Lily rir e o repreender rapidamente. James jamais mudaria por completo, às vezes continuaria ser aquele idiota que conhecera em Hogwarts ou seria o garoto por quem ela se apaixonou e acabou de fazer planos futuros; uma vida juntos, aquilo soou tão certo aos ouvidos da ruiva, poderia ser bobo o pensamento, mas ela queria passar até o último instante de sua vida ali, nos braços do homem que amava. James Potter, o homem que Lily Evans passou a amar. Caso tivessem lhe dito isso quando ainda estava em Hogwarts, provavelmente acharia que a pessoa estaria louca.

Você nunca muda. — ela riu e ajeitou-se novamente junto ao corpo do namorado.

Tentar nunca matou ninguém, senhora Potter.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*Essa é a frase do FanArt, e a situação foi inspirada nela e em um episódio de Doctor Who que originou o nome da história. Espero que tenham gostado, pois essa one é o meu xodó.See ya, dudes.