Doce Fruto de um Passado Amargo escrita por XxLininhaxX


Capítulo 16
POV Ikki


Notas iniciais do capítulo

Yooo pessoas ^^/

Olha quem tá aqui de novo XD!!
Com esse cap, agora o placar entre eu e a Sarinha muda pra 5x2 XD!!
Estou doida pra q ela pague o q me deve... huahauhauahuahauahuahau XD!!

Enfim, as coisas vão começar a esquentar por aqui XD!!
A história vai começar a tomar um ritmo mais acelerado, assim espero XD!!
Por enquanto tava só no drama, sem mta ação XD!!
E esse cap é pra deixar todo mundo com a pulga atrás da orelha XD!!

Enfim, espero q gostem XD!!
Please, continuem comentando o q estão achando XD!!
Amo todos os comentários q recebo e vou responder a todos XD!!

Bom, boa leitura...

=**

^^v



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/593735/chapter/16

 

Cara, eu estava achando um saco ter que ficar ali, vendo toda aquela alegria exagerada. Primeiro, eu não ia com a cara do Kanon. Ele era do tipo que eu olhava e não suportava. E eu sabia que ele também não ia com a minha cara. Segundo, sempre que aqueles velhos se juntavam e começavam a beber, acabavam ficando ainda mais chatos e indiscretos. Eu agradecia aos céus que Shaka e Mu não curtiam muito bebida alcoólica. Terceiro, ver meu irmão perto de Seiya me tirava do sério. Não sabia por que Shun tinha que ser tão gentil com todo mundo. Shaka dizia que era ciúmes de irmão, mas eu simplesmente não gostava que Shun se misturasse com qualquer um. E Seiya era definitivamente “qualquer um”. Tava pra nascer um cara tão burro como ele. Eu não tinha paciência com a lentidão do seu raciocínio. Não conseguia nutrir uma conversar de mais de dois minutos com ele. A minha sorte é que ele morava em outro país, caso contrário eu já teria dado um jeito de dar uma sova nele.

Tudo que eu queria era ficar quieto em casa, curtindo minhas músicas e treinando com minha guitarra. Shaka sabia o quanto eu ficava irritado de ser tirado do meu sossego pra ficar seguindo ele e Mu como se eu fosse pintinho atrás de galinha. Ok, eu sabia que não era preciso fazer muito esforço pra me tirar do sério, mas eles podiam ao menos tentar. Eu sabia que pegava pesado às vezes, mas eles sabiam que eu não fazia por mal. Foi assim que eu aprendi a sobreviver naquele mundo. Eu não era o garoto bonzinho que respeitava limites que apenas me prejudicavam. A vida me ensinou que moral era apenas o medo que a sociedade tinha de perder o falso controle das coisas. Se eu tivesse seguido tais regras, talvez não estivesse vivo. O maldito do homem que me deu vida teve a cara de pau de vender os próprios filhos para conseguir dinheiro para continuar jogando e apostando. Minha mãe falecera pouco tempo depois do meu irmão nascer. Fomos parar em um lugar totalmente desconhecido, que falava uma língua diferente da nossa e onde fomos obrigados a trabalhar como escravos. Eu tinha que trabalhar dobrado, já que meu irmão era apenas um bebezinho. Se eu não fizesse a parte dele, acabariam nos separando. E depois de dois anos me matando de trabalhar, sem ter o suficiente para comer, foi que percebi que enquanto eu fosse submisso, eu não conseguiria nada, apenas sofrer. Eu sabia que era arriscado, mas consegui fugir com meu irmão, que na época já conseguia andar. Eu consegui aprender um pouco daquela língua estranha, o que me ajudou a conseguir ajuda. Mas eu e Shun ainda passamos pelo menos um ano e meio nas ruas. Éramos dependentes da bondade de pessoas que nos davam restos de comida ou, vez ou outra, tive que roubar para poder alimentar pelo menos meu irmãozinho. Até que eu e Shun fomos parar em um orfanato. E foi assim que Shaka e Mu nos encontraram. Mas mesmo que nossas vidas tenham melhorado grandemente, eu não conseguia abandonar o modo como aprendi a viver. E isso sempre causava problemas entre meus novos pais e eu. Até que já não estava mais tão crítico como no início, mas ainda tínhamos desavenças. Principalmente com Shaka, que era mais linha dura que Mu.

Por causa desse meu jeito, muitas pessoas achavam que eu era um filho ingrato. Eles é que não sabiam o quanto eu respeitava tanto Shaka quanto Mu. Eu era muito grosseiro e atrevido, isso era verdade. Mas eu tinha meu jeito de respeitá-los e eles me conheciam o suficiente para saber quando eu estava agindo naturalmente e quando eu saía da linha. E eu não era de discutir quando eles me corrigiam. Era muito raro que eu reclamasse ou ficasse fazendo doce para não receber nenhum tipo de punição caso eles achassem necessário. Eu sabia que eu era todo errado mesmo. Admirava o fato de que eles tentassem me colocar nos eixos. Muitos diziam que eu não tinha solução. Saber que eles pensavam o contrário fazia toda diferença pra mim. Às vezes eu escutava tanto que não tinha solução que começava a acreditar que era verdade. Mas aí vinham Shaka e Mu me dizer o contrário e eu voltava a ter esperança. Eu nunca fui do tipo meloso, por isso nunca falei nada disso para eles. E eu não acreditava que precisava dizer com palavras o que eu já dizia com atitudes. Por mais contraditório que pudesse parecer, eu sabia que eles entendiam.

Eu estava apenas divagando para não ter que ficar de papo com aquele povo. Eu estava sentado ao lado de meu irmão, que não parava de tagarelar com Seiya. Shaka e Mu conversavam animadamente com Saga e Aiolos. E Kanon e Aiolia pareciam bastante animadinhos em outro canto. Não via Camus e Milo ali, muito menos Hyoga. Não podia negar que gostaria de conversar mais com aquele loirinho marrento. De alguma forma eu sabia que seríamos bons amigos ou até mais do que isso. O loirinho fazia bem o meu tipo e ele não parecia do tipo submisso e cheio das frescuras. Assim era bem mais divertido. Mas eu também sabia que ele tinha muita coisa pra resolver ainda antes de querer se envolver com qualquer pessoa. Se por um lado eu havia conseguido me livrar de todo o peso do passado que eu vivi, trazendo apenas alguns hábitos ruins, Hyoga ainda arrastava algo dentro de si. Talvez eu pudesse ajudá-lo a se livrar daquilo também, mas primeiro eu tinha que saber do que se tratava. De qualquer forma, naquele momento eu só queria conversar mais com ele e conhecê-lo melhor.

Vi Camus aparecendo e se juntando aos meus pais e os outros. Um tempo depois veio Milo. Vi que meus padrinhos trocaram olhares e, então, Milo veio na direção de onde eu estava com Shun e Seiya.

— Aí estão meus afilhados preferidos! – disse Milo sorrindo largamente.

— Preferidos, né? Sei! Você nem me deu meu presente ainda. – Seiya falava, fazendo um pouco de manha. Eu detestava aquele moleque!

— Ah! Mas vocês me pegaram de surpresa. Não tive tempo de providenciar nada. Mas prometo que assim que tiver tempo eu pagarei essa dívida. Feito?

— Mas vai ter que me compensar pelo atraso. – agora ele sorria largamente.

— Claro. – Milo bagunçou o cabelo castanho de Seiya. – Bom, mas agora queria pedir um favor para vocês. Será que poderiam ficar no quarto com Hyoga?

— Quem é Hyoga? – Seiya perguntou.

— Hyoga é o mais novo membro da minha família, meu filho. – ele disse aquilo com certa ponta de alegria.

— E por que ele não desce pra ficar aqui com todo mundo? – aquele garoto já estava me irritando.

— Ele não está se sentindo muito bem hoje, por isso prefere ficar no quarto. Mas não seria legal deixar ele lá sozinho, por isso vim pedir para que fiquem com ele. Pode ser?

— Claro padrinho. – meu irmão respondeu de prontidão.

— Por mim também está tranquilo. – Seiya disse.

— E quanto a você, Ikki? – Milo me perguntou.

— Tanto faz. – respondi dando de ombros.

— Excelente. Venham comigo então.

Levantamos-nos e seguimos Milo. Eu ainda ficava impressionado com o tamanho daquela casa. Mesmo não sendo um palácio, que provavelmente era o que Milo desejava, ainda era muito grande. Subimos as escadas e Milo logo bateu à porta de um dos quartos. Não esperou resposta e já entrou, sendo seguidos por nós três.

— Hyoga, os garotos estão aqui. Você já conhece Shun e Ikki, então não há necessidade de apresentá-los. Mas esse aqui é meu outro afilhado, Seiya. – Milo virou-se para Seiya. – E Seiya, esse é meu filho, Hyoga.

— E aí, cara? – Seiya falou.

Hyoga não respondeu nada, apenas o encarou com uma de suas sobrancelhas levantadas. Eu tive que segurar para não rir. A cara que Hyoga fez naquele momento foi como se dissesse “quem é esse retardado na minha frente?”. Isso só fez com que eu gostasse ainda mais de Hyoga. Aquele loirinho estava me saindo melhor que a encomenda.

— Bom, vou deixar vocês se conhecendo melhor. Qualquer coisa, podem me chamar.

Milo saiu do quarto e ficamos parados, apenas nos entreolhando. Aproveitei aquele momento para dar uma boa olhada no loirinho. Ele não parecia muito bem, assim como Milo dissera. Seus olhos estavam fundos e vermelhos. Seu cabelo estava bem bagunçado, o que eu não achava um problema, particularmente, pois estava sensualmente rebelde. Mas ele parecia muito pálido, além de estar muito magro. Eu não me atreveria a perguntar nada, mas sabia que ele precisava de ajuda e urgente.

— Sentem-se. – Hyoga disse de maneira desinteressada.

Shun sentou-se em uma cadeira que tinha no canto do quarto e Seiya se sentou no chão, próximo ao meu irmão. Eu, claro, fui me sentar ao lado de Hyoga, na cama. Nossos olhares se cruzaram e eu senti algo parecido com um choque subindo por minha espinha. Não sabia o que era aquilo, se era um bom ou mau pressentimento. Só sabia que aquele garoto estava mexendo comigo de uma forma que eu não imaginava ser possível. Ele me olhava de uma maneira sádica, meio que sorrindo de lado. Aquilo não combinava com o ar depressivo que estava ao seu redor. Mas se ele queria provocar, mexera com o cara certo.

— Que foi? Perdeu o cú na minha cara? – perguntei com ar de deboche.

— Muito sutil. E tão previsível. – ele ainda sorria de forma provocadora.

— Não liga não, Hyoga. É o jeito do meu irmão de dizer oi. – Shun disse. – Ainda não tivemos muito tempo para conversar. O que está achando da França?

— Não dá pra dizer muita coisa, mas parece ser um lugar legal. Pelo menos não fica afundada em gelo metade do ano como era na Sibéria. – Hyoga agora usava um tom mais polido, fitando meu irmão.

— Cara, você morava na Sibéria? Que horrível! – disse Seiya.

— Não era tão ruim. Eu sempre gostei de lugares frios, mas vai passando o tempo a gente acaba enjoando de ver tanta neve. – Hyoga continuava polido, mas ele ainda encarava Seiya com certo ar de “que porra é esse garoto?”.

— E como foi que aprendeu a falar francês assim? – Shun perguntou novamente.

— Aprendi com minha mãe e avó.

— Você tem uma mãe? – Seiya perguntou, tirando o resto da minha paciência.

— Não imbecil, ele veio da cegonha. – eu disse.

— Não foi isso que quis dizer. É que se ele foi adotado por Milo e Camus, não faz sentido que ele ainda tenha uma mãe.

— Minha mãe morreu, se isso te faz se sentir melhor. – Hyoga respondeu com um tom mais depressivo do que ele, provavelmente, gostaria de ter demonstrado.

— Credo! Só perguntei. – Seiya deu de ombros, como se não tivesse sido nem um pouco indiscreto.

Eu podia jurar que não responderia por mim se aquele moleque abrisse a boca de novo. Mas eu fiquei mais preocupado com o loirinho ao meu lado. Ter tocado no assunto da mãe pareceu ter deixado-o muito mais pra baixo do que deveria. Eu ouvira a história de Hyoga naquela manhã. Realmente não parecia ser algo muito fácil de lidar. Mas havia algo mais naquilo tudo. Não conseguia dizer se era relacionado à morte da mãe dele ou se era outra coisa, no entanto eu sabia que era algo relacionado ao passado. Apenas fiquei observando o loirinho com a cabeça abaixada. Eu não sabia como reagir. Olhei para meu irmão, como que tentando encontrar o que fazer naquela situação. Shun olhava para Hyoga com compaixão. Meu irmão era bem empático, por isso devia estar com o coração partido de ver Hyoga naquele estado, mesmo que ainda não se conhecessem muito bem.

— Mas, mudando um pouco de assunto, o que está achando do Milo e do Camus? – Shun tentou desconversar.

— Nada demais. – Hyoga respondeu, agora mais introvertido.

— Você está se dando bem com eles? – Shun insistia.

— Mais ou menos.

— Como mais ou menos? – Seiya perguntou, como se estivesse revoltado. – Quer dizer, o Camus é um pouco assustador, mas o Milo é sensacional. Não tem como se dar “mais ou menos” bem com ele.

— É uma questão de ponto de vista. – Hyoga disse, agora já demonstrando sinais de impaciência.

— Seu ponto de vista parece bem anormal, então.

— É porque ele tem um cérebro, diferente de você que fica se fazendo de bebezinho pra ganhar presentes. – eu não sabia quanto eu conseguiria me segurar.

O que disse? — ele se levantou todo nervosinho.

Isso mesmo que você ouviu, seu jegue!— retruquei, também me levantando. Se ele queria briga, ele teria.

— Parem vocês dois! – Shun entrou no meio, tentando nos afastar. – Vem Seiya, vamos pegar alguma coisa pra gente comer.

Shun puxava o moreno pelo braço, que ainda ficou me olhando com raiva até seguir meu irmão. Antes de sair, Shun ainda me olhou como se estivesse me pedindo para cuidar de Hyoga. Eu suspirei pesadamente e me sentei na cama de novo.

— Cara, eu detesto aquele moleque. – disse.

— Não é difícil entender por que. Ele parece um sem noção. – Hyoga disse.

Ficou silêncio de repente. Eu não sabia exatamente o que dizer. Hyoga ainda parecia muito mal e eu não sabia como poderia ajudá-lo. Eu queria poder perguntar o que estava acontecendo, mas eu não faria algo que eu não gostasse que fizessem comigo. Eu detestava quando eu estava mal que viessem me perguntar os móvitos. Droga, se eu não tinha falado era porque não queria falar. E aquele loirinho parecia ser igual a mim naquele sentido. Talvez eu pudesse apenas distraí-lo, mesmo que por pouco tempo. Isso me ajudava quando eu tinha muita coisa na cabeça, então talvez o ajudasse também. Mas não tinha muito que fazer ali. Bom, talvez...

— Hyoga, posso te fazer uma proposta?

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Doce Fruto de um Passado Amargo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.