Pray For Love escrita por Lizzie-chan


Capítulo 22
Capítulo 21 - Epitáfio


Notas iniciais do capítulo

Atrasada, novamente, que vergonha kkkkkk E dessa vez estou BASTANTE atrasada xD Mas ok, vou relevar por meu próprio bem, ninguém deve ler isso aqui normalmente no primeiro dia já que eu posto à meia-noite e vocês são supostamente bons meninos que dormem cedo kkkkkkk
Não sejam crianças más como eu, hein! kkkkkk

Boa leitura!!
➢ Dia 26: Epitáfio - Titãs



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Lucy abriu os olhos devagar, sentindo uma tontura inexplicável, embora seu corpo parecesse parado. Passou as mãos ao redor, tentar manter estabilidade física, e seus olhos perscrutaram silenciosamente o ambiente, tentando entender o que estava acontecendo.

Estava numa sala de piso e paredes revestidos com lajotas brancas lisas. Havia apenas pequenas janelas no topo da parede, retangulares e finas, como se o cômodo estivesse no subsolo, o que a fez sentir uma repentina sensação de claustrofobia que tentou ignorar enquanto forçava os pés descalços a erguer seu corpo de pé com o apoio da parede.

Olhou para suas pernas trêmulas após notar a falta de calçados. Suas roupas haviam sido trocadas, agora vestia um vestido branco em farrapos preso por finas alças sujas. Sentiu nojo, não pelo estado da roupa, mas sim porque, para vesti-la assim, tinham que ter visto seu corpo nu, o que a incomodava mais do que gostaria.

Praguejou baixinho, lembrando o que havia acontecido mais cedo com amargura. Tinha toda a chance de tentar enfrentar seus captores naquela hora, no hotel, e mesmo assim foi tão rapidamente incapacitada que sentiu uma irritação crescente, como se esta estivesse em movimento sob sua pele, espalhada pelas veias com o sangue.

O sangue que gelou quando prestou mais atenção nos arredores e notou um par de macas ao meio do cômodo. Uma estava vaga, vazia, mas a outra... Havia um corpo na outra.

Sua respiração engatou na garganta e suas pernas tremeram ainda mais, como se os nervos mal tivessem mais controle sobre seus movimentos. Havia alguns armário e uma bancada na parede, todos recobertos de objetos pequenos, frascos, potes... Ao lado da maca ocupada, um carrinho coberto por um pano branco exibia algumas ferramentas pontudas e curvadas, ao redor das quais havia algumas manchas de sangue.

O corpo da vítima jazia imóvel sobre sua própria maca e a mão estava caída do lado que Lucy podia ver, escura pela pouca iluminação. Nitidamente, no entanto, algo escorria por entre os dedos, fazendo uma poça preta sobre o chão pálido. Todos os objetos tinham sombras grandes, as paredes pareciam escuras e a falta de visão nítida a incomodava profundamente, mas não tanto quanto o podia enxergar de fato.

Seu estômago se embrulhou. Sentiu uma necessidade insana de andar para frente e conferir melhor os detalhes da cena, mas algo em seu interior gritava que era uma péssima ideia. Algo havia acontecido, algo que não queria saber. Seus pés e mãos tremiam mais agora, e os dedos sobre a parede esfriavam cada vez mais. Seu diafragma funcionava por conta própria, porque se dependesse de seus comandos mentais, já teria morrido de falta de ar.

Não conseguia pensar com coerência. Estava tonta, fria e, pela primeira vez em alguns dias, com medo. Um medo tão mortal que parecia se incrustar em seus ossos, atrapalhando os movimentos, que parecia congelar seus nervos, que aparentava atrapalhar sua visão, que a fazia sentir o coração parado, embora este ainda batesse.

Deu um passo à frente, o chão fazendo um ruído baixo ao contato com sua pele nua. Soltou a parede devagar, escorregando os dedos de modo cauteloso, e sentiu a tontura mais forte quando estava de pé por conta própria. Mas conseguia. Tinha que conseguir.

Então deu outro passo à frente, e mais outro. Passou ao lado da maca vazia, cujo tecido branco esvoaçou com seu movimento como se dentro daquela sala não houvesse movimento de ar fresco exterior com freqüência. E ainda assim, conseguia ser tão fria...

Deu mais um passo e paralisou. Suas mãos foram rápidas em alcançar seus lábios, que se separavam em choque, e um ruído semelhante a um grasnido de pássaro deixou sua garganta seca. Quis dar um passo para trás, mas tudo o que conseguiu foi cair no chão, perto da poça negra. Seus olhos tremeram direcionados para ela e estendeu os dedos de modo contraditório, mergulhando-os no líquido antes de levantá-los o máximo que pôde para a única lâmpada da sala.

Estavam vermelhos.

Romeo... — murmurou. Quis mudar a posição, engatinhar, aproximar-se, mas antes que tivesse a oportunidade, uma mão vinda do desconhecido agarrou a parte de baixo de seu braço, puxando-a de pé com brutalidade.

Lucy cambaleou, tonta e assustada, e virou o rosto de olhos arregalados. Pela altura, era um homem, mas sua visão embaçada não conseguia absorver os detalhes perfeitamente. Ele mal esperou a garota retomar a pouca estabilidade que tinha antes e a puxou de modo rude na direção da qual ela tinha vindo.

Para a maca vazia.

A loira gritou. Não queria, não queria ir! O que ia acontecer? Oh, meu Deus, o que ia acontecer? Tentou espernear e chutar seu captor, mas o movimento apenas lhe rendeu perder o equilíbrio novamente, e ele a agarrou com a outra mão, levantando-a e jogando-a sobre a maca.

Estendeu os dedos e usou as unhas de modo selvagem para tentar lutar com a pessoa. Arranhou-o no braço, mas mal teve tempo de comemorar qualquer vitória ou rumar para algum ponto mais sensível antes que ele segurasse suas mãos e passassem as amarras da maca sobre seus braços, prendendo-a.

Gritou, balançando as pernas como louca, sem se importar se deixaria qualquer calcinha ou a falta desta à mostra. Iam fazer algo com ela, algo desagradável, algo como havia acontecido com Romeo. Não queria, não queria morrer. Ficou com tanto medo, a bile subiu por sua garganta enquanto o desconhecido prendia seus calcanhares e joelhos com as amarras, malditas amarras azuis e firmes.

Estava tão assustada. Todas as células de seu corpo estremeciam em antecipação à dor que com certeza viria a seguir, a violação, a morte. Sentia muito frio, muito frio, e não conseguia definitivamente pensar com coerência. Não havia qualquer racionalidade no modo como urrou semelhante a um animal, em dor, em desespero.

O homem se afastou um pouco e trouxe o carrinho com os utensílios para perto. Estava levemente consciente do som que o elástico fez quando ele terminou de colocar suas luvas de borracha e se virou, segurando um bisturi sujo de vermelho na mão esquerda.

Finalmente conseguiu enxergá-lo, embora de modo precário. Estava contra a luz, mas podia perceber os orbes negros por trás de óculos com armação escura. Eram inexpressivos, como se não houvesse qualquer diversão no que fazia.

Nem qualquer repulsa.

Fechou os olhos, decidida a não ver nada, não sentir nada, mas mesmo assim as lágrimas escorreram quando o frio do metal do bisturi tocou seu abdômen.

~*~

Acordou de um pulo, seus cabelos loiros esvoaçando no rabo de cavalo enquanto erguia o corpo assustada. Sua respiração estava descompassada e seu coração batia como um louco. Além disso, o mundo girava, assim como antes, mas parecia consideravelmente mais bem iluminado.

Havia sido um sonho! Havia sido apenas uma imagem irreal, não estava presa, ninguém ia cortar sua barriga nem fazê-la gritar. E o cadáver...

Tomou coragem para levantar o rosto apenas quando escutou uma vozinha por perto:

— Lucy-nee!

Assim que seus olhos focalizaram o rosto de Romeo do outro lado do quarto, encolhido, amarrado, o rosto magro e um pouco maltratado observando-a com olhos preocupados, seu coração de algum modo reuniu todos os próprios cacos e se montou novamente.

— Romeo! Oh, Romeo! — chamou desesperada, sentindo os olhos arderem quando lágrimas quentes começaram a se formar antes de descerem num caminho sinuoso por suas bochechas. — Você está vivo!

— Eu estou, Lucy-nee — anuiu o mago de fogo, a expressão contorcida em um misto de preocupação e pesar. — Você também está. Embora tenha gritado até agora que não queria morrer, você não está morrendo... — Baixou o olhar, franzindo as sobrancelhas para o piso branco. — Ainda.

Lucy tomou esse momento para averiguar seus arredores. Estava numa sala consideravelmente menor do que a de seu pesadelo, que possuía paredes e teto pintados de branco com um par de lâmpadas grandes e um piso revestido de algum material pálido, beirando ao creme.

Suas mãos estavam atadas na parte de trás do corpo, e embora também estivessem amarrados, seus pés ainda mantinham os sapatos pretos de salto alto que calçara de manhã. Suas roupas ainda eram as mesmas, também, o que a fazia sentir certo alívio.

— Romeo... Nós não vamos morrer... — sussurrou por fim, levantando sua atenção de volta ao garoto do outro lado do cômodo. Ele continuou a olhar para o chão e sua boca estava contraída, como se segurasse algo desagradável no interior. Lucy franziu as sobrancelhas.

Em todo o tempo que havia pensado sobre a situação dele, havia desejado muito que ele estivesse vivo, com todo o coração, com todas as forças. Pensar em encontrá-lo vivo para os dois morrerem depois parecia tão... Irreal.

Então a ficha caiu.

Romeo... Romeo, que havia unido a Fairy Tail por seu afeto, pelo medo de perdê-lo, Romeo que fizera Natsu sentar sozinho sobre a mais forte das chuvas, Romeo, o garoto de quem ela perdera o crescimento devido ao dragão Acnologia, Romeo, que amava tanto Natsu que quisera ser igual a ele, Romeo, com o qual sonhara nas últimas noites...

Estava vivo.

Estava preso, mas... Estava bem.

— Eu não vou deixar nada acontecer com você... — murmurou. Era seu dever, seu desejo. Agora que podia vê-lo, falar com ele e saber que estava com ela, não iria deixá-lo escapar, de jeito algum.

— Você não pode derrotá-los... Eles vão acabar com a Fairy Tail! — exclamou, a voz irritada, como se estivesse dando uma bronca em uma criança. Quando levantou o rosto para olhá-la, seus olhos lacrimejavam sem controle, suas bochechas estavam vermelhas, e, ah, Lucy podia sentir algo em seu peito se quebrar em mil pedaços. — Nós não podemos sair, ninguém pode nos salvar. Todo mundo vai morrer... — Virou o rosto para o lado, a voz diminuindo o volume. — E a culpa é minha, por ser um idiota...

— Isso não é verdade — discordou, remexendo as mãos. Queria muito alcançá-lo, mas desse jeito não iria conseguir. — Não é culpa sua. Eles não vão acabar com a Fairy Tail. Estamos nos reunindo, além do mais, nossos colegas são fortes. — Tentou desesperadamente ignorar a cena de antes de perder a consciência, todos os amigos longe, Levy talvez gravemente ferida devido à gravidez.

As lágrimas galgaram um caminho doloroso até seus olhos novamente.

Eles podiam até derrotar o inimigo, mas isso não era garantia que conseguiriam encontrar os dois vivos, ela e Romeo.

Talvez nunca mais fosse vê-los novamente? Seu coração se apertou ao pensamento

Desejava ter feito tantas coisas mais. Queria ter visto mais nasceres do sol, queria ter visto mais noites enluaradas, queria ter saído mais apenas para se sentar e ouvir o vento e histórias que já sabia de cor. Queria abraçar sua mãe novamente e dizer de novo a seu pai o quanto o amava antes de ele morrer. Queria ter tido a oportunidade de ver como estavam Cana, o mestre Makarov, Jerall, como seria o filho de Levy...

Queria ter amado mais Natsu, todos os dias, por muito tempo. Queria compensar todo o ano em que rezou para que aquele sentimento tão lindo desaparecesse, porque não sabia como lidar com ele, e queria gastar o resto de sua vida rezando por amor, para que aquilo fosse amor para sempre, para que nada pudesse mudar isso.

Fechou os olhos, sentindo as lágrimas escorrendo por entre seus cílios novamente. Queria levantar uma mão e limpá-las com violência. Seu braço doía: haviam quebrado o gesso e amarrado-o junto ao outro numa posição desconfortável, mas esse era o menor de seus problemas.

Seu coração doía infinitamente mais.

Não queria que seus últimos momentos de vida fossem repletos de “talvez”.

~*~

— Como ela está? — perguntou Gajeel pela terceira vez quando a porta do quarto de Levy foi aberta. Lisanna saiu, olhando-o de baixo com um semblante inexpressivo antes de suspirar.

— Eu não sei, Wendy está dando o melhor dela lá dentro, mas não faço a menor idéia do que está acontecendo. Pediram pra eu pegar algumas toalhas — explicou, baixando a cabeça e saindo em direção à escada.

O moreno pôs as mãos na cabeça, encarando o chão com uma expressão no mínimo beirando à insanidade, na opinião de Natsu, que o observava de seu ponto sentado no chão. Happy, a seu lado, já havia parado de chorar após o acontecimento de mais cedo, mas seus olhos ainda estavam vermelhos e inchados e mantinha-se aninhado contra o corpo do amigo em busca de apoio.

Naquela tarde, haviam perdido Lucy, talvez para nunca mais vê-la novamente.

Todos do grupo haviam sido feridos pelo ataque repentino. Erza tivera de enfaixar com a ajuda de Mirajane um corte particularmente sangrento e o próprio Natsu tinha alguns arranhões nos braços e no rosto, o pior caso era Levy, que havia sido imediatamente levada a um quarto separado pelos funcionários do hotel para que Wendy pudesse examiná-la.

E isso havia sido havia pelo menos uma hora e meia.

Gajeel andara de um lado para o outro do corredor a maior parte do tempo, mas sempre que a porta era aberta por alguém — geralmente Lisanna, que ia e vinha com frequência —, ficava tenso e perguntava por notícias.

Sinceramente, todos queriam saber se a gravidez da azulada era de gêmeos, mas não esperavam descobrir tão cedo.

Cana havia chegado alguns minutos depois do acidente, acompanhada, por algum motivo, de Jet, Droy, Alzack, Bisca e Asuka. O par de fãs fiéis de Levy choramingava num canto, se por ela estar grávida de Gajeel ou se pelo perigo de vida de seu filho, Natsu não sabia dizer. Bisca e Alzack estavam de pé perto dos dois, tentando explicar a Asuka o que estava acontecendo sem assustá-la.

Lisanna voltou após um minuto com algumas toalhas brancas dobradas sobre os braços e passou por um Redfox estático para entrar no quarto, do qual não se ouvia sequer um suspiro.

— Natsu... — chamou Happy, esfregando as orelhas contra o corpo do mago de fogo. — Estou preocupado com a Lucy...

— Hm... — respondeu. Deixou sua mão se arrastar lentamente até a cabeça do gato, fazendo um carinho reconfortante onde conseguia tocar. — Também estou. Se Romeo estava morto, então Lucy deve estar...

Não conseguiu terminar a frase, já que o amigo soluçou novamente contra sua perna. Observou-o, sentindo o gosto estranho do medo no fundo da garganta, ainda mais intenso do que quando pensou se Romeo estava vivo ou morto após Wendy anunciar que o corpo encontrado não fora o dele.

O som de Lily tentando dizer palavras reconfortantes para Gajeel foi acompanhado do eco baixo de sapatos contra o piso polido do hotel. Gajeel não ousou verificar quem era — provavelmente Evergreen voltando para encontrar o Raijinshu após conversar a sós com Elfman ou Erza, indo verificar a situação pela quarta vez, já que sua ajuda não era necessária quando Mirajane e Lisanna estavam auxiliando a maga do céu.

Seus pensamentos foram interrompidos quando um par de pés calçados em saltos pretos parou à sua frente. Por um momento, arregalou os olhos, encarando os sapatos, que lembravam os que Lucy usava de manhã quando a encontrou. Sua vista subiu por pernas compridas e delgadas até parar sobre um rosto de olhos azuis, e não castanhos, e cabelos rosados ao invés do loiro tom do sol.

Sua linha de raciocínio foi cortada.

E-empregada da Lucy! — constatou, chamando a atenção dos outros no corredor e algumas cabeças se viraram para ver o espírito com correntes nos pulsos que observava o dragão de fogo com o semblante impassível.

No entanto, havia um leve brilho de preocupação em seus olhos claros.

— Natsu-sama, fui mandada aqui por Loki-sama — informou, a postura reta, como se não se incomodasse com a gravidade do que estava prestes a dizer. — Para mostrar a vocês o caminho para o local onde Hime-sama está presa e trazê-la de volta com vida.


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Notas finais do capítulo

Olá, pessoal.

Ooook, gastei minha energia ontem respondendo reviews ;D Quem andou comentando esses dias deve ter notado kkkkk
Não queria deixar mais leitores na espera, é um saco isso de comentarem e eu postar o próximo capítulo e não dizer nada, como se os estivesse ignorando, não quero que se sintam assim. Quem ainda não recebeu resposta, saibam que vou terminar isso tão logo puder, faltam só 3 reviews! (orgulhosa de mim mesma kkk).
Sobre meus avisos, não sei se disse, mas tenho alguns kkkkk. Primeiro: a fanfic vai ter um epílogo, então não, não vai acabar dia 28 (like, amanhã), vai acabar dia primeiro. E a música do epílogo vai ser a única de minha própria escolha kkkkkk.
Segundo: vou fazer extras com os capítulos que perdi (no caso, são três, se tudo der certo até amanhã kkkk), então mesmo após o epílogo a fanfic não será finalizada ainda. Espero que entendam e que me apoiem, claro, o apoio de vocês é muito importante pra mim, sabiam? :)
Ok, agora sobre o capítulo de hoje: gelaram lá em cima? kkkkkk Se sim, foi de propósito, desculpem kkkk Se não, vish, preciso treinar mais pra escrever suspense xD
Esse capítulo era pra ter ação já, mas preferi acabar ele na revelação bombástica (de novo), então a ação vai ser amanhã, a aventura vai ser amanhã e as caras amassadas por "karyuu no teken's" também kkkkkkkk
Meu coração está partido pelo que está acontecendo com a Levy :(

Beijitinhooooooooooos e até amanhã!!