Fazia um mês desde que meu coração foi pisoteado,explodido e exposto à radiação e uma bomba nuclear. Não,espera,isso aqui tá meloso e chato demais. Deixa eu corrigir: Minhas esperanças se esvaíram subitamente. O.K,ficou Shakespeare pra caramba,eu não sou bom nisso. Vou só contar a história,e poupar você da minha chatice.

Bom,eu ia pedir minha namorada em casamento. Legal,né? Concordo,eu gastei quase tudo naquele anel,mas 'valeu a pena'. O nome dela era Jessica,e ela era a garota perfeita. Talvez um pouco neurótica demais com o papo de 'Salve a natureza,eu amo árvores,yay reciclagem!' e essas coisas,mas eu ainda a achava tudo na vida. Eu corri do meu trabalho,que por sinal era como um publicitário,e a segui até o dela,como psicóloga,parei o trânsito todo,no meio da rua,e fiz aquela proposta. Antes que ela pudesse me responder,um motorista filho-da-mãe não parou,e eu fui atropelado por um carro. Tá,já tava bem ruim só aí. Mas piorou: no outro dia,eu ainda no hospital,veio uma enfermeira me avisar que ela mandou dizer que rejeitava a proposta. Disse que era 'muito cedo'. Cara,a gente tava junto faziam 3 meses,como isso é muito cedo?! Tá,eu sei que na maioria das vezes,demoram anos,mas eu tinha certeza que ela era a garota pra mim. Aí veio minha vida e disse 'Foda-se você,ninguém se importa com seus sentimentos,Nash,você pode derreter numa poça de tristeza e o mundo é o mesmo pra todos!'. Uau vida,valeu pela rasteira,também amo você.

Naquela semana,eu tava embaixo do fundo do poço. Aliás,na mina de carvão embaixo disso. Eu tomava chocolate quente na minha caneca todo dia,me enrolava em um cobertor e partia pro sofá assistir Netflix. Acho que descobri que eu tava ruim demais quando nem isso ajudava. Cara,o show de drags do Ru Paul não ajudou. Sabe como isso é simplesmente impossível? Bom,uma dica,é muito impossível. Nem mesmo uma maratona de Tim Burton me ajudava naquela semana. Na próxima,até que eu consegui sair de casa pra comprar pão,mas não sem chorar por causa dos muffins integrais que ela sempre comprava. Eu chorei por muffins integrais. É isso mesmo que você leu,meu caro Padawan,não venha questionar minha masculinidade agora.

Na terceira semana,eu conseguia abrir um sorriso daqueles bem de leve. Mas isso era vendo Doctor Who ou America's Next Top Model (Novamente,não me julgue. É incrivelmente divertido odiar aquelas bitches.). Eu comprei pão também,sem chorar com os muffins (ainda olhei pra eles de um jeito meio estranho,mas ainda assim,yay.).

Na quarta,quando fazia basicamente um mês,eu já acho que estava mais de boa. Acho que se a visse,eu passaria uma rasteira e dançaria frevo no rosto,mas isso é normal,espero. Sim,eu sei que você pensou que não,mas você não é médico,então quieto. De qualquer modo,era quase Janeiro,e eu tinha uma viagem marcada pra nós dois nesse mês. Obviamente eu não a levei. Eu levei uma outra garota,por acidente e coincidência. Ainda moro com ela. Quem ela é? Bem,isso é a história que vou ter que explicar. A única coisa que digo agora é que seu nome era Fevereiro.