Desceu do avião segurando a pequena mala com suas poucas roupas e acessórios. Esperou Sasuke descer e guia-la no meio de tantos aviões. Olhou para o aeroporto lembrando-se da única foto que tinha do pai. Estava ele do lado de um avião parecido com aqueles, mas um pouco mais antigo. Seu pai sempre gostara de voar, ainda podia recordar quando lhe contava historias sobre vôos para dormir. Mas também se lembrava de como a mãe o repreendia por falar esse tipo de bobagens à filha que era tão pequena. Afinal Sakura iria ser uma mulher rica e sairia daquela ilha.
Fechou os olhos por alguns segundos a fim de apagar aquela lembrança dolorida de quando seus pais discutiam por causa do amor ao céu dele.
Observou Sasuke caminhar apressado e praticamente correu para acompanhá-lo. Entraram em um pequeno galpão com algumas salas.
- Olá Hinata.
- Oi Sasuke, e então como foi com o transporte?
- Tudo certo. Pode pedir para retirarem as coisas do avião.
- Ok. – Só então reparou na outra que estava presente. – Olá.
Ela pode ver a mulher de longos cabelos escuros e olhos azuis atrás do balcão.
- Oi. – Sakura sorriu simpática.
- Procura alguém.
-Eu? Sim.
- Hmn, não se preocupe Hinata. Ela esta comigo.
Sasuke a olhou e puxou levemente seu braço para fazê-la acompanha-lo. Viu Hinata sorrir e assentir. Só então percebeu o que a garota devia ter pensado dela. O que fez Sakura corar.
Entraram em uma porta que dava em um pequeno escritório.
- Gostaria de saber o que esta havendo. – Sakura largou a mala e cruzou os braços na altura dos seios. – Não gostei do modo como falou com a moça da entrada, ela pode ter entendido de maneira equivocada o que pronunciou.
Sasuke a olhou e ergueu a sobrancelha esquerda para logo após rir do que ela falou.
- Não se preocupe a Hinata esta acostumada com estas coisas.
Viu o rosto dela corar e um pequeno bico se formar em seus lábios rosados, o que fez ele soltar uma gargalhada.
- Não achei engraçado!
Os olhos verdes dela brilhavam intensamente devido à raiva.
- Desculpe senhorita. – Ele falava de modo provocativo. – Mas achei que gostaria de falar com seu pai.
Sakura se espantou e confirmou com a cabeça.
- Então terá que ser um pouco mais receptiva. Creio que o Senhor Haruno não gosta de pessoas mimadas.
- O senhor disse que me levaria ate meu pai. Então? Onde esta ele? – Sakura ignorou o comentário maldoso.
Sasuke se recostou na mesa pegando o telefone e discando alguns números, sem deixar de encará-la. Depois falou com alguém sorrindo ao desligar.
- Ele esta senhorita Sakura. – Caminhou ate ela e a encarou fazendo com que um arrepio frio passasse pelas costas desta.
- Como assim ele esta.
- Seu pai senhorita, trabalha aqui.
- Oh. Eu não sabia.
- Será mesmo?
- Não eu nem imaginava.
Sasuke a observava avaliando se tudo o que ela falara era verdade.
- Então ele realizou o seu sonho.
Os olhos dela estavam longe e o sorriso que surgiu era sincero.
- Sakura.
Sakura percebeu que ele estava muito perto dela o que fez ambos se olharem profundamente.
- Sim.
- Acho melhor irmos.
- Ah. Sim, claro.
Sorriu tímida baixando a cabeça e pegando a mala que estava na entrada da sala.
- Venha.
Pegou no braço dela a guiando pelos corredores ate a sala em que a deixaria com Yoko Haruno.


Estava tentando entender aquela menina que estava ao seu lado, mas estava sendo complicado. Sempre ouvira falar da Sakura Haruno desde que conheceu Yoko e isso fazia dez anos. Lembrava-se da primeira vez que falara com ele e quanto o homem lhe parecia triste e sozinho, assim como se sentia desde que os pais morreram em um acidente de carro. Era apenas um adolescente de quinze anos na ocasião. Conversaram sobre seus sonhos que eram muito parecidos, já que ambos eram apaixonados por aviões. Yoko sentiu-se bem com ele e quis adotá-lo, o que deixou estupidamente feliz afinal estava sozinho. As conversas deles sempre ocorriam à noite quando este voltava do trabalho e Sasuke da escola, girando em torno da ilha e o prazer que ambos tinham por aquelas terras e o céu. Certa vez Sasuke perguntou quem era a menina de cabelos rosa em uma foto que encontrara no escritório de Yoko. Então essa foi a primeira vez que conversaram sobre Sakura e o desejo de Dara de ir embora da ilha com a única filha que o casal tinha.
Sasuke soltou o braço de Sakura quando chegaram à sala da secretaria de Yoko. Observou a garota olhar para aquele pequeno local estudando as pinturas de céu e mar que havia penduradas em partes estratégicos do ambiente. A planta que ficava em um canto dava a impressão de lar no local, assim como a secretaria Ino que ficava atrás do balcão.
- Boa tarde senhor Uchiha.
Ino falou sorrindo e lançando uma piscadela para ele. Depois avaliou Sakura com o olhar e sorriu.
- Olá.
Sasuke sorriu para Ino e foi ate a sua mesa pousando as mãos sobre ela.
- Então ele esta certo?
- Sim Sasuke. – Sorriu e indicou a outra garota com o queixo. – Quem é a rosadinha?
Ele soltou uma gargalhada e chamou Sakura com a mão.
Ela largou a mala perto da parede e se encaminhou devagar.
- Olá. –Sakura sorriu cumprimentando a loira a sua frente.
- Esta Ino é a Sakura Haruno.
Largou um de seus longos braços nos ombros de Sakura o que fez ela perceber o quanto era pequena perto dele, já que sua cabeça estava na altura dos ombros largos do moreno.
Ino estava em choque ou próximo disso.
- Respira loira. – Sasuke sorria.
- Oh desculpe-me Sakura eu realmente nunca pensei que um dia fosse conhece-la. Pelo menos não assim em carne e osso.
Sakura fez uma cara de espanto e incerteza.
- O que quis dizer com isso? – Perguntou tímida sem compreender como as pessoas a conheciam.
- Simples já havia visto uma foto sua, mas confesso que você realmente mudou muito desde os cinco anos.
- Oh.
- Mas o cabelo continua igual, eu acho. – Ino levantou da mesa e a rodeou parando na frente de Sakura. – Mas acho meio difícil dizer já que os esconde em baixo desse chapéu.
A rosada passou as mãos pelos cabelos e parou no chapéu.
- Tenho a pele muito clara...
- Nada que um pouco de sol e vento fresco da ilha não a ajude.
Sakura sorriu em agradecimento.
- Se eu fosse você daria uma volta na praia assim que pudesse. Ah... – Ela levantou a mão e estralaram os dedos antes de pegar dentro da bolsa que estava na mesa um frasco. – Use esse protetor. – Então o entregou a outra. – Uso esta marca, pois imagina só também sou branca como você. Apesar de que depois de tantos anos morando na ilha e tomando um sol estou mais dourada.
- Obrigada. -Sakura aceitou o frasco e sorriu em agradecimento. – Havia me esquecido deste detalhe.
Ino abraçou a garota e dirigiu seu olhar a Sasuke logo após.
- Esta tratando ela bem certo?
Ele bufou e revirou os olhos para a loira.
- Sasuke você é muito frio garoto.
A loira passou as mãos pelos braços dele.
- Ino contenha-se e pare de agir como uma qualquer.
A garota riu debochada soltando uma gargalhada que fez Sakura arregalar os olhos.
- Não se preocupe Sakura as palavras de Sasuke não me atingem.
Sorriu para a outra e depois voltou para a sua mesa.
- querem que eu anuncie? Ou será uma surpresa.
Sakura olhou para Sasuke esperando a resposta dele já que estava sendo guiada por este.
- Não irei entrar com ela. Vamos fazer de uma maneira menos gloriosa para Sakura.
A loira confirmou com a cabeça e apontou a porta fechada ao lado. Só então que Sakura pode ler a placa que estava presa acima desta.
- Oh meu Deus.
Foi à reação de Sakura ante a pequena palavra que estava escrita. Então se virou imediatamente para Sasuke com os olhos ardendo de raiva.
- Meu pai é o dono deste aeroporto?
Sasuke continuou a analisá-la e viu o que poderia ser uma grande encenação. A garota estava acostumada a luxo então só poderia ser gananciosa igual à mãe.
- Sim. Mas isso não quer dizer que você poderá fazer ou ter o que quiser por aqui. Muito menos magoar Yoko, por que eu não deixarei.
Ele viu os olhas dela mudarem de raiva para espanto e depois para confusão.
- Não entendo o que você quer dizer. Acha que eu estou aqui para o que exatamente?
- Não importam quais foram os seus planos. Só lhe garanto que estes mudaram no exato momento que colocou os pés no meu avião.
- Não tenho planos Sasuke.
- Oh não. Pois acho que você deve ter algum sim. – Sorriu maldosamente. – E ficarei de olho em você.
- É louco.
- Talvez. – ele sorriu maroto. – Agora venha vou lhe apresentar seu pai.
Abriu a porta e entrou sendo seguido pela garota.