Doce Fruto de um Passado Amargo escrita por XxLininhaxX


Capítulo 13
POV Milo/ POV Hyoga


Notas iniciais do capítulo

Yooo pessoas ^^/

Tudo bem? Eu devia postar 2 caps hj, mas a minha pessoa non está mto legal nos últimos dias T-T
Peço desculpas XD!!
Vou tentar postar dois caps amanhã para compensar, mas non prometo XD!!
Pelo menos um que consigo garantir, ok?

Bom, esse cap achei meio que enrolação, mas não quis estender ele mais que isso, caso contrário perderia o ritmo das coisas XD!!
De qualquer forma, já deu pra explicar um pouco do q eu qria e no próximo cap as coisas vão começar a tomar um rumo um pouco mais dinâmico XD!!

Bom, gostaria mto de agradecer os reviews q vcs tem mandado XD!!
Isso tem ajudado bastante XD!! Peço q continuem apoiando ^^/

No mais, boa leitura XD

=**

^^v



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Será que eu tinha esquecido mais algum compromisso? Eu não acho que teria marcado dois compromissos para um mesmo dia, ainda mais nas férias. Camus detestava quando eu trabalhava durante nosso período de férias. E eu nem podia reclamar, porque eu também detestava quando ele trabalhava nessa época. Nós tentávamos evitar ao máximo, mas muitas vezes não tinha muito que fazer. Claro que quem mais quebrava essa regra era o próprio Camus. Eu tinha pessoas extremamente competentes para deixar em meu lugar. Já no caso de Camus, não tinha um médico que conseguisse substituí-lo. Eu me orgulhava muito do meu marido por isso, mas também me irritava por ele ser tão necessário no trabalho. Eu já estava achando um milagre que ele não tinha ido ao hospital nem uma vez nessas férias. E justo quando ele fica em casa, eu fico marcando esses compromissos. Acho que se Hyoga não estivesse aqui, provavelmente ele me daria uma bronca.

Abri a porta, torcendo para que não fosse nenhum problema na empresa. Porém, a surpresa foi maior ainda.

— Kanon?

— Milo! Pela sua cara já vi que não olhou seu e-mail desde ontem, né? – ele dizia em tom provocativo.

— Sim, não olho desde ontem. Mas o que isso tem a ver? – eu ainda estava confuso.

— Tudo, Milo! Mandei um e-mail para você ontem dizendo que chegaria hoje para comemorarmos.

— Comemorar? O que? – ele não estava me ajudando muito a entender aquela surpresa.

— Como o que? Não acompanha os números das suas empresas? Nosso faturamento cresceu mais de 30% no primeiro semestre desse ano na nossa filial na Grécia. Devido às atuais circunstâncias, não acha que deveríamos comemorar esse sucesso?

Eu estava chocado. Mais de 30%? Isso realmente merecia ser comemorado!

— Você não está brincando comigo, né? – eu ainda não acreditava.

— Você acha mesmo que eu sairia lá da Grécia para vir pregar peças em você? Fala sério!

— Ah! Eu sabia que tinha razão em colocar você e Saga no comando daquela filial! Toca aqui, cara!

Cumprimentamo-nos e nos abraçamos. Essa era uma das melhores notícias que eu poderia ter recebido. Estávamos preocupados com a situação da Grécia devido à crise que se instalara no país e cogitávamos a ideia de fechar a filial de lá. Porém, vaidoso como sou, não deixaria que as coisas acabassem tão fácil assim. Kanon e Saga, os irmãos gêmeos mais talentosos que já havia encontrado, eram as respostas para os meus problemas. Já havíamos trabalhado muito juntos, pois eu nasci na Grécia e vivi boa parte do meu tempo lá. E eu não podia negar que os dois foram essenciais para o meu crescimento profissional. Muitos me questionaram quanto a deixar que eles tocassem os negócios. Saga até que era muito centrado, mas Kanon tinha um jeito bastante peculiar de tocar as coisas. Um não funcionaria sem o outro. Para que meu plano desse certo tinha que ser os dois trabalhando juntos. Eu precisava da ousadia de Kanon e do controle de Saga. E lá estava o resultado. Enquanto várias empresas fechavam as portas em meu país de origem, lá estava a nossa faturando 30% a mais. Era extremamente sensacional para que não fosse comemorado.

— Mas vamos lá, meu amigo, entre que a casa é sua. – dei passagem para que ele entrasse e fechei a porta. – Onde está Saga?

— Ele foi buscar Aiolos e Seiya, que estavam guardando nossas coisas no hotel. – disse Kanon.

— Aiolia já sabe de tudo também?

— Com certeza!

É, realmente a comemoração prometia. Kanon, Aiolia e eu; aquela nunca era uma combinação muito segura, como Camus dizia. Éramos amigos de infância e trabalhávamos na mesma empresa. Perdi a conta das vezes que fomos parar no hospital depois de altas bebidas e festas. Bons tempos! Claro que a vida com Camus era tudo que eu sempre quis, mas a vida de solteiro não era nada ruim. Às vezes eu sentia falta da minha terra e das “aventuras” de um jovem desimpedido. Mas só de ver Camus, eu já não me importava mais. Era impressionante o que aquele iceberg tinha feito comigo. Nosso amor era tão forte que eu mudara completamente meus hábitos por ele. E ele também havia mudado muito. Encontrei alguém que me fez querer ficar e nunca mais ir embora. Porém, eu tinha que admitir que relembrar os velhos tempos não era nada ruim. Não que eu quisesse voltar àquela vida de pura luxúria. O que eu sentia falta era do tempo que eu passava com meus amigos. Óbvio que Camus detestava quando eu me juntava com eles para qualquer tipo de comemoração. Por mais que eu gostasse de provocar meu marido dizendo que ele tinha era ciúmes, eu sabia que era por se preocupar comigo. Ele sabia que meus amigos e eu, juntos, não tínhamos muitos limites. E não dá pra negar que Camus não sabe lidar com situações além dos limites.

Fomos para a sala. Kanon sentou-se no sofá e eu me dirigi para nossa mini adega de vinhos e champagne. Aquela era uma ocasião muito especial. Camus não se importaria que eu abrisse um dos vinhos, embora eu soubesse que meus amigos preferissem algo mais forte. Poderíamos ver isso mais tarde, por enquanto só tinha isso, já que meu marido me proibiu de beber conhaque e whisky. Voltei para a sala e Kanon estava me esperando. Eu ficava impressionado em o quanto ele não havia mudado nada desde a nossa adolescência. Os mesmos cabelos rebeldes e azuis, bem cumpridos, a pele bronzeada e os olhos azuis esverdeados. Continuava em excelente forma, talvez até um pouco mais musculoso que da última vez que o vira. Isso me fazia pensar em o quanto éramos amigos. Kanon não era alguém de se jogar fora, isso era claro. Mas nunca surgiu interesse nem da minha parte nem da dele. Ainda bem, porque como namorado Kanon era um verdadeiro canalha. Isso eu tinha que admitir.

— Aqui está nossa comemoração. – disse com a garrafa de vinho nas mãos e duas taças.

— Vinho? Sério? – ele me perguntou, debochado.

— Isso é que dá ser casado com um médico. – falei rindo.

— Você tá ficando frouxo, meu amigo. – ele disse pegando a taça e esperando que eu abrisse a garrafa.

— No dia que você encontrar alguém que mexa com você verá que vale a pena qualquer sacrifício. – falei servindo meu amigo e me servindo também.

— Bom, se fosse um cara gostoso como o Camus, talvez valha a pena mesmo. – ele falou, gargalhando logo em seguida.

— Pode ir tirando o cavalinho da chuva, porque esse Camus já tem dono.

Brindamos e tomamos um bom gole. Eu estava me perguntando onde estava Valéria, que há pouco estava na cozinha. Será que tinha subido para o quarto? Bom, talvez fosse melhor que ficasse lá em cima mesmo, porque duvido que ela tivesse ânimo para aguentar um bando de homem bêbado e falando besteira. Não queria que ela acabasse tendo uma má impressão nossa, embora naquela ocasião eu duvidasse que seria o contrário. Pensaria sobre isso depois, porque a festa estava só começando.

Ouvi a campainha tocando novamente.

 

POV Hyoga

 

Eu não sabia bem o que estava fazendo. Eu estava ignorando toda e qualquer razão dentro de mim e me deixando levar por aquele sentimento. Quantos anos eu fiquei esperando para receber aquele abraço? Quantos anos eu fiquei esperando para ouvir aquelas palavras? Eu estava me sentindo como aquela criança de dez anos atrás, apenas precisando de um colo para chorar. Eu tinha minha avó, mas por mais que eu a amasse, não era a mesma coisa. Eu precisava de braços que pudessem me deixar seguro. Algo que me garantisse que tudo iria realmente ficar bem. Minha avó era muito debilitada de saúde, passei minha vida toda temendo não encontrá-la viva no dia seguinte. Se ela morresse, o que seria de mim? Eu sabia muito bem o que aconteceria e esse era meu maior medo. Mesmo que eu não ficasse ali pra sempre, eu queria ter a chance de pelo menos conhecer meu pai. Uma vez só já seria o suficiente. Nem precisava chegar perto, só de olhar para ele de longe eu já ficaria satisfeito. Mas eu não queria perder aquela oportunidade. E eu sabia que se minha avó morresse, as chances de encontrar meu pai seriam mínimas. Não que eu a quisesse viva apenas para esse propósito. Muito pelo contrário, eu era muito grato a ela por tudo que fizera por mim e por minha mãe. Ela arriscou a própria vida apenas para que eu pudesse me encontrar com meu pai. Eu a amava mais que tudo, isso era fato. Não reclamaria se tivesse que viver com ela pelo resto da vida, sem nunca sair de nossa terra. Ela não teria culpa de absolutamente nada. Mas o destino resolveu ser bom comigo pelo menos uma vez na vida. E lá estava eu, nos braços do pai que eu tanto idealizara.

A sensação que ele me passava era muito semelhante a que minha mãe passara. Era aconchegante, reconfortante, sereno, seguro. Eu desejava nunca ter que abandonar aquele lugar. Mas eu bem sabia que não seria assim. De qualquer forma, eu queria aproveitar aquele momento de insanidade. Queria poder absorver todo aquele carinho e aquele cuidado. Não sei se poderia dizer amor, já que não havia tido tempo para que se criasse algo tão forte entre nós. Pelo menos da parte dele, porque eu já o amava desde pequeno. Não conseguia nem contar as noites que passara em claro apenas pensando em como seria o nosso encontro. Óbvio que não fora exatamente como eu queria, mas o importante é que ele acontecera. Eu poderia simplesmente acabar com aquela palhaçada e dizer tudo que eu precisava. Mas não seria justo para com meu pai. Eu tinha que me virar. Não seria fácil, mas eu resolveria o que tinha para resolver e, talvez, um dia eu poderia olhar para meu pai com mais dignidade. E enquanto esse dia não chegava, eu apenas poderia colher as migalhas que estava disposto a mendigar.

Eu já tinha parado de chorar, apenas soluçava. Estava silêncio. Nem eu nem meu pai atreveríamos a quebrar aquele momento. Seria como parar de sonhar e voltar para a realidade. Porém, uma hora ou outras as coisas deveriam voltar a ser como eram. E não demorou muito para que batessem na porta e quebrasse completamente o clima que se instalara ali. Logo vi minha avó abrindo a porta.

— Com licença. – ela apenas colocou a cabeça para dentro do quarto. – Ah! Desculpem-me por atrapalhar.

— Tudo bem, vó. – eu disse, saindo dos braços de meu pai e me levantando. – Você não atrapalha. Por favor, entre. – vi meu pai suspirando com a minha declaração e se levantando também.

— Eu vim ver se estava tudo bem com você, meu filho. – ela veio em minha direção e eu a abracei gentilmente.

— Está tudo bem, não se preocupe. E a senhora? Sentindo alguma dor ou incômodo? – eu me soltei do abraço apenas para olhar para ela.

— Estou forte como um touro. – ela disse sorrindo amavelmente. – Mas você parece triste. O que houve?

— Ah! Nada demais. – tentei desviar do assunto.

Não era a primeira vez que ela se esquecia do “aniversário” de morte da minha mãe. Eu até achava melhor assim. Ela sofria quase tanto quanto eu por lembrar a data. E eu não gostava de vê-la triste, pois ficava ainda mais debilitada.

— Vó, o que acha de ir descansar um pouco? Você sempre gosta de dormir depois do almoço. – eu falei, voltando a me deitar na cama.

— Ah meu filho, não posso fazer isso. Seu pai está com visita lá na sala. Talvez precise de ajuda. – ela disse.

— Visita? – meu pai perguntou, estranhando.

Antes que ela pudesse responder, a campainha tocou novamente. Fiquei desanimado ao ouvir aquilo. Tudo que eu não queria era ter que vestir minha máscara de bom moço naquele momento. Eu queria ficar sozinho, recluso em minha dor, meus pensamentos, minha saudade. E eu sabia que com visita em casa, eu provavelmente não poderia ficar em paz. Mesmo que eu tivesse a desculpa de estar de castigo, não podendo sair do quarto, eu não conseguiria dormir com o barulho. E talvez as visitas quisessem me conhecer melhor e Milo as trouxesse até meu quarto. Aquilo parecia bem a cara de Milo. Por algum motivo, eu sentia que ele ficara feliz com a minha chegada naquele lugar. Não que eu fosse arrogante a esse ponto. É só que ele estava tentando se envolver demais. No lugar dele, qualquer outro me trataria com indiferença ou até desprezo. Eu era como um filho bastardo. Não era fruto de uma traição, mas também não pertencia àquela família. De qualquer forma, eu estava sem saber o que pensar de Milo. Além do mais, a intuição dele me assustara muito. Jamais poderia imaginar que o marido do meu pai descobriria algo tão íntimo meu, sem sequer me conhecer ou ter qualquer tipo de relação para com minha pessoa. Por um lado eu gostara dele. Por outro, eu sabia que teria que tomar bastante cuidado. Já não era fácil me manter distante do meu pai. Não precisava de mais alguém importante em minha vida. Caso contrário, tudo se tornaria mais difícil, mais complicado, mais doloroso. E eu já causara problemas demais, não precisava de mais nada para piorar minha situação.

Saí de meus devaneios quando vi meu pai se dirigir para a porta.

— Fiquem aqui que eu verei do que se trata.

E logo ele saiu.

Continua...


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