Estava um dia chuvoso lá fora, tanto que nem Nate nem Hyuu queriam sair do Centro Pokémon. Acontece que naquele dia ambos tinham sido apanhados de surpresa pelo temporal e tiveram de ficar os dois no Centro Pokémon, e por azar ou sorte, só havia um quarto disponível, sendo que tiveram de ficar juntos. Nate estava sentado num sofá junto da janela, jogava Pokémon White2 na sua Nintendo, um jogo que era muito adorado pelo menor. Enquanto isso, Hyuu lia um manual sobre como treinar um Pokémon, estava muito concentrado na sua leitura sentado na única cama do quarto.

– Engraçado a enfermeira Joy nos ter colocado no mesmo quarto, né, Hyuu? – Nate perguntava risonho para o rival.

– Porque diz isso? – Hyuu respondeu virando a página de seu manual.

– Nós somos rivais, não costumamos passar momentos assim, não é? – Nate reforçou seu sorriso.

– Se você diz… - Hyuu voltou à sua leitura atenta.

Nate ficou a olhar o rival, ele meio que desenvolvera uma atração por ele… Mas fazer o quê? Hyuu não lhe ligava nenhuma… Hyuu só queria saber de uma coisa, vencer Nate e ser campeão de Unova. Nate suspirou fundo e pegou de uma caixa de Pokys que tinha no bolso, começando a comer. Enquanto comia ficou olhando a chuva cair lá fora, deixando algumas migalhas caírem de sua boca. Hyuu percebeu que o rival estava alunado e aproveitou isso para o mirar um pouco. O seu rosto na direção da luz do exterior ganhava um brilho único e as migalhas que caiam de seu rosto lhe davam um ar sexy… Hyuu tentava ao máximo ignorar esse sentimento estranho que tinha pelo rival, mas era em vão, ele o amava.

– Hum? Se passa alguma coisa, Hyuu? – Nate perguntou ao reparar que Hyuu o observava.

– O quê? Nada, nada. É só que você está espalhando migalhas. – Hyuu tentou disfarçar o nervosismo escondendo o rosto vermelho por trás do manual que lia.

– Oh, já percebi o que se passa… - Nate colocou um sorriso de lado se levantando do sofá e se dirigindo para o lado do rival.

– Não se passa nada, seu idiota! – Hyuu respondeu um pouco bravo, mas ele estava era nervoso, Nate havia se apercebi dos seus sentimentos?

– Claro que percebi tudo – Nate baixou o livro que Hyuu lia – você quer um de meus Pokys.

Hyuu meio que ficou desiludido com a dedução do menor, mas suspirou de alívio por ele não saber de nada.

– Você me vai dar um? – Hyuu perguntou.

– Claro! – Nate retirou o livro de Hyuu e o colocou na mesa-de-cabeceira, se posicionando entre as pernas do maior.

– Então onde ele está? – Hyuu estranhou o ato do menor, porque ele não lhe dava logo o Poky?

– Aqui. – Nate sorriu colocando o doce entre os dentes e apoiando suas mãos no colchão.

– O quê?! Como assim?! Quer que eu vá buscar aí?! – Hyuu avermelhou um pouco.

– Qual é o mal? É só a brincar! Vá, venha buscar. – Nate provocava o rival animado sacudindo o doce em seus lábios, ele tinha a certeza que o outro não ia fazer aquilo.

– Ah… Tá bom… Mas fique sabendo que você é um idiota! – Hyuu disse segurando os ombros do rival.

Nate estremeceu, ele não pensou que o outro concordasse mesmo… Mas se o concordou, aquela era a sua oportunidade! Poderia ele beijar Hyuu? Bem, não se ia render agora! Ele iria dar o Poky ao Hyuu. Então, Hyuu segurou bem forte nos ombros de Nate, dando a primeira trinca no doce do outro, ambos estremeceram, as suas bocas estavam ligadas por um caminho. A face de Nate avermelhou, via a face de Hyuu cada vez mais próxima, a cada dentada o azulado ia-se aproximado mais e mais… A respiração de cada um chocava com o rosto do outro, ambos se sentiam muito nervosos. Os seus narizes tocaram, os rostos estavam rubros e as respirações quentes se sentiam perfeitamente, então, Hyuu acabou com o último centímetro de distância entre os dois, colando ambos os lábios, Nate sentiu um arrepio quando ambos se tocaram e outro maior quando Hyuu colocou a sua língua em seus lábios para retirar o bocado que estava seguro entre os dentes do menor, então, o pedaço se desfez entre a língua de um e os lábios do outro que se separaram em seguida.

– Pronto, obrigado pelo Poky e… - Hyuu ia voltar à sua leitura e fingir que nada tinha acontecido, mas Nate o interrompeu.

– Safado… - Nate provocou com o rosto rubro, ainda apoiado nos braços e entre as pernas do menor.

– Safado? Eu?! Você é que pediu para eu ir buscar o Poky com a boca! – Hyuu protestou.

– Eu nunca disse para ir buscar com a boca, você foi porque quis, podia ter apenas segurado. – Nate sorriu matreiro para o rival.

Hyuu tentou repostar, mas em vão. Nate tinha razão, Hyuu fora pego.

– Eheh, admita que você me queria beijar desde o início. – Nate provocou.

– Cai fora, Nate. – Hyuu desviou o olhar.

– Admita. – Nate pediu se apoiando nos ombros do outro.

Hyuu se viu forçado a olhar o outro, ele estava tão próximo e tinha uma face tão fofa… Então, a face normalmente fria de Hyuu passou a ser doce, tal e qual o Poky que comera antes.

– Você quer que eu dê outro doce a você, né? – Nate sorriu pegando outro doce do saco, mas Hyuu o pegou.

– Eu não preciso disto para beijar você – deu uma trinca no doce – e neste momento, o doce que eu mais quero é você.

Assim um beijo voltou a ser compartilhado pelos dois, ambos estavam fazendo aquilo com gosto e sem influências. Uma tarde chuvosa e tediosa tornou-se no maior ninho de amor que aqueles dois garotos podiam imaginar.

“Um doce é especialmente doce quando é dado e compartilhado com uma pessoa doce num doce momento.”