Apenas por uma Noite - Tomione escrita por Beatrice Black Riddle


Capítulo 4
Capítulo 4 - Ler mentes


Notas iniciais do capítulo

Olá galera!
Mais um pouquinho do Tom divo para vocês!! :D



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A tontura passou um pouco, e devagar consegui levantar da cama. O quarto era espaçoso, talvez do tamanho do meu na Grifinória, mas havia apenas duas camas. Pelo jeito, na Sonserina, o dormitório era mais exclusivo. Tudo estava arrumado, mas dava para ver que a arrumação do Tom era mais impecável, e tudo era verde ou prata apenas com a exceção dos móveis, que eram de madeira marrom bem escura.

Entrei no banheiro e fechei a porta, não a tranquei. Caso eu desmaiasse, o moreno poderia me ajudar. O pensamento me fez ficar quase tão vermelha quanto meu edredom lá na torre da Grifinória. Minhas roupas felizmente estavam limpas, já que eu havia trocado de roupa quando fui para o dormitório, mas minha roupa íntima não estava, e eu não poderia colocá-la de volta. A única coisa em que pude pensar foi transformar o sabonete em sabão, para poder lavar o sutiã e a calcinha. Aproveitei e lavei também o resto das roupas, as secando com a varinha e as dobrando para poder colocar depois do banho.

Havia uma infinidade de toalhas ali, de todos os tamanhos, todas dobradas em uma pilha. Definitivamente o dormitório sonserino era mais chique. Porém ao entrar na ducha, senti falta de meu sabonete e do meu shampoo, então mais uma vez usando minha criatividade, fiz com que a essência masculina do shampoo se transformasse em morango, e o sabonete neutro, no de erva doce.

Depois de um banho quente e relaxante, devolvi o shampoo e o sabonete aos seus cheiros antigos e me sequei com uma toalha gigante e felpuda, aproveitando a sensação da minha pele quente em contato com a toalha. Sequei também meus cabelos com a toalha e em seguida com a varinha, para que de forma alguma armassem. Coloquei minhas roupas, agora feliz por estarem limpas, e voltei para o quarto, que estranhamente ainda estava silencioso.

Me joguei na cama, que percebi que era mesmo a de Tom já que a mesinha de cabeceira estava lotada de livros, onde eu estava antes e fiquei olhando para o teto esperando pelo momento em que o moreno iria voltar. Quando ouvi a porta se abrindo, continuei olhando para cima como se nada tivesse acontecido, estava com um pouco de medo que fosse o colega de quarto do Tom.

– Meu quarto está cheirando a erva doce e morango, como conseguiu fazer isso? – Com alívio, percebi que era Tom quem estava voltando, pela sua já familiar voz.

– Eu não iria tomar banho e ficar cheirando igual a um menino. Dei um jeito nisso. – Olhei para ele sorrindo, sem levantar uma parte sequer do corpo da cama.

– Você parece cansada. – Tom olhava para a forma como eu estava jogada na cama. – Eu vou tomar banho. Então coma e vá dormir. – Seu tom era o de alguém com quem não se pode discutir.

Ele colocou na mesinha ao meu lado uma grande bandeja com duas vasilhas cheias com o que parecia ser canja de galinha, duas canecas de cerveja amanteigada e um prato com pães de forma sem casca, para molhar na sopa. Assim que olhei para tudo aquilo, senti minha boca secar e meu estômago roncar alto. Tom riu disso enquanto pegava roupas em seu guarda roupa.

– Vá comendo, vou tomar banho e já me junto a você. – Ele entrou no banheiro e fechou a porta sem fazer nenhum barulho, como eu ele não a trancou.

Comecei a tomar a sopa, que estava quente, divina e realmente era canja de galinha, e molhei um pedaço de pão saboreando o prato trouxa que eu sentia falta em Hogwarts. Sempre comi devagar, e não estava nem na metade quando Tom saiu do banheiro, com o cabelo bagunçado e ainda um pouco molhado. Ele fica ainda mais bonito assim. Corei e olhei para o teto antes que ele percebesse meu olhar.

– Hm. Não sabia que os elfos sabiam fazer pratos trouxas. Acho que pensava assim porque eles só servem famílias bruxas. – Não pude reprimir uma careta, sempre odiei a forma como os elfos eram tratados.

– Descobri isso no primeiro ano, quando perdi o jantar um dia e estava com saudades da comida de casa. – Percebi sua voz estremecer um pouco quando falou sobre sua casa, obviamente não sentindo que lá fosse seu lar.

– Está aí uma coisa que não gosto muito no mundo bruxo. A comida não é lá muito boa. – Sorri para ele tentando distraí-lo.

– Realmente, eu prefiro a comida trouxa. – Tom riu um pouco enquanto se sentava na minha frente, colocando a bandeja entre nós dois.

Comemos em silêncio, Tom parecia estar com tanta fome quanto eu. Talvez não tivesse jantado tão bem, por um momento me vi preocupada com o motivo.

– Tive que sair correndo da mesa da Sonserina hoje no jantar. Uma garota está me perseguindo nos últimos dias, e hoje ela decidiu sentar do meu lado e falar o jantar inteiro. Saí na metade, quando minha cabeça já não aguentava mais. – Tom estava carrancudo, eu estava certa em pensar que havia uma fila de garotas atrás dele. Senti que uma carranca estava se formando em meu rosto com esse pensamento, tratei de controlá-la e apagá-la antes que ele pudesse notar.

– Às vezes eu acho sinceramente que você está lendo minha mente. – Serrei meus olhos para ele. Ele deixou a vasilha vazia na bandeja e a caneca também, então jogou seus braços para trás do corpo, se apoiando neles, com um sorriso sacana.

– Para isso é necessário contato visual constante, o que você não permite. Só consegui olhar para seus olhos quando segurei seu queixo. – Ele deu de ombros e ficou me encarando em seguida, como se tentasse me desvendar. – Eu só entendo bem suas reações, elas rapidamente se tornaram naturais para mim. – Ele franziu a testa, provavelmente estranhando que isso tivesse acontecido em poucas horas.

– Tenho até medo se um dia você conseguir ler a mente das pessoas. – Minhas palavras estavam encharcadas com sinceridade. Tom riu disso.

– A sua seria impossível, mas acho que seria bem interessante. – Provavelmente ele estava aprendendo como fazê-lo, já que seus olhos brilharam quando ele falou. – Mas agora vamos dormir. Você está cansada e amanhã precisaremos achar um jeito de você ir para casa sem ser descoberta. – Ele pegou a bandeja com a louça suja e colocou em cima de sua mesa de estudos, que era perfeitamente organizada também. Então para meu desanimo, ele foi deitar na outra cama. Você o queria com você, não é? Deitei para esconder meu rosto ruborizado.

Não percebi quando exatamente cai no sono, só sei que foi rápido e logo depois que deitei dentro das cobertas. Desejei boa noite ao Tom, e me embrulhei no edredom sentindo seu cheiro impregnado ali. Vagamente percebi que ele ainda estava acordado e que havia pegado um livro antes de ir para a outra cama.

Tudo a minha volta estava quieto e escuro, eu estava na posição vertical pelo que eu podia ver, vulgo em pé, mas eu não podia me mexer. De repente senti a adrenalina percorrendo meu corpo, aquela sensação era familiar, já havia me sentindo presa dessa forma quando fui petrificada. Então do nada tudo se acendeu, mas não era uma lâmpada ou uma vela, era fogo por toda a parte, fogo em todo o quarto onde eu estava.

Mas o pânico real só veio quando eu percebi onde estava. Era o consultório dos meus pais, eu estava paralisada e vendo tudo queimar, porém senti que poderia ficar ali para sempre se não precisasse ver o que vi em seguida. Meus pais estavam no chão, abraçados como se esperando para morrer, dizendo um ao outro que se amavam, uma última vez.

Por dentro eu chorava e berrava e tentava me mover, mas eu sentia o desespero de saber que por fora nada estava acontecendo. Eu ainda estava ali parada, os vendo tossir por causa da fumaça, mas ainda assim permanecendo juntos. Então comecei a sentir o fogo me queimar, senti que berrava ainda mais, mas que isso não iria adiantar.


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Notas finais do capítulo

Planejo mais dois capítulos para essa fic fofa! Não é muito longa, eu sei.
Até o próximo!