Soluço, o líder de Berk: A Era dos Dragões escrita por Temperana


Capítulo 33
Destination


Notas iniciais do capítulo

Postando rapidamente... Coisas importantes:
*Pirem com esse capítulo!!
*Ally, não tenho palavras para agradecer pela recomendação maravilhosa que recebi. Lisonjeada pelas palavras e elogios! Obrigada de verdade...
*Recomendando a fanfic de PriscillaA: Nossas estrelas, nossas histórias
*Obrigada pelos reviews!!
Até as notas finais...



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Houve um grande banquete após A Coisa, como é o costume anual. Os líderes cumprimentaram-me pelas decisões tomadas na Reunião. Mas eu tinha outras coisas em mente sobre aqueles assuntos...

Oso, Perna de Peixe, Pirracenta e eu marcamos o casamento para dali a dois meses. Pirracenta falou para o seu pai que gostaria de morar em Berk. Ela adoraria viver na Ilha em que todos os dragões viviam.

Eu concordei em realizar a cerimônia do casamento. Na realidade nada me daria maior prazer.

Oso estava um pouco triste com a ideia de sua filha casar-se e ainda por cima vir morar em Berk. Mas um dia eles têm que ir embora (não que eu vá aceitar muito bem isso um dia). Pirracenta e Oso viriam uns dias antes do casamento para a nossa Ilha. E Pirracenta permaneceria aqui.

Eu saí um pouco do Grande Salão e subi uma pequena colina ao lado dele. Dali eu poderia ver toda a Vila e o mar, com 11 barcos (navios) ancorados próximos a praia e um no porto.

Dragões ajudando vikings em suas tarefas (afinal era um dia normal em Berk) e a brisa suave balançando os meus cabelos ruivos.

Sentei na grama e pensei na Reunião.

Ela fora bem calorosa quando o assunto Furioso entrou em pauta, mas fora cheia de notícias boas. E reencontros com líderes com quem eu havia simpatizado no passado.

Alguém sentou ao meu lado. Virei-me bruscamente, mas era apenas Alphonse, com a coroa em suas mãos. Não sei por que eu havia simpatizado tanto com ele naquele episódio. Voltei o meu olhar para Tribo.

–Por que você tem um nome francês? – eu perguntei curioso. Ele soltou um risinho.

–Bom. Todos os reis antes de mim tiveram nomes franceses, pois o primeiro líder da nossa Tribo era um francês que viera parar por acidente aqui nas terras escandinavas. Então todos os líderes e reis colocaram nomes franceses em seus descentes em homenagem ao nosso fundador.

–Isso é bem interessante – eu disse e ele sorriu.

–Eu quero agradecer por ter me convidado para Coisa. Embora eu soubesse que ela acontecia anualmente... Eu agradeço mesmo assim. E por ter me apresentado aos outros oficialmente na Reunião. Eu agradeço-lhe. Eu ainda me pergunto se sou um bom Rei para eles – ele murmura.

–Não há o que me agradecer – eu digo a ele sorrindo. – Alphonse, quantos anos você tem?

–Eu tenho 25 anos. Eu assumi a liderança com 19 anos, quando meus pais morreram ao visitar as minas. Aconteceu um acidente. E eu tive que assumi.

Ficamos em silêncio por alguns minutos. E então criei coragem para falar.

–Eu assumi a liderança com 20 anos, e na realidade fiz isso como uma obrigação para mim. Meu pai aparentemente havia morrido e eu precisava fazer isso por ele. É claro que eu morria de medo de não conseguir. De falhar. Mas muitas pessoas ajudaram-me e eu consegui ser um bom líder. Mas às vezes eu ainda tendo dúvidas disso, entretanto eles – apontei para a Vila. – Eles me dizem que eu sou um bom líder para os Hooligans. Você é um bom Rei para a sua Tribo. Eu vi isso. Tudo funciona, eles estão bem. Não duvide de você.

–Você tem grande sabedoria. E eu sei que não engoliu o que os outros líderes queriam que você engolisse. Eu digo a você para fazer o que acha que deve fazer. O que o seu coração quer – eu sorri com as suas palavras.

–Você também tem grande sabedoria – ele se levantou.

–Às vezes posso ser inteligente – ele sorri. – Mas eu já vou indo. Não precisa me acompanhar. Eu e o meu Guarda vamos voltar sozinhos mesmo. Não se preocupe – eu levantei-me e apertei sua mão.

–Foi um prazer encontra-lo – eu disse.

–O prazer é todo meu. Eu espero revê-lo em breve.

Observei-o ir embora. Ele era uma pessoa especial. E uma grande surpresa nessa Reunião.

Vejo Banguela acompanhar Astrid até onde eu estava. Quando a Astrid estava grávida de Einar e também de Ágda, ele a acompanhava para onde quer que ela fosse. Ele era superprotetor demais.

–Está cuidando dela direitinho?– eu perguntei ao Banguela rindo. – Ela sempre faz um pouco de arte.

–Ela está se comportando bem – ele disse, buscando carinho de Astrid, que foi recebido.

–Ele disse que você está se comportando bem – eu digo a ela, que senta ao meu lado. – Acho bom mesmo.

–Eu sou uma menina obediente – ela disse e nós rimos. Banguela sentou-se atrás de nós. – O seu pai disse que assistiu toda a reunião e que está muito orgulhoso de você – eu sorri. – E que acompanhará os líderes até os navios em seu lugar.

–Muito obrigado mesmo pai – eu digo com um gesto de alívio e Astrid soltou uma gargalhada. – Sinceramente estou cansado. Nunca foi tão cansativo participar de uma Coisa.

–Sei que está. Mas adorei as suas atitudes hoje. Você foi incrível.

–Obrigado. Mas infelizmente eu não consegui mudar a opinião deles – eu suspirei.

–E eu tenho certeza que você não aceitou nada daquilo que eles tentaram impor a você. Eu só quero que você me diga o que irá fazer Soluço. Você escutou que não há perigos na Baía. Mas mesmo assim eu quero te ajudar.

–Você pode me ajudar ficando em Berk. Viva e bem. É uma viagem muito longa, mesmo com os dragões. E ainda tem o Furioso... E, além disso, você tem um grande motivo para não se submeter a isso. Nós temos – ela levou instintivamente as mãos à barriga. – Também temos que protegê-lo agora.

–Eu sei... Eu sei que não posso fazer isso, seria uma loucura. Mas você não pode ir sozinho até lá Soluço. Peça ajuda aos outros pilotos – ela encara os meus olhos em súplica.

–Eu não posso obriga-los a ir. Mas não se preocupe Astrid, tudo dará certo – ou precisa dar certo.

–Você mente muito bem. Está tramando algo – ela diz. Ela tem os olhos atentos como o de Einar. Eu iria mencionar algo, mas ela me interrompeu. – Eu aposto e confio em você Soluço. Faça o que acha o que é certo. Embora eu ache que seja algo suicida. Mas você sempre consegue se salvar. Mas... Não vamos dar chances para que dê algo errado. Se cuide – eu dei-lhe um abraço.

–Vamos para casa – olhei em seus olhos. – Tudo dará certo. Eu prometo.

Ajudei ela a se levantar e a puxei para mais um abraço. Fechei os meus olhos e senti o aconchego dos seus braços.

–Podíamos ficar assim para sempre. Sei lá, eu queria poder congelar o tempo e viver essa felicidade sabe – eu digo com os olhos ainda fechados.

–Eu também gostaria de viver assim para sempre – ela diz.

Os nossos olhares se encontram e eu a beijo amorosamente. Talvez eu pudesse congelar esse momento em minha memória...

Nós voltamos para casa, mas eu não conseguia dormir. A Astrid capotou, mas ela estava realmente cansada. E o pequeno Erick deixava ela com mais sono ainda.

Einar e Ágda conversavam sobre a Reunião. Foi a primeira vez que eles participaram da Coisa e eles ficaram bem animados com a novidade. Mas logo eles foram dormir também.

Eu sentei nos degraus em frente da porta da minha casa, olhando as estrelas. Pensei no que eu poderia fazer. A Astrid insistia que eu levasse os outros comigo. Mas eu não poderia arriscar a vida deles. O Furioso era capaz de tudo. E o que ele faria se os outros fossem comigo? Não podia fazer isso com eles...

Levei minhas mãos à cabeça.

Eu não podia nem considerar essa possibilidade. De levar os outros. Eu iria encontrá-lo. Banguela surgiu em minha frente. Eu sorri e ele deitou sua cabeça em meu colo.

–Você ainda confia em mim Banguela?- eu perguntei a ele, afagando a sua cabeça.

–É claro que o Banguela confia e sempre confiará no Mestre – ele encarou-me com os seus habituais olhos dilatados.

Então essa é a minha decisão Banguela – eu disse firmemente. – Somente eu e você iremos até a Baía do Coração Partido. Pois apenas nós dois podemos resolver isso ou não. Somente nós podemos mudar esse destino.

–Banguela vai onde o Mestre for.

Eu sorri. Eu poderia contar sempre com o meu irmão dragão.

Eu iria até a Baía Assombrado do Coração Partido. O Terceiro Encantador de Dragões. O Terceiro Soluço. E somente uma companhia. O meu melhor amigo. A minha metade. O dragão Alpha. O único Fúria da Noite. Nós.

Não avisaria a ninguém. Partiria e resolveria aquilo que cabia a mim. O Furioso era um problema do meu passado. Que não teria se tornado um se o pai do Segundo Soluço não fosse tão impiedoso. Com o coração congelado.

Não poderia arriscar a vida daqueles que eram os meus amigos... Os meus irmãos... Os meus filhos... A minha família... E acima de tudo berkianos. Eu era amigo e líder deles. Eu tinha o dever de protegê-los.

Astrid era a pessoa que eu mais amava nesse mundo. Eu não queira magoá-la. Deixa-la preocupada. Muito menos meus filhos, que eram os meus tesouros (inclusive o que estava a caminho) e a minha razão de viver.

Mas era o que eu havia decidido.

Entretanto eu tinha o coração apertado. Eu estava nervoso. Ansioso. Mas era o certo a fazer. Eu tinha certeza disso. Eu tinha que tentar.

Eu não suportaria ter em minha consciência que eu não fizera nada. Que eu não tentara nada.

Consciência. Coração.

Duas partes de mim que não poderiam ser separadas. E que se conflitavam entre si. Dentro de mim. Ignorei os dois. Segui meu plano. O destino que eu escolhi traçar. Ou tentar mudá-lo.

Agi naturalmente no dia seguinte. Ou tentei agir. No outro dia eu iria, sem que ninguém soubesse, sozinho encontrar o Furioso (roubando uma frase do Perna de Peixe, eu teria um encontro com o meu destino).

Por sorte ninguém desconfiou. Nem quando eu me tranquei em minha sala na Academia alegando precisar arrumar a minha sala. Mas o que eu iria fazer de verdade era escrever cartas.

Decidi fazer isso. Escrever Cartas de despedidas.

Foi duro olhar nos olhos deles uma última vez antes de dormir. Mas o que eu poderia fazer? Contar tudo e correr o risco de todos eles me seguirem?

Não. Eu engoli a tristeza. E ninguém poderia desconfiar de nada.

Das minhas proezas.

Dos meus caminhos.

Da missão suicida que decidi enfrentar.

We stay up late and drawn the lines

To every constellation

We live with all our sorrows

Tied to age and separation

These are the days of love and life

These are our expectations

We stay up late to live tonight

This is our destination

Ficamos até tarde desenhado as linhas

Para cada constelação

Vivemos com todos os sofrimentos

Ligados à idade e separação

Estes são os dias de amor e de vida

Estas são as nossas expectativas

Ficamos até tarde para viver esta noite

Este é o nosso destino


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Notas finais do capítulo

Gostaram?? Alguém que é fã de Imagine Dragons aqui?? Eu sou.
No próximo cap começa a terceira tarefa... E sim, ela é a decisiva. Preparem os lencinhos!!
Até mais, Temp