Soluço, o líder de Berk: A Era dos Dragões escrita por Temperana


Capítulo 36
Recomeçar


Notas iniciais do capítulo

Eu só acho que vocês devem manter os lencinhos por perto. Só acho.
Bella minha linda! Obrigada amore, a sua recomendação... Está incrível. Amei as palavras, me deixaram muito feliz. Não sei como agradecer anjinho! Obrigada.
Agradecendo os comentários e todos que sempre estiveram comigo. Mais um capítulo meus anjos... Está acabando... Até as notas finais...



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Eu não suportava olhar para Berk quando a avistamos. Havia dragões nos rochedos e montanhas. Dragões marinhos rodeando a Ilha. E todas as espécies de dragões que você poderia imaginar voavam, sobrevoando as casas, florestas, praias.

Já havia me acalmado, porém ainda estava em choque. Tudo que eu havia sonhado, tentado, lutado... Tudo havia ido por água abaixo. A esperança. O futuro. O destino. E tristeza e solidão eram o que havia sobrado.

–Sabe Banguela – eu começo melancólico. – Eu sempre achei que nós dois terminaríamos velhos, deitados e incapazes de andar, mas felizes e juntos. Estaríamos sempre relembrando e rindo das nossas façanhas de quando éramos mais novos. De quando ganhei o meu irmão dragão, como dizia o Segundo Soluço. Eu pensei que viveria para sempre com você.

–E o Mestre viverá com Banguela para sempre. Não importa se o Banguela e o Mestre apenas se encontrarão em Valhala, para onde os heróis como o Mestre vão. Banguela estará com o Mestre. Não importa como – eu enxuguei as lágrimas que ainda rolaram.

–Por que me chama de Mestre amigo?– eu perguntei.

–Por que Soluço ensinou o Banguela a ser como é. A sorrir como os humanos. A ser bom. A proteger a todos. Foi um Mestre para Banguela – eu sorri. O meu dragão era incrível.

–Obrigado amigo. Por tudo – abracei o seu pescoço, a única coisa que montado conseguia fazer. E então ajeitei a minha postura. – Eu nunca baixarei a cabeça para ele. Nós nunca baixaremos.

–É assim que se fala Mestre.

Os raios de sol do fim da tarde sorriram para mim. Porém o frio nos abraçava. As nuvens nos carregavam. Para mais e mais alto. Nós podíamos ir para onde ninguém mais se atreveria a ir. Nós éramos poderosos juntos.

Não importava se tínhamos uma semana, um mês ou um ano. Iríamos viver como sempre vivemos. Numa fantasia.

E enquanto nós apenas brincávamos, como se tivéssemos apenas 15 anos novamente, eu sabia que ele sempre estaria comigo. Eu havia encontrado mais que um amigo nele.

*****

Quando entramos em casa, Ágda e Einar não estavam presentes. Apenas uma Astrid sentada na mesa, com uma compressa de água quente na cabeça. Eu ri daquilo. Um dia como líder e voltava assim. Eu já havia me acostumado.

–Eu não vou nem perguntar pelo o que a senhorita passou hoje – eu disse.

Ela finalmente me notou. Os seus olhos brilharam e um sorriso terno surgiu em seus lábios.

–Apenas alguns vikings que insistem em colocar a culpa nos outros – ela larga a compressa na mesa e se levanta. – Mas isso tudo não tem importância – ela diz piscando os olhos para segurar as lágrimas. Eu fui até ela e a abracei. – Porque você voltou para casa.

Ela deixou algumas lágrimas caírem, mas logo as deteve. Astrid era assim. Era a minha fortaleza.

–Eu te amo – eu digo a ela.

–Eu também te amo – ela encara os meus olhos. – E você é o meu louco que parte para a morte certa.

Eu balanço a cabeça negativamente sorrindo. Eu puxo a sua cintura para mais perto e ela envolve os seus braços em meu pescoço. Sinto os seus lábios contra os meus. A minha sensação de lar.

–Deu tudo certo? – ela diz, após nos separarmos. Ela me encara com os seus olhos aflitos.

Não era o que eu queria falar. Eu escolhi ignorar o Furioso e tudo que passei por nada. Mas era a verdade que ela merecia. Que todos em Berk mereciam.

Eu balancei a minha cabeça negativamente várias vezes, com os olhos marejados, até conseguir sussurrar um “não”. E então ela voltou a me abraçar. Senti ela libertar as suas lágrimas, assim como eu libertei as minhas.

–É tão triste e injusto – ela diz em meu ouvido. – E você Soluço? Você é o que mais sofre com isso tudo. Eu sei disso. Foi você quem provou que tudo isso era possível e agora... – ela não consegue terminar sua frase.

Eu então segurei seus ombros. Aquele era o nosso recomeço. Era o nosso momento de triunfo sobre o Furioso. Talvez o único. Encarei os seus olhos.

–Não temos muito tempo Astrid. Eles ficarão com nós por apenas um mês. Mas não devemos nos render. Devemos lutar do nosso jeito. Devemos ser felizes. Apenas isso. Recomeçar.

–Você vai contar para os berkianos?

–Eu não tenho escolha Astrid. Eles têm o direito de saber – eu digo tristemente.

–Apenas mantenha a calma – Banguela recebeu o nosso carinho. – Eles estarão sempre conosco.

–Sempre – eu concordo.

Eu sorri porque ela me entendia. Porque ela me apoiava. Porque me ajudava naquele momento e em todos os outros. E eu a beijei porque a amava. E não havia nada no mundo capaz de nos separar... De nos fazer mudar de ideia.

*****

Os pilotos ficaram sabendo de tudo na Academia no dia seguinte, antes que meu pai contasse a todos de Berk, a meu pedido.

Eles me olhavam de um jeito tão triste. Não me questionaram sobre ter mentido e ido procurar o Furioso. Eles sabiam que era o certo a ser feito.

Mas quando olhava para todos em roda, sentados no centro da Arena, com os dragões em seus colos recebendo carinho... Era triste pensar que não estariam conosco em um mês.

–Sabe pessoal – eu falei. – Eu cheguei à conclusão que não devemos nos render. A essa hora todos em Berk sabem de tudo. A essa hora todos os vikings fortes, felizes e destemidos estão desistindo de tudo. Mas não é isso que eles querem – eu apontei para o Banguela que se levantou para pular e me apoiar.

–É isso aí Mestre!– ele continuava pulando e nós rimos.

–Nós temos que fazer desse mês 20 anos de nossa convivência. Vamos apenas sorrir. Porque não importa se eles vão embora. Não importa se eles irão ser forçados a nos deixar. Enquanto vocês amarem os seus dragões, eles nunca terão ido embora de fato.

–Mas é tão triste pensar que depois de tudo o que fizemos, depois de tudo o que conseguimos, depois de tanto lutar, um dragão irá nos tirar a nossa felicidade – Perna de Peixe disse com os olhos marejados. Batatão era a sua única companhia até aquele momento.

–O Furioso não entende o que é certo. Mas vamos dar a ele o que nós somos. Vamos mostrar a ele que não nos renderemos.

Alguns dos pilotos levantaram as suas cabeças e os olhos brilharam. Eles abrem sorrisos animados e todos nós levantamos e unimos nossas mãos. Os dragões pulavam a nossa volta.

–Berk está pronta para se divertir amigos! E nós também – eu sorrio e demos um grito viking para comemorar. Iríamos lutar.

Nós saímos andando até a Vila. Eu fiquei mais para trás com os outros dragões.

–Banguela, Tempestade, Sombra, Chama Crescente, Dente de Anzol, Batatão, Bafo e Arroto, Fogo e Brasa – esse era o zíper arrepiante de Bruce e Liv. – Eu preciso da ajuda de todos vocês. Nós temos que animar essa Ilha. Iremos deixar os dragões livres na floresta, água, ar, o que quiserem. Iremos, acima de tudo, nos divertir. Eu vou encorajar os vikings, assim como os seus donos. E peço que vocês me ajudem a animar todos os dragões.

Eles pularam em cima de mim. Havia sido atacado com baba de todos aqueles dragões.

–Isso não vale. Isso tem dedo do Banguela – eu ria e os pilotos também gargalhavam. – Eu sou só um!

Eu consegui me levantar e entramos na praça. Havia um pouco de neve acumulada, mas nada alarmante. Alguns vikings olhavam para os seus dragões tristemente. Eu não iria aceitar aquela tristeza.

–Povo de Berk – eu chamei a atenção de todos, que se reuniram ao meu redor. – Eu sei que vocês estão tristes e desanimados. Eu também estou assim e eu gostaria de estar isolado dentro de uma caverna para sempre e tentar esquecer isso – o meu tom de voz sarcástico fez com que todos rissem. – Mas não podemos nos render. Temos um mês para ser felizes e a nossa vida inteira para viver com eles em nossos corações. E é isso o que iremos fazer. Nós vamos lutar. Da nossa maneira.

Eles assentiram em concordância uns aos outros e sorriram.

–Está tudo preparado para o inverno. E então, que tal um mês para viver? Eu peço desculpas aos representantes dos clãs por não ter conversado com vocês a sós – eles fazem gestos que dizem que não era para eu me importar com isso. – Mas agora, nós temos algo muito mais importante para fazer.

Eu sorrio como alguma criança que está prestes a fazer arte. Havia neve acumulada perto de mim. Peguei um pouco de neve e fiz uma pequena bolinha. E então eu joguei a bola de neve no Banguela, que me olhou com um sorriso maroto.

–Guerra de bola de neve! – Bruce gritou animado.

Você deve imaginar no que isso tudo resultou.

Esta é Berk.

Uma Ilha que de neve acumulada e frio mais que abundante fez uma grande festa. Que soube recomeçar. Que durante um mês suportou sorridente as brincadeiras de seus habitantes. Que mostraram para o Furioso o que é verdadeiramente ser feliz.

Esta é Berk.

Que durante 20 anos amou os dragões como os vikings que moravam nela amaram também. A Berk que iniciou a Rebelião dos Dragões foi a mesma que fez a mudança.

A Era dos Dragões dessa nova Berk foi de paz por muitos anos. A Era dos dragões foi o que nos manteve fortalecidos. Unidos. Felizes.

A Era dos Dragões... Foi mais que incrível.

Berk ainda é uma pilha de rochas molhadas. Ainda neva nove meses por ano. Ainda faz frio nos outros três. E ainda possui dragões.

Talvez você não entenda. Eles não estão fisicamente aqui, infelizmente. Mas estão guardados no fundo do peito. No fundo do coração de cada um de nós.

Há dragões no coração de Berk.

And I

I will be with you every step

Tonight

I found a friend in you

And I'll keep you close forever

E eu

Eu estarei com você em cada passo

Hoje a noite

Eu encontrei um amigo em você

E eu irei manter você sempre por perto


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Notas finais do capítulo

Come fly with me, into a fantasy...
A música do trailer da fanfic. Melhor trilha sonora, sem dúvidas...
Queridos, amados, anjinhos...
Não se desesperem. Para começar, esse não é o fim da fanfic. Não ainda. temos mais dois capítulos... Dor no coração aqui...
Os dois estão devidamente digitados. Mas irei programar a postagem. Um capítulo para Domingo e um capítulo para Quinta- feira. E no caso, na Quinta-feira, eu deixarei postado as Notas finais, como na Primeira Temporada...
Entrando em depressão em 3...2...1...
Ai Gente, como eu vou sentir saudades... Mas isso aqui não é uma despedida. Temos mais dois capítulos. Temos mais outras fanfics para nos ver. Isso não é um adeus, longe disso. Eu estarei por aí docinhos azuis...
Até o próximo capítulo, Temp