Percy.

O moreno sentiu o vento gelado colidindo contra suas costas, se arrepiou, mas talvez não fosse só pelo vento.

Bem em sua frente, Luke Castellan sorria,não como uma criança feliz, mas como uma criança má que acabara de fazer alguma maldade.

– Bom te ver. - Falou Percy - Agora, se não se importa, preciso ir.

Luke agarrou seu braço, com força exagerada.

– Já vai fugir? Achei que fosse mais corajoso do que isso.

– Olha, realmente preciso ir, minha mãe não quer que eu demoro.

– Sua covardia chega a me ofender, garoto.

Percy conteve a vontade de dar um soco no nariz do loiro, fez isso por Annabeth.

– Sabia que minha mãe me permitiu ficar mais alguns tempos em NY? Ela acha que será bom se eu passar um tempo com Annabeth.

– Bom pra você, Annie é uma pessoa extraordinária.

– Ah, de fato ela é.

– Atena disse que ela está na casa de Thalia, só quero saber se é verdade.

– Sei lá, tenho cara de adivinho?

O loiro ficou vermelho, de raiva. Agarrou Percy pela camisa e disse:

– Se acha muito inteligente, não é? Mas saiba que a conheço há muito mais tempo, já fomos namorados. Annabeth me amava e quem garante que não continua amando?

– Considerando que ela me beijou, creio que as chances de ela gostar de você são totalmente nulas.

Luke empurrou Percy, que caiu no chão. Pressionou sua gargante, de forma que ficasse difícil respirar. Percy se debateu, deu socos no ar tentando acertar o rosto de Luke, mas o loiro continuava lá, parado. As vistas do moreno escureceram. Então Luke o soltou. O moreno saltou sobre o loiro, porém esse saiu do caminho e o outro aterrissou no chão.

– Sugiro que tome alguns analgésicos, garoto. Vou procurar Annabeth, quem sabe até consiga dar uns amassos.

E , rindo, saiu do local.

A raiva ardia dentro de Percy, seria capaz de atirar Luke de um penhasco, quando viu o outro atravessar a rua, desejou fervorosamente que um caminhão passasse e o atropelasse. Infelizmente, isso não aconteceu.

Se sentiu mal por toda a situação, queria ter socado a cara idiota de Luke até que só sobrasse o seu cérebro minúsculo, mas nem isso fez,só caiu no chão e ficou com alguns ralados pelo corpo.

Saiu andando pelas ruas, perturbado com o que acontecera.

* * *

Annabeth

– Annabeth? - Indagou uma voz.

Olhou para trás, dando de cara com Reyna.

– Oi.

Reyna não sabia que a garota estava trabalhando, mas certamente sabia da fuga.

– Trabalha aqui?

– Longa história. - Falou a loira.

– Ah,acho que posso imaginar.

Annabeth baixou a cabeça, terminando de varrer um canto com a vassoura.

– Como vai fazer quando as aulas voltarem? - A morena indagou, mexendo em sua camisa roxa.

– Trabalho só à tarde, fora do horário de estudo.

–Ah.

– Pirralha, pare de conversar! - Gritou a chefe. Aquela mulher era o demônio de saia.

Reyna olhou para trás.

– Aquela é a chefe?

– Infelizmente sim.

– Odeio gente como ela, que acha que liderar é gritar ofensas. - Murmura Reyna - Um bom líder trabalha, coopera.

– Eu sei.

– Bom, vou sair antes que você leve outra bronca, também preciso buscar uma coisa na casa do Valdez.

Annabeth conteve um sorriso.

– Ok.

– Boa sorte.

– Obrigada.

Reyna se retirou, indo encontrar uma menina muito parecida com ela, embora aparentasse ser mais velha. Hylla, a loira se recordou.

Continuou a limpar, enquanto ouvia a chefe gritar com as funcionárias, perguntou-se como ainda não havia sido processada.

– Annabelle, será que e preciso falar toda hora que essa droga ainda está suja? - Berrou

Annabeth se conteve, desejando mentalmente ter uma arma carregada naquele exato momento. Examinou o chão, estava perfeitamente limpo.

Era seu segundo dia e já queria se aposentar.

* * *

– Annabeth, não venha para casa.

A voz de Thalia soou pelo telefone.

– Já estou na esquina.

– Então fuja, vá para outro lugar.

– Para onde? Embaixo da ponte? Thalia, eu preciso comer, tomar banho, dormir, amanhã trabalho.

– Annie, é sério.

– Me fala porque.

– Luke está aqui.

O coração de Annabeth gelou.

– Como assim?

– Luke está aqui, sentado no sofá, falou que vai te levar para a casa de Atena.

– Droga!.

– Eu sei, isso é uma droga.

– Mas Thalia, eu não tenho para onde ir.

– Só fique longe daqui, quando ele for embora eu te ligo.

E desligou.

Annabeth não sabia para onde ir, já estava tarde e era perigoso vagar pelas ruas. Só tinha um lugar para o qual seria seguro ir.

A casa de Percy.