POV STEVE

Após me afastar das duas ruivinhas lindas vou para o “meu quarto” improvisado aqui na casa da Nat. Ficar aqui na casa dela pra mim, era uma experiência diferente até porque eu nunca havia ficado tão próximo de uma mulher, como estava dela.

Caminho em direção ao banheiro onde já entro com minhas roupas para agilizar o processo, mas confesso que minha mente não ajudava a acelerar, pois o foco estava nas duas pequenas que me aguardavam na sala.

Deixo um sorriso escapar de meus lábios ao lembrar-me daquelas bochechas rosadas, daqueles cabelos cor de fogo. Era impressionante a semelhança das duas, e o fato dela se parecer comigo também era o que mais me intrigava.

Quando termino meu banho me troco, escovo os dentes, tento dar uma ajeitada no cabelo, mas o mesmo insiste em ficar arrepiado, então desisto,saio do banheiro indo até o quarto onde junto minhas poucas coisas que havia trazido pra cá, coloco tudo dentro da mesma mala que eu havia usado pra as trazer.

Pego tudo que iria precisar e saio do quarto indo em direção a sala onde as duas damas aguardavam-me sentadinhas como duas mocinhas comportadinhas, coisa que eu sei que essas duas não são, mas finjo que eu acredito que são.

–Já está pronto?-Nat pergunta educadamente se colocando de pé enquanto eu me aproximava.

–Já nada tia Nat, ele demorou muito, até parece você quando está se arrumando!-Mel diz cruzando os bracinhos e fechando a cara para nós dois.

Nat e eu nos entre olhamos por alguns segundos, mas no final acabamos rindo muito. A pequena ficou extremamente brava, mas logo aliviou pro nosso lado e já veio cheia de dengo pra cima de nós, sem resistir um momento Nat a pega nos braços, como um verdadeiro Cavalheiro pego nossas malas e caminho para fora da casa e deixo as malas já no porta-malas.

Nat colocava Mel no banco de trás, pego a chave com ela e tranco sua casa e retorno para o carro, tento convencer a ruiva a me deixar dirigir, mas ela quase me faz ter um problema no coração, com aqueles olhos verdes ameaçadores, então resolvo a deixar dirigir, até porque o carro é dela.

Entrei no banco do carona enquanto ela se acomoda no banco de motorista, mas antes da Nat dar partida no carro Mel já diz suas frases inconvenientes no momento errado.

–Ah, é só ela fazer assim que ele obedece. -ela diz imitando os olhares de Natasha e admito que não sei se foi sua frase ou sua perfeição em imitar o olhar de Natasha que me assustou.

–Mel... -Nat diz com os olhos arregalados, mas não sei se pela frase de efeito os olhos, com efeito.

–Que foi?Eu só disse a verdade e minha mamãe me disse que é feio mentir. -Ela diz inocentemente e cruza os braços como se ela tivesse razão. Quer dizer ela tinha razão com relação a não mentir, mas ah merda eu já não sei de mais nada e pra piorar Natasha parecia estar pior que eu, o que era raro o seja estamos fritos nesse caminho.

–Eu... Acho melhor irmos. -Nat diz sem piscar, se virando para frente como se fosse um robô.

–Também acho... -Esse era o pretexto perfeito pra fugir daquela conversa constrangedora. Desvio meus olhos de Mel para afivelar o cinto de segurança apesar de não precisar olhar, mas eu preferia assim.

Após um longo suspiro, Nat da partida no carro e eu dou graças a Deus por isso, quanto mais cedo chegarmos melhor pra nossa moral.

–Por que na hora que eu falei, vocês ficaram quietos?-Ah sabia que não iria demorar muito até ela começar a falar, não mais que sete minutos após sairmos.

–Por que... Por que... Você estava certa... Eu acho... -A ruiva ao meu lado diz gaguejando sem ao menos desviar os olhos verdes da estrada e sussurra a última parte como se temesse estar falando baboseira.

–A parte que é só você fazer assim que ele volta?-Ela fala fazendo novamente aquele olhar surpreendentemente idêntico ao da Nat.

–NÃO. -praticamente gritamos juntos, mas Nat prosseguiu. -Eu quis dizer da parte que você disse ser errado mentir.

–Ah!Eu achei que era a parte... -Começou

–Nós já entendemos Mel. -Nat e eu voltamos a dizer juntos.

–Ai como os adultos são estressados. -Ela cruza os bracinhos e faz um imenso e fofo bico.

–Amor desculpa, mas às vezes você fala bastante. -Digo em um tom leve pra ela não se sentir ofendida.

–Eu sei, isso é genético!-Ela diz naturalmente e Nat e eu não conseguimos evitar o riso, mas uma coisa veio a minha mente e acabei falando meio que sem pensar.

–Genético é? Até parece que é filha da Nat então, até baixinha é... -Falei burrice, Natasha me olhou enfurecida enquanto Mel gargalhava no banco traseiro.

–O que você disse Steve?-Perguntou

–Nada não Nat... Eu só pensei... Um pouco... Alto - Parecia bobeira eu ficar com medo da Nat, mas eu acho que eu estava com medo de ser a Nat.

–A titia você não gosta que eu me pareça com você? Você não gosta do jeito que eu sou?-Mel faz um pequeno drama e parece ter pegado a Nat nele, na verdade e também fiquei abalado com ela, essa menina é sensacional.

–Não é isso meu amor... É Que... Desculpe anjo, é que seu tio me tira do serio. –Mel revira os olhinhos azuis.

–Disso ai eu já sabia!-Ela alegou

–Melissa!-Nat diz a repreendendo enquanto eu ficava ali olhando a minha pequena de trás e a “grande” que mantinha os olhos fixos na estrada.

–O que foi? Eu já disse que é feio mentir!-Ela se fez de inocente

–Tudo bem tampinha, mas agora sem exaltação pra sua tia não se distrair enquanto dirige!-Eu digo

Ela concorda com a cabeça.

Arrumo-me no banco e sigo fitando a estrada até que uns cinqüenta minutos depois, eu estranho o silencio da tampinha.

E pelo visto a Nat também notou.

–Steve dá uma olhadinha na Mel para mim, por favor, estou achando ela muito quietinha. -Concordo com a cabeça e me remexo no banco para olhar para trás e quando a vejo não evito o sorriso bobo que surgiu em meus lábios. -O que foi?-Natasha me pergunta olhando de relance para mim.

–Ela pegou no sono. -Digo desviando os olhos da linda mulher ao meu lado e olhando para a pequena no banco de trás.

Ela estava toda encolhidinha em sua cadeirinha abraçada a sua tão amada boneca Ruiva, e sua expressão era tão angelical que eu era capaz de esquecer suas travessuras.

Viro-me para frente novamente e noto um pequeno sorriso nos lábios da ruiva, era um lindo sorriso sincero e amoroso.

–Acho que a acordamos muito cedo. -Ela diz agora em um tom mais triste, mas sorrio tentando aliviar sua culpa desnecessária.

–Ou ela já gastou a energia suficiente por uma manhã que mal começou. -Ela ri, mas como sempre bem focada.

O caminho foi longo silencioso, mas bem agradável.

Quando me dou conta, já estávamos próximos e meu estomago começou a doer só de imaginar o Clint me enchendo a paciência, por eu não sair do lado das meninas.

Quando avisto a acolhedora casa dos Barton sorrio me lembrando das ultimas vezes que estive aqui foi no natal e a Nat ficou louca porque o caçula do Clint não queria dizer o nome dela, mas isso já faz muito tempo, hoje ele deve estar com uns seis ou sete anos de idade.

–Chegamos!-Nat disse

–Já? E eu nem vi... -Uma voz infantil e desapontada se pronuncia. Olhamos nós dois para trás e vemos uma baixinha de cara amarrada segurando sua boneca à frente de seu rosto como se a repreendesse por ter a deixado dormir.

–Amorzinho, fica assim não, você não perdeu muita coisa, só a parte cansativa da viagem. -Natasha tenta a reconfortar.

–Mas eu não queria ter dormido titia... -Choramingou

–Mas foi bom você ter dormido, assim poderá aproveitar bem o dia amor. -Digo me soltando do sinto de segurança enquanto Nat fazia o mesmo, Mel olha para fora pela janela e observa minuciosamente a fazenda.

–É de quem essa casa?-Ela perguntou

–É do tio Clint!-Nat respondeu

–Mas, não era de uma amiga... -Perguntou

–E é, meu amor, a amiga da tia é a mulher do tio Clint!-Eu disse

–Ah... -Ela diz tentando entender melhor.

–É meu amor, também não entendi como ele conseguiu casar. —Digo rindo fazendo as duas me acompanharem.

–Deixa só a Laura ouvir você falar assim do marido dela. -E fingi medo e Mel gargalhava muito, rimos bastante antes de resolvermos sair do carro.

Sou o primeiro a sair, passo pela frente do carro e abro a porta pra Nat que reclama e me ordena pegar as malas, ela vai até a porta de trás e solta Mel da cadeirinha.

Pego aquelas malas, enquanto Nat segurava Mel em seus braços, e olhar para as duas assim, me dava uma sensação estranha, mas tão maravilhosa que e não sabia explicar, só olhar.

Enquanto caminhávamos pelo sol agradável da região não pude deixar de notar o quão bonitos eram os cabelos cor de fogo das duas bonecas ruivas a minha frente, quando em contato com o sol. Sorrio discreto ás olhando de longe apenas as seguindo.

Quando chegamos à porta ela se abre como mágica e damos de cara com Clint.

–Ah finalmente chegaram, Laura ficaria magoada se não chegassem a tempo para o jantar!-Ele disse

–Bom dia pra você também Barton. -Natasha diz ironicamente com um sorriso cínico.

–Ah, bom dia ruivinhas! Capitão... -Eu aceno com a cabeça enquanto Mel balançava a boneca de um lado para o outro. -Entrem, por favor...

Entramos um pouco sem graça, mas logo nos sentimos a vontade por estar ali.

–Onde estão as crianças?

–Elas foram na sexta feira para um acampa- dentro da escola, um negocio que organizam pra ferias...E voltam amanhã de manhã!-Ele respondeu

–Achei que conheceriam a Mel... -Murmurei meio desapontado.

–Quem disse ao contrario?-Natasha perguntou

–Como assim Nat?- Perguntei assustado.

–Você o arrasta pra cá sem falar nada? O que você fez pra convencê-lo sem dar explicações?-Clint perguntou

Natasha o ignora e me olha com um sorriso maléfico, mas que ficava perfeito e lindo em seus lábios desejáveis para meus pensamentos.

–Nós vamos ficar a semana toda!-Ela respondeu

–O QUÊ?-Exclamei

FIM DO CAPÍTULO!