One Last Time escrita por Queensie


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores. Não sou nova no site, só mudei meu nome. Sou a ex iHG Benson, autora de Call Me Maybe, Summer e outras histórias espalhadas pelo Nyah!Eu estou muito sem tempo, porém por algum motive fiquei com muita vontade de fazer essa fanfic e espero que gostem.



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Então, uma última vez

Eu preciso ser aquela que te leva para casa

Mais uma vez

Eu prometo que depois dessa, te deixo partir

Point Of View – Sam Puckett

Cruzei minhas pernas em cima do sofá e tentei me concentrar na programação local de Seattle. Ainda eram 4 horas da manhã, mas eu duvida que alguém estaria acordado nessa situação. Conseguia ouvir sirenes de ambulância não muito longe daqui, buzinas tocavam a cada cinco segundos, e a única coisa que eu fazia era tomar chocolate quente enrolada em cobertas. Minha mãe andava por toda casa conversando com Melanie, e a essa altura eu não sabia quem estava mais apavorada.

O horário previsto para o fim do mundo era às 14 horas, um cometa iria chocar-se contra a terra e nós não poderíamos fazer nada. A única coisa que faria era ver o fogo consumir todo nosso planeta lamentando-me por todos os erros cometidos.

– Sam, sua irmã quer falar com você – Pam Puckett se virou para mim estendendo-me o aparelho. Ela mordeu os lábios contendo as lágrimas que não paravam de escorrer em suas bochechas.

– Não, mãe. Apenas diga que eu a amo – Falei sem tirar meus olhos do noticiário.

A questão era que minha mente não estava naquele lugar. Só conseguia pensar em Cat que estava com seus pais na Flórida. Eu havia abandonado ela logo depois que soube da noticia, uni todas minhas forças para voltar a Seattle, rever meus antigos amigos antes de ser aniquilada, mas a única coisa que consegui fazer foi se enfiar em baixo das cobertas e ouvir as lamentações da minha mãe.

Gostaria de ter coragem e falar com Freddie. Dizer o que eu sentia e passar os últimos momentos da minha vida ao seu lado, assistir a destruição total com as mãos dadas. Porém minha coragem fugiu, minha audácia desapareceu e a única coisa que restou foi uma garota assustada.

– O mundo esta prestes a explodir em fogo e Sam Puckett não está saqueando uma loja de bolinhos? – Ele disse entrando em minha casa. Mamãe colocou a mão na boca, contendo o choro novamente ou feliz por vê-lo – O que você quer fazer antes de morrer? – Freddie Benson deu seu famoso sorriso de lado.

Joguei meus cobertores no chão junto com a caneca com chocolate quente e pela primeira vez em décadas fiquei sem reação. Só conseguia observa-lo, com sua camiseta xadrez, calça jeans e cabelo todo bagunçado. O maior pecado.

Minha mãe sorriu para ele e saiu sem dizer nada, deixando-me sozinha com ele. Aproximei para poder falar com ele, minha cabeça chegava a latejar com tanto barulho.

– O que você faz aqui? – Foi à única coisa que saiu da minha boca.

– Eu acho que essa é a minha pergunta. Vem, vamos aproveitar o apocalipse.

A cidade estava pior do que eu imaginava. Mas não em estado de saquear lojas, na verdade eu só vi duas nessa situação. A maioria das pessoas corria de um lado para o outro, abraçavam-se e bebiam. Em algumas situações apenas andavam pelos parques de mãos dadas aproveitando a última vez juntos.

– É isso que você quer? – Olhei para ele. Freddie tinha os dois olhos fixos no trânsito, exatamente como a mãe ensinou – Passar o fim do mundo comigo? Uau, que meigo – Falei sarcástica. Ele provavelmente entendeu, pois deu uma risada fraca.

Ele não disse nada por um tempo, parei de encara-lo e voltei meu olhar à janela.

– Tem alguma ideia melhor? – Pude ver que ele me olhava pelo canto do olho – Não vou ficar em casa ouvindo minha mãe gritar e me abraçar a cada dez segundos. E acho que você é a melhor companhia, quero fazer coisas que nunca fiz antes...

– Freddie você fumou? – Olhei para ele novamente – Você disse isso ou... Oh meu deus, eu estou sonhando!

Ele apertou a buzina. Os outros carros responderam fazendo a mesma coisa. Tampei meus ouvidos e xinguei em todas as línguas que conhecia.

– Você ouviu isso? Então significa que não está sonhando, parabéns!

Fiquei em silêncio. Vi um clarão ofuscante e gritos apavorados vindos de fora. Só pude tampar meus ouvidos e ouvir um estrondo. Abaixei os vidros do carro e sentei na janela, olhei para os lados, confusa e vi mais um clarão, provavelmente deveria ser um asteroide que se chocou contra a terra.

Uma rajada de vento bateu comigo e tive que entrar no carro novamente. Olhei para Freddie que se esforçava para se manter instável.

Tirei cabelo do meu olho, não por questão de beleza, mas sim por estar confortável. Meu cabelo estava totalmente bagunçado, usava um moletom cinza e uma calça jeans. Sem mencionar meu all star sujo.

– Vamos todos morrer – Ele disse sem ânimo.

– Fale algo que eu não sei.

Eram sete horas da manhã quando nós decidimos abandonar o carro e continuar andando. Não era uma boa ideia á principio, porém não conseguiríamos chegar a lugar nenhum naquele trânsito.

Caminhávamos em passos largos. De tempo em tempo nós nos olhávamos mas o silêncio predominava.

– E a Cat? – Ele perguntou por fim.

– Está com os pais na Flórida. Sabe alguma coisa da Carly?

– Não, tentei de tudo, mas cai sempre na caixa postal.

Liguei meu PearPhone para checar tudo. Haviam chegado dezoito mensagens, dezoito mensagens que nunca serão lidas.

– Quantas horas para a destruição? – Ele perguntou.

Fiz umas contas mentalmente, depois de trinta segundos respondi.

– Sete horas arredondando, não estou a fim de pensar.

Ele assentiu com a cabeça.

– Então Beson? Um cappuccino? – Apontei para uma lanchonete do outro lado da rua.

Andamos até lá em silêncio. O clima estava tenso, não somente por tudo isso que estava acontecendo, mas por nós. Nunca havíamos acertado o nosso relacionamento, o que sentíamos um pelo outro. Eu não poderia morrer com essa dúvida, afinal ele realmente me ama?

Entramos no local e nos dirigimos a uma maquina de café expresso, era o máximo que teríamos essa manhã. O dono do local não estava lá, e todo o dinheiro estava jogado no chão. Algumas pessoas se davam o trabalho de pegar, outras apenas pisavam em cima e rasgavam.

Ele me estendeu a mão com o café ainda quente. Murmurei um ‘‘obrigado’’.

Ouvi um barulho do outro lado da rua seguido de gritos. Um homem havia atirado um explosivo ou algo do tipo em uma mulher. Logo varias pessoas estavam aglomeradas em volta do corpo inerte dela.

– Sam... ãn, eu não vou passar meus últimos minutos aqui. No meio do caos, não prefere uma montanha ou algo do tipo... A colina?

– A colina. – Bebi um gole.

No caminho quase morremos inúmeras vezes. Fomos atacados com pedras, garrafas de bebida alcoólica, bombas caseiras e tudo que se pode imaginar. Freddie cortou caminho para chegarmos ao local mais rápido então isso diminuiu muito os ataques, porém tivemos que abandonar o carro quando estávamos chegando.

Enquanto subíamos peguei na mão dele e observei o sol que começava a adquirir uma cor nova. Roxo? Rosa? Nem eu sei dizer ao certo. Meu corpo estava trémulo, suava e sentia um frio horrível na barriga. Meu único desejo era de desistir de tudo e me atirar dali mesmo agora.

Quando finalmente chegamos ao topo ele se sentou e deu um longo suspiro. Sentei ao seu lado e assisti ao terror vindo do centro de Seattle.

– Não queria que isso acabasse dessa forma – Suspirei – Eu ainda queria comer tantas coisas, vandalizar tantos lugares... – Ele passou seu braço por cima de meu ombro.

– Eu também tinha sonhos, não tão devastadores como os seus... – Freddie Benson conseguiu rir – Queria ter minha empresa, uma casa de praia em Miami e uma família. Isso não era pedir muito.

Uma bola de fogo fumegante riscou o céu.

– Freddie, você me ama? – Disse por impulso.

Ele se levantou e ofereceu a mão. Fiz o mesmo e fiquei parada a sua frente.

O tempo desacelerou, só consegui sentir o melhor beijo que recebi em toda minha vida. Lento, romântico, uma forma que parecia sincronizado.

– Amo, e amarei por toda a eternidade – Foi a ultima coisa que ouvi.


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Notas finais do capítulo

Se vocês gostaram favoritem, recomentem ou mandem reviews, isso ajuda muito e me faz ter vontade de escrever. Obrigada a todos que leram.