Doce Fruto de um Passado Amargo escrita por XxLininhaxX


Capítulo 8
POV Milo


Notas iniciais do capítulo

Yooo ^^/

Tô atrasada na minha postagem ^^"
Prometi q ia postar até mais ou menos meia noite, mas non rolou XD
Sorry, Sarinha T-T
Mas non vou dormir enquanto non postar pelo menos os dois capítulos q prometi de Doce Fruto XD

Então, lá vai o primeiro XD

Boa leitura pessoas e, please, comentem XD
Vcs fazem uma autora feliz desse jeito XD

=**
^^v



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Eu tinha acabado de sair do evento de inauguração do parque. Não podia negar que eu adorava ser o centro das atenções. Apesar do prefeito também estar no evento, as câmeras e perguntas foram praticamente todas direcionadas para mim. Nada melhor que acordar e ter meu ego amaciado. E não era só por causa da minha importância e influência, mas também por conta da minha beleza. Eu sairia muito mais bonito nas capas de revistas e manchetes do que aquele prefeito velho e esquisito. E eu me orgulhava disso. Eu era a imagem encarnada do grupo de empresas que eu comandava. Forte, imponente, bonito, saudável, vencedor. Sim, humildade não era muito o meu forte. Mas eu podia ser convencido o quanto eu quisesse, afinal poucas pessoas chegavam aonde eu cheguei e do jeito que eu cheguei. E esse era um dos maiores motivos de orgulho para mim, depois de ter conquistado o Camus, claro. E pensar que conquistar o Camus foi mais difícil do que virar dono de um dos maiores grupos de empresas do mundo. Era até engraçado, mas valeu a pena cada esforço que fiz para tal. Não que eu visse Camus como um troféu, mas era exatamente o que faltava para minha vida estar completa.

Eu estava de bom humor. Não tinha nem ideia de onde Camus e os outros estavam. Mu havia ficado por lá, cuidando de algumas burocracias que eu detestava. E era exatamente por isso que ele sempre ia comigo nesses eventos. Sempre tinha uma burocracia ou outra para lidar e essa parte, realmente, não era minha atividade preferida. Já Mu adorava essa parte, mas detestava aparecer na frente das câmeras. Não era à toa que trabalhávamos juntos há tantos anos. E como eu conhecia a competência de Mu, sabia que ele também não demoraria a se juntar a nós. Mas eu tinha que encontrar os outros primeiro. O problema era que aquele parque era enorme e justo naquele dia eu tinha esquecido meu celular em casa. Mas eu ia encontrar meu marido uma hora ou outra, por isso não estava muito preocupado.

Continuei andando pelo parque. Realmente o dinheiro tinha sido muito bem investido. O lugar estava lindo! Deslumbrante! Era exatamente o que eu queria, um espaço aberto para que as famílias pudessem passar um tempo juntos.  Podia parecer meio piegas, mas eu prezava por momentos família. Talvez porque minha infância não foi lá a coisa mais bonita e meus pais eu sequer conheci. Então eu sempre tive certo encantamento com cenas familiares e tudo. Lembro-me de pedir várias vezes para Camus para que adotássemos uma criança. Não que eu não me sentisse em família com ele, mas eu ficaria ainda mais feliz de ter um filho. Coisa de grego, gostávamos de famílias grandes. Mas ele sempre me ignorou e dava desculpas de que não tínhamos tempo e tudo. E agora ele descobrira que tinha um filho. Ele não conseguira escapar daquilo e eu estava radiante com a ideia.

Por falar em filho, vi uma cabecinha loira e cabelos azuis rebeldes sentados em um dos bancos do parque. Achei estranho eles estarem sozinhos, mas provavelmente só queriam dar um passeio. Fui me aproximando, imaginei que eles saberiam onde estavam os outros e poderíamos encontrá-los. Mas à medida que fui me aproximando, vi algo que me deixou sem muita reação. Era Hyoga com um cigarro na mão? Pelos céus, se Camus visse algo assim, esse garoto estaria tão encrencado que eu nem queria imaginar. Eu mesmo devia cuidar daquela situação ou a aproximação de pai e filho poderia ser ameaçada. Apressei o passo e já falei bem firme ao chegar mais próximo.

Hyoga! O que pensa que está fazendo? — parei em frente aos dois e encarei Hyoga de maneira dura.

— Já vou avisando que não tenho nada a ver com isso. – disse Ikki, se livrando de um sermão que não lhe pertencia.

— O que foi? Que drama todo é esse? – Hyoga olhava para mim como se não estivesse entendendo o motivo do meu sobressalto.

Drama? Você tem 14 anos! Nem tem idade pra comprar essas coisas! Além disso, se seu pai te pega com isso, não quero nem imaginar o que vai acontecer. — eu continuava falando sério. – E me dá isso aqui!

Tentei tirar o cigarro da mão dele, mas ele desviou. Aquele moleque estava querendo arrumar confusão e ele ia acabar conseguindo.

— Era só o que me faltava. Agora você acha que vai poder dizer o que eu posso ou não fazer. Ninguém merece. – ele falava, revirando os olhos.

— Hyoga, isso é sério. Seu pai é médico! Não é só pelo fato de que ele detesta indisciplina e rebeldia, ele tem vários argumentos de o porquê não se deve fumar. – eu já estava começando a ficar aflito.

— Eu não ligo a mínima para o que ele pensa.

Droga! Não era hora daquele moleque ficar pagando de bonzão pra cima de mim. Coloquei minhas mãos no cabelo e olhei para cima, procurando alguma coisa que convencesse Hyoga de que aquilo não era uma boa ideia, antes que...

HYOGA!

Tarde demais. Meu marido vinha em nossa direção com uma cara de bem poucos amigos. Aquilo não ia ser bonito de ver. Ele estava sozinho, provavelmente saíra de perto dos outros para procurar por Hyoga e Ikki. Realmente ele apareceu em uma péssima hora. Senti-me mal por não ter conseguido tirar o cigarro da mão de Hyoga.

Camus se aproximou de nós e parou ao meu lado, olhando de forma muito dura para Hyoga. Eu estava esperando pelo sermão que viria, mas ele apenas respirou fundo e começou a conversar em um tom extremamente moderado, mas bem ameaçador, para quem o conhecia.

— O que é isso na sua mão? – ele estava parado de braços cruzados.

— Cigarro. – Hyoga respondeu sem dar importância.

— Ikki, você também está envolvido nisso? – ele perguntou, querendo evitar maus entendidos.

— Não senhor. – ele respondeu. Ikki andava nos trilhos quando a autoridade do momento era Camus.

— Ótimo. Se quiser se retirar então, fique à vontade. – ele falava com Ikki, mas olhava diretamente para Hyoga.

— Com licença.

Ikki deu uma última olhada em Hyoga e saiu. Apesar de Camus não ter o mandado ir embora, Ikki sabia exatamente que Camus queria privacidade naquele momento. Eu ficava impressionado com o respeito que Camus havia conquistado da parte de Ikki. Só esperava que Hyoga não tivesse que aprender isso da mesma forma que Ikki aprendera.

— Hyoga, me dá esse cigarro. – Camus falava sério.

— Pra que? – Hyoga continuava provocando.

— Não me teste Hyoga! Eu estou mandando. Dê-me esse cigarro agora! – ele enfatizou a última palavra.

Hyoga revirou os olhos e deu a entender que ia dar mais uma tragada. O movimento que Camus fez foi tão rápido, que nem eu consegui perceber. Ele tomou o cigarro da mão de Hyoga, jogou no chão e pisou em cima. Hyoga olhou para ele assustado.

— Não se atreva a me desobedecer dessa maneira. Eu estou tentando me relacionar com você da melhor maneira possível, por isso não me provoque. Caso contrário eu vou esquecer o bom senso e te mostrar na marra que eu sou seu pai e você me deve respeito, independente de qualquer coisa que tenha acontecido ou que vá acontecer! — era visível o esforço que Camus estava fazendo.

— Eu não o considero meu pai. Não me venha com essa história de respeito. – Hyoga estava claramente desafiando Camus.

— Pois independente de você me considerar pai ou não, essa é a realidade e acho bom que se acostume com ela.

Hyoga revirou os olhos, como se não quisesse mais discutir. Ele tirou uma caixa de cigarros do bolso, querendo pegar mais um. Camus, novamente, tomou a caixa da mão dele. Mas dessa vez, ele reagiu.

O que pensa que está fazendo? Devolva!

Camus olhou para ele, ainda duramente. Camus amassou a caixa em sua mão e jogou em uma lixeira que estava próxima a nós. Após esse gesto, antes que Hyoga pudesse dizer qualquer outra coisa, Camus o levantou pela orelha.

Você vai me dar todas as caixas de cigarro que possui. Isso não é uma sugestão, é uma ordem! E você vai obedecer por bem ou por mal! Então acho bom que facilite as coisas, pro seu próprio bem, entendeu?

Hyoga fazia cara de dor, mas não soltava um gemido ou reclamação sequer. Camus o soltou e ele apenas abaixou a cabeça. Aquela reação estava completamente contraditória. Se Hyoga fosse um adolescente de fato muito rebelde, ele não aceitaria ser tratado daquela forma de cabeça baixa. Pelo menos um showzinho ele daria, com certeza. Mas ele estava quieto, sem sequer demonstrar raiva pelo que tinha acabado de acontecer. Como se aceitasse que estava errado e fim. Aquilo era muito estranho. Só confirmava a minha hipótese de que ele estava se forçando a agira daquela forma desrespeitosa, mas ele de fato não era aquele tipo de garoto. Mas por quê? Por que ele queria criar discórdia e provocar Camus daquela forma? Será que ele queria fazer Camus desistir de assumi-lo? Não! Mesmo não conhecendo Camus, dava para ver que Camus não abriria mão de Hyoga. E tenho certeza que Hyoga sabia disso também. Então por quê? O que aquele garoto ganharia com aquilo tudo? Alguma peça não se encaixava. Faltava uma parte da história ali. E eu descobriria o que.

— Vamos embora! – Camus falou.

Hyoga foi andando na frente e eu apenas segurei a mão de meu marido. Eu sabia que não estava sendo fácil pra ele. Ele precisaria do máximo de apoio possível para não perder a cabeça. Ele levantou minha mão e a beijou carinhosamente. Começamos a andar atrás de Hyoga.

— Meu bem, vai com calma. Vocês acabaram de se conhecer. – eu falei baixo, para que Hyoga não escutasse.

— Eu não vou fazer o que você está pensando, mon ange. Mas não vou deixar que isso fique impune também. Hyoga precisa entender que agora tem um pai e não vai mais fazer o que quiser. E quanto antes ele entender isso, melhor.

Camus parecia calmo através de sua fala, mas eu o conhecia bem demais para afirmar aquilo. Porém, não saberia explicar também o que ele estava sentindo. Hyoga era seu filho, mas que ele não conheceu por 14 anos. O sentimento paterno ainda estava aflorando. Então eu não saberia dizer se ele estava decepcionado com a atitude de Hyoga ou simplesmente sendo o disciplinado e rígido Camus que ele era. Talvez um pouco dos dois. Não era uma situação fácil, pois tentar forçar qualquer coisa seria pior.

Estávamos andando até que vi uma lanchonete. O silêncio reinava entre nós. Pude ver os outros de longe. Eles vinham em nossa direção também, assim que nos avistaram.

— Peço desculpas a vocês, mas precisamos ir embora. – meu marido falou assim que nos encontramos com os outros.

— Tudo bem, nós entendemos. Ikki nos contou o que aconteceu. – disse Shaka.

— Obrigado por entender.

— Nos vemos depois. – eu disse para todos.

Valéria abraçou Hyoga e sussurrou algo no ouvido dele. Eu não sabia se ela estava chamando a atenção dele ou se estava apenas confortando, mas Hyoga pareceu um pouco chateado com tudo aquilo. Despedimos-nos e fomos em direção ao carro. As coisas ficariam um pouco mais agitadas em casa.

Continua...


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